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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Quem tem medo da polícia?

“Fizeram-lhe seus filhos assim como ele lhes ordenara. Pois, o levaram à terra de Canaã e sepultaram na cova do campo de Macpela...” Gên 50;12 e 13

Os filhos do finado Jacó cumprindo após sua morte algo que ele ordenara.

As sociedades modernas dispõem de robustos aparatos militares e policiais, que, detêm legalmente o monopólio do uso da força; para coibir, ou, para punir aos que descumprem o pacto social maior, a Constituição.

As possibilidades são duais; as consequências também; ou, o sujeito cumpre as diretrizes, é um cidadão, que, por observar deveres usufrui direitos; ou, coloca-se à margem disso, ao risco de privação da liberdade, quiçá, da vida, como consequência da opção marginal.

Somos instados ao cumprimento dos deveres, pois, uma ameaça punitiva ronda aos que fizerem diverso. Claro que me refiro a sociedades minimamente saudáveis, sem as parcialidades tiranas das ditaduras, nem, as “isonomias” dos privilegiados “mais iguais que os outros”.

Todavia, não havendo ameaça por desobediência, o que nos faria cumprir uma promessa? No caso dos filhos de Jacó, ele estava morto; se, fosse sepultado no Egito mesmo, poupando a todos de exaustiva empresa até Canaã, quem os puniria por isso?

Cresci ouvindo que, uma vez descumprida a vontade de alguém que faleceu, o espírito do tal volveria assombrar aos culpados. Parecia muito real; depois de adulto se revelou tolice.

Mas, pensando bem, de certa forma o finado credor “volta” sim, se, o desonrarmos. Só que, o que assombra não são as travessuras de uma “alma penada”; invés do “Gasparzinho” são as dores de uma consciência relapsa que pesam ao devedor.

A cauterização da consciência é opção marginal, espiritual, de todos que adotam o pecado com modo de vida. Estando em suas possibilidades a existência ou não, da “Polícia” interior optando pelo “crime”, eliminam-na.

Por isso, após a conversão coisas erradas que antes fazíamos sem culpa não são mais possíveis. Digo; possíveis, sem culpa. Paulo ensina aos romanos que no seu pretérito de erros estavam isentos de tal polícia; “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Entretanto, essa “liberdade” era mortal, invés da servidão a Cristo, que dá vida. “Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” Vs 21 e 22

Erros de “então” com consciência morta, que agora, (convertidos) “vos envergonhais”. O que fora normal na vida de um rebelde se tornou vergonha sob a lupa espiritual que passou a ter, regenerada sua consciência.

Porém, a Bendita Graça de Cristo faz muito mais que escavar fósseis no sítio arqueológico de nossos pecados. Remonta osso por osso o arcabouço de nossas culpas para que nos arrependamos; depois disso purifica e mantém vivas as consciências no Espírito. “Porque, se, o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Por isso é Mediador de um novo testamento...” Heb 9;13 a 15

Muitos, os legalistas, sobretudo, equacionam efeitos do Evangelho a certa uniformização ritual, funcional, dos salvos como se esse fosse o fim. Não. O alvo é mais sublime que mera encenação. “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro; de uma boa consciência, e uma fé não fingida.” I Tim 1;5

Amor de um coração puro é dever de minha relação com o próximo e com Deus; uma boa consciência minha relação comigo mesmo e com O Senhor; uma fé não fingida é o resumo das duas qualidades primeiras; senão, a hipocrisia tomará seu lugar apenas encenando o verossímil onde deveria habitar o verdadeiro.

Não precisamos que “Jacó” esteja vivo para obedecermos Sua Vontade; digo, Cristo, O Senhor, em Pessoa. Basta Seu Espírito em nós avivando nossas consciências; Sua Palavra conhecida para identificação do Seu querer.

Quando Paulo ordenou que nos sujeitássemos às autoridades disse que, tais são ministros de Deus. Nossa sujeição deveria transcender aos deveres meramente cidadãos para chegar às fontes espirituais; “é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas, também pela consciência.” Rom 13;5

Se, no caso do Patriarca era apenas um desejo de onde repousarem seus restos mortais, no caso de Cristo, Príncipe da Vida, o anseio é de um lugar santo onde, habite Ele, Seu Pai e Seu Espírito. “... se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará viremos para ele, e faremos nele morada.” Jo 14;23