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sábado, 30 de maio de 2020

A Riqueza Desprezada


“... Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Quando distinguia o “Bom Pastor” dos mercenários O Salvador disse que Aquele daria Sua Vida pelas ovelhas; o outro fugiria ante perigos, pois, seu cuidado era consigo mesmo.

O Próprio Senhor ensinou que se deve calcular os gastos antes de se começar algo; “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não podendo acabar, todos os que virem comecem a escarnecer dele Dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar. Ou qual é o rei que, indo à guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz.” Luc 14;28 a 32

O Mestre deixou explícito qual o custo do serviço a Ele; “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” V 33

Triste quando vemos alguém que perambulou pelos ambientes da salvação, até deu alguns passos, eventualmente, depois volveu ao lixo. Deus o quis e ainda o quer salvar. Dizemos; mas do jeito que vai, o canhoto o matará. Acontece muito, infelizmente. Gente que se dispõe a receber o que Deus oferece, contudo, recusa as condições. Querem o Céu sem o ingresso, a cruz; o único lugar a que se vai sem essa é à perdição.

Ora, se o mero discipulado demanda a renúncia de tudo, o que dizer do pastoreio? Pedro abordou isso também; “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;” I Ped 5;2 Por um lado tolhe a ganância; por outro, exorta ao ânimo voluntário, a entrega.

Dois sintomas de doença espiritual saltam aos olhos dos que “se aproximam de Deus” por interesses materiais. Primeiro: Não creem nas riquezas oferecidas em Cristo; se crescem não estariam fazendo mandingas e esforços vários por coisas meras que o braço do trabalho logra conseguir; segundo: Atuam na contramão dos ensinos sadios como se, Deus fosse manipulável, se impressionasse com religiosidade oca, invés de conversão e caráter transformado; como políticos corruptos se impressionam com povo. Portam-se como cegos ao próprio cinismo.

Ora a riqueza à qual o traidor mor nos quer fechar os olhos, não é material, mas aquela eterna, que acena com O Ser Bendito do Rei dos Reis, não as coisas que Ele dá; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Notemos que a cegueira é de entendimento, a visão no âmbito espiritual que, deixa patente o Projeto Divino.

O labor do Salvador é de regeneração; originalmente o homem também fora À Imagem de Deus, restaurar isso é a riqueza buscada pelo Eterno; bens, e até mesmo a falta deles, devidamente suprida por uma fé inabalável, são meios em direção a esse bendito fim. Escritos sapienciais antigos já advertem: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Paulo ensinou a lidar com os dois lados da moeda no que tange às circunstâncias, posses ou falta delas, e até, saúde; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

Se, lapsos eventuais não lhe abalavam a fé, faltas espirituais dos discípulos deixados onde passara incomodavam; “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?” II Cor 11;29
Enfim, verdadeiros pastores sofrem o “vitupério de Cristo” por amor ao rebanho. Os outros vendem feijões mágicos, fogueiras santas, curas, etc. por amor ao dinheiro. Quem escolhe aos falsos também tem sua culpa, a identificação.

“Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Essa é a riqueza lícita que poucos buscam; “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;11

domingo, 26 de abril de 2020

O Rebanho e o Zoológico


“Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10;8

A Bíblia menciona pelo menos dois “Messias” que vieram antes e tiveram alguns seguidores, até; “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; foi morto e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento; levou muito povo após si; mas também este pereceu e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

Nos dias do alistamento foi quando Jesus nasceu; quiçá, informado do incidente dos sábios, algum aventureiro tenha pensado aproveitar-se do clima e se fazer líder de uma revolta; deu em nada.

Se, as ovelhas não seguiram aos ladrões e salteadores pretéritos, quem os seguira?

Pessoas que se identificavam com os tais. Afinal, não era a identificação que ligava “O Bom Pastor” às Suas ovelhas? “Quando tira para fora Suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas o seguem, porque conhecem Sua voz. Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;4 e 5

É natural alguém seguir a outrem, com o qual se identifica. Sócrates, o filósofo dizia que, quando aplaudimos alguém o fazemos por identificação, por esse alguém representar nossos anseios de beleza, talento, virtude... no fundo, aplaudimos nós mesmos. Acaso não vaiamos aquilo do qual discordamos?

Pois, mesmos cabritos com presunções ovinas também seguem mercenários com pretensões pastorais; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como o chamado do Messias começa com o “negue a si mesmo”, nosso “aplauso” necessariamente será Dele, se, de fato somos ovelhas Suas. Nossa forma de pensar, sentir, desejar a vida, já não conta; antes, Sua mente deve ser a nossa; segui-lo não é caminhar estritamente, mas agir conforme Ele agiria estando em nosso lugar.

Não que alguém já fosse ovelha, e finalmente achasse um pastor pra seguir; antes, um predador foi deixado na cruz, convencido pela Palavra da Vida; uma ovelha gestada mediante novo nascimento, a qual, pelo Espírito consegue identificar-se com a Voz do Pastor.

O desafio do convertido que conserva a antiga natureza rapace é crucificá-la a cada a dia, mediante renúncia, não agindo conforme seus reclames, mas conforme a Voz do Pastor. Assim, se o predador deseja carne, a ovelha renascida é gerada do Espírito; seguir segundo Ele é sua dieta normal; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Duas leis; uma para julgar o mundo, outra para justificar os salvos. Aquela com dez mandamentos escritos; essa com uma síntese de dois, amar a Deus e ao próximo, coisas possíveis ouvindo a Voz do Pastor.

Por isso a transformação deve ser radical; novidade de valores, atitudes, de vida. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Se, somente andando em espírito não haverá condenação, como seríamos salvos seguindo a outrem que não fosse O Bom Pastor? Como disse Pedro: “Para quem iremos nós se só Tu Tens as Palavras de Vida Eterna”, ou, Ele: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim”.

Portanto, mensagens de “tolerância e inclusão” tão em voga, o dito ecumenismo que considera válidas todas as crenças, a despeito dos ensinos, invés de “Um rebanho e Um Pastor” como tenciona O Eterno, se faz uma arca de Noé, um amontoado de todos os bichos, onde deveria existir ovelhas apenas.

Ainda que o Amor Divino seja universal, não morreu para salvar sistemas políticos, nem a sociedade; mesmo que Sua eficácia e propósito atinjam o mundo todo, morreu para salvar pecadores arrependidos, coisa que se verifica caso a caso, segundo a resposta de cada um. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

A Voz do Pastor é única; nos separa das demais; “... não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem seu prazer na Lei do Senhor...” Sal 1;1 e 2

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Todo homem tem um preço?


Outro dia debati com um amigo que estimo, discordando de uma mensagem que ele partilhou que dizia o seguinte: “Maldito é o dinheiro, que cala a boca de uns, compra a amizade de outros e acaba com o caráter de vários.”

Claro que um dilema filosófico dessa grandeza abarca coisas tantas que não pode ser devidamente abordado num breve comentário. Fiz o que pude e não pude muito.

Entretanto, minha objeção foi de que os que estão à venda, ou, que “Cada homem tem um preço” como citou ele, não deriva de um caráter que se vendeu; mas, de um lapso de caráter que, por conveniências sociais o algo assim, fingia existir, mas que, não fora devidamente testado; uma vez feito isso o dito lapso veio à tona.

Não acho, pois, que todo o homem tenha um preço; alguns poucos têm valor. E quem tem preço, nem mesmo homem é; apenas um simulacro, um arremedo, uma fraude.

Platão dizia mais ou menos o seguinte: “Quando alguém for reputado justo lhe caberão por isso aplausos e encômios (elogios); aí ficaremos sem saber se o tal é justo por amor à justiça ou, pelos louvores que recebe. Convém, pois, colocá-lo numa situação em que todos esses bens lhe sejam negados; se, ainda assim permanecer justo, então o é, por amor à justiça.”

Diria que uma versão greco-filosófica do preceito bíblico: “Seja primeiro testado, depois sirva.”

O problema de tornarmos o dinheiro culpado dos desvios de caráter, necessariamente fará inocentes os homens que capitularam aos seus assédios; desse modo teria feito bem o Papa Francisco em receber com honra de estadista ao príncipe dos ladrões “Made in Brazil” como fez.

Claro que vivemos um vasto deserto de valores, doloroso. Mais ou menos como no filme “Trezentos;” os venais são o inumerável exército persa; mas, existem alguns espartanos pra fazer frente.

Justo, nesse momento ditoso em que temos a nos presidir um “espartano” que durante três décadas de vida pública viveu entre as enxurradas da corrupção e se manteve no seco; invés de fazermos uma terra arrasada nivelando a todos por baixo, devemos realçar eventuais ilhotas de virtude no oceano do vício que nos cerca.

Cheia está a Internet, infelizmente, de execuções massivas de cristãos pelos celerados do ISIS, que preferem perder suas vidas à negar a sua fé; então não é só o dinheiro que não pode abalar a quem verazmente possui caráter; nem mesmo a nefasta morte consegue.

O dinheiro é uma coisa amoral, que nas cercanias de gente imoral pode lograr os feitos aqueles alistados no post, ora criticado.

Mas se ele pode comprar silêncio, amizades e a aparência de caráter, só o faz de almas prostitutas. E nem todas as almas são assim.

O que o dinheiro pode fazer se resume a três coisas; avalia, transforma e conserva bens e serviços. O que passar disso é o homem, não o dinheiro que faz. Digo, atitudes de escopo moral escapam às mãos do dinheiro por ser ele privado de arbítrio e vontade.

A Bíblia condena os mercenários que fazem coisas que deveriam ser movidas por sentimentos em troca de dinheiro; o culto a Mamon; amor ao dinheiro; a simonia. Todas ações humanas tendo a cobiça como motor e o dinheiro como mero combustível.

Portanto, com o devido respeito ao aludido amigo, acho errado dizer que todo o homem tem um preço, sob o prisma da corrupção, embora, todos tenhamos no aspecto da salvação, o que escapa em muito ao pífio alcance das moedas. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. Pois, a redenção da sua alma é caríssima; cessará para sempre. Sal 49;6 a 8

Pedro reitera a seriedade do que custou nossa salvação para que sejamos vigilantes em preservá-la; “Se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Ped 1;17 a 19

Ainda somos crianças espirituais; nos atrapalhamos com essa coisa enganosa de confundir meios com fins; descansamos nossa segurança eterna na sombra errada; “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que, sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

“O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.” 
Drummond

sábado, 2 de novembro de 2019

À ímpia imagem e semelhança

"Se voltares em paz, o Senhor não falou por mim..." II Cr 18;27

Micaías avisara da parte de Deus que o rei Acabe seria morto em combate. Ele preferira ouvir aos profetas de Baal que sempre prometiam facilidades e vitórias. Então mandou trancar o profeta do Senhor a pão e água enquanto partiam ao combate, do qual, voltaria em paz, disse.

Daí Micaías bradou as palavras acima; se tu voltares em paz, não foi O Senhor que falou por meu intermédio.

A Palavra seria fiadora de si mesma; seu cumprimento legitimava-a; enquanto, eventual falha a desqualificaria. Acabe descobriu da pior maneira, tarde demais, que o vaticínio era verdadeiro.

O cumprimento da profecia sempre foi o aferidor Divino. "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e a palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba falou aquele profeta; não tenhas temor dele." Deut 18;21 e 22

Esse aferidor no tocante à profecia estritamente.

Também poderia ocorrer de alguém fazer prodígios pretensamente espirituais; nesse caso, as consequências derivadas do dito sinal que seriam as aferidoras; "Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais O Senhor vosso Deus com todo vosso coração e toda a vossa alma." Deut 13;1 a 3

O milagre prometido aconteceria; contudo, a consequência seria afastar ao povo de Deus; tal permissão seria um teste de fidelidade; para deixar patente se as pessoas amavam a Deus, ou, a si mesmas apenas, na volúpia por prodígios a qualquer preço.

Como não lembrar tantos "cultos de testemunhos" onde, pretensos milagres são avalistas de Mamon; "depois que me tornei patrocinador... que sacrifiquei... fiz isso, aquilo, o $enhor me abençoou." Que triste ver a cegueira dos incautos manipulados por mercenários safados.

Que diferença da fidelidade aquela, os "profetas" atuais que prometem isso e aquilo em nome do Senhor; ao não se cumprir alegam que faltou fé; que a pessoa alvo, não recebeu a palavra.

Claro que as promessas Divinas no tocante a nós são condicionais; mas, Seus Decretos não. Quando ordena um profeta a anunciar que fará algo, normalmente faz; salvas raríssimas exceções, como a estupenda mudança coletiva de Nínive que O fez mudar Seus juízo, para não mudar Seu Caráter Santo e Misericordioso.

Não apenas profecias de eventos, como estamos acostumados, mas as que atinam às transformações operadas nas vidas dos que dão ouvidos aos Seus Ensinos; O Senhor também evoca a eficácia da Palavra como aferidora de origem; "Jesus lhes respondeu, e disse: Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a Vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo." Jo 7;16 e 17

Ainda há pouco deparei com um "Jesus" virtual que prometia curar minhas dores, resolver todos os meus problemas se eu aceitasse; bastaria escrever, aceito, sim, ou amém, sob a profanação e estaria resolvido. Sim; o simples forjar uma imagem de "Cristo" que não seja espiritual na imitação do Seu Caráter Santo, não passa de profana idolatria. Aquilo não é Cristo; é fruto duma imaginação doentia.

Que gente sem noção! Sem vergonha! Sem temor! Para começo de conversa Deus não é Deus de mortos.

O primeiro desafio lançado aos ímpios é qua ouçam Sua Voz, arrependam-se para o novo nascimento; tomem suas cruzes para aprender a andar segundo a Vontade de Deus, não mais, as inclinações próprias. "... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional . Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus." Rom 12;1 e 2

Os ímpios críticos das Escrituras às quais afirmam ser mero compêndio humano são a antítese dos seus próprios argumentos; pois, ao plasmarem um "Deus" mendigo emocional, serviçal incondicional de pecadores mostram de modo mui didático como seria um Deus criado à imagem e semelhança dos mortos.

Infezmente, a sina de muitos será como a de Acabe; por optarem por facilidades invés da verdade, entenderão tarde demais que escolheram a morte. 

"Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá; mas quem me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal." Prov 1;32 e 33

domingo, 10 de março de 2019

A Valiosa Pequenez

“Quando te abaterem, então tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde.” Jó 22;29

Quatro coisas aqui: Ação dos outros; nossa reação; Ação de Deus e nosso caráter necessário.

Quando te abaterem... Embora mui tocante a parábola do Bom Samaritano que encontra ao estranho abatido e se compadece é mais comum depararmos com salteadores que, com “Samaritanos”.

Num momento farto, próspero, invés da empatia dos que se alegrariam conosco, mais facilmente assoma a inveja dos que quereriam estar em nosso lugar.

Não poucos “obreiros” espraiam sobre incautos suas apostasias ministeriais acoroçoadas pelas cobiças temporais mercenárias. O pior tipo de salteadores, pois, além dos bem terrenos pilham almas eternas também.

O bem do semelhante não me faz mal, tampouco, sua felicidade; pelo menos, não deveria se, eu fosse o servo que Deus chamou para ser. Nossa empatia deve ser plena em quaisquer circunstâncias; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram.”

Se, muitos obram por me abater, isso não patrocina uma reação auto-comiserada, introspecta, depressiva; devo ter alguma dose de amor próprio; reagir. “Quando te abaterem então tu dirás: Haja exaltação!”

Exaltação aqui está em oposição ao permanecer abatido, prostrado; não tem a ver com orgulho; antes, com desejo de não permanecer prostrado; ser reerguido por Deus. “O Senhor sustenta todos os que caem; levanta todos os abatidos.” Sal 145;14

Assim, da reação de inconformidade com o abatimento ensejado por terceiros sou “co-autor” da Ação Divina, à medida que clamo confiante a Ele e espero pelo Seu socorro. “Deus salvará ao humilde”.

Vista a ação dos outros, a nossa reação, e a intervenção Divina chegamos ao quarto ponto: Nosso caráter. Humildade.

Ela é uma coisa mui tênue. Se, for propagada deixa de ser. Como moeda rara de um colecionador que é preciosa para ter, mas, não deve ser usada indo na padaria comprar alimento. Assim a humildade; é mui valiosa, mas se tocarmos trombetas sobre ela deixa de ser; cede seu devido assento ao intrometido do orgulho.

Olhando alhures vemos quão limitada é a compreensão geral dos cristãos sobre isso. Há tantas expressões eivadas de orgulho onde deveria ser diverso que chega a ser alarmante. Um servo de Deus idôneo não “arrasa, causa, lacra, arrebenta a boca do balão”... Pois, se assim fizer não serve. Serve-se. O Servo espera com Paciência no Senhor; no Seu Tempo, Ele Ouve e livra.

Pelejar com veemência pelo que cremos, desagravos dos blasfemos contra O Santo, não distorção das Escrituras é “batalhar pela fé”, como a Palavra ensina. Se, aos desavisados essa convicção, esse ardor na peleja soa a orgulho, ser “dono da verdade”, isso tem a ver com a cegueira que os vitima, não, com a realidade.

Quem é mais humilde? Aquele que arrisca-se sendo antipático até, para que a Vontade de Deus revelada não seja vilipendiada, alterada, ou, outro que, por simpatias naturais, humanos melindres, ou ninharias assim coloca mera opinião no lugar da Palavra de Deus?

O primeiro peleja pelo império da Divina Vontade; o segundo, pela própria; bem sabemos quem sugeriu que poderíamos ser “como Deus” decidindo nós mesmos sobre valores como bem e mal. O Pai do Orgulho e da mentira, Satanás.

Humildade é dependência de Deus, não frouxidão quanto aos Seus Bens que nos confiou.

Infelizmente o inimigo formatou uma sociedade doentia, culpada de tudo, onde o indivíduo, invés de responsável por seus atos, consequente, é visto apenas como vítima. Esse chororô dodói tão em voga nada tem a ver com humildade de um que estaria sofrendo por culpa alheia. Antes, é só uma máscara malignamente arquitetada para disfarce do orgulho, daqueles que se recusam a admitir as próprias culpas.

Davi apesar de seus muitos erros foi chamado de homem “segundo O Coração de Deus”; tanto quanto entendo, segundo é o que vem após O Primeiro. Esse É Deus. Só serei segundo Ele, se, invés de impor meus anseios, devaneios, opiniões e pendores doentios, abraçar para mim Seus Pensamentos; tomar como diretriz, Sua Palavra.

Davi não só admitia-se pecador como ainda sabia que pecava até sem notar; que havia erros ocultos para serem perdoados. “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12 Eis a humildade do homem segundo Deus em seu santo consórcio com a verdade!

Quanto a ação dos outros não podemos evitar; mais pedras atirarão quanto mais frutos virem em nós; nossa reação de não ficar prostrados depende de confiarmos no socorro Divino. Ele agirá se O honrarmos crendo, obedecendo.

Quando nos livrar, não permitir que eventuais lugares altos sirvam para montagem do bungee jump do orgulho. Humildade não atrela-se à circunstâncias; na lama, não duvida do amor Divino; num trono, sabe Quem Reina...

sábado, 17 de novembro de 2018

Os ladrões e a Vida

“O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida; e a tenham com abundância.” Jo 10;10

Tendemos a ler isso de um jeito simplista; Jesus, o Dom da Vida; o inimigo, o ladrão. E não é assim? Num sentido amplo é. Porém, há algumas letras miúdas no contrato.

Se, todo agente do mal, em última análise, serve a Satanás, como ele atua convém conhecer, para não sermos vitimados também. Embora a inspiração deles seja maligna, e, não devamos lutar “contra carne e sangue” são pessoas de carne e sangue que fazem o trabalho sujo do ladrão.

Olhando o contexto imediato veremos que, O Senhor contrapõe-se aos mercenários que “cuidam” das ovelhas por interesse; esses representam o ladrão; são ladrões. “Eu sou O Bom Pastor; O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Mas, o mercenário que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge; o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário; não tem cuidado das ovelhas.” Vs 11 a 13

Antes Dele surgiram uns pretendendo ser O Messias, não apenas pastores, como muitos falsos que vieram após, usando Seu Nome, e, o fazendo por motivos vis. Ele mencionou de passagem, usurpadores, então, pretéritos; “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram.” V 8

Nem precisamos de uma pesquisa extra-bíblica para encontrar exemplares de pretensos Messias que surgiram antes de Jesus Cristo; “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto; todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos; reduzidos a nada. Depois se levantou Judas, o galileu, nos dias do alistamento e levou muito povo após si; mas, também pereceu; todos que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

O segundo, Judas Galileu apareceu “nos dias do alistamento”; Foi exatamente quando Jesus nasceu; Por certo a história dos pastores no campo com o relato angélico da chegada do Messias, a visita dos sábios do oriente causaram excitação. O tal, inchado em sua carnal pretensão aproveitou o ensejo para arranjar seguidores. Os ladrões modernos, também tripudiam da excitação das multidões; encenam falsas curas e arrecadam verdadeiras fortunas, eficazes que são no ofício de ladrões.

Dois “Messias” que trouxeram morte e destruição aos seus seguidores, invés de vida eterna.

Entretanto, não é só no que tange ao ladrão que muitos leem o verso aquele de modo superficial. “... Eu vim para que tenham vida, e vida com abundância.” Essa parte tem sido torcida como se, vida com abundância significasse fartura; construindo elaboradas falácias os ladrões têm deitado e rolado, justo, sobre o texto que os denuncia.

Quando foi chamado a interferir num espólio, O Senhor advertiu: “Acautelai-vos da avareza; pois, a vida de cada um não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A abundância de vida que Ele prometeu não tem a ver com fartura de bens terrenos; aliás, aludiu ao que colhera farta safra, armazenara muitos bens, contudo, era pobre, por faltar-lhe a riqueza da vida. “... Louco! esta noite te pedirão tua alma; e, o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e, não é rico para com Deus.” Luc 12;20 e 21

Necessária a conclusão que, vida com abundância equivale a ser rico espiritual. Tanto que, O Salvador ordenou que se buscasse prioritariamente isso; não os meios de subsistência; “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça; todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

O Calvário, paralelo à nossa salvação trouxe o exemplo do ladrão que, passou a vida em busca das demais coisas por meios ilícitos; num momento de arrependimento, “morreu” rico; digo, passou da morte para a vida marcando um encontro com O Senhor no paraíso.

Como lhe foi necessária a soturna sombra da morte para que repensasse atitudes, revisse caminhos, se, tivéssemos olhos um pouquinho melhores, e, víssemos quão definitiva a morte é diríamos como Ele: “Senhor, lembra-te de mim...”

Alguns o chamam de “bom ladrão”; a mim parece apenas, um ladrão arrependido. Não é nossa “bondade” que nos salva. Antes, a bondade de Cristo que, divisando em nós, vero arrependimento apaga nossas transgressões; nos dá vida.

Como mercenários têm cifrões nas retinas, com cifrões pescam suas vítimas; O Senhor, A “Árvore da Vida” de novo, franca, propõe vida.

Muitos traem a si mesmo chamando “viver” o engano dos prazeres ilícitos; o prolongar artificial das suas agonias.

“Pois, viver mal, não, justa, refletida e piedosamente, - dizia Demócrito – não é viver mal; mas, morrer durante longo tempo.”

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Eleitores Mercenários

“Ora, o mercenário foge, porque é mercenário...” Jo 10;13

O que é um mercenário? Normalmente um soldado que luta apenas pelo soldo, sem compromisso de fidelidade com ideais, com um estado, ou, nação.

Qualquer um que empreende algo que envolve outros valores, mas, o faz estritamente por fins monetários. Como, pregar o Evangelho apenas por dinheiro; ou, fazer política rasteira migrando de um partido a outro, sem compromisso com promessas de campanha, ideais, eleitores; nada, exceto, a carreira, por exemplo. Cheia está Brasília de exemplares assim, bem como, os púlpitos das igrejas também.

“O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas;” o mercenário, ao vislumbrar um perigo qualquer foge. “O mercenário foge porque é mercenário...”

Quer dizer que, o patife vende-se eventualmente para fazer algo, mas, se, a empresa revelar alguma dificuldade, o tipo foge? É. Lembro certa gaiatice de outrora quando alguém dizia: “Seu escravo para serviços leves.” O mercenário diria: “Seu empregado para trabalhos sem dificuldades”. Quem contrataria um tipo assim?

Notemos que o mercenário não é o que é pelo que faz; antes, faz o que faz pelo que é. “O mercenário foge porque é mercenário...” Seu ser “patrocina” o agir.

De Jacó a Bíblia conta que Labão seu sogro requeria eventuais ovelhas perdidas; ainda que, o ganho derivasse do seu trabalho, era um pastor, que, precisava fazer aquilo como dote para se casar com Raquel, a quem amava. Então, se, num primeiro plano parecia o lucro apenas o motivo, no fundo, era o amor que o movia. Tinha uma recompensa melhor que dinheiro pela diligência em seu labor.

Davi enfrentou um leão e um urso em defesa das ovelhas de seu pai; de certa forma, como seu Descendente mais Ilustre, deu sua vida pelas ovelhas, digo, arriscou-a.

Então, não que o interesse seja em si, um mal; antes, há interesses vis, imediatos, como os do mercenário, outros, que serão atingidos em tempo ulterior, como o de Jacó; aqueles visam moedas; esses, valores eternos.

Quando diz: “Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”, essa meta sublime é nosso interesse futuro; porém, só será atingida se, o amor a Deus nos impulsionar; Pois, ninguém terá purificado, deveras, seu coração, sem a “Lavagem da regeneração pela Palavra”; e, auxílio do Bendito Espírito Santo, tanto, para entender, quanto, praticar à mesma.

A fé saudável, invés de ser um conjunto de velas a empurrar nossos barcos rumo a conquistas, como tantos pilantras ensinam, ocupa-se de sanear nossas atitudes e consciências de modo que, nosso viver, enfim agrade a Deus. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e é galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

É inevitável se envergonhar por terceiros, quando, vislumbro “cristãos” que por migalhas de dinheiro roubado apoiam políticos corruptos, com planos de governo incluindo aborto, descriminação das drogas, leniência com pedófilos, menores infratores, etc. Que droga de fé é essa que se vende por uns trocados e passa a apoiar agendas diabólicas sem medir as desastrosas consequências?

Pensar que no início da era da Igreja com I maiúsculo, os Cristãos, sem aspas, davam suas vidas lançados aos leões no Coliseu Romano, ou, eram queimados vivos sem negar a fé. Os “herdeiros” daqueles, por cem reais vendem a Cristo, Sua Doutrina, Seus Valores, Seus Ensinos... Que gente sem vergonha!!

Uns porcarias desses inda são capazes de falar mal de Judas que vendeu ao Senhor por mais ou menos um mês de salário da época. A diferença é que Judas era um tiquinho mais caro que eles, no demais, os mesmos valores, a mesma falta de caráter, os mesmos vendilhões!

Spurgeon dizia com muita propriedade: “Você não é obrigado a se declarar um cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Comporte-se como um dos tais; acrescento.

Não quero um presidente que dê dinheiro aos pobres; se, fizer isso com a índole vadia majoritária como é o país quebrará de vez. Assistencialismo só para casos extremos; no mais, Estado enxuto, economia aquecida e peito n’água.

O Governo não existe para gerar empregos, mas, deixar fluir, atrapalhar o mínimo àqueles que geram; a livre iniciativa.

Porém, o viés econômico é o último em minha escala de Cristão. Se, apoiar valores anticristãos, o postulante poderá ser um ás na economia e de probidade plena; ainda assim não terá meu voto; pois, as coisas que valem mais que dinheiro, para mim não são só frases bonitas, são princípios de vida.

Existem muitas formas de fugir; no caso de Cristo, basta abrigar-se à sombra de quem o trai. Muitos desses traíras, malgrado digam enfrentar leões, na real, sucumbem a uma reles garoupa.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Contra o Vento

“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.

Constância, perseverança; virtudes, das quais, Deus se agrada. Espera isso de nós; Ele é assim; “Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8
Quando alguns pareceram duvidar da firmeza de João Batista, o Senhor perguntou: “... Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7;24

Essa figura, infelizmente, abarca a maioria dos humanos. Invés da necessária constância, que, arrostaria eventuais dificuldades são movidos por circunstâncias; “ventos” aos quais se inclinam.

Sobre nenhum outro humano, os ventos das provações sopraram mais forte que sobre Jó; Embora, estivesse seguro de sua integridade, o que faria seu sofrimento, “injusto”, em momento algum cogitou renunciar sua fé; malgrado desejasse uma explicação. “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Jó 13;15

Diferente fizera sua esposa, que, ao que parece, considerava Deus digno de lealdade, se, cumprisse todos os desejos do “adorador”; senão, melhor blasfemar contra Ele, mesmo perdendo a vida. “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus e morre.” Cap 2;9

A “mulher de Jó” continua pujante nos púlpitos modernos nos lábios dos que “não aceitam” isso ou, aquilo; “determinam” aquilo outro; “revoltam-se”, etc. Tais, sequer foram testados ainda, pois, para tanto teriam que ser “nascidos de novo”; vivem meras circunstâncias da vida, muitas vezes fruto da própria negligência ante às oportunidades, ou, por aversão ao trabalho, mesmo; eis a sua “prova”! e, acoroçoados por mercenários patifes, alienados do Santo, são estimulados a essas temeridades, como se, Deus lhes devesse algo, só por que eles o querem.

Ora, a “simples” salvação, sem nenhum acessório é já uma Graça Inaudita, que, nem todos nós juntos, sete bilhões de pecadores, merecemos; muito menos, cada um em particular, como, parecem pretender esses loucos, sem noção.

Se, Deus apenas aceitar meu arrependimento que Sua Própria Palavra e graça ensejam, e, me perdoar em Cristo, já serei eterno Devedor. Nunca mais lhe poderei recompensar por tal dádiva, pois, me faltarão recursos; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele; Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Essa energia dispendida lutando contra, num vero convertido deve ser canalizada para a luta “com” Deus. O “não aceito”; “me revolto contra;” têm seu lugar, se, forem diatribes às dissoluções pecaminosas do mundo que nos assediam.

Um salvo, antes de se inquietar com circunstâncias, deseja adequar seu ser, pensar e agir, ao de Deus a Quem é grato pela salvação; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

Ou, nas palavras de Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Desgraçadamente, posturas que há poucas décadas eram vergonhosas, ultrajantes, hoje, são glamurizadas, motivo de “orgulho”; por que essa mudança? A Palavra de Deus apresenta os últimos dias como de urgência de Satanás; “... porque o diabo desceu a vós; tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Essa urgência destrutiva se reflete, óbvio, no ser daqueles sobre os quais governa; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tim 3;1 a 4

Enfim, fé sadia não é um poder que temos para usar e transformar circunstâncias adversas para que as coisas fiquem como queremos; antes, uma confiança inabalável, na Bondade, Amor, Integridade e Sabedoria Divinas, que, mesmo que sejamos desafiados a passar pela água ou, pelo fogo, não mudaremos. Pois, se O Eterno permite isso, tem Seus motivos.

Somos soldados de Cristo em campo de Batalha. Aconchego da família, condecorações eventuais, os vencedores receberão após a guerra, não, durante ela.

Ninguém mais Batalhador que O Senhor dos Exércitos e não desejaria covardes em Suas fileiras; “O justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heh 10;38

sábado, 7 de julho de 2018

Os "Sem igreja" e seus frutos

“Está escrito: A minha casa é casa de oração...” Luc 19;46

A turma dos desigrejados que eventualmente se decepcionou com algum ministro, ou, instituição, tem produzido muitos vídeos onde ataca o “sistema” o dízimo, as congregações, uma vez que, “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas;” habita em nós.

Sendo assim, por que Jesus chamou o templo de “minha casa”? Porque, mesmo O Santo habitando no espírito de quem se converte, tem zelo pelas coisas que se dedicam a Ele, pois, envolve Seu Nome, ao qual, não se deve tomar em vão; “... qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Ademais, congregações não são feitas para morada de Deus, mas, como o nome diz, para que nela congreguem-se, prestem culto, como um corpo, aqueles nos quais Deus habita.

Se, alguns constroem extravagâncias para própria glória, isso mostra a doença desses, não, invalida o labor de gente séria. Há ordenanças aos salvos, como, batismo, Santa Ceia, discipulado, etc. que demandam um espaço físico assim; como esses sem igreja engajados atuam? Ou, apenas ignoram e vivem de atacar aos que fazem?

A ideia de servir em congregação é Bíblica, não, humana; “consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando nossa congregação, como é costume de alguns...” Heb 10;24 e 25 Portanto, o argumento contra congregações é fajuto.

Com o dízimo se dá o mesmo; a manutenção do trabalho requer recursos; as igrejas sérias prestam contas aos seus membros sobre a tesouraria; “Deveis fazer essas coisas, (dizimar) sem omitir aquelas; (o juízo a misericórdia e a fé)” Ensinou O Salvador.

Os amantes do dinheiro disfarçados de servos altruístas ignoram que há um componente espiritual nos dízimos; “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos.” Prov 3;9 Ele mesmo denunciou uns que o “honram” com os lábios, mas, o coração está longe. Uma forma prática de demonstrar honrá-lO é preocupar-se de modo a ser partícipe, na manutenção e expansão da Sua Obra. A viúva pobre com duas moedas de oferta deu mais que os que despejavam sobras por causa do coração envolvido na sua oferta. O Senhor elogiou sua abnegação invés de criticá-la como fazem esses inúteis.

Aliás, os que lhes dão ouvidos, o que devem fazer? Sair do “sistema” e cada um por si? Onde se reúnem, ceiam, batizam, dicipulam, para onde enviam missionários? Quais os frutos do seu trabalho? Ou, para quem trabalham, se, desprezam a tudo e a todos, rejeitam por atacado qualquer coisa que se pareça com Igreja, embora, o juízo será individual? “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Como há mercenários, mercadores de bênçãos, esses bravos defensores da “Santidade” emparelham todos sob a pecha de “sistema”; parecem o Lula combatendo a “zelite”. O que a Bíblia diz? “... houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores... por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;1 e 3
A existência de falsários entre os verdadeiros não diminui a esses, antes, aqueles evidenciam ao combate do inimigo apenas, todavia, “sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;” v;9

Quando uma liderança, ou denominação é flagrantemente mercenária, com discernimento nós mesmos podemos manter distância; quem se identifica com mensageiros corruptos pregadores de facilidades em troca de moedas, no fundo, é um corrupto também; merece-os.

Porém, caso sejamos enganados onde parece ser idônea a coisa, ai, confiemos que na hora certa Deus fará separação entre joio e trigo.

Nesses tempos onde tudo se vende, até água, não se dá um passo sem algum dinheiro; mas, esses bravos “altruístas” pretendem que se “pregue a toda criatura” indo “Por todo o mundo” voando em tapetes mágicos; hipócritas!

As Igrejas sérias patrocinam missionários na África, Ásia, etc. com recursos que arrecadam. Mas, secando a fonte como ficariam os socorridos por ela? Eis alguns frutos que esses amantes do dinheiro produziriam se, suas perversões diabólicas fossem levadas a sério.

Óbvio que seus vídeos alcançam grande repercussão, pois, o número de gente fiel é ínfimo. Há um ditado que diz que não se pode lavar algo com lama. Pois, esses, invés de combater apenas os mercenários que extrapolam meios e fins, lícitos fazem terra arrasada, como se, a existência do diabo anulasse a de Deus.

Deveriam ler os Provérbios de Salomão; aprender algo sobre a aparente sabedoria de uns que calam suas bocas.

“Os ataques da inveja são os únicos em que o agressor, se pudesse, preferia fazer o papel da vítima.” Niceto Zamora

segunda-feira, 26 de março de 2018

"Deus não precisa dinheiro"

“... Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura não cercaste ele, sua casa, e tudo quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, o seu gado tem aumentado na terra.” Jó 1;9 e 10

A Fé por interesse foi a acusação do canhoto a Jó. Natural que quem desconhece o amor imagine algum outro tipo de recompensa das que conhece. Assim, o Capiroto, bem como seus representantes, os da “Teologia da Prosperidade” advogam como válida uma “fé inteligente” materialista, imediatista.

Sendo a fé “O firme fundamento das coisas que não se veem”, quem precisa ver, pouco importa o que seja, não passa de um idólatra; aliás, a própria avareza é definida como idolatria. O mesmo Jó, adiante, privado de todos os bens, filhos e saúde deu uma demonstração cabal da sua essência: “Ainda que me mate, Nele esperarei”; disse. A esfera da fé despreza circunstâncias; mesmo a vida terrena por amor Àquele em quem confia.

Gostamos de conforto laboramos por prosperar, todos nos inclinamos a isso. Oramos por saúde, portas de trabalho, e nos alegramos quando essas se abrem. Mas, essas benesses nos fazem gratos ao Criador, não, crentes. Os verdadeiros já creem mesmo privados disso. Não veem as posses como o sentido da vida, ou, a possibilidade de se jogarem na esbórnia como o Pródigo. Antes, mesmo ouvido do pai, “tudo o que tenho é seu”, como ouviu o irmão dele, sabem que as coisas são bens a serem zelados, bem geridos, não, dilapidados.

Quem anela riquezas para “curtir a vida” mesmo se dizendo cristão, suas escolhas mostram nuances do medo da morte, predicados ímpios; os que estão em Cristo não têm um período curto a aproveitar, antes, um patrimônio eterno para zelar.

Muitos usam erroneamente um texto sobre semeadura e ceifa para fazer parecer que sua pregação é bíblica: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ele ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Enfatizam os pilantras que seria um escárnio semear e não colher. Escárnio seria plantar uma coisa e colher outra; ou seja, semear “na carne” segundo as cobiças naturais por riquezas terrenas e derivados prazeres, e ceifar no Espírito, bens eternos. Os que semeiam de olho nas coisas corruptíveis ceifarão corrupção. Os que se entregam ao Espírito, fiéis, com ou sem coisas, terão vida eterna, esse é o ensino. O que for além é perverso.

O Salvador enfatizou que O Pai sabe de nossas necessidades cotidianas, mas, que não devemos priorizá-las; antes, semear no Espírito: “Buscai em primeiro lugar O Reino de Deus e Sua Justiça, as demais coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Do outro lado temos os comunistas “cristãos” os da “Teologia da Libertação”, segundo os quais, o sentido pleno do Evangelho seria a promoção da “Justiça social”. Eis um termo ausente na Bíblia! Somos ensinados a repartir o pão sermos atenciosos com os pobres, mas, O Senhor trata com o indivíduo, não, com a massa. “Aquele que é de Deus ouve minhas Palavras”; “Cada um dará conta de si mesmo a Deus”.

Retribuir conforme as obras, não, furtar méritos de quem trabalha e dar a vagabundos porque reivindicam como suas as posses alheias. “O Reino de Deus e Sua Justiça”, não, os postulados ímpios dos comunas e suas noções invejosas de “justiça social”.

Sabem os que enxergam um palmo adiante que esses discursos bonitos não passam da ceva para atrair incautos à arapuca. Uma vez empoderados, como na Venezuela e Cuba, distribuem fome, opressão; facilidades só aos asseclas que os sustentam no poder. Como vimos no começo, o canhoto desconhece o amor que patrocinava a fé de Jó; também ignora a justiça, senão, teria permanecido no seu honroso lugar para o qual foi criado.

Circula por aí, o, “Deus não precisa dinheiro, dê uma cesta básica aos pobres, invés do dízimo”. Judas já fez esse discurso de “amor aos pobres” uma vez.

Deus não precisa, mas, para o Evangelho alcançar aqueles que Ele ama, certa estrutura que custa dinheiro é necessária. Há safados que manipulam por interesses vis, mas, isso não exclui os honestos.

O que faço do meu dinheiro é problema meu. Não careço conselhos ímpios. Uns amam o dinheiro nas igrejas; ou, são infiéis no dízimo, ou, plantam suas “sementes de fé” sonhando colher metais; outros amam fora, aconselhando fazer o que não fazem.

Perdem a salvação, pois, mantêm distância do Evangelho agarrados em moedas. Quem não conhece o amor acaba amando o alvo errado. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males...” I Tim 6;10

domingo, 18 de março de 2018

Contra os Pastores

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Triste inversão, quando, os que deveriam ser solução tornam-se problema. Um pastor deveria ser um protetor, guardião, da parte do Senhor. Entretanto, invés de garçons a servir ciosamente porções da Palavra do Senhor, aqueles se tornaram necessitados de ouvir, o que, O Santo ordenou mediante Ezequiel.

Sobre a gravidade de malograrmos uma consciência viva, Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio ela será um chicote.” O que ele queria dizer: Que, se a voz da consciência não for bastante para nos inibir de pecar, a mesma voz será assaz forte para nos fazer sentir culpados depois. Isso reitero, onde há uma consciência viva.

Pois, aqueles a tinham cauterizada, uma vez que, seu egoísmo mercenário os fazia sentir proprietários das ovelhas, não, zeladores. “Comeis a gordura, vos vestis da lã; matais o cevado; mas, não apascentais as ovelhas.” V 3

Que deprimente quando ouvimos aos “Bispos, apóstolos, missionários ou pastores” mercadejando supostas bênçãos, vendendo bugigangas “ungidas” “sementes de fé” e os demais nomes que usam como verniz tênue que não consegue disfarçar sua cobiça rapace. Deprimente também a ressonância nos incautos estúpidos que caem nessas patranhas deslavadas, e, invés de Pérola de Grande Valor porfiam por reles bijuterias.

Um pastor vero é uma espécie de médico das almas, fonte de conhecimento espiritual de onde devem beber as sedentas ovelhas; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7 Entretanto, esses, por ser pastores de si mesmos, nunca lhes interessa saber sobre as debilidades dos rebanhos. “As fracas não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, a perdida não buscastes; mas, dominais sobre elas com rigor e dureza.” V 4

Consequência inevitável da exploração invés de pastoreio é a alta rotatividade dos membros, uma vez que colhida toda lã que possuem, deixam de interessar aos “pastores”.

Não poucas saem machucadas das “igrejas”, se atiram nas ilusões assassinas do mundo, pensando que O Senhor as não quer, quando, foram os mercenários intrometidos que as feriram; ocultaram o fato alentador que O Senhor as ama e sofre por vê-las tristes, abandonadas. “Assim se espalharam, por não haver pastor; tornaram-se pasto para as feras do campo, porquanto se espalharam.” V 5

“Pastores” se exibem nas redes sociais com mesas fartas e um séquito de puxa-sacos endinheirados à volta; as ovelhas extraviadas, machucadas, seguem em vestes indecentes rumo aos enganos do mundo para ser devoradas por lobos. “As minhas ovelhas andaram desgarradas pelos montes, por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem, quem as buscasse.” V 6

Contudo, chega uma hora em que até a Santa Paciência de Deus acaba; Ele dá um pé na bunda desses patifes mercenários que desonram O Eterno, e mercadejam com o que lhes não pertence. “Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor, que, porquanto minhas ovelhas foram entregues à rapina, e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não as procuraram; os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, não lhes servirão mais de pasto.” Vs 7 a 10

Abre teus ouvidos enquanto é tempo ó pastor mercenário!! Cuida do que foi entregue em tuas mãos, ou, em breve O Altíssimo tomará o cajado de ti e dará a outro que seja melhor que você. O Fato de Deus ser Longânime não significa omisso; uma hora chama Seus mordomos a darem conta de sua mordomia.

Esses infelizes têm cifrões nas retinas invés de amor no coração. Mesmo falando de Céu, eventualmente, seu “paraíso” tem cheiro de Terra. E um amor assim deslocado, no final será feitor de sofrimentos. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;10 e 11

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Deus é para todas as horas

“... consideraste a minha aflição; conheceste minha alma nas angústias.” Sal 31;7

Há “amigos” chegados nas horas alegres, festivas; porém, distantes, nas angustiosas. Da sua relação com Deus Davi versou: “Conheceste minha alma nas angústias”. Na verdade, o próprio Senhor, invés de um culto hipócrita pleno de sacrifícios e vazio de sentido sugeriu: “invoca-me no dia da angústia; te livrarei e me glorificarás.” Sal 50;15

É fácil estarmos receptivos em momentos de angústia; todo ministro que já passou por isso sabe que não há momento em que suas palavras soem mais aceitáveis, desejáveis, que durante um culto fúnebre, por exemplo, onde a presença sombria da morte ensejou angústias várias entre os parentes de quem se foi.

Deus amoroso não se importa com esse oportunismo de nossa parte, desde que, feridos por Sua Palavra nos deixemos transformar. Porém, na maioria dos casos nossos moveres de alma são eventuais, apenas um refúgio contra os ventos da angústia; quando o tempo melhora pioramos.

O Eterno queixou-se de algo assim feito pela nação de Israel; “Te conheci no deserto, na terra muito seca.” Os 13;5 No deserto, lugar de angústias se deixaram encontrar. Passado aquele contexto e inseridos na fartura desprezaram ao Senhor. “Depois, se fartaram em proporção do seu pasto, estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração; por isso esqueceram de mim.” V 6

Contra Judá e Efraim queixou-se de uma volubilidade semelhante ao orvalho da manhã que some tão logo o sol chega. “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 6;4

Foi precisamente naquele contexto, de desaprovação Divina à indiferença de um povo ingrato que falou: “Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; como te esqueceste da lei do teu Deus, também me esquecerei de teus filhos.” Cap 4;6 e,“Porque eu quero misericórdia, não, sacrifício; e conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” 6;6

Associou a ignorância espiritual ao desprezo pela Palavra; “... esquecestes da Lei do Teu Deus...” Igualzinho em gênero, número e grau ao que acontece atualmente.

Uma geração de obreiros mercenários, pilantras que usa as angústias humanas para seu proselitismo barato; Deus seria dos desempregados, pobres, miseráveis, frustrados emocionalmente; com essa canção atraem suas presas; porém, invés de fomentarem o conhecimento do Santo mediante ensino saudável mantêm as pessoas cativas na ignorância, ensinando a mercância blasfema de trocar $acrifício$ por socorro.

Um dos mais perniciosos enganos do maligno disseminado pelos seus, transfigurados, é subentender que alguém possa ser “esperto” perante Deus a ponto de manipulá-lO. Isto é, lograr Seus favores em horas avessas, e desprezá-lO sem consequência, depois.

Ouçamos o Próprio Senhor: “porque clamei e recusastes; estendi minha mão e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes o meu conselho e não quisestes minha repreensão; também de minha parte rirei na vossa perdição, zombarei, vindo o vosso temor.” Prov 1;24 a 26

Aí sim, chegar a uma hora de angústia tendo Deus indiferente ao nosso clamor fará a angústia infinitamente maior.

Deus É Amor. Portanto, mesmo que vamos a Ele depois de desperdiçarmos tudo e termos acabado entre os porcos como o pródigo, nos recebe em festa, se, O buscarmos arrependidos. Porém, Ele também É Justiça; se O profanarmos deliberadamente invés de um Pai amoroso encontraremos um Juiz Terrível. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” Heb 10;31

Nossos estados emocionais não têm necessariamente ligação com o status espiritual; posso estar em paz com Deus e sofrer imensamente, como Jó; ou, viver alheio e gozar fartura, como os citados no Salmo 73.

Emoções, sentimentos não são aferidores da medida do nosso relacionamento com Deus; antes, nossa vida transformada pelo conhecimento Dele na Face de Cristo, Sua Palavra.

Como disse John Kennedy, “O telhado se conserta em dias de tempo bom.” Devemos consertar nosso relacionamento agora; não, esperarmos ser acossados pelo aguilhão da dor. Se, já somos paciência; vamos a Ele como estamos Ele sonda corações; vê os motivos.

Em suma, se a Integridade e o Amor Divinos fazem com que Ele nos conheça mesmo em momentos de angústia, tenhamos um mínimo de correspondência, amando-O, reconhecendo-O e sendo-lhE grato, até nas horas de bonança.

O Amor do Pai, posto que disponível a todos os arrependidos não é tão inclusivo assim, antes, seletivo; “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;1 e 2

domingo, 22 de outubro de 2017

O Laço ou a Fonte?

“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 14;13

Quem já usou laços de caça sabe que, se pode evitar seu “abraço” fatal tomando um caminho alternativo, desviando-se deles. No entanto, invés de um caminho B, temos como fuga, uma fonte; que laços são esses dos quais se foge por uma fonte?

Denunciando apostasia Jeremias usou a mesma figura; “Porque ímpios se acham entre meu povo; andam espiando, como quem arma laços; põem armadilhas e prendem os homens. Como uma gaiola está cheia de pássaros, assim suas casas cheias de engano; por isso se engrandeceram, enriqueceram; Cap 5;26 e 27

Adiante disse que tais vozes era desejo do próprio povo. “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente; os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e meu, povo assim deseja; que fareis ao fim disto?” VS 30 e 31

A própria maldade, obreira da perdição é uma fonte; pois, “Como a fonte produz suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e estrago se ouvem nela;” Cap 6;7

Depois, mudou a figura para flecha mortal, os ensinos dos sacerdotes mercenários e os vaticínios dos falsos profetas. “Uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo, mas, no seu coração arma-lhe ciladas.” Cap 9;8

Assim, os falsos ensinos são uma fonte fatal; a doutrina do sábio, fonte vida.

Há enganos sem maiores consequências; brincadeiras com fins pueris como as ditas “pegadinhas” cujo alvo é rir da ilusão alheia; porém, enganos no tocante à vida não têm graça nenhuma. Na verdade são instrumentos assassinos.

Se bem que, à luz espiritual até as “pegadinhas” são detestáveis, pois, muitas vezes assustam de modo tal que podem tirar a vida de alguém que seja cardíaco, por exemplo. “Como o louco que solta faíscas, flechas, e mortandades, assim é o homem que engana seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.” Prov 26;18 e 19

Claro que, sempre as armadilhas são bem disfarçadas, camufladas nos caminhos, não raro se atrai a presa a elas usando uma isca; posando de alimento eventual, pois. Nenhuma se coloca visível, ostensiva como se trouxesse uma alerta multilíngüe; danger, peligro, perigo, etc. Seu cenário é artificialmente travestido de normal, para que os incautos e descuidados vão normalmente ao encontro da morte.

Desde o início foi assim; o “passarinheiro mor” a serpente, disse ao incauto casal que desobedecer não tinha perigo; que o risco de morte em última análise, era só uma “pegadinha” Divina; deu no que deu. A morte, consequência do pecado, como uma semente vastamente produtiva encheu todos os celeiros da Terra.

Sempre tem uma armadilha logo ali, toda camuflada com “gravetos” de palavras belas, aguardando sua vítima. Ora é “arte”, outra, “liberdade”, “modernismo”, “inclusão”, “tolerância” etc. sempre um valor pacífico é invocado como disfarce; uma geração de incautos vem sendo ceifada, e como os malogrados dos dias de Jeremias, assim o desejam.

Sendo espiritual, inicialmente, a morte, a existência continua ainda por certo tempo; pois, são treinados pra confundir existência com vida; quando, o mero temer e esconder-se de Deus, como Adão é já a certeza interior de que estão em laços de morte. Acene alguém com a Água da Vida, a Doutrina de Cristo, e, outra vez escarnecerão, como fizeram no dias do Salvador.

Suas mortes camufladas os fazendo presumirem-se vivos ensejam sensação de segurança, de modo a desprezarem ao Único que, “...te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com suas penas; debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.” Sal 91;3 e 4

Esse é o “problema” do Senhor; essa mania de amar a verdade. Para o mundo, a “verdade traz confusão” como diz numa canção. Porém, confundindo ou não, os, hoje mortos em delitos e pecados quando estiverem duplamente mortos lamentarão eternamente terem desprezado à Fonte da Vida, a Verdade.

Aliás, os ensinadores mercenários reféns da mentira, eram tão sem esperança de salvação, que, mesmo existindo ainda, foram aquilatados como duplamente mortos; “...são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;” Jd v 12

Porém, por um pouco ainda, Aquele que é A Fonte da Vida está clamando: “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e, quem quiser, tome de graça da água da vida.” Apoc 22;17

Zombar é muito mais fácil que se arrepender; para isso preciso enfrentar a mim mesmo; pra zombar basta desfazer de outrem. Por isso a cruz de Cristo é para valentes. Os covardes traem a si mesmos preferindo o laço.

domingo, 24 de setembro de 2017

Os Meninos Velhos

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, feito homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

O mau proceder no exercício dos dons espirituais; as “coisas de menino” a que Paulo se referia; identificara os tais, divorciados do amor, portanto, inúteis. Porém, deixando isso, consideremos quais os insumos necessários ao crescimento espiritual.

O Salvador não comissionou apenas para pregar o Evangelho; antes, disse: “Fazei discípulos”; Logo, dos salvos se requer algo mais que crer, simplesmente; que aprendam as razões da esperança, como disse Pedro; ou, entendam a teor da sua fé.

Acontece que, temos “outro Evangelho”, ou seja: O mesmo, transtornado por mercenários. Se, são meros interesseiros materiais no conteúdo de suas mensagens, por que seriam altruístas, espirituais, pastorais na forma? Digo; se, miram dinheiro apenas, tudo que precisam é convencer seus manipulados a desembolsá-lo, por que perderiam tempo ensinando?

Desse modo, não se furtam a oferecer de modo imediato, pontual, algo que depende de um processo longo. “Receba hoje tua vitória! Tua vida nunca mais será a mesma, Deus entrou com providências hoje, receba!” São alguns bordões de gente leviana, inconsequente, travestida de obreiros.

O Salvador não era tão veloz assim; “Vinde a mim... tomai meu jugo... aprendei de mim...” Dizia. Claro que, para alguém ser discipulado carece que tenha se convertido de fato; senão, o labor do mestre será inútil como tentar verter lobos em herbívoros.

Ainda assim, convertidos, não crescem quando são preguiçosos em assimilar o ensino; se fazem resilientes ao novo, ao conhecimento; fecham-se em limitações bitoladas, fanáticas, dando ao emocional a prioridade em lugar do racional. “Eu gosto assim, aprendi assim, nem tente me mudar”; já ouvi tanto isso de gente que carece desesperadamente crescer um pouco.

Caso semelhante foi identificado em crentes hebreus: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;12 Tendo “idade” para ser mestres ainda eram meninos.

Estudar não é uma coisa agradável, mas, são preciosos os frutos que produz. Entre eles, um discernimento tal, que deixa os hereges falando sozinhos, invés de segui-los. O mesmo Paulo disse noutra parte que o ensino era “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo erro dos homens que com astúcia enganam...” Ef 4;14

Ora, precioso é sinônimo de alto valor, preço; e preço, sinônimo de custo. Querer de modo imediato e sem custo, coisas que demandam tempo e esforço seria anelar que a semente nasça e frutifique no mesmo dia.

Nos anos 50 a indústria farmacêutica descobriu uma droga chamada Talidomida, que, entre outras coisas acabava com o enjoo durante a gestação; foi um achado para as mulheres. Porém, mais tarde se descobriu que interferia na formação dos membros dos fetos que nasciam com defeitos nos mesmos e até, faltando braços, pernas; quando médicos japoneses identificaram que era a droga que causava aquilo, havia mais de dez mil crianças atingidas.

Assim, na inocente intenção de encontrar alívio para um desconforto eventual, as mães eram levadas ao encontro de males muito maiores.

De modo semelhante, a igreja atual tem tomado a droga do comodismo, da negligência no ensino; esse “alívio” de trabalho tem ensejado a má formação dos membros; uma geração de mutilados espirituais, que, não é capaz de andar sem algum engenho acessório; shows carnais, luzes, fumaça colorida, fama, fetiches, charlatanismo, idolatria de cantores e obreiros, como se, a Presença Bendita do Senhor não bastasse.

O estudo parece pesado no princípio, à medida que nos exercitamos nele se torna natural. “Se como a prata a buscares (a sabedoria) como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus... quando a sabedoria entrar no teu coração o conhecimento será agradável à tua alma.” Prov 2;4, 5, e 10

Quantos por cento dos crentes atuais leram a Bíblia de capa a capa? Cinco? Lendo entenderam? Duvido. No entanto todos eles colocam em algum lugar, geladeira, carro, “O Senhor é O Meu Pastor.” Embora não estejam muito aí, para o que O Pastor Falou. Depois tornam-se alimento de lobos e não sabem por que.

Nosso país nunca esteve tão imbecilizado como agora; basta ver as produções “artísticas” da moda; lixo. Mas, os cristãos são chamados à sabedoria; não descansemos enquanto não tivermos conseguido.

O adulto espiritual não é identificado pelo tempo; antes, pelo paladar, discernimento, valores; “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;14

sábado, 22 de julho de 2017

Conversão; relacionamento desprezado

“Crescia a palavra de Deus, em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Dois aspectos que vale realçar: Os convertidos chamados à escola, discípulos; os já religiosos, à obediência. “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Contudo, nem sempre o discipulado foi tratado com a devida seriedade. Por isso alguns dizem que a fé é cega; muitos satisfazem-se em dizer que creem em algo que não entendem; descansam nisso, como se estivessem seguros debaixo de mera sentença, eu creio. Ora, conversão requer relacionamento, esse, conhecimento daquele com quem vamos nos relacionar. Por isso, o discipulado, o conhecimento de Deus é indispensável para quem crê, deveras.

O conhecimento espiritual não nos é proposto como um hobby, algo que acrescento à minha crença já salvadora, uma espécie de salto, que, mesmo não necessário, embelezaria minha profissão de fé. Antes, é vital. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e, Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Já nos dias do Antigo Testamento era posto em termos de vida, ou, morte. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim...” Os 4;6 Mesmo a um rei gentio, o babilônio Belsazar foi denunciado pelo profeta Daniel que ele conhecia e cultuava uma série de deuses alternativos, enquanto, profanava Ao Senhor, de quem dependia sua vida. “...deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas, a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos teus caminhos, a ele não glorificaste.” Dn 5;23

Assim, sendo o conhecimento de Deus, de tal relevância, que dizer dos pregadores que desafiam o povo a fazer mandingas demandando coisas que desejam, como se O Todo Poderoso estivesse no mesmo nível desses que trocariam favores por despachos?

Pois, se aos convertidos foi ordenado o conhecimento, e aos religiosos, obediência, a primeira coisa que devem obedecer é que o chamado do Alto é para que ensinem. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” Mat 28;19 e 20

A conversão requer que capitulemos em nossa vontade natural, trocando-a pela Divina; isso demanda uma mudança de alvos e comportamento que nos faz estranhos no mundo, como disse Pedro: “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; eles acham estranho não correrdes no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;3 e 4

A Divina Vontade nos será cada vez mais clara, à medida que vejamos os apelos do mundo como escuros, desprezíveis. Por isso somos desafiados a renunciá-los; só então, conheceremos Deus e Sua Boa Vontade. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Assim, saltamos do degrau inicial do conhecimento, para o entendimento, que já nos faz, em parte, usuários do conhecimento, uma vez que, o mesmo passa a moldar nosso pensar e agir. Se não for assim, nossa fé será morta, como aquela que denunciou Tiago.

Em suma, conversão não é mudar o método para perseguir os mesmos fins; antes, mudar o alvo, pela Excelência Suprema do conhecimento de Deus.

A má inclinação da carne é notória, necessita da cruz para tratar; agora, a má inclinação dos ministros mercenários que, invés de obedecer e ensinar obediência manipulam incautos por interesse é assassina. “...percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” Mat 23;15

Concluindo, a conversão não me guinda de uma opinião para outra, uma troca de religião como pensam alguns; antes, é bem mais radical que isso. “Para lhes abrires os olhos, das trevas os converteres à luz, do poder de Satanás a Deus...” Atos 26;18

Como, a luz não existe para si estritamente, antes, para proveito de outros, nossa mudança em Cristo deve ser tal que se faça um apelo mui visível aos que nos conhecem. Inda que a mudança seja interior, seus reflexos se veem de longe; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15

domingo, 15 de janeiro de 2017

Largados e pelados

“As vacas feias, magras de carne, comiam as sete vacas formosas à vista, gordas... as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes, cheias...” Gên 41; 4 e 7

Figuras distintas no sonho de Faraó, ambas, com o mesmo significado. Extrema carência nos dias maus, demandando alguma reserva dos tempos de fartura, para manutenção da vida. Óbvio que não seria possível sem os providenciais depósitos de mantimentos feitos por José. Mas, Deus, Onisciente, ao acenar com alimento para “vacas e espigas” mirradas, estava embutindo já, a provisão que traria mediante Seu servo.

Nem fartura, nem privação, vêm fortuitas, antes, ambas têm papel didático em nosso aperfeiçoamento espiritual. Por meio delas, O Eterno tenciona alargar nosso conhecimento, e, consequente preparo. “No dia da prosperidade goza do bem, mas, no dia da adversidade considera; porque também Deus fez este, em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Se, à vida natural, o peso da fome sempre foi um “argumento” imbatível, pois, usando-a, Deus fez os irmãos de José migrarem de Canaã ao Egito, ajoelhando-se aos seus pés; sentindo-a, certo oficial desejou decapitar Eliseu, que supunha culpado por ela; ou, Elimeleque e Noemi deixaram Belém, peregrinaram em Moabe, etc.
No aspecto espiritual, é a fartura, que põe à prova os que se dizem servos de Deus.

Teria sido por isso, que homens da envergadura de Elias e João Batista viveram errantes pelo deserto, com vestes pífias, alimentação módica? Não sei, mas, que foi assim, isso sei.

Deus diversas vezes queixou-se contra Seu povo, por ter apostatado depois da fartura. “...comeram, se fartaram, engordaram e viveram em delícias, pela tua grande bondade.” Ne 9;25 “Engordando-se Jesurum, deu coices, deixou Deus que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação.” Deut 32;15 “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, abundância de ociosidade...” Ez 16;49

Então, ao servo prudente convém, como José, em dias prósperos, fazer a devida reserva para eventuais dias maus, invés de esbaldar-se alheio, como se O Senhor não contasse. Falo de coisas espirituais, óbvio. “... guarda o depósito que te foi confiado...” I Tim 6;20 “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” II Tim 1;14 etc.

Quem tem função ministerial, deve ter em vista, mais, o bem alheio, que o pessoal; tem a chave da despensa para servir, não, servir-se. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

Vivemos num cenário totalmente adverso, de muitas privações, onde, sobreviver deveria ser a meta. Como certo programa da TV americana “Largados e Pelados”, onde, dois estranhos são soltos na natureza, nus, com apenas dois itens de sobrevivência, e, a missão de sobreviverem durante 21 dias, poucos terminam. Mas, cada gafanhoto, rato, cobra, que conseguem matar, é um achado, dada a precariedade de tudo.

Os renascidos em Cristo, também estão largados numa natureza adversa, cenário de parca alimentação, graças à apostasia moderna; a preservação da vida espiritual nesse cenário, é um grande desafio.

Temos, claro, pregadores da “Prosperidade”, que negam que devamos aceitar agruras, pois, não seria Vontade do Pai. Entretanto, tais negociantes de bênçãos que não possuem, são uma espécie de “Sonho do Faraó” invertido, onde, vacas gordas comem as magras, ou, as espigas cheias devoram as mirradas. Pois, prosperidade, riqueza, só se verifica para os proponentes da heresia; pior, às expensas de pessoas pobres, incautas, que laboram pela opulência dos canalhas.

Nós que tentamos sobreviver deveras, estamos largados; eles, marajás mercenários, pelados.

Temos, é certo, dias de fartura espiritual, onde, o ânimo floresce, nossa oração é doce, as portas se abrem; porém, desses dias devemos fazer nossa reserva para outros, que, não serão assim. Mas, em que consiste a reserva espiritual? É amplo. O conhecimento do Caráter de Deus, por exemplo, nos deveria dar firmeza: “...Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

A lembrança de Sua bondade, nos deveria acender esperança; “Disto me recordarei, por isso esperarei. As misericórdias do Senhor...” Lam 3;21 e 2 Saber que Deus é, como age, deveria nos dar segurança, mesmo, em cenário adverso. “...eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito...” II Tim 1;12

Os dias maus da apostasia estão a todo vapor; porém, vai piorar, vêm dias de perseguição. Quem foi ensinado que é seu direito ser rico, terá vazia a despensa onde deveria armazenar a ciência que é seu dever, ser santo. Vem fome ao Egito, preparem-se!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Os Jovens Reis Velhos

“Melhor é a criança pobre e sábia, do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Se considerarmos apenas os adjetivos; melhor o sábio que o insensato, a coisa resultará por demais, óbvia. Porém, analisando no prisma dos substantivos, diria que o caldo entorna um pouco; melhor a criança que o rei?

Sim, mas uma criança sábia. Contudo, pode uma criança ser sábia estritamente falando? Em termos de conteúdo, por razões naturais, claro que o rei, mesmo insensato, sabe muito mais que ela.

A conclusão necessária aqui é que o pensador está cotejando dois princípios, não, conteúdos. Se, considera insensato o que não se deixa admoestar, age como dono da verdade, pelo caminho inverso, verá sabedoria no seu oposto; na criança de alma dócil ao aprendizado, disciplinada, atenta a eventual correção, essa postura, é sua sabedoria.

No rei insensato vislumbra obra acabada com pouco esmero, de proveito duvidoso; na criança, vasto leque, potencial imenso, ainda sem uso; o teatro da vida todo ao dispor, onde pode ser treinada para interpretar um script virtuoso.

Embora o escopo original atente a personagens reais, seus predicados tipificam virtudes ou, vícios, que habitam em todos nós. Qualquer um, independentemente da idade, pode ser “rei velho”, ou, “criança sábia”.

O Salvador desafiou Seus ouvintes a destronarem o dito soberano, dando lugar ao infante, caso quisessem entrar no Reino dos Céus. “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes, não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.”

Diria, sem forçar a barra, que O Salvador foi crucificado entre um rei velho e uma criança, avaliando o comportamento dos dois ladrões que morreram ao Seu lado. O “rei” continuava ordenando: “Se és mesmo filho de Deus, desce da cruz, salva a ti e a nós.”  O “menino” advogou a inocência do Senhor, suplicou Seu favor em Seu Reino. Se fez menino e entrou; o “rei” ficou de fora.

A humildade de meninos nos fará aceitarmos a correção de quem tem autoridade sobre nós, e ensejará o desejo de aprendermos com quem for apto a ensinar.

Entretanto, as asas velozes da tecnologia trazem o conhecimento; os mais novos que não precisam descartar a nenhum aprendizado inútil, obsoleto, levam imensa vantagem, ante os de mais idade, na “pilotagem” desses aparatos. Essa “vantagem” acaba se voltando conta eles; pois, tendemos a respeitar quem sabe mais, e erroneamente equacionam conhecimento com sabedoria. As facilidades tecnológicas e virtuais podem fazer “reis velhos” de tenra idade.

Aprendem a dominar a tecnologia antes de dominar a si mesmo, estando o espaço virtual eivado dos piores vícios adultos, torna-os acessíveis às crianças, e, desgraçadamente, pode ser mortal.

Isso acaba numa espécie de conversão do avesso. Ela, quando se dá, traz nova vida espiritual, insta os renascidos ao crescimento segundo Deus: “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, fingimentos, invejas, todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;1 e 2

Os “convertidos” da NET sentem-se adultos precoces detentores do saber, capazes de “filosofar” coisas profundas usando o método “Control C Control V” mas, ineptos para dois parágrafos sem dez erros, incapazes, ante a necessidade do raciocínio lógico. As redações nos vestibulares denunciam isso. Como fazer esses “reis velhos” se tornarem crianças sábias?

Se os pais ousarem tolher acesso precoce a tais parafernálias, serão odiados pelos filhos, pois, todos seus amiguinhos têm. E, o carvão viraria diamante antes, que o treinado no exercício do vício optasse voluntariamente pela virtude. Jeremias sentencia: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou, o leopardo suas manchas? Então, podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Sem dúvida vivemos a pior geração de todos os tempos, no aspecto moral, espiritual, o bom e velho caráter. Vemos igrejas de mercenários cada vez mais prósperas, e, escândalos políticos sucedendo-se em velocidade espantosa.

Paulo anteviu: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas, negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5


Os tempos propícios para abraçar a salvação passaram; Deus busca ainda uns rabiscos, adultos, jovens, que consigam, nesse amontoado de reis insensatos, se portarem como crianças sábias. A Palavra ainda vale: “Deixai vir a mim os pequeninos; deles, é o Reino dos Céus.”

sábado, 12 de dezembro de 2015

Deus está nu e a gente não se envergonha

“Levanta-te, Senhor, ao teu repouso, tu e a arca da tua força. Vistam-se teus sacerdotes de justiça, alegrem-se os teus santos.” Sal 132; 8 e 9

No contexto o salmista faz menção da Arca que fora “encontrada no campo”, período que esteve entre os Filisteus, coisa que se deu durante o omisso e iníquo sacerdócio de Eli. Daí, associado ao “levantar” Divino há um clamor por melhores sacerdotes; “vistam-se os teus sacerdotes de justiça...”

A metáfora de ilustrar o caráter como vestes é recorrente nas Escrituras. Isaías, patenteando a inutilidade das obras humanas, raça caída, ante um Deus Excelso, radicalizou: “Mas todos nós somos como o imundo; todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha; as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64; 6

Sim, o que confia em justiça própria, por melhor que pareça, não passa de um arrogante, presunçoso, blasfemo. Se, Deus diz que estamos privados de Sua graça, mortos, e, não podemos retornar a Ele sem Cristo, qualquer oposição implica chamá-lo de mentiroso, crassa blasfêmia. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Então, como não é comum vestir roupas novas sobre velhas, carecemos nos despir das nossas, para nos vestirmos de Cristo, a Justiça Divina. As vestes não são nosso ser, antes, uma proteção da nudez; assim, a salvação não deriva de nossos méritos, mas, do amor protetor do Pai, que nos perdoa, purifica e reveste. 

Afinal, dadas as nossas múltiplas culpas, precisamos vestes alheias para parecermos justos; Deus, O Santíssimo, precisa se desnudar para que vejamos a beleza da Sua Santidade. “Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém. O Senhor desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52; 9 e 10

O contexto não deixa dúvidas que esse “Desnudar o Braço Santo” refere-se ao advento de Cristo. Na verdade teve que descer de Sua Glória para “levantar” sobre a Terra em resposta à oração do Salmista.

Quanto a vestir os Sacerdotes de justiça, Malaquias ilustrou de modo magistral: “Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro e como prata; então, ao Senhor trarão oferta em justiça. A oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos primeiros anos.” Mal 3; 3 e 4

Esse “então” é o xis da questão. Isto é, apenas depois de purificado de suas imundícias, alguém está em condições de exercer o sacerdócio aprovado diante do Senhor.

Evangelho não é marketing, mas, esse apela a certos aspectos lógicos que fazem sentido em qualquer parte. Por exemplo, um propagandista experiente jamais usaria um calvo para anunciar um produto que combate à queda de cabelo. Isso traria uma “mensagem” paralela que seria a negação da mensagem falada.

De igual modo, cantar alguém, as glórias das Vestes de Cristo estando nu. Assim, qualquer mensageiro por eloquente que seja, não obstante aglomerar multidões ao redor de si, se, o cerne de sua mensagem aponta para tesouros da Terra, não passa de um mercenário travestido, longe de ser um sacerdote justo envergando as vestes de Cristo.

Paulo ensina: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não, nas que são da terra;” Col 3; 1 e 2 Na verdade, a reiteração do que dissera o Senhor: “Não ajunteis tesouros na Terra...”

Quem conhece o que aconteceu nos dias de Eli, o sacerdote ímpio, bem pode mensurar os estragos que um desses faz, mesmo, em nossos dias.

As coisas espirituais demandam profundidade; essa, requer tempo, renúncia, feridas, experiências... mas, a celeridade desses tempos de informática faz presumirmos que se pode semear e ceifar no mesmo dia.

Pior ainda que, uma súcia de “Sacerdotes” pré-fabricados é a doença de uma geração indolente que, por preguiça de ler a Palavra, orar, e pensar por si mesma, delega a esses “ungidos” o direito de pilotarem os rumos de suas vidas. Condutores cegos levando ao precipício uma multidão de incautos que lhes dá ouvidos e segue sonolenta.

Paulo precisa bater o martelo uma vez mais: “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus.” Ef 5; 14 a 16