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domingo, 17 de fevereiro de 2019

A Escada da Paz

"Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.” Luc 19;38

O Senhor em breve seria morto; o povo O recebia com entusiasmo não sabendo o que aconteceria. Entre as muitas coisas que bradavam, Lucas registra que eles disseram: “... Paz no Céu...”

Se, volvermos o início, Seu nascimento, os louvores cantados pelos anjos trazem um conteúdo também interessante: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Em ambos temos a devida “Glória nas alturas;”
Porém, o cantado por anjos no nascimento dizia: “Paz na Terra”; o pelos homens aproximando-se Sua morte, “Paz no Céu”.

O Senhor é apresentado como Único Mediador entre Deus e o homem; sua mensagem é, antes de tudo, de reconciliação; “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;9 e 20

Paz é via de mão dupla; ambos os lados precisam desfazer a inimizade se, a desejam estabelecer. Mediante Isaías O Senhor ensinara: “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Na verdade a guerra do homem com O Criador é só uma força de expressão para figurar a rebelião. Guerra, propriamente seria impossível como o mesmo Senhor deixou explícito. “... Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Se, a paz é derivada da justiça, e “... nós somos como o imundo, todas nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

A paz com Deus nos era absolutamente impossível baseada em nossos “méritos”, pois “... convinha-nos tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus;” Heb 7;26

Quando João Batista resistia à ideia de batizá-lo O Salvador disse que convinha cumprir “toda justiça”. Estava ali se identificando com nossas injustiças para que suprisse a nosso favor aquilo que nos era impossível. A justiça que traria de novo a paz. “Nos seus dias Judá será salvo, Israel habitará seguro; este será Seu Nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

Sendo, nossas justiças como trapos imundos, Deus nos enviou um Sumo Sacerdote Santo, separado dos pecadores e “mais Sublime que os Céus”; nesses termos, pela intercessão feita com Seu Próprio Sangue a paz com Deus é restabelecida para aqueles que se lhe submetem.

Foi inspiração Divina que o povo tenha cantado “Paz no Céu” quando se aproximava a morte do Salvador.

Quando disse que a paz que deixava não era como a do mundo referia-se à paz com Deus, que, não raro nos coloca em conflito com homens.

A paz não é um valor absoluto pelo qual devamos sacrificar outros; antes, se fere a justiça, muitas vezes, sua obtenção se faz impossível. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens... Sigamos as coisas que servem para paz e edificação de uns para com os outros.” Rom 12;18 e 14;19

Jacó sonhou com uma escada que ligava Terra e Céu pela qual anjos subiam e desciam; isso era o vaticínio da reconciliação em Cristo; Ele mesmo disse algo assim no início do Seu Ministério: “Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” Jo 1;51

A causa da inimizade é o nosso pecado; “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o Seu Rosto de vós, para que não vos ouça. Porque vossas mãos estão contaminadas de sangue, e vossos dedos de iniquidade; os vossos lábios falam falsidade, vossa língua pronuncia perversidade.” Is 59;2 e 3

Assim, o que nos faz retornar à casa paterna são os méritos benditos do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Podemos chegar “ousadamente ao Trono da Graça” e seremos aceitos em “Nome de Jesus”; isso é bem mais que o ordenamento de onze letras; requer o bom ordenamento de nossas vidas com Aquele que “ama a justiça e aborrece a iniquidade”. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A "nossa" Justiça de Cristo

“Se te voltares ao Todo-Poderoso... livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;23 e 30

Um dos “amigos” de Jó presumindo a iniquidade como causa do infortúnio e exortando-o ao arrependimento. Feito isso, disse, sua intercessão seria eficaz; a pureza das suas mãos obraria livramento até dos culpados.

Deixando isso, por ora, quero discorrer sobre a identificação; onde, méritos do intercessor advogam a favor de outrem. A pureza das mãos do justo se mostra eficaz ao impuro.

A identificação funciona, tanto, para bem, quanto, para mal. Digo; tanto a pureza de quem ora por mim pode me abençoar, quanto, sua apostasia, profanação, atrair maldição. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Deus mesmo, mediante Ezequiel disse que a intercessão de um justo, em determinado contexto, se houvesse, teria livrado o povo; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30 Vemos, pois, que, não só é eficaz a intercessão de um justo, como, Deus busca-a; deseja-a.

Por outro lado, as orações e “bênçãos” de quem desonra ao Altíssimo não são coisas apreciáveis, se, temos algum senso; “Se, não ouvirdes, não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós; amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;2

Diatribe contra sacerdotes corruptos da Antiga Aliança.

Porém, o princípio da identificação continua válido no Novo Pacto. Quando um ministro ora por alguém com imposição de mãos identifica-se com a necessidade daquele por quem intercede.

Contudo, se, impuser as mãos num ato de consagração ministerial, por exemplo, se faz fiador daquele; recomenda-o identificando-se com seu caráter. Nesse caso, Paulo aconselhou cautela a Timóteo; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22 Assim, recomendar ao Senhor perante a Igreja alguém indigno é “participar” dos seus pecados, por identificação.

Por esse caminho chegamos à Eficácia de Cristo para a Salvação. Primeiro, nossa carga de culpas é tal que não pode ser removida por um “mediador” remediado; “Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Dada a estatura ímpar do Santo requerido, Ele é o Único. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Há falácias católicas que dizem que, sendo a Igreja o “Corpo de Cristo” isso faria que dela derivassem mediadores também. O texto é claro. “Jesus Cristo, homem”. Não se trata de um corpo espiritual, mas, encarnado para nos representar; o que passa disso é mentira. O sacerdote mentiroso é canal de maldição, não, de bênçãos.

A Expiação do Nosso Salvador resolve as culpas do nosso passado, quando éramos ovelhas sem pastor; depois de conhecê-lo, a Ele pertencer, somos desafiados a nos identificar com Sua morte para herdar a vida.

Sua cruz foi literal; a nossa demanda crucificação dos maus desejos, mortificação testificada pela nova vida que passamos a ter depois de convertidos. “... todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quando João recusava-se a batizar Jesus, dizendo que ele carecia sê-lo pelo Mestre, não estava errado. Porém, naquele momento solene O Salvador identificava-se conosco; “participava” dos nossos pecados, para que, os remidos que lhe obedecem participem da Sua Justiça.

Nada valem as ditas “orações fortes” da praça. As aceitáveis ante O Santo vêm de vidas que Ele aprova; as demais, pecados; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Ironicamente, o que acusou Jó de ímpio, desafiou-o ao arrependimento dizendo que, com mãos puras livraria ao injusto; quando as circunstâncias mudaram, não o caráter de Jó, que era reto, ele teve que ser liberto pela oração do sofredor. “... meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei...” Cap 42;8

Oração “forte” é a que O Todo Poderoso aceita; as que não forem pelo caminho, sequer, chegarão à Sua Apreciação. “... ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

sábado, 24 de novembro de 2018

Falsos Profetas em nós

“Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” Ez 13;5
Diatribe do Senhor contra falsos profetas mediante Ezequiel. O Eterno não os chamou de mentirosos estritamente, ainda que, o eram. Antes, foi além; às consequências das mentiras que obraram por desarmar espíritos em relação ao que era necessário, (estar firmes na peleja) deixando-os assim, como cidade vulnerável aos ataques do inimigo. “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro...Naquele contexto, o triunfo dos inimigos sobre Israel sempre decorria de juízo por desobediência. Assim, reparar as brechas seria exortar ao arrependimento, não, literalmente consertar a um muro.

O povo escolhera para si um modo de vida contrário aos Divinos preceitos; o papel de um profeta veraz seria denunciar a apostasia e acenar com o juízo; entretanto, ... andam enganando meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” V 10

Desgraçadamente as pessoas tendem a ser solidárias no erro, mais que, na virtude. Um profetiza falso, outro, (movido mais pelo sabor fácil da falsidade, que o sóbrio da verdade) vem e corrobora; “Um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa...”
Profetas idôneos como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Elias, etc. sempre foram águias solitárias, invariavelmente resistidos por falsos profetas.

Claro que é mais fácil e popular falar ao povo incauto sobre benesses e livramentos supostamente prometidos por Deus, malgrado a apostasia dos ouvintes, que, denunciar isso; dar a cara a tapa por desejar ser fiel, medicinal, não, popular.

Ora, em se tratando de labor, por exemplo, optarmos pelo método mais fácil é inteligente, óbvio. Quem usaria um serrote dispondo de uma serra elétrica para cortar madeira? Entretanto, quando está em jogo a vida, nunca será a facilidade o método de escolha sábia, antes, a eficácia. Não importa se o remédio é amargo, desde que cure.

As impressões sensoriais também costumam ser falsas profetisas, atendo-se ao agradável em lugar do veraz; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12
Não é à facilidade da caminhada, pois, que devemos nos ater; mas, aonde leva o caminho que estamos trilhando. Se, eventualmente um nos parece direito, e, no fim se revelará mortal, confiar em nossas próprias percepções é mais que aquiescer ao engano; é suicídio.

A colisão da mentira aceita pelo homem, contra a cidadela da verdade fez brechas no muro da comunhão Divino-humana; a sugestão assassina, “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”, ensejou uma enfermidade mortal. Hoje diz: “O poste mijou no cachorro”. Ou seja: A alma que deveria andar submissa ao espírito, com a morte espiritual decorrente do pecado, assumiu o comando; invés de ter O Divino Saber por Absoluto, passou a absolutizar suas próprias paixões enfermas.

Desse modo, o aprazível passou a ser o “bem”, inda que mortal, enquanto, o sóbrio, prudente o “mal”.

Como somos racionais, nossas ações todas derivam de resoluções; esboçamo-las primeiro nos pensamentos, recebemos o aplauso da vontade, e, como boi ao matadouro rumamos ao encontro do pecado.

Sabendo disso, O Criador, antes de uma mudança comportamental demanda um câmbio mental, espiritual, onde, as diretrizes Dele, outra vez sejam nossas; não, a pretensa e suicida autonomia proposta pelo traidor. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos; nem, os vossos caminhos os meus; diz o Senhor.” Is 55;7 e 8
Assim, figuradamente cada um de nós é uma cidade murada, cujos muros estão cheios de brechas (pecados); dentro dela, dezenas de falsos profetas (prazeres) garantem-nos que somos “do bem;” estamos em paz com Deus.

Nos dias de Ezequiel, um intercessor idôneo bastaria ao Eterno; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30
O Mediador, então, em falta veio; “... Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5
Contudo, para que Sua intercessão, seja eficaz para conosco devemos estar identificados nEle em submissão; como disse: “Tomai sobre vós o meu jugo...”
Haverá em nosso entorno dezenas de “profetas” para atiçar carnais predileções; mas, daríamos a eles assento de juízes hoje, se, no juízo serão apenas réus?

Não se trata de abstração filosófica, mas, de vida ou morte mesmo, por trágico que pareça; a escolha sempre será nossa, entre os que rebocam nossas inúteis paredes rachadas, ou, O que funda nossa casa na Rocha.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Estás em paz com Deus?

“Em toda a angústia deles Ele (Deus) foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e sua compaixão, os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

Dois aspectos interessantes: O Eterno, graciosamente se identificando com as necessidades do povo escolhido; e, esse, por sua rebeldia entristecendo ao Santo e ensejando a inimizade.

A relação afetiva com O Senhor, onde há, é sempre intensa; seja, nas provisões graciosas do Seu amor, seja, na oposição ferrenha que arde em Seu zelo, ao ser desprezado. Simplificando: Ou, somos amigos de Deus, ou, inimigos, não há meio termo.

Um pouco antes, mediante o mesmo profeta O Senhor dissera que, as aparentes restrições de Sua Força, eram, na verdade, traços da inimizade gerada pelas transgressões. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem, agravado Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Cap 59;1 e 2

Por isso, o Evangelho é, antes de tudo, uma mensagem de reconciliação. A inimizade se estabelecera e estacionara; o amor Divino deu o primeiro passo; e que passo! “Eu vim para que tenham vida...”Jo 10;10 disse O Salvador.

A contrapartida esperada dos reconciliandos é que também eles, reconhecendo suas culpas, abdiquem da autonomia sugerida e caminhem em direção ao Salvador; tomem consigo Seu Jugo; “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Podemos inferir, sem forçar, pois, que a situação de inimizade com Deus traz cansaço psicológico aos seus agentes. Quantas doenças psicossomáticas, (que começam na alma e atingem ao corpo) tipo, estresse, pânico, depressão, podem ser oriundas de uma alma assim, cansada de navegar contra as ondas?

A Carta aos hebreus também sugere um descanso espiritual aos salvos; “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.” Heb 4;9 e 10

Embora pareça contraditório, uma vez que Jesus nos desafia a tomarmos Seu Jugo, a conversão nos livra de um peso esmagador; as consequências letais do pecado, no fim, e, temporalmente, à medida que tolhem a leveza das almas que teriam paz, se, alinhadas ao querer Divino. “Porque o meu fardo é leve, e o meu jugo suave”. Mat 11;30

Em suma, a rebelião gera inimizade com Deus; entristece-O, no caso daqueles que tinham um compromisso firmado; e a pretensa autonomia de definirmos por nós mesmo as noções de bem e mal nos coloca compulsoriamente a serviço do mal, da carne, do mundo, e do príncipe do mundo; a liberdade prometida se mostrou escravidão.

Sob o Jugo de Cristo, a cruz, a amizade se restabelece mediante os Méritos Dele; a paz outra vez nos é legada trazendo junto a leveza do descanso espiritual.

Assim, qualquer Evangelho cujo foco não priorize a reconciliação Divino-humana, por bonito, instigante que pareça é uma fraude. Jesus Cristo, O Senhor, não é Mediador entre emprego e desemprego; entre miséria e posses; entre subalterno e chefe, nem, entre cônjuges em desalinho; Sua Bendita presença pode fazer diferença nas soluções de muitas coisas como essas, mas, Sua Mediação que custou Seu Sangue, é entre o homem pecador e O Deus Santíssimo; “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

O Evangelho sadio não é um apelo para melhorar de vida; antes, um desafio à reconciliação, para, enfim, ter vida. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos da parte de Cristo que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Fazendo isso, o Amor Divino se identificará com nossas necessidades e angústias; passará conosco pela água e pelo fogo; senão, estaremos por nossa conta, mercê do assassino príncipe do mundo, em inimizade com O Santo.

“Homens restringem a verdade. Eles a escondem, eles não querem entendê-la por causa de sua inimizade contra Deus e seus desejos de viver livre de Sua regra.” Paul Washer

domingo, 15 de outubro de 2017

A Palavra ou, os Gurus?

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Acossado pelos profetas de Baal Acabe fora à peleja; mas, Jeosafá que temia ao Senhor solicitou que se ouvisse um profeta Dele; Micaías o desafeto fora chamado e vaticinara que o rei morreria na peleja. Foi ferido, preso, e seguiu o baile; foram adiante mesmo assim.

Porém, Acabe pensou usar o bom coração, ingênuo, até, do rei de Judá, a seu favor. Se, a profecia dizia que o rei seria morto no combate, ele iria vestido como soldado; Jeosafá envergaria vestes reais; se, um rei deveria ser morto, que fosse ele.

Quem tem intimidade com Deus jamais pretende enganá-lO; primeiro, porque sabe que é impossível; depois, por ter aprendido amar à justiça e aborrecer à iniquidade; assim, prefere assumir suas injustiças a cauterizar a saudável voz da consciência enganando-se.

Os ímpios desacostumados ao contato com a santidade sentem-se bons, mesmo, sob a capa da hipocrisia e da arrogância. Ontem deparei com uma frase atribuída a certo Rimpoche que dizia mais ou menos assim: “Se você precisa de religião para ser bom, você não é bom de fato; apenas um cão domesticado”.

Essa “bondade” que muitos aplaudem traz em si além de outras coisas uma blasfêmia: Faz de Cristo mentiroso, pois, Ele disse: “...Ninguém há bom senão um, que é Deus.” Mc 10;18

O Salvador dissera: “Por que me chamas bom?” Ao ensinar que apenas Deus é Bom O Senhor não estava dizendo que Ele não era; mas, ao perguntar: Por que me chamas assim? Significa: Reconheces que Sou Deus?

O Salmista inspirado andou pela mesma senda: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento; buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, sequer, um.” Sal 14;2 e 3

Isaías ironizou as doentias pretensões de justiça dos ímpios: “Todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha; as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.” Is 64;6

Paulo em seus escritos ecoou o mesmo: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Rom 3;10 e 11

Incautos que medem a si mesmos por seus próprios parâmetros de bondade; abominam certos erros grosseiros, mas, são cheios de malícias, maledicências, desonestidades, sobre as quais, passam por alto, quando, em si; embora, as vejam de longe se estiverem em outro.

Esses presunçosos devaneiam que não têm pecados; mas, segundo A Palavra de Deus estamos todos mortos em delitos e pecados. Por isso, não estou esposando que precisamos religião; um morto nunca será bom nem ruim, para efeito do que conta é apenas um morto.

Portanto, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 O Senhor não é um adestrador de cães; É Pastor de Ovelhas, animais dóceis, que são facilmente conduzidos pelo Pastor. “Quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, elas o seguem, porque conhecem a sua voz.” Jo 10;4

Muitos vivem a insana ambigüidade de Acabe; ele cercava-se de falsos profetas conforme suas predileções; mas, na hora do vamos ver, tentava evadir-se ao Juízo Divino, pois, no fundo o temia. Seu ardil não deu certo, morreu mesmo vestido de soldado; Deus não estava julgando vestes, mas, caráter.

Os de hoje também amontoam para si gurus conforme suas comichões; gente que formula bem; embala em celofane ou seda, “verdades” que não passam de rótulos bonitos em potes de veneno. Deus adverte que somos maus e carecemos regeneração mediante a cruz de Cristo; eles dizem que já somos bons, não precisamos ser “domesticados”. Óbvio que eles tendem a ser ouvidos, mais que os servos do Senhor.

Na hora do juízo todos os gurus serão apenas réus; nenhum foi posto por mediador senão, Cristo; “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 e O Mediador disse que o Juízo será segundo Sua Palavra, nada mais: “Quem me rejeitar e não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48
Uma vez mais, vestes não contarão para desviar a sentença. Nossa presunção é um frágil cristal que a primeira prova mais séria despedaça.

“Que Deus me dê sucessos bastantes para não perder o entusiasmo; e os fracassos necessários para não perder a humildade.” Ivo Nesralla

sábado, 15 de outubro de 2016

Nuances do Reino

“Porque o trono se firmará em benignidade, sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, busque o juízo, e se apresse a fazer justiça.” Is 16;5

Certamente o profeta messiânico fala do Reino de Deus. Após defini-lo como firmado nas bases do bem, três palavras; julgue, juízo e justiça, dão mostras do bem maior, ante, O Rei Vindouro.

No encerramento da Revelação, O Senhor insta para que cada um deixe patentes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11 Paralelismo sinonímico que equaciona injustiça à sujeira, justiça, à santidade.

Quer dizer que é na base do dente por dente e olho por olho? Apenas justiça, e a misericórdia? É uma boa pergunta, pois, o salmista associara essa àquela no séquito dos valores Eternos. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10 Vemos, porém, que ambas aparecem com “acessórios”; A misericórdia, com a verdade, a justiça, com a paz.

Acontece que temos pouca afinidade, tanto com a verdade, quanto, com a justiça, quando, essas nos são desfavoráveis. Digo, tendemos a clamar por justiça quando nos sentimos no prejuízo. Igualmente, a verdade nos parece boa se, realça-nos em algum mérito, vantagem, senão, incomoda.

A Misericórdia em pessoa, Jesus Cristo veio. Porém, por trazer junto a verdade, foi rejeitado. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19 Assim, nada vale estarmos convencidos da Misericórdia, se, não estivermos, igualmente, convictos de nossos pecados. Por isso, labora O Bendito Espírito Santo; “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

A misericórdia Divina é misericordiosa, não, amoral; Deus perdoa sempre quem reconhece falhas, se arrepende, confessa. Assim, até a Justiça Divina se satisfaz, imputando aos arrependidos, a Justiça de Cristo. Aos demais, resta o olho por olho, a punição proporcional à falha. Não se trata de uma grandeza superior, mas, de uma preferência do Amor Divino, dar primazia à misericórdia no trato com nossas faltas. “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e, misericórdia triunfa do juízo.” Tg 2;13

Quando associa justiça à paz, não se refere aos relacionamentos interpessoais, sujeitos a diversidade de caracteres e motivações, antes, à paz com Deus, que usufruem, mesmo em tempos angustiosos, aqueles que, mediante a misericórdia, se fazem herdeiros de Cristo.

A paz é, em caso de conflito de interesses, um bem bilateral. Desde a queda, o homem se fez inimigo do Criador, uma guerra suicida, inda assim, guerra. Quando O Mediador veio para ser nosso Resgate os anjos cantaram: “...paz na Terra...”  Quando subiu a Jerusalém para consumar Sua Obra, O Espírito Santo pôs nos lábios de alguém: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu...” Luc 19;38

Desde então, os que pertencem a Cristo estão em paz com Deus, malgrado toda sorte de aflições eventuais. O Salvador ensinou que Sua Paz não era como a do mundo; Paulo disse que excede a todo entendimento.

Por ora, O Reino de Deus é mero enclave nesse mundo ímpio; mas, os súditos que renasceram pelo Sangue de Cristo e foram vivificados pelo Espírito Santo, usufruem em si, e entre si, os benignos efeitos da Misericórdia e da Justiça Divinas. “Até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto; então o deserto se tornará em campo fértil, o campo fértil será reputado um bosque. O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;15 a 17

Contudo, há um “Reino” paralelo, cuja ênfase recai sobre prosperidade, direitos, ignorando que, não há bênção maior, que estar reconciliado com Deus, Fonte de todo o bem. Se, até quando vai pelo caminho o tolo diz a todos quem é, como versou Salomão, até quando ora, o ímpio patenteia a sua sujeira. “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Prov 28;9


Vivemos tempos difíceis, onde, as pessoas, senhoras de si, invés de se afastarem do que O Santo veta, vetam o veto, digo, distorcem e pervertem A Palavra. 

Enquanto a ampulheta do tempo não se esvazia, os ímpios estão em “vantagem”, podem fazer que quiserem. Entretanto, quando isso acontecer, a misericórdia deixará de ser, um bem, disponível; Restará ao Eterno apenas a justiça. Não era bem o que Ele queria, contudo, é um bem, que quer.