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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Embalagens feias

“Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, os seus moradores como Gomorra.” Jr 23; 14

Interessante essa “qualidade” dos falsos profetas, denunciada por Jeremias; “... fortalecem as mãos dos malfeitores...” Vemos aqui uma faceta do poder das palavras a serviço do mal. Sim, profetas usam palavras. O “fortalecem as mãos dos malfeitores” é uma metáfora que significa: Corroboram as más escolhas, confirmam, fazem-nas, parecer boas.

A Palavra não diz que criam a maldade, antes, fortalecem. Ela está já no coração humano; o mesmo Jeremias denunciara: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” cap 17; 9

Vejamos alguns detalhes de seu modo de agir: “Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” V 17 Faziam parecer que, os desprezadores do Eterno, de corações duros, estavam em paz com Ele.

A questão sempre foi um conflito entre verdade e mentira, não, entre, algo ser bom ou mau. Paz é uma coisa boa, claro! Mas, quando existe apenas o rótulo sem o produto, esse bem é pervertido, torna-se mal; mentira.

Jeremias, ainda: “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Cap 6; 13 e 14

Assim, embora os profetas possam ver nuances do futuro quando Deus quer, seu ofício mas importante é conhecer o Caráter de Deus, e denunciar os desvios dos que pretendem pertencer a Ele. “Não mandei esses profetas, contudo foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Vemos aqui que seu labor era, antes, de aferidores morais, que, adivinhadores do futuro. Falar a Palavra e instar as pessoas a reverem seus caminhos segundo Deus; eis, o labor sadio de um profeta!

Embora, após o advento de Cristo e Sua majestosa Vitória, seja possível a comunhão de cada um com Deus, sem carecer intermediários, a imensa maioria depende do ouve, não, do que está escrito. Não investigam. O missionário fulano, o bispo sicrano, o apóstolo beltrano disse, tomam como verdade. Dada essa dependência preguiçosa, quase suicida, a idoneidade do profeta torna-se mais que necessária, vital.

A “ungidolatria” que grassa deriva da ignorância de uma geração a imaginar que, abençoar seja prerrogativa humana. Não é. No sentido de orar, desejar o bem até aos inimigos, sim; mas, estritamente falando, apenas Deus pode abençoar, coisa que, até o mercenário do Balaão sabia; disse: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? Como denunciarei, quando o Senhor não denuncia?... Eis que recebi mandado de abençoar; pois, ele tem abençoado, eu não posso revogar.” Num 23, 8 e 20

Então, essa doença de pensar que o “ungido” é um Midas da mitologia grega, o qual, tudo o que tocava transformava em ouro, tem feito a fortuna de salafrários, e perdição de muitos incautos. Quando o ministro não tem caráter, não honra a Deus em seu ministério, o que toca vira bosta, vira maldição.

Deixemos O Santo falar: “Se não ouvirdes, e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2; 2

Ninguém pode honrar ao Nome de Deus, senão, nos Seus termos, segundo Sua Palavra. Assim, além de viver os preceitos, deve, o profeta, ensinar retamente, por antipático, desmancha-prazeres, que pareça. Não é para dar prazer, antes, ser medicinal. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2; 7

Assim, embora não acho pecado aplaudir, desconfio de profetas cujas mensagens colhem aplausos. Um pecador ante um profeta veraz deve sentir ameaça de morte, não identificação aprazível. Tal ameaça é a bênção de Deus, mediante seu servo, visando a preservação do bem maior, a vida.

Em suma, os que fortalecem às mãos dos maus ouvem aplausos mais fortes, óbvio; os que falam segundo Deus, têm mais chance de ser vaiados. Mas, suas soturnas mensagens são embalagens feias, contendo a valiosa pérola da Vida Eterna.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ruim demais para ser salvo



“E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti. E quando o sangue de Estevão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente,  consentia na sua morte;  guardava as capas dos que o matavam. E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” Atos 22; 19 a 21

Paulo em sua defesa relembra um colóquio com o Senhor. Ele lhe ordenara fugir apressado, pois, a ameaça se aproximava.  Contudo, o apóstolo argumentou que era culpado pelas perseguições que impôs aos cristãos, culminando com a morte de Estevão.  O Salvador sequer perdeu tempo com os remorsos dele, antes, mandou em frente.  “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” 

Na verdade, temos dificuldade de lidar com o perdão; tanto quando damos, quanto, quando recebemos. Quantas vezes, ao sabor de um  desentendimento lançamos em rosto de alguém coisas idas que já “perdoamos”? 

Todo o passado sujo de Paulo era verídico, mas, o Senhor o chamara, perdoara,   escolhera; então, já não contava mais. Uma canção que  Nelson Ned cantava dizia: “E eu quando amo não brinco, eu amo.” De nós é até pretensioso afirmar algo assim; ainda que o valha nos domínios da poesia.  Mas,  Deus é assim mesmo. Quando ama, ama; se perdoa, perdoa. 

Não poucas pessoas com as quais conversei sobre salvação  se disseram ruins demais para serem perdoadas. “Já fiz cada coisa que até Deus duvida”, dizem; esquecendo que, quem se lhes mandou falar de amor e perdão é o mesmo Deus, que sabe. 

A insegurança de Paulo quanto ao perdão Divino, porém, perdurou apenas quando era insipiente na fé; depois, tomou posse; ensinou que não há ruindade suficiente para afastar alguém do amor de Deus; ainda que demande arrependimento para perdoar. “Esta é uma palavra fiel, digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna.” I Tim 1; 15 e 16 

Se, o principal dos pecadores, como se definiu, alcançou misericórdia, essa mesma dádiva está ao alcance de todos. Disse ainda. “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” Rom 5; 19 e 20 

Muitas vezes as desculpas de alguém que se evade ao convite da salvação se dizendo indigno, na verdade, ocultam a incredulidade, de um que sabe bem das implicações de pertencer ao Senhor, e recusa-se a aceitar.

Tanto é certo que o perdão está disponível a todos que querem reconciliação com Deus, quanto, que uma vez obtido isso,  algumas renúncias são necessárias. 

O mesmo Paulo descreve qual a identidade dos reconciliados. “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus;  qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19  

Assim, os “ruins demais” sabem que a graça é ampla mas consequente; fingem-se indignos fugindo às consequências e traindo a si mesmos. Afinal, se a salvação demandasse méritos humanos estaríamos todos perdidos, irremediavelmente. “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Rom 3; 10 e 11 

Ademais, no caso de Paulo, entregar-se à justiça como cogitou, invés de fugir, seria tremendamente injusto.  Quem o ameaçava não eram os cristãos que foram por ele maltratados. Antes, os religiosos judeus para os quais trabalhara quando perseguidor; então, estavam furiosos, por, ter ele, deixado de ser.  Nesse caso, cometeria duplo erro; rejeitaria a graça Divina e corroboraria a maldade humana. 

Em suma, rejeitar a graça por ser ruim demais  é patentear a extrema maldade humana, tentando atribuir a Deus uma dificuldade que Ele não tem; perdoar. Para mascarar duas que nos temos; crer e obedecer. 

Isaías já realçara que entre as grandezas Divinas está essa: Misericórdia. “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55; 7 

A mulher de Ló pereceu por olhar pra trás, onde ardia o juízo. Diante de nós a graça; atrás, as culpas.  A direção do olhar, nós escolhemos. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” Is 45; 22