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sábado, 11 de agosto de 2018

Se os teus olhos forem bons

“Escapa por tua vida; não olhes para trás; e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças. A mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.” Gen 19; 17 e 26
Interpretarmos esse “olhou para trás” como se fosse mero girar o pescoço e olhar sobre os ombros para ver o que se passava pode ser impreciso, simplista demais.

Trata-se de uma figura de linguagem que significa arrepender-se de um ato e pretender voltar a ele, reconsiderar uma decisão; mais que olhar; voltar atrás.

Foi isso que O Salvador desaconselhou, aliás, para quem pretendesse segui-lO. “Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas, deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” Luc 9;61 e 62

Nesse caso, voltar à sua casa seria o “olhar para trás", desaconselhado. Ou seja: O Salvador desafiou aos que O quisessem seguir, para que o fizessem de modo resoluto, coração inteiro, entrega cabal. Sem voltar atrás.

Desse modo, voltando à mulher de Ló, provavelmente, quando o fogo dos Céus começou a cair sobre a cidade, ela tenha tentado voltar e salvar algumas coisas que lhe eram caras; sua imprudência a colocou em rota de colisão com o juízo; seu corpo não foi convertido em sal, estritamente, mas, recoberto pelos elementos incandescentes que estavam caindo. O cronista que descreveu narrou o resultado, não, o processo.

Então, quando identificamos o Chamado do Santo, invés de nos pesar eventuais coisas que deixaremos, convém olharmos para as que alcançaremos se, correspondermos ao Amor Divino; ouçamos Paulo: “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor... Não que já tenha alcançado, (o objetivo) ou, que seja perfeito; mas, prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.” Fp 3;8 e 12

Uma característica dos últimos dias é a apostasia. O que é isso? O abandono gradativo da Sã Doutrina, do Caminho Santo que nos foi ensinado. Homens ímpios recusando a crucificar vontades naturais em prol da de Cristo buscando “mestres” que os encorajem a isso, invés de denunciar. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Apostasia é abandono da fé, não, ausência. É um que já tinha saído debaixo do lugar do juízo, e, como a mulher de Ló, pelos cuidados com o que deixou, voltou atrás, para perda da vida.

Achamos ridículo quando lemos que Esaú trocou seu direito de primogênito por um prato de lentilhas; entretanto, os apóstatas que abdicam das riquezas espirituais pelas materiais, ou, da santificação pelas comichões malsãs, fazem o mesmo; cambiam riquezas eternas, por suprimentos efêmeros, perecíveis.

Por isso, invés de encorajar decisões emocionais, superficiais, O Senhor advertiu que calculassem os custos antes de tentar nova vida. “Qualquer que não levar sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois, qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer contas dos gastos, para ver se tem com que acabar?” Luc 14;27 e 28

Há dois tipos de apostasia; abandono da fé, e, perversão. Ambos “olham para trás”; o primeiro volta às coisas que deixara; o segundo; alarga a “Porta Estreita” para incluir vícios que deveriam ser crucificados. O que abandona, “apenas” perde-se; o ministro apóstata, além de se perder leva à perdição todos que lhe dão ouvidos, é um “serial killer” espiritual. “... Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova?” Luc 6;39

Podemos nos espelhar no profeta Eliseu; ciente de seu chamado, “derrubou a ponte” que lhe tentaria a voltar atrás; “... tomou a junta de bois, os matou, com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, deu ao povo e comeram; então, se levantou seguiu a Elias e o servia.” I Reis 19;21

O único olhar para trás aconselhável é o que nos desafia a rever atos, alcançar arrependimento; no mais, “Teus olhos olhem pra frente; tuas pálpebras olhem direto diante de ti. Pondera a vereda de teus pés; todos teus caminhos sejam bem ordenados!” Prov 4;25 e 26

Assim, o pecador persuadido pela Palavra e o Espírito Santo arrepende-se do mal, para salvação; o apóstata que volve atrás se arrepende do bem, para a perdição. Todavia, “O justo viverá da fé; se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

“A perseverança não é uma longa corrida; ela é muitas corridas curtas, uma depois da outra.” Walter Elliott

terça-feira, 13 de junho de 2017

Palmas; pra quê te quero?

“Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas, não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.” Jo 12;42

Quando João usa a expressão, “apesar de tudo”, não se refere a alguma falha na vida, ou, Doutrina do Salvador; antes, à oposição, calúnias, perseguição que sofria por parte dos religiosos e políticos. Apesar disso relata; muitos criam, porém, não manifestavam abertamente temendo a sina que testemunhavam contra O Senhor.

Depois, anexa uma apreciação dessa enfermidade: “Porque amavam mais a glória dos homens que a glória de Deus.” V 43

Essa “timidez” espiritual não é tão inocente quanto possa parecer. Quando decido ficar bem com ímpios, invés de, o fazer, para com Deus, estabeleço prioridades patenteando o que tem mais valor. Assim, de cara afronto ao primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas. Quando interpretou à Lei reduzindo-a a dois preceitos, O Senhor colocou nessa ordem: Amar a Deus sobre tudo, depois, ao próximo como a si mesmo.

A “crença” que mexe com a mente, o intelecto, mas, preserva duro o coração, invés de produzir conversão, salvação, produz hipócritas que traem a si mesmos, pois, convencidos no entendimento, seguem endurecidos na vontade.

Quando João alistou certos réprobos para a salvação, no Apocalipse, entre eles, situou nossos hipócritas em apreço, os tímidos. “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; que é a segunda morte.” Cap 21;8

Uma mente convencida refém de vontade rebelde tem feito a desgraça de muitos. Tiago definiu como ânimo duplo: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8 Antes, dissera: “Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos seus caminhos.” Cap 1;7 e 8

Sobre a radicalidade da conversão O Salvador expôs de outro modo: “...Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.” Luc 9;62

Usou uma figura de linguagem, óbvio; Seu modo de requerer dos eventuais convertidos uma entrega cabal sem reservas. No caso do profeta Eliseu, por ocasião de sua chamada, o arado, literalmente, seria que o poderia fazer voltar atrás. Filho de rico fazendeiro; ter doze juntas de bois naquela época era para poucos; todavia, convencido da convocação pelo Senhor, “derrubou a ponte” que poderia lhe fazer voltar atrás. “...tomou a junta de bois, os matou, com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, as deu ao povo, e comeram; então, se levantou seguiu a Elias, e o servia.” I Reis 19;21

Não entendamos com isso, que um convertido deve desorganizar sua vida econômica, deixar afazeres; a chamada de Eliseu era peculiar; mas, sua entrega confiante, sem reservas nem possibilidade de volver atrás, deve nos servir de estímulo, exemplo.

Esse mal, pois, de querer agradar mais aos homens ímpios que a Deus, é o fermento de toda apostasia que grassa em nossos dias. Muitos que pensam que precisamos, quiçá, devamos buscar o aplauso do mundo. Dane-se! O Salvador ensinou diferente: “...Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas, Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Nesse anelo doentio pelo aplauso humano, temos as igrejas “inclusivas” que toleram o homossexualismo, ( homossexuais devem ser amados, ensinados ) homossexualismo deve ser combatido. Mas, temos “pastores” gays casados entre si; “pastoras” lésbicas, idem; o mundo, claro! Os aplaude pela “coragem, autenticidade”.

Ora, se a premissa-base da salvação é a cruz, o “negue a si mesmo”, onde entra a desculpa esfarrapada do “eu nasci assim”? Todos nascem da carne, portanto, com más inclinações; a Bíblia põe o dedo na ferida invés de “dourar a pílula”: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

A carne não é convidada ao banquete da salvação, antes, deve ser mortificada na cruz, para que, mediante Novo Nascimento do Espírito, possamos entrar no Reino. “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

Entendamos uma coisa: Salvação não é, prioritariamente, para que nos sintamos bem conosco mesmos, nem sejamos aceitos pelo mundo; é reconciliação com Deus, para regeneração da vida perdida. Isso só é possível nos termos Dele; Sua Palavra. 


Nossa escolha implica nos submetermos a ela, a Luz da Vida, ou, nos contentarmos com ouro de tolos; o aplauso dos mortos.