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domingo, 28 de junho de 2020

Mudança em apreço


“Sentimos nas mudanças certo alivio, ainda que estejamos mudando para pior.” Anônimo

Colhi alhures e esqueci de anotar o autor. Ninguém muda de uma situação que está boa, agradável, confortável; quem logra tais venturas, normalmente deseja permanecer assim; quiçá, melhorar inda mais.

Então, quando mudamos, embora a realidade nem sempre confirme expectativas, a ilusão que nos leva ao atrevimento da mudança sempre acenará com uma melhoria.

Não raro, acontece o contrário, essa desventura patrocinadora do clássico, “Eu era feliz e não sabia”. Claro que, não era feliz, senão, não teria mudado; mas, comparado ao novo estado pós mudança, melhor voltar a ser como era. Essa é a ideia da frase.

Ironicamente, alguns mudam muito, porque não mudam nada. Como assim cara pálida?? Outro dia postei uma frase bem humorada que dizia mais ou menos o seguinte: “Que inveja do Joãozinho!! Ele encontra o amor da sua vida doze vezes por ano; ou, não sabe o que é amor, ou o que é vida.”

Esse exemplo de inconsequência de assumir um “compromisso” por mês e não se firmar em nenhum, no Joãozinho do nosso exemplo é um caso clássico de um que muda muito, porque não muda nada.

Ou seja, muda de alvos para promessas frívolas, de hospedeiro para esperanças vãs; por ser um irresponsável, troca de pessoas ao primeiro atrito, como quem troca as vestes; e um pacto que era “pra sempre”, sempre acaba. Não esquece, claro! de postar no Face a as juras de “amor eterno”.

Se mudasse uma vez essa postura de irresponsável e inconsequente, não mudaria tanto de consorte, (ou seria com azar?) digo, teria mais sólidos seus projetos. Não seria essa biruta ao sabor do vento.

Claro que a rotina, a mesmice trazem seu peso enfadonho! Mas, se pode mudar isso fazendo algo novo, sendo criativo, viajando, inovando, sem mudar a parceria que se escolheu para viver. Dá para o mudar o mutável sem mudar o que deveria ser duradouro.

Desgraçadamente, mais rápido as pessoas dão seu sim, ao vício, que à virtude. Convites “Para baixo” recebem anuência mais rápido que os que ensejariam algo melhor. Quer testar isso? Convide uma dezena de pessoas para ir à igreja; chegue outrem, e convide às mesmas para “a balada”; observe qual escolha prevalecerá.

Em algum ambiente pontual, de pessoas previamente inclinadas a algo virtuoso pode prevalecer esse lado, mas na média, jamais prevalecerá. O vício sempre vencerá. Caso típico dos que estarão cambiando a monotonia por um caminho pior, e irão animados como se ganhando algo de real valor.

Sem dúvida o desafio mais radical a uma mudança sempre será a mensagem do Evangelho.

Apresentamos a mesma, e presto os ouvintes começarão a altercar sobre o que teriam que deixar para aceita-la; “Não poderei mais isso, aquilo...” ponderam. Seu cotejo invariavelmente será sobre o quê “perderão” nunca sobre o que estarão ganhando ao “Passar da morte para a vida” como ensinou O Salvador. Ser livres do medo da morte, ter seus nomes no Livro da Vida, contar com Divina proteção, quer passando pela água, quer, pelo fogo; ser herdeiros de dons espirituais, etc.

Claro que, sendo o que nos está proposto em Cristo, “Glorioso demais para ser fácil” como citou Dave Hunt, essas dádivas todas demandam um novo modo de viver, doravante, segundo Deus. As coisas verdadeiramente valiosas têm custo. Não se compra joias em lojas de 199,00 quiçá simulacros de plástico.

Assim, quem anseia coisas de valor pague o devido preço; quer a Vida Eterna com Deus? Tome o Jugo de Jesus, a cruz das renúncias; sem ela, nada feito.

E invés de um choramingar carnal como se estivesse renunciando muito em troca de pouco, leia com atenção o convite; Lá diz: “O Meu Jugo é suave e o meu fardo é leve.”

Sobre as “Liberdades pretéritas” dos que viviam de qualquer modo, Paulo questiona: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Não há pote de ouro no fim do Arco Íris como se diz vulgarmente; mas, O Eterno que deu o arco como signo dum pacto com a humanidade coloca um depósito de ouro em vasos frágeis, nos que se atrevem ao Novo Acordo em Jesus. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Deus se dispõe a mudanças extraordinárias, “... glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado...” Is 61;3 se mudarmos da autonomia rebelde para submissão. O que vai ser?

domingo, 7 de julho de 2019

Olhos para perto e longe

“Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” II Ped 1;9

De quais coisas Pedro está falando, cuja privação nos tornaria cegos? Voltando uns passos deparamos com elas; “... acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraternal e ao amor fraternal, caridade.” Vs 5 a 7

Vemos que a fé sadia demanda uma leva de “acessórios” para que seja eficaz em seu propósito. A cegueira consequente da falta dessas qualidades é de um tipo específico também; “... nada vendo ao longe...” A pessoa bem pode ter olhos sagazes para as coisas de perto e ser cega para as mais distantes; os olhos da fé que atingem dimensões futuras.

A Palavra ensina: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Em seu exercício, Moisés “... deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 1;27

O dito vulgar de que a fé é cega não passa de calúnia. A fé enxerga perto e longe como certos óculos de grau. Perto divisa a vida como se apresenta, bem como as necessidades próprias e dos semelhantes. Longe vê o alvo a atingir, além da recompensa pelas perdas e privações de agora; a colheita pelas boas sementes plantadas.

Alguém com uma “fé” utilitarista cujo foco se atém estritamente ao agora é o cego aquele, aludido por Pedro. Seu egoísmo imediato não permite cogitações além; malgrado as posses que usufrua é um mendigo nos valores que contam. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Quando a Palavra ensina que é mais ditoso dar do que receber, por um lado enfatiza o valor do amor a próximo, por outro, um depósito a mais, feito para dias longínquos, o Tesouro no Céu.

Se, as necessidades dos semelhantes nos movem ocorre uma bênção concomitante em dois tempos e duas dimensões. O socorro imediato de uma carência, e os créditos às obras da fé num tempo porvir. Como bem definiu o rabino Israel de Salant: “As necessidades materiais do teu próximo, - disse – são as tuas necessidades espirituais.” Pois, a fé sadia que nos leva a fazer as coisas pela motivação certa, em Cristo, logra esse feito da bênção casada.

Para tais depósitos todos são aptos, não importando quanto possuam. Deus valora princípios, motivos, sentimentos, não metais. Quando ensina-nos que a fidelidade no pouco nos credencia ao muito, é porque na Sua escala, mesmo com pouco podemos fazer coisas de muito valor, como a viúva que ofertou duas moedas.

A uma “fé” indolente, inativa sem as qualidades alistadas Pedro chamou de estéril, ociosa. “Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” V 8

As virtudes todas preceituadas têm a ver como nosso próximo, mas o exercício nelas nos faz crescer no conhecimento de Cristo. Não da Sua aparência humana, antes, Divina, espiritual. “... ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não o conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

Não é possível um conhecimento teórico do Senhor. O conhecimento prático demanda identificação com Seu Ser e Seu modo de agir.

Pois, se a fé nos permite ver ao longe, no porvir, também faculta uma visão melhor dos rumos de onde viemos, e do que fizemos quando estávamos sem O Salvador. Quando éramos “livres da justiça” soltos para pecar.

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora para servirem à justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;19 a 21

Essa “visão periférica” dada pelos olhos da fé nos faz eternos agradecidos ao Salvador por tão grande livramento, e tão preciosas promessas porvir, a dar vida pra nossa esperança.

Vulgarmente se diz que o pior cego é o que não quer ver; mui além da intenção rasa com que se diz isso, o dito é seriamente verdadeiro. Sabendo que, ver na dimensão da fé demanda compromisso e renúncia, preferem a cegueira voluntária traindo a si mesmos. 


“... a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

domingo, 9 de dezembro de 2018

Inveja; melhor nem ver

"Teu coração não inveje os pecadores; antes, permanece no temor do Senhor todo dia. certamente acabará bem; não será malograda tua esperança.” Prov 23;17 e 18

A inveja, pela sua natureza tem um consórcio com o sucesso. Os fracassados nunca serão seu alvo. Como se diz vulgarmente, não se atira pedra em árvore sem frutos. Assim, sempre será o desfrute de posses, poder, talento, afeição, o motor da inveja de terceiros.

Entretanto, a exortação supra desaconselha que invejemos pecadores. O que eles têm que não temos? Na verdade desfrutam uma “liberdade” que cristãos não possuem. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Ou seja: Não têm compromisso de atuar como filhos da Luz, servos do Senhor. Sua morte espiritual é seu “sucesso”, sua “segurança”. Lembrei uma cena do filme “O Auto da Compadecida” onde, no além, o poltrão João Grilo afrontou ao temido Severino de Aracaju. Ele ameaçou revide; o espertalhão respondeu: “Vai fazê o quê? Já tamo morto mesmo.” (Sic)

Desse modo, a ousadia do ímpio que lhe permite ser “livre” da justiça deriva do fato de estar morto, nada tem a perder. Seu único “risco” é de vida; de ouvir Cristo, arrepender-se por crer, e passar da morte para a vida, senão, tanto faz. “Curta a vida que a vida é curta”; a dele é.

É muito enganoso esse aspecto que pode ensejar inveja a desavisados. A porção dos ímpios reside apenas na terra; então, podem lançar mão de injustiças para serem prósperos aqui; e, muitos o são. Aí, um que se purifica pelo temor do Senhor, arbitrado por uma consciência viva segundo A Palavra leva uma existência modesta, quando não, de privações; se, olhar de modo superficial irá se confundir.

Essa perspectiva foi cantada em prosa e verso; “Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas, firme está sua força. Não se acham em trabalhos, nem são afligidos como outros homens. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; têm mais do que o coração podia desejar. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Põem suas bocas contra os céus; suas línguas andam pela terra.” Sal 73;3 a 9

Eventualmente, um deles migra do palácio à cadeia, ainda nessa vida; mas, a maioria vai-se impune até o Juízo de Deus. Então, olharmos para isso da perspectiva puramente material poderia ensejar inveja; seria uma “conversão” avessa, passaríamos da vida para a morte.

O mesmo salmista, que usou sua “inveja” apenas como exercício retórico, depois, refez o rumo da prosa na conclusão; “Se eu dissesse: Falarei assim ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em entender isto foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 15 a 18

E, há muitos pregadores que desafiam incautos nesses termos: “Fulano tem isso, cicrano aquilo, beltrano conquistou aquilo outro; você nessa derrota, nessa miséria”. Em nenhum momento de suas prédicas aparecem as palavras-chave, pecado, arrependimento, cruz, salvação. Embora se digam ministros do Evangelho, não passam de pregoeiros da inveja dos ímpios.

Falando ao jovem pastor Timóteo, Paulo ensinou: “Os que querem ser ricos caem em tentação e laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Aludindo à sua própria experiência disse mais: “Aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto, ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Por fim, mostrou para onde aponta a escala de valores dos abastados espirituais; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

O texto inicial coloca em contraponto à inveja, esperança. Só abdicando dela, da confiança no Eterno e no que prometeu poderíamos insanamente invejar quem tem muito menos que nós. Os cristãos verazes, como disse Spurgeon, “não trocam de lugar com reis em seus tronos, se, esses não conhecem a Cristo.”

A inveja é pequena demais para combinar com as grandezas reservadas aos filhos de Deus.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Batalha da Vontade

“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos; consumados em toda Vontade de Deus.”Col 4;12

Anexa à saudação de Epafras aos conterrâneos Paulo testifica do mesmo. Combatente em oração em favor do seu povo. “... para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda Vontade de Deus.”

Posar de guerreiro do Senhor como muitos fazem pode ter seu charme, contudo, a maioria do que vejo, ou, ouço apregoando a dita “batalha espiritual” erra grotescamente.

Arvoram-se contra privações circunstanciais, desemprego, enfermidades, frustrações afetivas, etc. atribuem ao inimigo; inchados de pretenso poder “ordenam, determinam” a remoção do óbice que julgam ser direito seu. Sequer chegaram ao campo de batalha esses supostos “artilheiros” do Senhor.

Primeira coisa que necessito pra lutar alinhado à Vontade Divina,é cambiar meu modo de pensar pelo de Deus. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos; e os meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

A sutileza do inimigo atua, no sentido de equiparar, quando não, sobrepor, nosso pensar, nossos desejos ao Divino propósito. Nesse combate invés de um “exorcismo” imaginário onde muitos “amarram” espíritos deveríamos amarrar a nossa própria inércia; fazer o bom depósito; “Bem-aventurado o homem que... tem seu prazer na lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Salm 1; 1 e 2

A proposta inicial do traidor foi de autonomia moral, intelectual; “Vós sabereis o bem e o mal”. Qualquer pendor natural, por inocente que pareça, ou, bem intencionado, até, por derivar dos meus próprios conceitos de bem e mal, atua segundo o princípio de Satanás, não, Vontade Divina.

O “Negue a si mesmo” preceituado abarca todo o “si”, principalmente o modo de pensar. Nessa área, pois, nosso combate é necessário “exorcizando” sutilezas malignas que pinta más inclinações de bons motivos; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

A “cabeça-de-ponte” do inimigo na batalha são nossas vontades desorientadas, doentias. Nesse caso, invés de expulsar ao demônio devemos crucificar a carne.

Quando nosso entendimento estiver “cativo à obediência de Cristo”; quando reconhecermos sobre nós a Autoridade Divina, e, só então, teremos da mesma Fonte, autoridade para correção de terceiros. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Antes de achar válida, salutar a Vontade de Deus para terceiros devo achá-la, igualmente, para mim. Nossos corações foram endurecidos pelo longo consórcio com o pecado, onde, estávamos “livres” da justiça; isto é: Descompromissados com ela, por alienados do Eterno. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Nos que chamou a Si O Senhor fez o necessário “transplante” para adoção de novo modo de vida; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Assim como a Espada do Espírito é a Palavra de Deus que derrota o inimigo, a espada deste é a difusão de “conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus”, a mentira.

Se, o que vence o mundo é nossa fé, como ensinou João, essa, a fé, não atua num vácuo; antes, firma-se na integridade e imutabilidade do que O Santo Revelou.

Tendemos a nos deslumbrar com sofisticações, artifícios, mediante os quais, o inimigo nos tenta; mas, a fé saudável faz parceria com a simplicidade; “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Enfim, se, vale a pena, como fazia Epafras, orar para que a Vontade de Deus seja consumada em nós, lembremos: Foi suportando a tudo e levando Sua Cruz até o fim que nosso Senhor e Salvador pôde dizer: “Está consumado”.

Orarmos, “seja feita a Tua Vontade...” é fácil; aceitá-la quando ela nos contraria e mesmo assim perseverar confiante é doloroso, às vezes; mas, é um traço indelével de maturidade espiritual.

Não preciso aceitar, concordar com todas as coisas; mas, posso descansar na Sabedoria e provisão Divina; nela, “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu Propósito.” Rom 8;28

domingo, 1 de julho de 2018

Só o vital está morto

“Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te...” Is 26;9

O Ser, interior, alma e espírito. Não são eles a mesma coisa? Não. Paulo também faz essa distinção; “... vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;23

Vemos a alma como fonte de desejo; “com minha alma te desejei de noite...” o espírito com auxiliar na busca por Deus; “... com meu espírito... madrugarei a buscar-te...” O Salmista também apresenta sua alma sedenta pelo Santo; “Minha alma anseia pelo Senhor, mais que os guardas pela manhã, mais que aqueles que aguardam pela manhã.” Sal 130;6

O que significa a manhã para um guarda noturno? Missão cumprida, descanso. Assim, anelava descanso em Deus.

Mesmo sendo três Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, Deus É Um; a individualidade de cada ser, criado à Imagem e Semelhança do Eterno tem três partes; corpo, alma e espírito.

Dada a tênue fronteira entre ambos não é tarefa fácil distinguir alma de espírito. Porém, está expresso que, a salvação da alma depende de termos o espírito vivo. “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

A sentença ao primeiro homem foi: “No dia que pecares certamente morrerás”; porém, mesmo tendo pecado Adão seguiu existindo, ainda. A morte, consequência do pecado foi espiritual; finado o espírito que tinha prazer na comunhão com Deus, a alma passou a ver O Criador como uma ameaça, temeu e se escondeu.

Imaginemos como ilustração, uma mulher rica morando numa bela casa, cuja administração tenha um mordomo. Ele sabe e cuida de tudo; ela, apenas mora despreocupada. Se, de repente o mordomo morresse, ela se veria desorientada, temeria à chegada de um credor qualquer, sem saber o que fazer.

Pois bem, o corpo é a casa, a alma, a moradora; o espírito foi dado como administrador; a centelha Divina inclinada à verdade e justiça, cuja voz, se ouve na consciência.

Naqueles que vivem a prática do pecado, a consciência cauteriza; atrofia; e, a alma alienada do “administrador” que poria ordem nos desejos separando os saudáveis dos enfermiços, entrega-se aos instintos do corpo.

Agora, “vale tudo”, pois, “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Essa “liberdade” deriva da morte, não, de, poder tudo abonado por Deus. Não sendo Ele Deus de mortos, tampouco aplicaria punições “in memorian”. A morte já é a punição.

Porém, os convertidos, vivificados não são tão “livres” assim; têm um tesouro de eterno valor a zelar; “Agora, libertados do pecado e feitos “servos” de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim, a vida eterna.” Rom 6;22

Sem o vínculo Divino da vida espiritual resta apenas o homem em si mesmo, invés de, em Deus, como era o projeto; e, “... quanto a condição dos filhos dos homens, Deus os provaria, para que pudessem ver que são em si mesmos, como os animais.” Ecl 3;18

Assim, da nobre condição de filhos, os homens caídos tornaram-se apenas criaturas, dado que, a filiação é necessariamente espiritual, pois, “Deus É espírito;” e, seus espíritos sem Ele estão mortos.

Então, por dramático que pareça, o apelo do Evangelho não é para que viventes melhorem de vida, como apregoam, uns, e, pensam outros; antes, para que mortos recebam vida. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Assim como ovelha não come carne, tampouco, lobo, pasto, pela dieta de cada um se pode facilmente identificar que “bicho” é. Esses que enchem templos comerciais apelidados de “Igrejas” em busca de coisas ainda não conhecem o Evangelho; estão longe da vida espiritual, infelizmente.

Nos que a possuem, o “Mordomo” inclina a “dona da casa” a buscar coisas de natureza superior à matéria; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Col 3;1

Como inda pesa o longo hábito no pecado, tropeços são necessários até nosso crescimento; mas, o traço mais notório do renascido é que agora, não peca mais “sem culpa”. Sua “Casa” não é mais da “mãe Joana”; sabe que, “se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes suas obras, vivereis.” Rom 8;13

Enfim, ou, tomamos a Cruz para sermos perdoados e adotados como filhos; ou, soltamos os bichos, ainda. Mas, os que o Criador desejava já os fez como tais. O que vai ser?