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sábado, 17 de agosto de 2019

O Rei; o juízo; os príncipes

"Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa...” II Sam 19;28

Humilde reconhecimento de Mefibosete, o coxo descendente de Saul. Uma coisa extremamente rara em nossos dias encontramos nele. Autocrítica. “Toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor...” A exceção de Jônatas, os demais, perseguiram até à morte a Davi, quando, proscrito e errante; o pérfido Saul perseguira também.

Quem sai contra um inocente com o intento de matá-lo, digno de morte é; assim como julga há de ser julgado.

Mefibosete gozava de excelente saúde na alma; “Deveríamos olhar demoradamente para nós próprios antes de pensarmos em julgar aos outros.” Molière
“É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.” Saint-Exupérry

Antes do ato solene da Santa Ceia nós somos desafiados a esse juízo necessário; “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” I Cor 11;28 e 29

O corpo do Senhor não é o pão como ensinam os da transubstanciação; “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” Rom 12;5 O Corpo do Senhor é conjunto dos salvos em todas as denominações. O pão é mero símbolo memorial.

Todavia, julgar a si mesmo pode ser algo frívolo, absolutamente inócuo dependendo da seriedade desse julgamento. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Pov 30;12 Julgam-se de modo superficial, leniente. Estão imundos, mas sentem-se puros.

Há duas possibilidades de juízo; a mais fácil foi sugerida por Satanás: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Essa “divinização” da impiedade onde o homem pecador e corrupto atua como se fosse Deus enseja a gritante discrepância de ver pureza onde reside imundícia.

Sempre que A Palavra nos veta julgar o faz como autores do juízo; “não julgueis”. Por outro lado, desafia-nos: “Não julgueis segundo a aparência, mas segundo a reta justiça.” Jo 7;24 “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais, coisas pertencentes a esta vida?” I Cor 6;2 e 3

Assim, se nos é vetado o juízo autônomo, nos é prescrito julgar segundo Deus; segundo Sua Palavra. Ali está o “Tribunal Supremo” onde toda a demanda encontra respaldo ou, não; “Quem rejeitar a mim, não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 Julgar segundo a reta justiça, nada mais é que arrazoar comportamentos à luz da Palavra.

Mefibosete aplicara regras áureas no seu juízo; “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir. Por que reparas no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” Mat 7;2 e 3

Aqui é a hipocrisia, falta de noção que é vetada, não o julgamento; pois, depois de tirar a trave de nossos olhos devemos ajudar com o “cisco” alheio. Não se vê a trave nem o cisco, sem certa medida de juízo.

Infelizmente a falta de noção essa assassina disfarçada de bobinha tem sido encorajada em prosa e verso em muitos púlpitos modernos. A Bendita Dádiva da salvação é tida como favas contadas; usamos ao bel prazer O Santo Nome de Jesus e somos “dos tais”; filhos de Rei, pequenos príncipes aos quais cabe o poder, honras e comodidades terrenas; assim, não mais suplicamos; “decretamos” as coisas no prisma espiritual.

Urge fazermos nossas, as humildes palavras de Mefibosete; éramos todos dignos de morte perante O Rei dos Reis, nosso Senhor; contudo, nos chamou à salvação para que comêssemos à Sua Mesa; que direito temos de reclamar algo mais?

O Rei não nos deve nada. De graça salvou; de graça ensina Seus Juízos; acresce graça sobre graça, sofrendo conosco e suprindo nossas faltas eventuais.

O contraponto que anseia é santidade, não arrogância; “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa, e piamente.” Tt 2;11 e 12

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Com que livro eu vou?

“Um rio de fogo manava de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.” D 7;10

No ínterim de uma visão profética de Daniel sobre a sucessão dos poderes humanos, viu também uma cena do Juízo de Deus, e narrou, como vemos acima.
Interessante que não se consultou nenhuma comissão especial, de ética, não se pediu permissão ao Congresso, ou, Senado, para o referido julgamento, tampouco, foram requeridas testemunhas, quer de defesa, quer de acusação. “Assentou-se o juízo e abriram-se os livros”, simples, assim.

Lá, nada valerá a balela de se dizer que é perseguido, como fazem tantos biltres atuais; nem, há cargo algum que se possa oferecer em troca de apoio, pois, Quem Julga, de nada tem necessidade, exceto, fazer justiça.

Que livros são esses? Bem, a Bíblia fala de uma anotação minuciosa feita nos céus referindo aos salvos, diz: “Então aqueles que temem ao Senhor falam frequentemente um ao outro; o Senhor atenta e ouve; há um memorial escrito diante dele, para os que temem o Senhor, para os que se lembram do seu nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

Além do “Livro da Vida” que traz o rol dos servos de Jesus, temos outros livros onde se registra as obras dos ímpios, não, suas falas. “Vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo suas obras.” Apoc 20;12

Um aferidor comum, não há distinção de credos, posses, nacionalidade, classes sociais, fama, beleza, nada; todos miseravelmente nivelados sob a condição de “mortos”. A morte espiritual não equivale à não existência, antes, refere-se à alienação de Deus.

O “Diário Oficial”, pois, é extremamente fidedigno; julga-se segundo o que nele está registrado. Quando, sobre a Terra alguém quer jactar-se de transparência costuma dizer: “Minha vida é um livro aberto”; sabemos que, amiúde, não é bem assim. Tendemos, como o fruticultor, a escolher nossos melhores frutos para usar como amostra; entretanto, no juízo, mesmo tendo as mais nefastas coisas a esconder, quem quer que seja, sua vida será um livro aberto. Tão fiel, que, julgar segundo o livro, será julgar segundo a vida.

Então, “Como escaparemos nós”? Bem, Paulo ensina: “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31 Quer dizer que devemos ter conhecimento jurídico para o auto julgamento. De certa forma, sim. Em que base será o Juízo? O Salvador ensinou: “Quem me rejeitar, não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa, o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 Notemos então, que, o julgamento dos mortos atina aos que rejeitam a Jesus Cristo, e não recebem Suas Palavras.

Os que creem, obedecem, identificam-se com a cruz, já foram “julgados” condenados com Cristo. Ele venceu a morte, ressuscitou, e ressuscita aos que são Seus. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem, viverão.” Jo 5;24 e 25

Outra vez, os mortos que existem, e, ouvindo a Voz de Cristo são espiritualmente ressuscitados. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3  Claro que isso demanda um novo modo de viver. “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Em suma, nossa escolha, somente ela, definirá se figuraremos no Livro da Vida, ou, no dos mortos. Essas tramas humanas, tipo, direito de ficar calado, ou, mesmo, mentir em juízo, nada valerão ante O Juiz de Toda a Terra.


O tempo para o juízo é agora; digo, para julgarmos a nós mesmos. Se, não o fizermos, O Senhor fará, mas, aí será tarde demais, como disse o poeta Rabelais: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.” Agora, ainda podemos virar a página, ou, mudar de livro, como exorta A Palavra: “...Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;7 e 8