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sábado, 28 de dezembro de 2019

Inversão Letal


“Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; do amargo doce, do doce amargo!” Is 5;20


A “autonomia” proposta por Satanás! “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”. O fato de que minha percepção ou valoração sobre algo foi mudada, não muda em absoluto, aquilo que percebo. As paixões infames seguem assim, ainda que eu as repute de boa fama.

Narrativas não criam os fatos; esses se impõem para validar ou não, a leitura de quem os reporta.

Se, posso chamar ao bem de mal, e vice-versa, então já existe uma definição prévia antes de meu “chamado” que faz a coisa ser o que é, independente de meu apreço particular. O que me está reservado é agir com sensatez ou estupidez, não, mudar a essência das coisas.

Todo ensino que circula tem uma origem espiritual por trás, e “o mundo jaz no maligno”; ensinos desse sistema não são meros desvios, antes, fazem oposição ao Eterno. Tiago foi categórico: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

A inversão de valores não pretende ser uma escolha fortuita de um ou outro “invertido” por aí; antes, tenciona ser uma doutrina global, onde, escudadas por “cabeçalhos” como, “tolerância, inclusão, diversidade, coexistência...” novas leis se estabelecerão em detrimento da “Aliança Eterna”; quem ousar se opor terá tudo para sofrer prisão, martírio, assim que o reino global sonhado pelo Papa Francisco, comunistas vários e, o Capeta, se estabelecer.

Seguido deparo com postagens de cristãos até, falando com o mesmo sotaque dos ímpios; frases arrogantes, ofensivas, egocêntricas enchendo de ossos quem se atrever a pensar diverso deles.

Ainda: “Seja a melhor versão de si mesmo”. Si mesmo? Desde quando alguém vai a algum lugar na dimensão espiritual escudado em si mesmo? Bem disse certo gaiato: “Não me siga que também estou perdido.” Quando for possível alguém puxar os próprios cabelos e com isso levitar, tirar os pés do chão, será possível também algum ganho veraz, espiritual, escudado em si mesmo.

O Salvador disse: “Sem mim nada podeis fazer.” Ele não se acha nos que preferem estar mortos em delitos e pecados, mas nos que mudam de vida deixando ao “si mesmo” sem noção mortificado na cruz. “Por que buscais o vivente entre os mortos?”

A inclinação natural é perversa; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7 o chamado do Evangelho é de reconciliação; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse... reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Quem, nesse sistema ímpio de valores invertidos for convencido pelo chamado de Cristo e decidir mudar, não são poucas as coisas que deve sacrificar na cruz, para, finalmente ter meu viver alinhado à Divina Vontade.

Paulo chamou de “Sacrifício Vivo”; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Diferente da pecha que a fé é cega, vemos que o culto é racional, demanda entendimentos renovados segundo Deus; os valores que esse sistema inverte e perverte, então, nos termos Divinos outra vez.

A Vontade de Deus é boa perfeita e agradável, abençoa; sua perversão resulta em maldição; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Desgraçadamente, apregoando mais direitos, liberdades, Satanás vai tangendo um vasto rebanho de incautos, rumo ao totalitarismo opressor, onde o único “direito” reservado será de obedecer cegamente ao “Big Brother” que a tudo vigiará mediante tecnologia.

A imagem da besta já fala; dá-se-lhe uma ordem e ela “obedece” porém, no seu tempo ela dará as ordens. “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Quem não se importa agora com valores invertidos, no fim do túnel será forçado a adorar Satã como Deus; de certa forma já o faz.

domingo, 17 de novembro de 2019

Relacionamento rompido


"... nos concedeu; grande bondade para com a casa de Israel, e usou com eles segundo suas misericórdias... Porque dizia: Certamente eles são meu povo, filhos que não mentirão; assim Ele se fez seu Salvador." Is 63;7 e 8

Um atropomorfismo (Falar de Deus como se Ele tivesse forma ou limitações humanas) que Isaías usa aqui enquanto "discute a relação" (quebrada) do Senhor com Israel. Esperando que fossem fiéis, povo que não mentiria, Ele se fez seu Salvador.

Válido como argumento para evidenciar a infidelidade, embora, a Onisciência Divina jamais seja surpreendida pelos fatos; Seu Amor É, apesar do que somos. "Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." Rom 5;8 Não nos ama porque valha à pena; antes, pelo que Ele É. Então, embora amando, O Eterno estava afastado para deixar patente Sua Frustração, Seu descontentamento.

Disse mais o profeta: "Em toda a angústia deles Ele (Deus) foi angustiado; o anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu amor e Sua compaixão Ele os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade." v 9

No entanto, a humana contrapartida não se deu como o desejado. "Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles." v 10

Uma relação inicialmente de amor que, em função da rebeldia culminou em inimizade; Isaías mencionou que Deus recordara das promessas pretéritas feitas a Moisés, contudo, o caso era de ruptura do relacionamento, o que se entende adiante; "... Volta, por amor dos teus servos, às tribos da tua herança... Somos feitos como aqueles sobre quem Tu nunca dominaste; como os que nunca se chamaram pelo Teu Nome." vs 17 e 19

É da natureza do amor desejar a devida correspondência, independente do que se saiba; o Amor Divino não se prende À Sua Ciência, mas aos que ama; frustra-se pela infidelidade, mesmo sabendo d'antemão que seria assim.

Quando a Palavra diz que Cristo "foi morto antes da fundação do mundo", usa uma forma poética aludindo à Presciência Daquele que, "chama às coisas que não são, como se já fossem." Quando aceitou a missão que Sua Ciência sabia que ao seu tempo seria necessária, Ele "foi morto".

Erram o alvo aqueles que correm pra lá e pra cá em busca de "revelações" estando omissos em praticar ao que já lhes foi revelado ser O Divino Propósito; como se, saber importasse mais do que amar. Ímpias excitações onde a obediência traria descanso, paz; "Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus." Is 57;20 e 21

O que precisamos saber é que nossas vontades naturais, bem como as do mundo todo se opõem à Divina; para acessar Essa, precisamos "crucificar" àquelas; "... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Rom 12;1 e 2

Lembro de uma jovem que após eu ter pregado em São José dos Campos SP veio a mim e perguntou: "O que é mais importante? Oração ou jejum?" Fiquei surpreso e respondi o que me ocorreu na hora; jejum sem obediência não passa de dieta; oração em impiedade é só mais um pecado. 'A oração do ímpio é abominável'. O mais importante é a obediência. Agora, passado muito tempo, pensando melhor, acho que ainda repetiria a resposta.

Não há oração que resolva se, não for de arrependimento, confissão e abandono do pecado; sem isso a barreira divisória permanece; "Eis que a Mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado Seu Ouvido, para não poder ouvir. Mas vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça." Is 59;1 e 2

O resumo da ópera é que a vida de pecados nos faz inimigos de Deus; e o Evangelho é um convite ao arrependimento para reconciliação, antes de tudo. Mesmo a culpa pelo rompimento sendo nossa, foi Ele, Deus que deu o primeiro passo enviando O Mediador.

Os termos foram cantados por anjos no nascimento Dele; "Glória a Deus nas alturas!" (obediência) As consequências também; "Paz na Terra"; de resto, o "mérito" a causa, não está em nós; "Boa vontade para com os homens." (Graça) Luc 2;14

Mensageiros são meros servidores do Mediador; "... Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus." II Cor 5;20

domingo, 8 de setembro de 2019

Mortal Combate

“... Nós temos uma lei e segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;7

Essa afirmação tinha certa “lógica”, pois, estava escrito: “Ouve ó Israel! O Teu Deus é Único.” Naquela ótica fazer-se alguém filho de Deus implicava em blasfêmia, pela qual deveria ser morto.

Se, tivessem examinado com mais cuidado as Escrituras nas quais afirmavam crer teriam encontrado a promessa da visitação Divina sobre a Terra em várias passagens; “Porque eis que o Senhor está para sair do Seu lugar; descerá e andará sobre as alturas da Terra.” Mq 1;3 Ou, Isaías antevendo o precursor; “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda ao nosso Deus.” Is 40;3

Então, quando João Batista disse não ser o Messias, mas, ser essa profetizada voz, natural para os experimentados nas Escrituras concluir que, após ele viria O Senhor.

Dizendo-se Filho de Deus Jesus se apresentou “menor” que o prometido, dado que a promessa era do Próprio Deus andar sobre a Terra. Mas, quando disse: “Eu e O Pai Somos Um” a fúria da audiência aumentou.

As afirmações do Salvador não traziam uma agressão às Escrituras, antes, encaixavam-se nelas. O que O fazia indesejável era que, invés de adular ímpios hipócritas Ele denunciava-os. Não eram eventuais falhas no Senhor que ensejavam Sua rejeição, antes, Sua Perfeição que expunha as falhas do “guardiães da vinha” que davam azo ao mal estar. O zelo era só pretexto para agredir e rejeitar “com razão.”

“Nós temos uma Lei,” disseram; em dias ulteriores a posição de Cristo perante a Lei de Moisés foi expressa aos mesmos Hebreus; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

Não apenas era O Filho de Deus, como veio remir, e Ser O Caminho, para adoção de muitos filhos mais, mediante o novo nascimento; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

O que Satanás disse Dele por lábios ímpios, “deve morrer porque se fez filho de Deus”, diz de qualquer de nós que recebe essa ventura em Cristo e “passa da morte para a vida.” Deve morrer!

Muitos devaneiam com uma percepção errada do que significa a conversão; pensam ser o fim dos problemas; na verdade é o fim da inimizade com Deus, a adoção de filhos e início de uma caminhada contra o ódio de Satanás.

Antes disso fazíamos qualquer coisa e “estava tudo bem”; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Pois, estávamos mortos em delitos e pecados e éramos amiguinhos de Satã. Porém, vindo “a Semente da Mulher” que nos colocaria em inimizade com ele, a aversão nutrida pelo tal é do mesmo calibre que teve por Cristo; digo; guardadas as proporções diz o mesmo ao nosso respeito: “Deve morrer porque se fez filho de Deus.”

Sabedor disso O Senhor envia Seu Bendito Espírito Santo para nos capacitar no mortal combate; para que possamos resistir ao assédio assassino do inimigo.

Se, não puder matar espiritualmente, seu alvo primeiro, mediante apostasia e pecados, mata fisicamente mesmo, cessando o ministério dos que lhe incomodam, como fez e ainda faz com muitos mártires.

Nossa natureza pecaminosa que não se converte; deve ser mortificada na cruz, acaba sendo um inimigo infiltrado a pelejar contra nossa própria salvação; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e, nem pode ser.” Rom 8;7

Quem nasceu de novo identifica dentro de si esse combate entre O Espírito que aponta para Deus e Sua Vontade, e a carne obstinada que se inclina à rebeldia. “Porque os que são segundo a carne se inclinam para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.” Rom 8;5

Lembro de antigos gibis onde as tentações, eram figuradas com um anjinho no ombro direito apontando para a virtude, e um diabinho no esquerdo apelando pelo vício; é mais ou menos isso.

Isaías vaticinou o ministério do Espírito: “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Não existe “fechamento de corpo”, “oração forte” que nos possam proteger; antes, ouvidos abertos e obediência ao Forte que peleja por nós. “Quem me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

sábado, 13 de julho de 2019

Amor Bandido

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12

Pedro “chovendo no molhado”, e prometendo chover mais, para que seus leitores mantivessem suas posturas rumo à salvação. Precisamos constantemente ser lembrados do que sabemos, pois, tendemos ao esquecimento das diretrizes saudáveis, cada vez que o chamado do vício nos acossa.

Tiago ensina: “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Cap 1;14 e 15 A tentação como sub-produto da atração mediante a cobiça; por fim, a cobiça “transa” com a vontade; concebe um filho, o pecado que lhe dá um “neto”, a morte.

Conhecemos a humana tendência de desprezar coisas costumeiras, rotineiras, em favor de novidades. Até mesmo o Maná para alimentar ao povo eleito no deserto foi tido por “pão vil” por alguns insatisfeitos.

A “carne” (natureza humana) queria carne, alimento; ignorando a maravilhosa providência de ser sustentada miraculosamente no ermo.

O milagre de preservação da vida em condições tão adversas lhe parecia um direito; a satisfação de novos desejos julgava ser um dever de Deus. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.”

Por causa dessa inimizade que a sadia mensagem evangélica é de reconciliação. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Dessa sede doentia e rebelde pelo “novo” nascem adultérios, perjúrios, roubos, enganos e toda sorte de aberrações morais e espirituais. A maioria das vezes, a única “novidade” que precisamos é coragem para enfrentarmos nossas próprias tendências fugitivas, para, finalmente, moldarmos o viver segundo a luz que já temos.

Não é intelectual nosso problema. A perversão moral que leva pessoas a sonegarem a prudência, coerência, bom siso, temperança e rumarem às coisas doentias. Elas sabem, no fundo, o que estão fazendo ao preferirem o enfermiço ao saudável, mas, agem contra o que sabem.

O Salvador denunciou esse amor bandido; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;9 a 21

Desse entendimento retido por outra “luz”; a velhacaria que, sabendo o rumo certo opta pelo erro usando a capacidade de entender para fugir de Deus, não, reconciliar-se, O Senhor fez apreço também: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;22 e 23

Então, os ministros idôneos anunciam “Boas Novas” no escopo eterno, não, no da sede rés do chão da carne ímpia que quer apenas novidades pecaminosas segundo as próprias comichões; nada que ameace sua fortaleza de prazeres insanos e mortais.

Somos enfadonhos, pois, com essa mania repetitiva de deixarmos nossas próprias opiniões de lado, e apontarmos sempre para a Bendita Palavra de Deus. Como Pedro não nos cansamos de falar as mesmas coisas; o desafio à vida, para uma geração que em sua maioria não se cansa de desprezar aos ensinos. Mas, pelos poucos que ouvem e se deixam mudar pela Palavra, nosso labor já faz sentido.

Então, se nossas “novidades” são velhas, isso deriva da instrução que assimilamos e do fim que, almejamos para nós e para quem nos ouvir; “... Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

A rigor, todo o pecado é mais do mesmo; malgrado, as vestes novas que use, não passa de um morto bem vestido. A novidade nasce quando alguém ousa caminhar rumo Àquele que pode fazer tudo novo. “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Apoc 2;5

domingo, 24 de março de 2019

As Feras Domadas

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” is 26;3

A Paz natural deriva de muitos fatores. Poderio militar superior de alguém com quem “temos paz”; satisfação circunstancial das necessidades de água e pasto; ignorância sobre o mal que nos fazem escondido: “O que os olhos não veem o coração não sente”; etc.

Normalmente, fatores externos, circunstanciais patrocinam a quietude nos âmbitos naturais, mesmo que, no interior do ser, muitas guerras ainda labutem. Tendem a equacionar mera calmaria com paz.

O Salvador fez questão de dizer que Sua Paz era diferente dessa rasteira, aparente, vulgar. “Deixo-vos a paz, Minha Paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

Diverso da “Paz” que se apóia em fatores laterais, a de Cristo firma-se na Sua Pessoa a despeito dos ventos que soprem ao redor. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jo 16;33

Ela deriva de dois fatores: Justiça; a Sua em nosso favor, e confiança nossa na integridade Dele. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti...” Pois, “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 Nele, “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

Estarmos em paz com Deus, porém, nos indispõe com aquele que está em guerra; não raro, como os que o servem. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Paz pela sua natureza é algo que se busca de modo oblíquo; sendo um efeito colateral da justiça, sem essa, não há aquela. Certa vez alguém me perguntou sobre meu trabalho: “Você gosta do que faz?” Eu disse que não. Essa filosofia confuciana que, “quem trabalha com o que gosta não trabalha nunca” parece bonita no papel; mas, na prática quase nunca funciona. A gente mete o peito n’água seja suja, seja limpa; faz “o que tem pra hoje” como se diz, porque gostamos do fruto do trabalho, o salário digno, não, do trabalho em si.

Igualmente, a busca pela paz com Deus, requer renúncias, crucificação de maus pendores, eventuais indisposições com familiares e amigos... mas, seu “fruto” que enseja uma consciência em silêncio e a bendita comunhão com O Santo compensa em muito ao seu custo.

Invés da enganosa calmaria aquela que camufla as internas batalhas, uma serenidade interior tal, que, nem todos os embates da agitação ímpia circunstante colocam em risco nossa paz.

O mundo é um imenso circo que empreende esforço para domar feras; Deus O Todo Poderoso transforma-as em ovelhas. As feras adestradas dependerão sempre de jaulas, do domador por perto, pois, nada garante que seus instintos ainda latentes não façam predadoras da plateia, uma vez soltas. Sua “paz” controla consequências sem tocar nas causas.

Num momento o enganador mor declarará que está tudo dominado; no instante seguinte, a bicharada “pacífica” eclodirá de novo numa guerra mundial. “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...” I Tess 5;3

Tratar consequências ignorando causas será eficaz como enxugar gelo. A impiedade autônoma é a causa de todas as guerras; enquanto essa não for tratada pela Cruz de Cristo, nada feito. “Eles tratam da ferida do meu povo como se ela não fosse grave. "Paz, paz", dizem, quando não há paz alguma.” Jr 8;11 “... os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Acontece que, a impiedade é uma eterna declaração de guerra à Santidade Divina; e, invés de, rasteiramente concordarmos em não discordar, como pretendem os do ecumenismo, o homem que deveras anseia encontrar paz deve reconciliar-se com O Senhor, antes de tudo. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Não ao pacífico, o de índole cordata; nem ao pacifista, o pensador anti-belicista; mas, ao pacificador; que promove à paz onde está em falta, a Palavra louva.

Por mais desmancha-prazer que um ministro idôneo pareça é um pacificador a serviço de uma causa santa. A volta do pródigo à casa paterna. “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9

segunda-feira, 5 de março de 2018

A reconciliação

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” Rom 5;1

Desde a queda a situação humana é de inimizade com Deus.

Aquele que fora criado “Imagem e Semelhança” para ser filho dileto escolhera um “profeta alternativo” que o induzira à desobediência. Desde então, a maldição permeia a Terra que fora abençoada e seu governo entregue ao homem. Sua rebeldia ensejou que delegasse a outrem, tal governo. “... sois servos daquele a quem obedeceis... Rom 6;16

O Salvador tratou a oposição como “Príncipe desse mundo” reconhecendo-o como governante eventual.

Escolhendo novo deus para obedecer, a raça humana herdou a inimizade que ele nutre pelo Todo Poderoso, fazendo-se, também, inimiga de Deus.

Olhando superficialmente para as razões da queda veremos apenas desobediência, o que, já não é de pouca relevância. Entretanto, as razões da desobediência implícitas na sugestão do Capiroto são muito mais graves ainda.
Sugeriu que O Santo seria Egoísta, não querendo que eles fossem “Como Deus”; mais, Mentiroso advertindo de um risco inexistente, no caso, a morte.

Ao dar o “Grito do Éden”, além de independência rebelde estava no pacote a acusação que Deus seria Egoísta e Mentiroso. Como se diz, “desobediência é para os fracos; os fortes desobedecem e profanam”.

Adotando os passos sugeridos pelo canhoto o homem herdou sua inimizada profana também.

A Glória de Deus, Seu Caráter Fiel, Santo e Íntegro fora maculada de forma insana, suicida. Por isso, quando do nascimento do Salvador que viria “desfazer as obras do diabo”, o canto angelical trouxe: “Glória a Deus nas alturas; paz na Terra; boa vontade para com os homens.”

Glória a Deus atina à restauração da Justiça, pois, Ele é Digno de Glória; paz na Terra refere-se a restauração da relação com o homem que fora desfeita; Boa vontade à fonte de tal iniciativa, a Graça e o Amor Divinos que patrocinavam tal passo.

Assim, a Boa Nova, O Evangelho é o anúncio a toda criatura que mediante o Sacrifício de Cristo, em submissão a Ele, O Eterno aceita a reconciliar-se conosco. Pois, se Adão foi desobediente à morte, legando-a a toda descendência, O “Segundo Adão” Cristo, fez diferente: “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8 O estrago do que desobedecera pra morte foi reparado pelo Senhor ao obedecer à morte.

Desse modo, qualquer “Evangelho” que desconsidere isso, tenda para outro rumo, seja, para envernizar sistemas mundanos como se, Vontade Divina, seja, encorajar as ímpias cobiças como se os bens materiais fossem o alvo, é anátema.

Pois, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

O aviso a Adão fora: “No dia em que pecares morrerás.” Falava da morte espiritual, que, fez aquele que tinha prazer na comunhão com Deus se esconder ao ouvir Sua Voz.

Na reconciliação mediante arrependimento a vida perdida é restaurada. Sem ela, por religiosos que sejamos a inimizade permanece. “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

A desobediência “deu vida” à morte; a submissão ao Salvador recoloca os pingos nos is; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para vida.” Jo 5;24

Passar da morte para a vida em Cristo; eis o Evangelho!! Não, passar de empregado a patrão; de pobre a rico, de solitário a afamiliado, nada disso. São coisas que podem acontecer ou não; não estão necessariamente no pacote. O alvo é buscar O Reino e Sua justiça, não, as demais coisas.

As alternativas são: Aos salvos, restauração paulatina do estado primeiro de Adão onde tinha prazer na comunhão; aos demais, a situação pós-queda, onde ouvir a voz de Deus causava medo. Por irônico que pareça não precisamos coragem estritamente; a não ser, coragem de corresponder ao Amor Divino. “No amor não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor traz consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

A Paz com Deus nos coloca em inimizade com o mundo e seu príncipe; mas, herdeiros de segurança eterna, não precisamos temer os blefes de um derrotado.

domingo, 7 de maio de 2017

Síndrome de Estocolmo

“O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas, Israel não tem conhecimento, meu povo não entende.” Is 1;3

Humilhante situação, onde, seres humanos são sobrepujados por animais, na questão do entendimento. Vulgarmente se diz: “Gato escaldado tem medo de água fria”. Isso ilustra que, uma experiência infeliz basta para que o bicho mantenha distância daquilo que se lhe mostrou, danoso.

Entretanto, o homem não aprende com seus erros, tampouco, com os alheios, a evitar maus caminhos; quando neles envereda, avisado da má sorte de outrem nos mesmos, mente a si mesmo e acredita que consigo será diferente.

Se, somos o cume da “evolução” como, defendem alguns, essa faceta da vontade rebelde deixou de evoluir a muito.

A Palavra de Deus, que não pretende ser nenhuma teoria, antes, Revelação mesmo, apresenta uma inelutável má direção, desde a queda do homem. “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;7 e 8

Acontece que, a insurreição contra Deus e Sua Lei foi causa de todo drama humano. A sugestão do inimigo, “vós mesmo decidireis o bem e o mal”, encerrava um “Fora” ao Criador. Os animais, por serem instintivos, não, racionais, arbitrários, não “caíram” como nós; assim, preservaram seu “entendimento” a despeito de nosso desajuste espiritual suicida.

Muitos imaginam a conversão como algo superficial, mera mudança de opinião; de religião, de ambiente.

Se, a carne, nossa natureza, não pode sujeitar-se a Deus, precisa ser removida para que novo poder nos seja dado. Aqui entra a cruz. A carne nela é mortificada, para que, mediante “Novo nascimento” pelo Espírito Santo, possamos, enfim, agir outra vez, como filhos de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Assim, vera conversão, embora encerre mudança de mentalidade, ambiente, amizades, é muito mais radical que isso; é fonte sem água que passa a verter; vara morta que floresce; ossos secos que recebem O Espírito; o milagre da vida, no ambiente da morte. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Mediante a pregação da Palavra vêm as dores de parto; O Espírito Santo dá à luz; arrependimento dá uns tapinhas na bunda, para que o rebento chore, abrindo os canais da respiração; e o recém nascido descobre sem mais nem menos, apetite, até então, ausente, pela Palavra de Deus. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

A consciência, que antes, cauterizada, ou, morta, é revivida, passa a mostrar coisas as quais, ignorava. Como Herodes sentindo seu reino ameaçado tentou assassinar ao menino Jesus, começam os conflitos entre duas naturezas, carne e espírito. A primeira quer voltar ao controle, O Segundo, manter o renascido em submissão ao Senhor.

Esse passa a ter mais entendimento, não apenas, que os animais, mas, que inimigos, mestres naturais, anciãos, que desconhecem ao Eterno. “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois, estão sempre comigo. Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. Entendo mais que os antigos; porque guardo os teus preceitos.” Sal 119;98 a 100

Desse modo, além de guindar da morte à vida, a conversão encerra um “upgrade” intelectual, pois, a vontade enferma do pecador caído recusa-se a ver até o que está patente. A Criação mostra O Criador. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Como Adão escondeu-se quando O Eterno o chamou, no Éden, esses disfarçam a ruptura com teorias inverossímeis, cobrem a vergonha de sua nudez com desculpas esfarrapadas, transferem culpas, como o primeiro casal, mas, seguem resilientes na sugestão do inimigo que os faz “deuses” mortos, onde deveriam ser filhos de Deus, redivivos. Gatos escaldados em busca de águas termais.

A vontade sequestra o entendimento; o resgate foi pago, mas, a vítima em sua doentia “Síndrome de Estocolmo”, afeiçoa-se ao algoz, mais que, ao Libertador. Os bichos fazem melhor que isso.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reconciliação

“Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

A ideia de termos inimizades, por inócuas que sejam, nunca é um pensamento agradável, embora, em algumas situações, pouco, ou, nada possamos fazer. Há casos, nos quais, mesmo que nada tenhamos feito de mal às pessoas, por inveja, ou, alguma outra razão insana, não gostam de nós, saem espalhando veneno a nosso respeito. “Orai pelos que vos perseguem e abençoai aos que vos maldizem”; a receita Bíblica, porque, pessoas assim, certamente, têm carência espirituais grandes.

Contudo, quando algo mais que isso pode ser feito, devemos fazê-lo. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa diante do altar tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois, vem e apresenta-a. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.” Mat 5;23 a 25

Se, meu irmão tem algo contra mim, foi porque falhei com ele, nesse caso, reconciliação depende de mim. Quando depende dele, nada posso fazer, exceto, orar.

Não podemos chegar a Deus, saltando sobre o semelhante. “Aquele que odeia seu irmão está em trevas, anda em trevas, não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” I Jo 2;11 “Se alguém diz: Eu amo Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama Deus, ame também seu irmão.” Cap 4;20 e 21

Entretanto, quando nossa inimizade é contra Deus, motivada por rebeldias, aí, temos um problema de outra dimensão. Eli, o sacerdote relapso, pusera a questão aos filhos: Pecavam, esses, nas coisas do próprio sacerdócio; invés de exercer com vigor sua autoridade, apenas ergumentou: “Não, filhos meus, porque não é boa a fama que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes julgarão; pecando, porém, o homem contra Deus, quem rogará por ele?” I Sam 2;24 e 25

O Eterno pôs a questão noutros termos, o de quem luta contra Ele. “Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Fazer paz com Deus, eis a questão! Embora incautos vejam no Evangelho apenas um desafio a mudar de religião, uma “busca por clientes” estilo telemarketing, ( nalguns casos, infelizmente, é ) no fundo, é um apelo do amor de Deus, que pelo Seu Espírito fala em nós, apresentando aos inimigos eventuiais, uma mensagem de reconciliação. Inimigos? Isso não seria dramático demais? Não. É ser bíblico. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Assim, a medida que apresentamos de modo sadio a mensagem do Único Mediador, somos feitos agentes da reconciliação entre pecadores e O Santo. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Claro que isso demanda que deixemos de vez, a rebeldia que, se, por um lado nos dá independência para agirmos como quisermos, por outro, nos distancia do Pai, como fez o filho pródigo em sua insana e egoísta saga. Achou que poderia se virar muito bem por conta; foi usado pelas cobiças alheias quando tinha o que dar; empobrecido, terminou comendo com porcos.

Quem não pode dizer de modo verdadeiro, como aquele? “Pai, pequei contra o céu, e perante ti”? Reconhecimento de culpas, eis, o primeiro passo para reconciliação com O Pai! “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas. o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Feito isso, poderemos, dizer como Paulo: “Se o Senhor é por nós, quem será contra nós”. Quem, que tenha poder maior? Contudo, “soltos das patas” digo, por nossa conta, estamos em inimizade com Deus, a mercê de um que, mesmo fingindo gostar de nós é traidor, assassino. Rogo, pois, de parte de Deus, que vos reconcilieis com Ele, mediante a cruz de Cristo.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Impagável

“Então José, seu marido, como era justo, não queria infamá-la, intentou deixá-la secretamente.” Mat 1;19

Ao saber da gravidez de Maria, José, como qualquer noivo traído teria todos os motivos para reivindicar reparação de sua honra, malgrado, isso infamasse sua noiva, quiçá, ensejasse até, sua morte, mediante apedrejamento, conforme as circunstâncias do feito. Entretanto, sabedor da gravidez dela, apenas tencionou afastar-se; de certa forma, protegendo-a, ainda.

Como não pensar da definição do amor, feita por Paulo! “O amor é sofredor...” O “amor” que o mundo cultua, aos belos, famosos, talentosos, bem resolvidos financeiramente, enfim, aos que, de alguma forma me “recompensam”, no fundo, é apenas amar a mim mesmo, meus anseios, predileções...

Amor verdadeiro “dá prejuízo”; digo, se basta a despeito de recompensas; arrisca-se à não correspondência do amado; não o ama pelo que seu alvo é; antes, pelo que o amor é, em si mesmo.

Assim, quando alguém diz: “Não mereço ser amado”, mesmo que, tenha uma visão correta sobre seus méritos, ignora por completo os motivos do amor. “Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois, poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;7 e 8

Ainda que, à vista de nossos escrúpulos rasos, pecado, nem seja tão grave assim, aos olhos Daquele que, “É tão puro de olhos, que não pode contemplar o mal” Hc 1;13 Pecado é feitor de inimizade, motivo de separação. “...vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o seu rosto de vós...” Is 59;2 Ou, “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Então, quando nos ordena que amemos nossos inimigos, O Eterno não requer nada que, Ele mesmo não faça.

Não que seja errado, amor próprio. Em certa medida é saudável, natural. Tanto que, O Salvador tomou-o como aferidor de medida do amor devido a nosso semelhante. “Ama teu próximo como a ti mesmo.” Assim, se, numa escala de zero a dez, meu amor próprio for de cinco, essa será a medida que devo aos demais. Porém, se, em meu narcisismo, egoísmo, encher minha escala até o dez, quanto maior será minha dívida?

Em sua explanação do amor, Paulo depreciou todos os dons, todos os atos, se, divorciados dele; “ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se, não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3 etc.

Porém, diria alguém, dar os bens aos pobres e se sacrificar não é um gesto de amor? Não, necessariamente. Muitos “dão” diante das câmeras, ou, das multidões, em busca de aplausos, alimento do ego, do amor próprio; outros, martirizam-se em atos de terrorismo, pelas “recompensas de Alá”, amor próprio, egoísmo, uma vez mais.

Acontece que não existe um “salto” que aproxime e faculte amar a Deus em si; meu amor por Ele, deve ser expresso aqui, nos demais alvos do Seu amor, que me são próximos, palpáveis. “Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós; em nós é perfeito o seu amor.” I Jo 4;12 O amor a Deus, propriamente, se manifesta mediante apreço À Sua palavra. “Mas, qualquer que guarda a Sua Palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.” I Jo 2;5

Acontece que se disseminou a ideia errônea que o amor é mero sentimento; assim sendo, sequer mandamento poderia ser, pois, não tenho controle sobre os tais, nem, para os fazer brotar, nem, para fazê-los morrer. O amor cristão é uma escolha, uma decisão moral fundada sobre a Palavra de Deus, não, sobre a areia movediça de meus sentimentos oscilantes.

Com certeza, sentimentos de tristeza, frustração, decepção, assomaram no coração confuso do “noivo traído” José, ao saber da gravidez de sua noiva. Ainda assim, certamente a amava de um modo digno, pois, preferiu ruminar sua dor, a expor sua amada à má fama; nobre gesto.

Porém, O Eterno assumiu Sua “culpa”, e defendeu a inocência da Sua serva, a qual disse que José deveria receber sem duvidar de sua integridade. As aparências eram contrárias, mas, ele confiou na Palavra do Senhor.

Dessa forma que somos desafiados a amar; a despeito das aparências, de eventuais gratificações, de nos parecerem, as pessoas, amáveis, ou, não. Apenas, porque a Vontade expressa do Pai é essa; Não amarmos para ganhar algo em troca, como bem disse o poeta Carlos Drummond de Andrade: “Amor é estado de graça, com amor não se paga.”

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Reconciliai-vos com Deus

“Ele ( Deus ) é sábio de coração, forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz?” Jó 9;4 Não significa, essa afirmação, que O Criador seja um tirano que sai castigando, oprimindo quem O rejeita. Antes, sendo a paz uma consequência, como todas as coisas dessa estirpe, deriva de outra fonte que chamamos, causa.

Isaías avança um pouco mais: “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. Meu povo habitará em morada de paz, moradas bem seguras, lugares quietos de descanso.” Is 32; 16 a 18

A paz como consequência da justiça, que, no contexto, também é uma consequência, do Juízo. Esse “efeito dominó” se faz necessário desde que houve a transgressão que chamamos, pecado original. Daí, a humanidade passou a uma posição de endurecimento contra O Criador, a paz deixou de ser uma posse.

Presto alguém apresentaria exemplos de povos, nações que vivem em paz. Mas, estaria falando de convivência amistosa, calmaria externa, não, da paz, ora, em foco.

O Salvador, quando se aproximava da Sua Vitória, ao dar as últimas instruções preveniu os discípulos de perseguições, violências, incompreensões; todavia, disse que lhes deixava a paz, com uma ressalva: Era diferente da “paz” do mundo. “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14; 27 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jo 16;33

Notório, pois, que nossa paz é em Cristo, o que, nos coloca como adversários dos valores do mundo. Muitos entendem mal a conversão e equacionam com ideias bizarras, tipo, “passá pra crente” “mudar de religião”, “miorá de vida” como prometem os pregadores da moda.

Contudo, a conversão não é outra coisa, senão, um filho rebelde, independente, arrogante, ser convencido pelo Bendito Mediador, a arrepender-se, reconciliar-se com seu Pai. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5; 1

O juízo que nos tocava, a Graça de Deus fez incidir sobre Cristo. De nós, se requer tão somente, arrependimento e fé, para restabelecimento de nossa paz com Deus.

Embora os palavrões da moda sejam outros, “radicalismo” “intolerância” “homofobia”, “fundamentalismo”, “moralismo” etc. Ante O Santo, um só palavrão, tão em desuso, incomoda: Pecado. É de gravidade tal, que fomenta a inimizade, separa-nos impedindo respostas favoráveis de Deus, aos nossos pleitos, ouçamos: “A mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Estando nós separados do Criador por causa de desacordo em nosso agir, voltarmos pleiteando reconciliação, mantendo a rebelião, natural a Divina rejeição.

Então, essa balela superficial, tipo: “Também sou filho de Deus” como licença para pecar, ou, “Deus é Pai não é padrasto” insinuando uma intimidade ausente, só pateteia a estultice de quem ainda recrudesce na inimizade.

Alguns judeus do Velho testamento que descansavam em tolices semelhantes o Eterno denunciou-os: “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se, sou senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome...” Mal 1; 6

Não nos enganemos, filiação espiritual tem a ver com Espírito, não com DNA. Demanda novo nascimento, conversão, e, poder espiritual, legado após a regeneração. “A todos que O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12

O mensageiro fiel, não traz mensagem pra melhorar de vida, prosperar, mudar de ideia; antes, de arrependimento, reconciliação, passar da morte, ( pecado ) para a vida. ( obediência )

Enquanto a inimizade não for resolvida, qualquer “boa obra” será inócua, pois, obra de um inimigo. Porém, a fé em Cristo, Mediador, nos permite chegarmos a Deus à sua sombra. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” I Cor 5;19 e 20

Enfim, duas opções opostas: Inimizade lutando contra Deus; ou, reconciliação, Paz. “...Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Miss bumbum gospel???

“Ao meu povo ensinarão distinguir entre o santo e o profano; o farão discernir entre o impuro e o puro.” Ez 44; 23

Alistando os deveres dos sacerdotes, mediante Ezequiel, Deus os concita a uma missão chave: Santificação. Sua missão incluía distinguir o santo do profano e o puro do impuro. Esse caso refere-se às coisas para consumo humano; aquele, de cunho espiritual, à relação homem-Deus, a devida santidade requerida.

Embora a ideia vulgar de “Santo” seja uma imagem de morto que, durante a vida teria operado milagres, e após ela foi “canonizado”, a posição bíblica é diferente.

Primeiro: Não se trata estritamente de pessoas; mesmo, coisas, que são consagradas para uso exclusivo a Deus. As vestes sacerdotais, o óleo da unção, os utensílios do templo, etc. eram santos, isto é, de uso específico, incorria em profanação, quem se atrevesse a algo diverso, como fez, o rei Belsazar ao beber vinho usando as taças do Templo de Deus, o que lhe custou a vida. Ver Daniel, cap. 5

Segunda: A santificação no que tange às pessoas não é um processo pós morte, antes, uma escolha que devemos fazer em vida. “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12; 14

Por fim, a santificação requerida não se verifica mediante operação de milagres, mas, caráter transformado, vida consagrada a Deus. “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5; 17

O Senhor fez questão, reiteradas vezes, de pontuar que Seu Reino não era terreno, porém, separado das coisas daqui. Para ingressar nele desafiou a nascer de novo, da água e do Espírito; Para prosperar nele, ajuntarem tesouros no Céu. Quando quiseram fundi-lo aos meios de manutenção dos reinos da Terra, uma vez mais, pontuou a diferença: “Dai a César o que é de César, – disse – a Deus o que é de Deus.”

Sintetizando: Os veros servos de Deus são pessoas que estão no mundo, não sendo dele, como estranhos. “Dei-lhes a tua palavra, o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 Isso, no que tange às escolhas, os valores, claro.

Esse conflito deve ser tal, que pode ser aquilatado por loucura, na descrição de Paulo: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1; 18

Ou, inimizade, na exortação de Tiago: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4; 4

Entretanto, grosso modo temos uma “igreja” eivada dos costumes do mundo, sem a menor noção do que consiste, a Cruz de Cristo.

Deparei com um texto de um padre comunista defendendo Lula dizendo ser ele o “Messias” dos pobres; com o mesmo grau de obscenidade, uma “irmã” seminua concorrendo a “Miss Bumbum Gospel.”( ??? )

Onde está a diferença? Na palavra Gospel? Deriva de “Inspirado por Deus”, em inglês; mas, será que o mesmo Senhor que preceituou santidade, separação do mundo aos seus, inspiraria algo tão mundano, tão ralé assim?

A Palavra ensina que Deus não é de confusão. Essa palavra aglutina duas: Fusão com; mistura, mescla que é a antítese de separação, santificação.

Então, embora “fundamentalismo”, “radicalismo” sejam os palavrões da moda, o Santo nos exorta a edificarmos sobre a rocha, o Fundamento, Cristo; sermos zelosos, radicais em nossa separação dos valores perversos do mundo.

Paulo foi categórico quanto ao “sine qua non” para filiação Divina: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; eu serei o seu Deus, eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, Eu vos receberei; serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6; 14 a 18

Há diferença entre pecado e profanação. Aquele desnuda nossas fraquezas, misérias, simplesmente; Essa, além de pecado, invade os domínios santos com lixo humano; falta de noção, temeridade, dissolução.

Assim, cada um é livre para fazer suas escolhas; sejam virtuosas, sejam viciosas; contudo, se escolher o lixo, inclua Deus fora disso, não emporcalhe o Santíssimo com o profano.