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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

DNA da Fé


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Quando Paulo disse que carecia estar fraco para ser forte não fez um jogo de palavras; antes, uma descrição teológica de que Deus opera naqueles que confiam irrestritamente Nele, não, no próprio braço, como dissera, aliás, mediante Jeremias; “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor.” Cap 17;5 a 7

Muitos devaneiam com “buscar poder” como atalho às forças espirituais que capacitam a “pisar serpentes e escorpiões”; como se houvesse um “dom de exorcista” ao dispor de quem o desejasse; não é assim.

Lembro comentários que ouvia e fazia também em minha infância espiritual, sobre o poder extra legado aos que se aplicavam a certos períodos de jejum e oração. Ora, Jejum é uma auto disciplina em busca de domínio próprio; e oração por si só não tem eficácia nenhuma; sempre deverá ser consequência de um saudável relacionamento com O senhor, pois, “A oração do ímpio é abominável”. Ambas as coisas têm seu valor; nenhuma substitui a obediência derivada do Temor do Senhor.

Objetivamente não se busca poder; busca-se a Deus mediante o viver em santidade; logrado isso, o poder de Deus atua em nosso favor e mediante nós, até. “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor na força do Seu poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” Ef 6;10 e 11

Se observarmos a armadura, ela atina a valores como justiça, verdade, fé, difusão do Evangelho, salvação, Palavra de Deus. Nada a ver com a “munição” que muitos patifes da moda apresentam; sal grosso, óleo “ungido”, rosa disso, daquilo, corrente, chaves, etc. Tudo “Macumba gospel”. Obscenidades espirituais de gente privada da verdade, mercenários safados manipulando incautos e profanando O Santo para locupletarem-se em seus fins vis no culto a Mamon.

Não há restrições de capacidade em se tratando do Divino Poder; mas, há de ordem moral, espiritual.

Quando os evangelistas reportaram que em determinado lugar Jesus “Não pode” realizar grandes milagres por causa da incredulidade adjacente, não tencionaram ensinar que o Poder de Deus depende da nossa fé; apenas, baseado na premissa: “Aos que me honram honrarei”, Deus escolhe não atuar onde a incredulidade O desonra; absoluto desígnio da Sua Vontade, não, restrição ao Seu Poder.

A fé não é uma senha que abre o “Site Divinopoder.com” como pensam alguns; antes, uma postura de espírito que agrada ao Eterno; segundo Sua Vontade, eventualmente, concede o que é desmandado pela fé; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

A fé saudável não é um poder que fará, necessariamente, as coisas acontecerem como eu quero; antes, uma confiança inabalável que me mantém no Senhor, aconteça o que acontecer. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Alguns se ocuparam até de contar quantas promessa há na Bíblia e enfatizam que Deus é Fiel, portanto, as cumprirá; quem jamais viu a famosa “caixinha de promessas? Omitem convenientemente que as tais são condicionais; a mesma fidelidade que patrocina a certeza do cumprimento também estabelece que, sem o preenchimento na página das condições os postulantes às promessas não serão cadastrados. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável.” Sal 18;25 e 26

A “minha força” estar em Deus, não significa que o que Ele Pode está ao meu dispor; antes, que eu me disponho a ser e agir como Ele quer; tal força não me capacita a fazer o que desejo, mas ser como O Criador anseia.

Embora homens de fé fizeram e ainda façam grandes milagres, a fé é muito mais passiva que ativa; longas esperas como Abraão e Sara por um filho; incorruptibilidade de José, preso inocente; lealdade às últimas consequências, de Jó; entrega à morte como os jovens da fornalha, etc. Exemplos de fé enriquecedores.

Mártires atuais que perante radicais islâmicos perdem a cabeça e mantêm a fé...

A fé pela sua natureza lida com coisas grandes demais, para restringir-se às que o trabalho pode lograr. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Os milagres e a vida

“Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.” Jo 4;48

Muitos que viveram nos dias do Salvador mesmo vendo sinais e milagres extraordinários não creram; pior; entregaram O Senhor à morte, temendo mais indispor-se com o Sinédrio que os instigava a gritar: Crucifica-o! ou, com os romanos; noutras palavras, temeram mais aos homens que a Deus.

Embora um milagre tenha esse efeito colateral de despertar a fé em alguns, em muitos casos, a má índole está entranhada de modo tal, que milagre nenhum consegue desentocá-la.

Como dissera Platão: “Trágico não é as crianças temerem o escuro; a real tragédia é os adultos terem medo da luz.”


A verdadeira fé repousa sobre a Palavra, não necessita de milagres. Se, a mesma ensina que tudo o que há foi criado pelo Eterno, então, a fé pode fartar-se de milagres apenas abrindo os olhos; “Os céus declaram a Glória de Deus, o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda terra, suas palavras até ao fim do mundo...”

Charles Spurgeon comentando isso disse algo que convém lembrar; depois de elencar as obras maravilhosas do Criador luzindo diuturnamente nos céus afirmou: “Se, alguém contemplando isso tudo, ainda se apresenta como ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” A coisa é de uma evidência tal, que o sujeito precisaria mentir para si mesmo traindo seus olhos e consciência para negar.

Paulo ampliou: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Resumindo: Para quem crê O Senhor não precisa provar nada; para quem duvida, mesmo falando de modo audível desde os Céus não bastará. “Pai, glorifica Teu Nome. Então veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei. Ora, a multidão que ali estava, e que ouvira, dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.” Jo 12;28 e 29

O Eterno acabara de falar dos Céus, a Voz foi ouvida, tanto que, registrada; mas, uns disseram: Não foi Deus, foi um anjo; outros, nem tanto; foi apenas um trovão. Não importa se o céu está azul; a tempestade da incredulidade sempre dará um jeito de produzir seus trovões.

Não significa que não creiamos em milagres, nem que não oremos por eles; os vivenciamos já; apenas, que nossa fé não se estriba sobre eles, antes, sobre O Senhor e Sua Palavra mesmo que não vejamos mais nenhum deles. Ademais, as mudanças operadas dentro de nós depois que cremos são milagres mais eloquentes que eventuais portentos que apelem às nossas ludibriáveis vistas.

Milagres ostensivos podem ser falsos, “prodígios da mentira”, ou, de origem maligna, como o “fogo de Deus” que queimou aos rebanhos de Jó.

Embora O Senhor tenha zelo pelos Seus e os abençoe ainda nesta vida, os verdadeiros fiéis se manterão assim, pelo relacionamento vivido; quando pedem por um milagre para si, ou, para outrem mais necessitado, não o fazem para crer, como se, o relacionamento com O Santo demandasse alguma “prova de amor” mais, depois do Calvário. Pedem por conhecer ao poder e amor do Pai, todavia, aceitam submissos, se ao Altíssimo parecer bem não atender ao que 
pediram. “Seja feito como Tu queres, não como eu quero.”

Fé não é cartão de crédito com saldo infindo, nem Deus um caixa eletrônico; antes, uma confiança inabalável, que, vendo o invisível permite a falência da “conta” terrena, se Deus assim permitir, sabendo que Cristo pagou já o que era necessário e garantiu-nos um depósito eterno.

Milagres fazem parte relacionamento com Deus por causa do Seu Ser e Seu Amor; mas, não são o preço. Até porque, se tivesse um custo para nós não o poderíamos pagar. “Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Satanás não fez milagre para separar ao primeiro casal de Deus; bastou torcer à Sua Palavra; Cristo veio para desfazer isso: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará e o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Quem quer ver o milagre da vida, pois, abandone aos contorcionismos malignos que fogem da luz e deixe-se moldar pela Palavra. Quem um dia moldou o barro, agora quer regenerar ao espírito.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

A Saúde da Fé; ou, Doença

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”

A fé nem sempre, corretamente compreendida; muitas vezes vista como uma coisa eficaz em si, como se, bastasse alguém tê-la para possuir uma força operadora de milagres. Interpretação rasa de frases do Salvador que dizia: “A tua fé te salvou”.

É diferente dizer: “A fé te salvou”; e,”A ‘tua fé’ te salvou”. Quando diz a tua fé refere-se a uma fé específica exercida por alguém, não algo genérico sem alvo ou conteúdo. Era como se Ele dissesse: Você confiou em mim; gostei disso, por isso te ajudei.

A incredulidade é blasfema, pois, tendo se revelado como fez, O Eterno, Sua Existência e Vontade não ficaram numa nebulosidade filosófica onde, só os cérebros privilegiados poderiam, quiçá, “descobrir”. A dúvida coloca ao incrédulo em oposição diametral à Palavra, o que implica chamar ao Santo de mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I João 5;10

A própria criação se encarrega de gritar a existência do Criador; “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro; uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo.” Salm 19;1 a 4 Ou, “As suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20 etc.

Cada um que ouve O Evangelho terá que lidar pessoalmente com o dilema de Pilatos: “O que farei de Jesus chamado O Cristo?”

Aliás, o “problema” que a fé enfrenta em muitos corações é que ela é muito específica, tem conteúdo claro e é muito “negativo” no que tange ao orgulho natural. Declara a todos injustos, nossa pretensão de justiça própria equipara a andrajos de leprosos; “Todos nós somos como o imundo; todas as nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

No dilema entre agradar a Deus e satisfazer a si mesmo, adivinhe quem os incrédulos escolhem! “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Assim, a fé bíblica é muito mais traumática que mera abstração mental, ou, aquiescência intelectual. Requer o enfrentamento do maior e mais difícil adversário, o ego. O “negue a si mesmo,” demanda da fé sadia parece fácil, mas requer ousadia que poucos conhecem, infelizmente. Salomão dissera com propriedade; “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso; o que controla seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Logo, são só os “melhores” que abraçam à fé; melhores no quesito humildade, por ruins que sejamos ao apreço da escala de valores mundana; aliás, talvez seja essa ruindade que não nos custa assumir, dado que a sociedade já nos exclui por ela, que nos “qualifica” à fé como disse Paulo: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Sendo o alvo da fé, como vimos, agradar a Deus, e Ele “Galardoador dos que O buscam” também isso pode ser torcido por interesses rasos como se, desse para manipular ao Altíssimo fingindo buscá-lO pelas recompensas materiais, uma leitura rasa de “Galardão”. Ouçamos o que O Senhor disse a Abraão: “Não temas, Abrão, Eu Sou Teu Escudo, Teu Grandíssimo Galardão.” Gn 15;1

Desse modo, O Eterno galardoa aos que O buscam de modo sincero deixando-se encontrar. A fé que nos faz agradá-lO faz Nele descansar; esse é seu fim. Circunstâncias favoráveis ou adversas são os meios, apenas. Se, Ele se agradar de nós passará conosco pelas adversidades necessárias; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Fé seletiva que escolhe em quais partes crer não é fé; é só velhacaria orgulhosa de ímpios maquiando-se e enganando a si mesmos. Fé saudável crê que somos tão maus e perdidos quanto A Palavra diz, antes de crer que seremos abençoados como O Senhor promete.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O que a fé pode?

“Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes, na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado da incredulidade deles...” Mc 6;4-6

Não poucas vezes deparei com análises imprecisas sobre a fé; alguns atribuem-na a condição de um poder; e, interpretando superficialmente textos como esse, onde Jesus “não pode” operar maravilhas por causa da incredulidade circunstante, “confirmam” suas teses.

Em momento algum O Senhor sentiu-se enfraquecido; apenas, desonrado. “Não há profeta sem honra senão, na sua pátria.” Disse.

O problema colateral à incredulidade é a blasfêmia; ao duvidar Daquele que É A Verdade, implicitamente o chama de mentiroso. “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5;9 e 10

Então, quando O Santo “não pode” operar em ambientes de incredulidade, a restrição deriva de Sua ojeriza à desonra, não, de eventual barreira ao Seu Poder. Isso Ele ensina desde tempos idos; “... porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30; “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6 etc.

Mediante Isaías mostrou expressamente o que “enfraquece” Seu Braço; “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem, agravado seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Então, quando Tiago diz que a “oração de um justo pode muito nos seus efeitos”, não alude ao poder estrito da oração, antes, ao caráter do suplicante, que, torna sua petição aceitável diante Daquele que tem todo poder. Não existem “orações poderosas” como circula por aí; antes, as que Deus aceita, e as que não.

Os amigos de Jó tinham muita língua, poucos frutos; O Senhor recusou ouvi-los; porém, o leproso e infeliz patriarca era aceito, graças à sua integridade. “... oferecei holocaustos por vós; meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que não vos trate conforme vossa loucura...” Jó 42;8

Infelizmente, homens justos, dos quais, Deus aceita a intercessão estão em falta; são mui raros, digo. O clamor de um assim pode valer a uma cidade, uma nação. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém, não achei. Por isso eu derramei sobre eles minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho recaísse sobre sua cabeça, diz o Senhor Deus.” Ez 22;30 e 31

Estar na brecha equivale e zelar pela verdade e justiça onde essas são vilipendiadas; mas, isso nos faz “radicais, chatos, enxeridos” etc. A onda é ser politicamente correto, legal, para ganhar “likes”.

As profundezas de Deus só são acessíveis aos que mergulham pela fé em Sua Palavra e, submissos pautam seu viver segundo ela. As demais “orações poderosas” crenças alternativas, não passam de brechas, de lapsos, justo, onde pretendem ser fortes.

Então, quando Paulo diz que, “a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;25 Entre outras coisas ensina que, o “não poder” certas coisas é porque Pode muito mais. Pode saber nossos passos pretéritos, bem como, sondar os motivos dos nossos corações.

Ora a incredulidade está na base de todas as dores, violência, mortes, enfermidades que campeiam pela Terra desde a queda; pois, foi ela, o combustível do degredo, a razão da alienação do Eterno e servidão ao inimigo.

Reverter isso é papel da fé; volver ao ponto de partida; homem, Deus e Sua Palavra. E, ciente que foi mal, não mais duvidarmos Dele, antes, nos arrependermos pelos tempos de cegueira, ou, dúvida. Não sem motivo, pois, o canto dos anjos ao nascimento do Salvador começou com, “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2;14

Uma reparação necessária da espécie que blasfemou no coração aceitando que O Altíssimo seria injusto, mentiroso.

Assim, a fé não tem em si mesma, poder nenhum. Mas, é o ingresso precioso aos Domínios Daquele que é O Todo Poderoso. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11;6

domingo, 30 de setembro de 2018

Cânticos do Exílio

“Toda a congregação junta foi de quarenta e dois mil, trezentos e sessenta, fora os servos e servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinha duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras.” Ne 7;66 e 67

Neemias estava arrolando as pessoas que voltaram do cativeiro para Jerusalém. Entre as mais de 42 mil almas estavam sete mil e poucos servos, 245 cantores. Viveram cativos por setenta anos, sob caldeus, medos e persas; os que eram servos dos judeus em sua terra foram consigo, na mesma condição. Tais, pois, eram servos de servos.

Isso deveria nos ensinar algo; quando pensamos que estamos no fundo do poço, abstraído nosso egoísmo e curada a cegueira veremos muitos, em situações ainda piores.

Outro detalhe relevante é a existência de mais de duas centenas de cantores, mesmo, numa condição em que não parecia haver razões para louvores.

Na verdade, um compositor chegou a mencionar que os seus feitores lhes pediam que cantassem os cânticos da sua Terra, mas, que lhes era impossível fazê-lo naquela situação; “Aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?” Sal 137;3 e 4

Ele não estava dizendo que era impossível cantar; a existência de mais de duzentos cantores demonstra que eles cantavam sim; talvez se reunissem em casas de líderes e louvassem ao Senhor mesmo em tão adverso cenário. O que o salmista disse é que era desmotivador cantar para alegrar ímpios, invés de fazê-lo para louvar ao Senhor.

Na verdade certa “trinca” alistada por Paulo na epístola aos coríntios tem mania de andar junto. Fé esperança e amor. 

Embora, o amor muitas vezes erre seu alvo embriagado no excesso de amor próprio; esperança ousa crer que aquilo terá um fim; a fé relembra a palavra dos profetas, da qual, recusa duvidar. Assim, como uma flor entre pedras, aqui e acolá ressoavam os cânticos dos cativos, para alento dos mesmos e, eventual deleite dos feitores que, furtivos ouviam também a beleza dos louvores de Sião.

Embora a fé seja o “firme fundamento das coisas que não se veem”, muitos dependem circunstâncias favoráveis, tanto para crer, quanto, louvar ao Senhor. Isso, mesmo sendo rotulado como fé é sua negação.

A verdadeira, como mostrou Abraão, além de privada de circunstâncias favoráveis, o que tira o acessório da esperança, ainda crê; “O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência. Não enfraquecendo na fé, não atentou para seu próprio corpo já amortecido, pois, era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. Não duvidou da promessa de Deus por incredulidade...” Rom 4;18 a 20

Cheia está a Terra de “acessórios” à fé; as obras do Criador testificam Seu poder; A Palavra Dele, Sua Fidelidade. Se, essas duas testemunhas não bastarem para que cantemos louvores mesmo, em terra estranha, nada bastará. Aquele que diz: “Só consigo acreditar no que vejo”, está com isso patenteando sua estupidez.

Spurgeon disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus estrelados, o sol radiante, os planetas em suas órbitas determinadas ainda se diz ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” É preciso desonestidade intelectual para negar o óbvio.

Assim, Paulo diz que as Obras de Deus deixam sem desculpas os incrédulos; “Porque suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

A fé pode semear louvores ao Eterno mesmo que estejamos em cativeiro; enquanto, a incredulidade nos inutiliza, até, estando, como Adão, num jardim de delícias.

Desse modo, não obstantes nossas circunstâncias duras, nossos problemas reais residem “inside”, isto é; dentro de nós. João fez uma “trinca” também, mas, essa, do mal; “Porque tudo o que há no mundo, concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida, não é do Pai, mas, do mundo.” I Jo 2;16

Quem louva ao Senhor deveras, o faz mesmo em meio às adversidades; quem só canta de barriga cheia é amante de si mesmo.

Infelizmente, a comodidade mata mais que as adversidades.

Porém, aqueles que perseveram e louvam ao Santo quando tudo está mal terão o tempo do bem como estímulo para novos louvores. “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como quem sonha. A nossa boca se encheu de riso; a nossa língua de cânticos...” Sal 126;1 e 2

sexta-feira, 3 de março de 2017

A Obra; as obras

...Que faremos para executar as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Os interlocutores do Senhor se dispunham a um trabalho plural; “obras de Deus.” Entretanto, foi apresentado um desafio singular. “A Obra de Deus é Esta: Que creiais...” Isso deve ter facilitado as coisas, ou não?

Bem, tendemos a ser varejistas, onde O Criador é Atacadista. Digo, Ele trata primeiro coisas mais relevantes, num prisma geral; depois, as menores, no particular. Assim, quando João Batista apresentou O Messias, o fez, nesses termos: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Notemos a singularidade uma vez mais; “O pecado”.

Uma série inumerável de pecados acontece a cada segundo num mundo tão autônomo, despido de valores como esse; contudo, o que estava em jogo na Cruz de Cristo, era o pecado da rebelião contra O Domínio de Deus; a independência sugerida pelo traíra. Qualquer que, ouvindo a Boa Nova se arrependa e confesse, deixa “O pecado”, da rebelião, embora, ainda cometa muitos pecados.

O convertido reconhece o Senhorio do Eterno, pois, mesmo estando inda refém, pelo hábito, dos pecados, o pecado da autonomia, já foi deixado. O abandono gradativo dos erros, o processo de santificação, é algo que, nos acompanha por toda a vida.

Do ponto de vista de Deus, a questão do pecado está resolvida; tanto que, ao vencer, O Salvador disse: “Está consumado!” Porém, no tocante a cada um de nós, toda vez que erramos o alvo, restam pendências espirituais, que mediante nosso Advogado, precisamos dirimir. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar de toda a injustiça.” I Jo 1;9

Dito isso, a questão da Obra e das obras segue rumo paralelo. A Bíblia não chama uma boa obra do ímpio, de má; antes, de obra morta, uma vez que, assim está espiritualmente seu protagonista. 

Outro dia deparei com uma zombaria de ateus escarnecendo do que chamaram de “lógica cristã”, onde, um de vida torta, más obras, se converteu perto da morte e foi salvo; outro, de muitas boas obras, morreu e se perdeu “apenas” por ser ateu.
A ignorância prudente até posa de sábia, à sombra do silêncio; mas, quando perde a modéstia, se faz engajada nas suas trevas, invariavelmente cai no ridículo.

Sua ênfase era tal, que pareciam ter achado nosso “Tendão de Aquiles.” Ora, obras só contam depois “da Obra”; “que, creiais naquele que Deus enviou.” Esse passo, transporta da morte para vida, e, vivendo, devemos sim, praticar boas obras, como testemunho da regeneração, não, como meio de patentear pretensa justiça própria. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;8 a 10

A implicação da incredulidade é blasfema, pois, equivale a chamar Deus de mentiroso. Por isso, os incrédulos são vistos em companhia de outros não muito recomendáveis, vejamos: “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras e a todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” Apoc 21;8

Em Cristo, a Obra de Deus propõe um segundo nascimento, ou, novo nascimento, “da água, (Palavra) e do Espírito;" mas, os que recusam crer preservam a atual morte espiritual, e rumam à segunda morte, a separação eterna do Criador.

Se, o prisma é a lógica, e, a sentença pelo pecado, a morte, me soa cristalinamente lógico, que, enquanto o pecado não for tratado pela “Obra de Deus”, estejam necessariamente mortas, as melhores obras humanas. Após a conversão, até dar um copo d’água terá galardão.

Enquanto incrédulos recusam O Dom de Deus, recebem compulsoriamente Sua Justiça. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Cornélio, o romano, tinha muitas obras boas, entretanto, não bastaram para que fosse salvo; Pedro foi enviado a ele, para que anunciasse Jesus. Ele creu; foi salvo.

É possível que um morto bem maquiado tenha melhor aparência que um maltrapilho, sujo. Porém, esse está vivo. Assim, o que crê, por ruim que seja seu pretérito, recebe o presente da vida; o incrédulo por boas que tenham sido suas ações, rejeitando “A Obra de Deus”, trai a si mesmo. O Túmulo de mármore ainda é um túmulo.

Ninguém eleva-se do solo puxando os próprios cabelos; “sem mim, - disse O Salvador - nada podeis fazer”.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Haja luz!

“Orou Eliseu: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e viu; o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” II Rs 6;16 e 17

Uma situação inusitada; um exército numeroso em busca de um homem, apenas, Eliseu. O rei da Síria, ao saber que suas escaramuças militares eram previstas pelo profeta, por isso, frustradas, decidiu acabar com a festa. Mandou seu exército cercar a cidade de Dotã, e prender o desafeto. O moço que acompanhava Eliseu, ao deparar com o cerco assustou-se. Mas, o profeta orou para que O Senhor lhe abrisse os olhos, e, feito isso, viu um exército ainda mais numeroso, de hostes celestiais a protegê-los.

Quando intentaram o ataque, Eliseu orou uma vez mais; foram feridos de cegueira, conduzidos a Samaria e entregues ao rei, como prisioneiros.

Entre outras coisas, esse incidente realça duas visões distintas; a natural, e a espiritual. O Jovem, com seus olhos naturais, tudo o que pode ver foi o perigo, a ameaça; o profeta, com sua relação estreita com Deus, via além; a providência, o livramento.

Ah, a juventude! A dita primavera da vida, onde floresce o vigor do corpo e turba a visão do espírito! Se tais soubessem a importância de se aconselharem com os de, mais visão, os mais experimentados antes de suas decisões vitais. Mas, geralmente, “O sangue novo não obedece a um velho mandamento”, como dizia Voltaire.

Em muitos momentos de Seu Ministério O Salvador curou cegos. Entretanto, a cegueira espiritual, raramente é admitida, de modo que, sequer, os doentes buscam a cura.

Interessante que essa foi a “arma” que deu livramento ao profeta. Orara par que seu moço visse mais; depois, para que o exército inimigo visse menos.

Isso coaduna-se com algo que O Salvador falou na parábola dos talentos: Ao que tem, se lhe dará, terá em abundância; ao que não tem, até o pouco que tem ser-lhe-á tirado.

Muitas dores nem seriam dolorosas se, lográssemos ver as coisas além do aspecto natural. Oro e as coisas ficam piores, reclama alguém. “Pedis e não recebeis porque pedis mal”, ensina Tiago. Imaginemos dois filhos ante um Pai sábio: Um pede dinheiro para material escolar; outro, para comprar drogas; qual seria atendido?

Muitas coisas que devaneamos como bênçãos no prisma espiritual não passam de drogas letais, que podem tolher nossa salvação. Natural que um Pai Amoroso como Deus, não nos “abençoe” como queremos. Nesse caso, convém a oração de um Eliseu por nós: “Senhor, abre seus olhos para que veja!”

A miopia espiritual, ou mesmo, cegueira, não combinam com um filho de Deus. Naquele evento foram cegados os inimigos do profeta; no nosso tempo, o são, os que se fazem inimigos de Deus abraçando a incredulidade em vez da fé. “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Ora, alguns, instados por falsos mestres devaneiam com facilidades na vida espiritual. Ignoram voluntariamente que somos peregrinos em terra inóspita, adversa, e, tanto quanto mais próximos de Deus estivermos, maiores adversidades enfrentaremos. Como Eliseu, íntimo do Senhor, foi caçado pelo exército inimigo. Falsos mestres induzem incautos a pensarem que o Evangelho é para que as pessoas vivam melhor, quando, na verdade, admoesta a que morram melhor.

Nossas motivações mesquinhas, egoístas, naturais, têm que ser pregadas na cruz; se, queremos pertencer ao Santo. Quando oramos pelo suprimento das mesmas estamos rogando por drogas, não contemos com Santo Favor, nesses casos.

Nem podemos ignorar que, não! Também é resposta. Os nãos à vontade natural são  sins do amor Divino. Muitas vezes nossos próprios desejos insanos são as ameaças que nos cercam. Ampliar a visão, nesses casos, é entendermos a Vontade Divina, e a ela, nos amoldarmos invés de, como Paulo, darmos murros em pontas de facas.

Lembrei da história de dois missionários que serviram no exterior por meio século; ao retornarem jubilados, esperavam ser recebidos com honras. Foram ignorados. O homem furioso saiu remoer mágoas; desafiou a esposa que orasse perguntando se era assim que o Senhor honrava quem lhe serviu uma vida toda, ao chegarem em casa.

Quando voltou perguntou se ela orara. Disse que sim. E qual foi a resposta? “Ele disse que ainda não chegamos em casa”. Que O Senhor nos abra os olhos para que melhor nos situemos na batalha!


Paremos de tentar influenciar O Eterno com nossas lamúrias, e deixemos que Ele nos aperfeiçoe pela Sua Palavra.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

As máscaras da incredulidade

“Rodearam-no, os judeus, e disseram: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diga abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos disse, e não credes. As obras que faço, em nome de meu Pai testificam de mim. Mas, vós não credes porque não sois minhas ovelhas, como já vos tenho dito.” Jo 10; 24 a 26

Parece que, havia um esforço para crer, de modo tal, que as almas estavam suspensas; Cristo seria culpado desse descrer, talvez, falasse coisa ambíguas. Diga abertamente, pediram. Já disse, demonstrei mediante obras, vocês não creram; porque não sois minhas ovelhas, respondeu O Mestre.

A incredulidade tem mesmo muitas faces. Quantos posam de vítimas dizendo que se esforçam para crer, mas, não conseguem; a mensagem lhes não convence. Forçam a “chover no molhado”, redizer o que foi dito, como se, alguma coisa tivesse ficado nebulosa, e, enfim, sendo esclarecida gerará fé.

Não que, eventualmente não haja “ruídos” na mensagem, o que, todo ser racional, mais hora, menos hora, tentará entender. Mas, quem crê, o faz, sobretudo, confiando na integridade do Salvador; se há algo mal entendido deve ser culpa minha, pensa, depois pergunto, Ele me ensinará. Como fizeram os discípulos acerca das parábolas do Joio e do Trigo, e, do Semeador, por exemplo.

Não entenderam, mas, entendiam quem era Jesus e o seguiam mesmo assim; oportunamente, buscavam esclarecimentos. Isso é fé. Mais que o teor da mensagem, confiar no Pastor. “As minhas ovelhas ouvem minha voz; eu conheço-as, elas me seguem;” v 27

A balela do “eu creio em Deus do meu jeito” é mais uma máscara da incredulidade. Meus gostos, cosmovisão, nada valem, se, anseio, deveras, a salvação. A condição proposto por Cristo é: “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Assim, não resta espaço para que as coisas sejam do meu jeito.

O Senhor é categórico: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

A salvação é ideia de Deus, iniciativa espontânea do Seu amor; somos réus de morte, dados, nossos pecados. Então, ela será nos termos de Deus, ou, jamais será.

Não que um salvo não tenha conflitos, pois, uma vez tendo “nascido de novo” sua dupla natureza, espiritual e carnal, pelejará dentro de si, cada aspecto, segundo seus interesses; nesse caso, resta a boa escolha. Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7; 14 a 17

Notemos que não há ambiguidade na mensagem antes, na vontade humana; uma espiritual, consciência, que concorda com Deus; outra carnal, que tende a rebelar-se. De nossa escolha nesse gládio depende a salvação, como disse, adiante: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Cap 8;1 e 2

O problema básico dos que recusam crer não é falta de entendimento, antes, sobra. Entendem muito bem as implicações de crer, que significa obedecer, deixarem de viver a vida como gostam, para viver de um modo que agrade a Deus. Todavia, o hipócrita age como está acostumado; tenta maquiar seus defeitos para que, eventualmente, apareçam menos, invés de os corrigir. Forma sutil de trair a si mesmo.

A ideia do pecado original proposta pelo diabo: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”; noutras palavras, autonomia em relação a Deus. Essa “receita” ainda pauta o modo de vida dos que recusam a crer; no fundo, recusam obedecer.

Esse cinismo tão encontrável na sociedade moderna, onde a lei é boa para proteger os maus, e opressora para corrigir. Assim, uma criança de doze anos pode decidir por uma operação transexual; um assassino de dezessete não pode ser imputado, a lei protege. Ante O Eterno, não cola.

A mensagem é clara! A escolha, livre! As consequências, inevitáveis. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jesus, em nosso tribunal

“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e açoitou. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça; lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. Davam-lhe bofetadas. Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui o trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” Jo 19; 1 a 4

Estranha figura esse Pilatos. Depois de submeter O Salvador a açoites e escárnios, defendeu Sua inocência. “... não acho nele crime algum.” Adiante reiterou: “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” V 6

Ora, se sua consciência dizia que estava diante de um inocente, como autorizou que fosse crucificado? Talvez o clamor popular fosse muito forte; pode ser, mas, não bastava isso para tolher-lhe a autoridade, coisa da qual jactou-se ante O Mestre. “Disse-lhe Pilatos: Não falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e poder para te soltar?” v 10

Quando alguém não faz o que pode para salvar uma vida inocente, tudo o que pode é encenar, como fez ele, lavando as mãos. Limpou da poeira sujou de sangue. Na verdade, dado o valor de uma vida, e a inexorabilidade da morte, devemos fazer o possível para salvá-la, mesmo que seja culpada.

Quantos fazem o joguinho de Pilatos cegados pela própria hipocrisia? Tipo: Posso, mas, não farei, desde que pareça que a culpa não é minha. Embora tudo e todos, possam concorrer no sentido de me induzir a tomar certo caminho, sou o único senhor de minhas escolhas, salvo em casos extremos de tiranias opressoras, que mesmo ameaçando com morte, não têm como ingerir em minha consciência.

Todos nós, em certo momento estaremos como Pilatos, ante uma decisão de vida ou morte envolvendo a Jesus. Dessa vez, porém, a vida em questão é a nossa, não, a Dele. Daquele foi dito: Sei que é inocente, mas, que morra mesmo assim; nós outros podemos diferir, pois, mesmo sendo culpados, nos é facultada a escolha pela Vida.

Quantos “lavam as mãos” na bacia rota da hipocrisia colocando obstáculos inventados para disfarçar vontades rebeldes? “Há tantas religiões, dizem, como saber qual a certa? Tanto Pastor ladrão, mentiroso, por que me converter? Muitos se vestem de justiça própria; Não faço mal pra ninguém, não tenho vícios, como iria para o inferno? Etc.

Ora, quando o Senhor disse que os sãos não precisam médico, antes, os doentes, em momento algum esposou a ideia que existissem “sãos”. Como os pretensos sãos, os religiosos da época O censuravam por se misturar à ralé, usou esse argumento lógico, eivado de ironia para os desmascarar.

A condenação não foi Obra de Cristo; veio sobre toda a humanidade desde a queda. Erra quem afirma que a simples menção da Palavra de Deus estaria condenando alguém, antes, porfia por salvar aos já condenados. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

A razão básica da condenação é a incredulidade. Claro que, crer deve gerar obediência para se revelar autêntico, senão, não passa de simulacro. No fundo, os que “não conseguem crer” recusam-se a obedecer.

A proposta maligna original, que, o homem se bastaria alienado de Deus, decidindo por si mesmo acerca do bem e do mal, sempre seduziu-nos. Meras partículas em mais de sete bilhões, de um gênero entre milhões da criação, nos supomos deuses universalizando preferências, inclinações, paixões... Frágeis a ponto de um invisível ser, vírus, bactéria, nos poder vulnerar, presunçosos ao extremo, como se nossa miopia contivesse a luz do Universo.

Não sem razão, Paulo associa incredulidade com cegueira: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

Assim, gostando ou não, com o “júri” da fé ou, da incredulidade, acabamos, como Pilatos, julgando a Cristo. Quem crê O declara inocente, verdadeiro; quem foge, como o romano, o faz mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Enfim, não basta identificarmos a inocência do Salvador, é preciso que também reconheçamos nossas culpas, pra que Seus méritos nos sejam imputados mediante perdão.

Senão, O entregamos para seja morto uma vez mais; e matar ao Único que salva, é só uma forma oblíqua de cometer suicídio.