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domingo, 1 de abril de 2018

O Intercessor

Livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz conselheiro eventual de Jó, que, por incapaz de entender o que se passava fez uma leitura do ser, a partir do estar; julgou os méritos de Jó pelas circunstâncias. Como eram sobremodo dolorosas concluiu que ele deveria ter pecados graves, dos quais, o acusou. Depois, exortou-o a que se voltasse pro Criador, pois, assim, “Orarás e Ele te ouvirá...” v 27 livrará até ao culpado por causa da pureza das tuas mãos. Disse.

Malgrado os seus achômetros infelizes, nessa parte ele estava certo; isto é; a eficácia de uma intercessão depende da aceitação do intercessor. Tiago reiterou isso com outras palavras: “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Isso se verificou então, pois, quando O Eterno resolveu se manifestar ordenou que os amigos de Jó oferecessem sacrifícios de arrependimento; o desventurado e enfermo Jó oraria por eles, pois, apenas sua intercessão seria aceita. “Tomai sete bezerros e sete carneiros; ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme vossa loucura; porque não falastes de mim o que era reto como meu servo Jó.” Cap 42;8

Interessante que, diretamente nenhum deles falou contra Deus, antes, contra Jó; no entanto, as afrontas com as quais o afrontaram O senhor tomou sobre si; “... não falastes de mim o que era reto...”

Que humilhação para os presunçosos que, apenas por estar vendo a prova de fora acharam que isso os fazia melhores!! Nunca leiamos a espiritualidade de alguém pelas dores que sofre, não é esse o aferidor. Muitas vezes, quanto mais perto do Senhor alguém está, mais facilmente será alvo dos ataques malignos; isso se deu com O Próprio Senhor encarnado, com Paulo, Estevão, os apóstolos...

Paulo após escapar de um naufrágio na ilha de Malta foi acometido por uma vibra, pensaram os nativos que Deus o odiava e perseguia para matar; nada sofrendo foram para o outro lado supondo-o, um deus. Nem uma coisa nem outra. Sofria consequências adversas da vida como todos, mas, Deus era com ele.

Embora o Evangelho traga o ensino cristalino de que, na conversão passamos da morte para a vida, os pregadores da moda ensinam que na adesão às suas mandingas se passa do desemprego para o labor; da solidão para o casamento, da pobreza para a prosperidade, etc.

Além de passarmos da morte para a vida passamos da situação de inimigos de Deus, para a sina ditosa de filhos adotivos; se, isso não garante que não veremos adversidades, assegura a contínua presença do Santo conosco. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando, pelos rios não te submergirão; quando passares pelo fogo não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Embora o contexto refira-se à nação de Israel, os que, graças ao Sangue Bendito do Messias de Israel também herdam a nobre posição de servos de Deus, por certo contarão com a mesma proteção fiel; O Santo não muda.

Quando Elifaz mencionou à pureza das mãos do intercessor, por certo usou uma figura de linguagem para ilustrar a retidão do caráter. Pode que, tenha aludido ao hábito de se impor as mãos ao orarmos.

No entanto, nesse caso, tanto a pureza do intercessor pode ser comunicada, quanto, a impureza daquele no qual se impõe as mãos. Paulo ensina: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22

Há duas situações distintas: Quando imponho mãos sobre um pecador e oro por ele identifico-me com suas necessidades; porém, se imponho as mãos separando alguém para o ministério, identifico-me com o caráter do separando; caso esteja em situação indigna, minha precipitação me fará partícipe dos pecados dele. Daí, a prudência prescrita: “Não participes dos pecados alheios.”

Mas, “Olhando Deus para a Terra não viu nenhum justo, sequer.” Quem seria intercessor por nós? “Porque nos convinha tal, sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus.” Heb 7;26

Ele, Cristo é o que livra aos culpados por causa da pureza das suas mãos. O Único Intercessor; “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 Permitiu que Sua Mãos Santas fossem transpassadas, para que nossas vidas ímpias fossem santificadas.

Identificou-se com nossas dívidas pagando-as por nós; chama-nos agora à identificação com Seu caráter, a novidade de vida, a santificação.

Lava-nos, para que, limpos, possamos ajudar outros que carecem conhecê-lo também. E, “... Os limpos de coração verão a Deus.”

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Operação mãos limpas

“Livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;30

Após acusações infundadas, um dos “amigos” de Jó exortou que ele se apegasse a Deus; entre outros benefícios desse “Apego”, Jó seria vertido num intercessor eficaz, pois, disse, até eventual culpado seria remido pela pureza das suas mãos.

Sem entrar no mérito da falta de noção do interlocutor de Jó, algo de correto, há, no que disse, uma vez que, de um intercessor se espera que tenha acesso perante Deus, para que seja ouvido; e, Jó desfrutava já da aceitação Divina.

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” I Tim 2;8 disse Paulo escrevendo a Timóteo. Ao mesmo, porém, advertiu sobre a prudência quanto à imposição de mãos. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22

Ora, será que o jovem pastor tinha mão impuras, contenciosas? Bem, são duas situações distintas que se usa a imposição de mãos. Uma, quando oramos por um pecador qualquer, rogando pelo suprimento de algo; seja salvação, perdão, saúde, discernimento, etc. nesse caso, quem impõe as mãos identifica-se com as necessidades daquele por quem intercede; Outra, quando consagra alguém perante Deus e a igreja, iniciando-o na investidura ministerial; nesse caso, o ministro identifica-se com o caráter do indicado. Sua imposição de mãos é seu aval à conduta de alguém.

Por isso, o conselho pra ter cuidado, não se precipitar em abonar ninguém, pois, se o fizesse de modo temerário, participaria dos pecados alheios.

Por causa da grandeza dos nossos males, foi necessário para justificação, um intercessor do “Calibre” de Cristo: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia, sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Tendemos a não assumir nossas próprias culpas; contudo, os que se convertem, se tornam consortes do Sacerdócio de Cristo, devem aprender a ajudar na remoção, também, das culpas alheias, mediante arrependimento ensejado pela pregação da Palavra.

Desde a Vitória de Cristo, a pureza das Suas mãos tem livrado milhares de culpados, que, graças à persuasão do Espírito Santo, acham arrependimento, e conseqüente perdão. Ciente, pois, da necessidade de submissão Paulo disse que os Coríntios deveriam estar “...prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Assim, aquele que lava-se na inocência imputada por Cristo aos arrependidos, quando ora, intercedendo, será ouvido. Não que sua oração livrará ao culpado, estritamente; antes, serão sempre os Méritos de Cristo, mas, quem intercede desse modo, coopera com Ele na Obra de Deus.

Desse modo, o conselho desnecessário, sem noção, dado a Jó, para que se apegasse ao Senhor, no que se refere a nós é pertinente, oportuno. Alguns incautos acham que podem mover a Deus fazendo campanhas de oração, tipo: Sete dias disso, doze semanas daquilo, ou, fazendo demoradas orações, vigílias, como se, O Altíssimo prezasse mais, quantidade, que qualidade.

Quando Tiago diz que a “oração de um justo pode muito em seus efeitos”, deixa entendido que é do caráter que Deus se agrada, mais que, oração; pois, essa, só terá efeito se, proceder de lábios justos. O Salvador disse que não devemos nos assemelhar àqueles que perdem-se em vis repetições imaginando que, pelo muito falar, serão ouvidos.

Outros, igualmente incautos, acham que podem suprir o lapso de frutos com volume de cultos, participações na igreja. Do primeiro culto registrado, de Abel e Caim, diz o relato que o Senhor atentou para Abel e sua oferta, porém para Caim e sua oferta, não atentou. Notemos que O Santo avalia primeiro a pessoa, depois, se essa lhe parecer aceitável, então aceita seu culto, oferta, intercessão.

Ironicamente foi, o que o sujeito dissera a Jó que sucederia se ele se apegasse a Deus, justo, o que sucedeu com o apego que ele já tinha. Livrou ao que não era inocente, pela pureza das suas mãos. Ao que falara isso e seus dois amigos que compactuaram. O Eterno repreendeu-os ao final, e ordenou que fossem a Jó para que ele intercedesse, pois, só dele, a oração seria aceita. “...meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme vossa loucura...” Jó 42;8

Em suma; intercessão é algo precioso, mas, não posso receitar a outrem o remédio que recuso para mim. Se, minhas mãos foram limpas, foi porque ouvi a Deus; assim, quando oro, também Ele, me ouve.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Omissão; co-autoria do pecado



“Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado”. Lev 19; 17

Acostumamos com a ideia que a condenação da omissão seja originada em Tiago, mas, na verdade, vem desde Moisés. Os judeus de então foram orientados a exortarem seus irmãos em caso de pecado, sob pena de sofrerem punição.

Deixar de repreender ao errado, aliás, foi equacionado com odiar. A profecia sem a qual o povo se corrompe é um agente inibidor do mal que deve residir, em parte, em todo o servo de Deus; Sua Palavra, claro! Essa é a ideia do sal da terra, enquanto a luz tem mais a ver com o testemunho de vida. 

Se tivermos como visão a concepção que devemos fugir às polêmicas,  sermos “bonzinhos" como o  R. R. Soares que não critica ninguém e “cura” a todos, acabaremos sendo inúteis ao propósito do Senhor.

Quando Jeremias compôs suas Lamentações sobre as ruínas de Jerusalém, atribuiu, antes de tudo,  aos profetas “bons” a causa do desastre. “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura e não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2; 14 O que esses profetas receitaram se tornou motivo de rejeição por parte de Deus, estranha receita!

Paulo aconselhou ao jovem Timóteo a não participar de pecados alheios. Não se tornar, por assim dizer, co-autor. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5; 22 

O assunto em pauta era a consagração de obreiros, que se fazia como foi feito com o mesmo Timóteo, mediante imposição de mãos. Não que se não possa orar com imposição de mãos pelos pecadores, sobretudo arrependidos; nesse  caso, o ministro se identifica com a necessidade do suplicante e por ele intercede. No caso da apresentação para o ministério, significa identidade de valores, recomendação; e então, se a imposição for sobre um de caráter dúbio, de vida errada, o que o recomenda se faz partícipe dos seus pecados.

Claro que a omissão não se restringe ao ministério profético; antes, em Tiago, tem mais a ver com o socorro dos necessitados que outra coisa qualquer; saber fazer o bem e deixar de fazê-lo. 

Contudo, contemplar o erro e silenciar, na melhor das hipóteses é falta de zelo para com Deus, sinal claro de falta de amor. O salmista foi deveras incisivo quanto a isso: “Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” Sal 139; 20 - 22

Fácil é, pois, entender às limitações de um errado de espírito, as precipitações de um novato qualquer e até suportar posições indelicadas de alguém assim; agora, contemplar o teatro nauseabundo de um herege contumaz sem se irritar, sem reagir de modo enfático é muito difícil. 

E nem se trata do medo de ser punido por omissão, mas da ira que nasce ao ver o povo ludibriado, e o Santo Nome de Deus profanado.

Adotamos em parte, no meio cristão, a ideia mundana que amar é ser sempre agradável, simpático, cordato. Aquele de quem a Bíblia fala que ninguém tem maior amor que Ele, não foi assim.

Na verdade, o profeta está para a batalha espiritual como o atalaia que era posto sobre os muros, para avisar  que o exército inimigo que se aproximava; um cochilo, uma falta de aviso era derrota certa; mas, o sangue derramado era culpa do atalaia, figura que Deus usou com Ezequiel. “Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia.” Ez 33; 6
 
Em nossos dias as heresias veem como um exército armado em busca dos servos do Senhor; e aqueles que foram postos “em cima do muro” para ver mais longe, devem bradar a plenos pulmões, para que não sejam apanhados desprevenidos, os que dependem de seu aviso.

Não sejamos omissos, pois, para que não prospere a iniquidade, e nem sejam ceifados os simples de coração sincero. 

Ademais, possuir uma Escalibur como temos, uma espada de Rei e não usá-la oportunamente, além de um desperdício, encerra uma maldição. “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48;10