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terça-feira, 7 de julho de 2020

Degredado do Reino


Ontem deparei com uma postagem que me fez pensar. Dizia: “Minha página não é uma democracia; não venhas, portanto, discordando do que posto. É uma monarquia e a rainha sou eu.”

Embora inteligente a construção da ideia, o conteúdo me soou agressivo, mal educado; de modo que o ex “súdito” aqui, decidiu abandonar o reino. Não critiquei nada que ela postou, então, a coisa não era comigo; mas, a forma como vejo a relação interpessoal me fez manter distância.

Cada um faz as escolhas que lhe aprouver. Quanto a mim, minha página á democrática sim; não sou rei de nada, nem dono da verdade. Escrevo atrevidamente o que penso, e todos podem discordar, desde que critiquem minhas deias com argumentos, sem partir para ofensas pessoais.

O contraditório de pessoas inteligentes nos ajuda a crescer, a ver melhor as coisas; não raro, aprendemos com quem discorda, usando argumentos plausíveis calcados na honestidade intelectual.

Platão dizia que apenas dois tipos de pessoas evitam a filosofia; o sábio e o imbecil. O primeiro não busca sabedoria porque não precisa; o outro porque não poderia, uma vez que sábio aos próprios olhos, acha que não carece. Por mais amplo que seja o horizonte de quem o pretende ensinar, suas concepções rasas impedirão que aprenda. “Quando você aponta uma estrela para um imbecil e olha para o seu dedo.” M. T. Tung

Portanto, os que se sentem num meio termo entre a ignorância e o saber, como eu, necessariamente buscarão saber a cada dia um pouco mais; invés de se enclausurarem nas próprias carapaças, como as tartarugas ante os predadores.

Embora as redes sociais sejam mais para entretenimento que para aprendizado, a inter-relação pessoal sempre traz algum fruto de aprendizado, por despretensiosa que seja, em princípio.

O egoísmo e a falta de noção são dois grandes males da nossa espécie. Sobre cada coisa que acontece temos uma opinião, um pitaco para dar; todavia, quando outrem opina e isso nos parece contrariar, presto surge o porco espinho que nos habita, e junto suas armas defensivas, os espinhos.

“Calce minhas sandálias antes de me criticar; só de palpites em minha vida quando pagares minhas contas; olhe no espelho antes de falar de mim;” etc. Assim a regra áurea de fazer ao próximo o que gostaria que ele nos fizesse vai pro ralo. Podemos opinar como queremos; porém, os outros apenas “curtir” ou elogiar. Lindaaa!!!

Cada um tem seu planetinha particular, no qual todos os visitantes têm direito de bater uma mão na outra em seu louvor. Honestamente não desejo um planeta assim. Gosto das pessoas que se atrevem a pensar; ousam dizer o que pensam, mesmo que, eventualmente, firam alguma suscetibilidade.

Todos dizem detestar à hipocrisia, codinome da falsidade, mas, na prática desejam ser paparicadas por ela.

“Liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de meu maior benfeitor;” dizia Sócrates. Parece que esse negócio de não dê palpites na minha vida não era com ele.

Esse era tido como o mais a sábio de Atenas; Outro que ao receber do Senhor o dom da sabedoria é tido como o mais as sábio de todos os homens, Salomão, também não manifestava rejeição aos conselhos, antes, disse: “Quando não há conselhos os planos se dispersam, mas havendo muitos conselheiros eles se firmam.” Prov 15;22

Erroneamente adotou-se a ideia de crítica como algo necessariamente, negativo; daí alguns parecem carecer da ressalva para a dita crítica “construtiva”; Segundo os entendidos, a palavra deriva do grego Kritikos, e significa, “capacidade para fazer julgamentos”, do verbo krinei, “separar, decidir, julgar”.

Assim a crítica veraz não é nem construtiva nem destrutiva, apenas sapiente; a coisa analisada por quem entende. Palpites que se dá sem entendimento é mera opinião. Não precisamos concordar, embora, seria saudável reservar a cada um o direito de ter a sua.

Pois, quando se diz que determinado espetáculo foi um sucesso de crítica não significa que foi muito criticado, antes, que foi aplaudido por quem entende.

Geralmente temos olhos de lince para os defeitos alheios, e de toupeiras para os nossos como disse Erasmo de Roterdã, talvez por isso Saint Exupérry cunhou: “Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”

Mas, quando alguém critica algo que esposo, critica minhas ideias, não necessariamente, meu caráter. A menos que eu defenda coisas que só um mau caráter defenderia.

E sabedor que sou imperfeito e falho, como os demais, longe de mim o reino da arrogância ou o império do egoísmo. Discordem, critiquem à vontade. Eventualmente me ajudareis a ver melhor.

“Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...” Rubem Alves

sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Tesouro da Ira


“... não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito... quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos Céus, vos perdoe...” Mc 11;23 e 25


Duas coisas que inibem a reação favorável dos Céus; dúvida e incoerência. Peço e duvido; não recebo; rogo para mim (perdão) algo que nego ao semelhante; igualmente, não.

Do mesmo modo nossos juízos proferidos contra terceiros provocam uma reação nos Céus, de modo a retribuir a cada um na justa medida pela qual julga. Por isso o conselho do Mestre a fazermos ao próximo exatamente aquilo que desejamos receber.

Com a medida que medirmos seremos medidos; eis a Divina Justiça! Paulo escrevendo aos romanos realçou isso advertindo que condenar em outros, posturas que aprova para si é um “tesouro avesso”. “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? ... Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira...” Rom 2;3 e 5

Embora nossa possibilidade de fazer bem, ou mal, seja estritamente horizontal “Se pecares, que efetuarás contra ele? (Deus) Se, tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria ao filho do homem. Jó 35;6 a 8” Aquele que habita no Alto, determina Suas Reações conforme nossas ações, uma vez que, “Tudo o que o homem semear, ceifará.”

Todavia, jamais, a incoerência engajada, também conhecida como hipocrisia esteve tão em voga como atualmente.

Se o juízo é sobre um “dos meus” se lhe concede todos os direitos; pode ser incoerente, obtuso, mentiroso, bêbado, hipócrita, criminoso; nenhuma exigência moral ética; porém, se o alvo é um desafeto, até exigências estéticas se faz; o cara é um grosso, fala o que dá na telha; mesmo se for honesto, patriota, será condenado pelo “crime” de não ser dos nossos. Será tachado de fascista, nazista pelos que nem sabem o que as palavras significam.

Eis o homem, cujo projeto foi À Imagem e Semelhança do Criador; agora se tornou “A cara do pai”, do novo pai que o adotou. “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio; não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso; pai da mentira.” Jo 8;44

Não significa que um filho de Deus não cometa erros; mas, que cometendo trata-os como tais, invés de lavar-se com lama justificando-se porque outros também erram. Não fala; “Antes de me criticar pague minhas contas” como se ouve; antes, como dizia Sócrates, “liberte-me de minha ignorância e te terei na conta de um grande benfeitor.” Mas, “Os vaidosos só ouvem elogios” Sait-Exupérry

Citam o cisco e trave como se, quem ensina e adverte contra desvios, necessariamente tivesse uma trave em seus olhos; será? Já fui acusado muito disso, sem jamais apontarem onde está a mesma.

Pois, tendo a verdade por princípio o cristão sabe que essa é boa, tanto quando o defende, quanto, quando o acusa. “... anda sinceramente, pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração... não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; (aos seus olhos) o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;2 a 4 Se, honra aos que temem ao Senhor, quando um desses fala da parte Dele, reconhece a Fonte, invés de desfazer da água.

Quanto políticos que pareciam uma coisa durante as campanhas, e, uma vez eleitos os fatos revelaram outra muito distinta? Por quê? Porque em seu anseio de conseguir votos buscaram parecer o que os eleitores gostariam. Uma vez eleitos, no exercício dos mandatos, suas máscaras não eram mais necessárias; se deixaram ver como são.

A questão é: Como encenarão escrúpulos morais, pudor, novamente se já se mostraram obscenos? Certamente ceifarão, então, do que agora semearam.

Por isso os filhos de Deus são exortados a vencer ao duplo ânimo, esse lapso que patrocina a dúvida e fragiliza pela impureza aos corações. “Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto; o vosso gozo em tristeza.” Tg 4;8 e 9

Então, “Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Saint-Exupérry

domingo, 22 de março de 2020

Disfarces do Orgulho


“... Arranca tua espada, e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e lançou-se sobre ela.” I Cr 10;4

Saul encurralado e derrotado na batalha contra os Filisteus pediu ao seu pajem que o matasse para não ser preso; como aquele recusou, suicidou-se. Espantoso perceber que no homem ímpio tudo morre, até a vida, enquanto, o orgulho segue vivo.

Engana-se quem presume que grandes catástrofes, medos como o que agora assola à humanidade tenham poder de melhorar-nos, com o aprendizado auferido; seremos os mesmos quando o perigo passar; nem às portas da morte os ímpios melhoram.

Por ocasião de tragédias como a da Chapecoense, ou o jornal Francês Charlie Hebdo, as redes sociais se encheram de “solidariedade” onde todos pareciam partícipes da dor alheia. Mas, passados quinze dias e o modismo tendo perdido seu charme as pessoas migraram para outro e seguiram como sempre.

Natural concluirmos que é o orgulho, visando parecer socialmente engajado que patrocina essas hipocrisias várias, não a empatia, que nos faria verazmente solidários.

Preferir, como Saul, suicidar-se a abrir mão do orgulho é a escolha dos que evitam a Cristo e Seu amor; as pessoas são desafiadas a crucificarem o orgulho pela vida eterna; “Negue a si mesmo”, fogem e negam ao Salvador como fizeram “ao vivo” Seus ouvintes; “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” Jo 6;60

Agora, a maioria do barulho da imprensa não tem a ver com cuidados humanitários, mas com oportunismo político visando enfraquecer, quiçá, derrubar a um governo desafeto que ousa não comprar jornalistas. Não que os cuidados preventivos não sejam necessários; mas, a maioria do que vemos e ouvimos é apenas um conluio de safados, oportunistas, aproveitadores, jogando com vidas humanas, fingindo-se de engajados, para dar asas aos seus mesquinhos objetivos.

Pensadores gregos definiam a multidão como “Besta Acéfala”; ou seja: Um monstro sem cabeça pronto a sair pelas ruas berrando o que lhes for induzido. Quantos que foram abençoados, curados pelo Ministério de Jesus que estavam entre os que gritaram “Crucifica-O!” porque manipuladores mandaram?

Até hoje tem quem fala bem de um líder, e mal de outro, por ter sido adestrado para isso como um bicho que faz peraltices por guloseimas; incapaz de pensar com os próprios miolos; pior, de enxergar à realidade que salta aos olhos. Vociferam de novo contra o honesto e pedem liberdade ao ladrão. “Soltem Barrabás!”
O que levaria um ignorante a estar convicto da sua ignorância, a ponto de, dela não abrir mão, nem contra o argumento dos fatos, senão, o orgulho reinando na casa? De novo, Saul prefere morrer a se render.

A fragilidade da vida humana nunca esteve tão evidente; uma porcariazinha invisível consegue paralisar o planeta. Até aqueles que vivem de costas para Deus, encontram agora motivo religiosos para partilhar, mas, não são derivados da humildade e temor a Deus; apenas medo mesmo.

Passado o perigo a “fé” se vai. A hipocrisia, essa vetusta senhora tem essa “qualidade”; consegue mentir para si mesma e acreditar.

A Longanimidade Divina que deveria ser uma graça usada a nosso favor, infelizmente se volta contra por causa da nossa resiliência na prática da maldade; “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Enquanto não houver uma mudança aí, no coração, um câmbio dos nossos pensamentos falidos pelo Divinos e Eternos, nada feito.

A Longanimidade Do Santo é mesmo longa; há três milênios questiona: “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento?” Prov 1;22

Convida e promete; “Atentai para a Minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu espírito e vos farei saber Minhas palavras.” V 23, mas não é eterna; “Entretanto, porque Clamei e recusastes; Estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes Meu conselho, não quisestes a minha repreensão, também de Minha parte Rirei na vossa perdição; Zombarei vindo o vosso temor.” 24 a 26

A salvação nos chega, atentando à Repreensão do Senhor; medo de perder a vida como desejo ainda é subproduto do orgulho que resiste em se render e viver como Deus quer.

Render-se não é vergonha, não traz escárnios, antes, vida; Perde-se só o que não vale nada mesmo; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21 “Escolhe, pois, a vida!”

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O "Espírito do Natal"


“... Descerá sobre ti o Espírito Santo; a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua Sombra; por isso também O Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” Luc 1;35

Muito se fala nessa época no tal de Espírito do Natal que estaria solto por aí fazendo até corações endurecidos pousarem de amorosos. Que espírito seria esse?

A Bíblia não menciona a data do nascimento de Jesus, portanto, qualquer que tenha sido o dia, 25 de Dezembro é uma escolha humana, arbitrária; desprovida de fundamento.

Se, por Natal entendemos o Nascimento físico de Cristo, como vimos acima, o Espírito coautor do Feito foi O Espírito Santo que atuou para que Maria concebesse sem auxílio humano. Mas, será que esses todos que enviam seus votos, decoram habitats com árvores e luzes, o fazem movidos pelo Espírito Santo?

Primeiro que a luz espiritual é uma figura de linguagem que fala de discernimento, entendimento correto das coisas espirituais. Essas luzes “made in China” estão para a Luz, como um ídolo qualquer para O Todo Poderoso.

Há duas coisas nesse Bendito “Espírito do Natal” que o separam de muito do que se vê por aí; um substantivo: Espírito; que o distancia de tudo o que é origem carnal; e um adjetivo; Santo, que o faz separado de tudo o que é profano.

Entretanto, o tal do espírito agora atuante é muito vulgar e “inclusivo” de modo a não fazer distinção nenhuma de cunho moral ou espiritual; até em zonas de meretrício as “profissionais” seminuas estarão ostentando uma toquinha vermelha que simbolizaria ao dito; pessoas que passam o ano de costas, quando não, em oposição a Deus e Sua Palavra, agora sobem em carros abertos vestidos de palhaços e espalham migalhas às crianças pobres abrindo caminho ao som de buzinas. Hipócritas!!

Alguém adúltero, corrupto, ladrão, assassino até, facilmente comprará um cartão com belas falas que não lhe dizem respeito em nada no seu modo de agir e enviará a outrem para “entrar no espírito”.

Por essas e outras que, qualquer que tenha olhos pode ver, e que não seja hipócrita há de admitir, eu passo dessa febre toda e ouso sem temor afirmar que isso não advém do Espírito Santo. É o velho e traiçoeiro espírito do mundo, onde, as pessoas são massificadas e induzidas a fazer o mesmo, sob o peso das datas que o mundo estabelece.

É Dia do pais? Todos dirão: “Feliz dia dos pais”; de igual modo no das mães, namorados, crianças, páscoa, etc. como agora, todos dizem o insosso “Feliz Natal”. O que todo mundo está fazendo é o que se programa para que todos façam.

Se, A Palavra de Deus ocultou a data e prescreveu que se comemorasse a morte de Jesus, não o nascimento é porque é isso o relevante diante de Deus. Essa falsa intimidade com “O Menino Jesus” é só uma máscara onde muitos tentam ocultar sua aversão aos Ensinos do Senhor Jesus, que servem para todos os dias do ano, não para um período específico apenas.

O “Aniversariante” é convenientemente escondido; um fantoche usurpador é posto em Seu Lugar; se fosse mesmo Ele a ser celebrado, Ele deveria receber presentes, não nós darmos os mesmos uns aos outros.

Quando nasceu recebeu ouro incenso e mirra dos sábios do oriente que O visitaram.

A felicidade, tanto quanto possível, aqui na terra, não é um “produto” manufaturado que se compra acabado; ela permite-se ser encontrada em algumas nuances nas sementes santas que são semeadas, e devidamente germinadas trarão promessas de ventura eterna nos que, os corações podem ser figurados como a “boa terra”. Nos demais a Semente perde-se.

Todo ministro que se faz semeador em submissão ao Divino Agricultor, do seu modo, espalha convites para as pessoas serem felizes um dia; o faz isso “full time”, não em uma data específica que todos encenam fazer.

Portanto, assim como recuso cobrir minha fachada de luzes e um arbusto qualquer de artifícios, também, embora respeitando boas intenções dos que enviam seus votos, recuso-me a retribuir, por uma questão de honestidade intelectual e moral; uma demanda da consciência no Espírito que me conduz, tanto quanto obedeço, pelos caminhos da Bendita Palavra de Deus.

Quem é habitado pelo Espírito Santo, por certo se identificará, ao menos em parte, com essas palavras; contudo, quem leu desconfortável, contrariado, tem em si mesmo o testemunho que é só o espírito do mundo que o anima.

Deprimente ver tantos evangélicos que deveriam ser “A Luz do Mundo” misturados sem nenhum pudor às falsas e enganosas luzes do mundo. Dá vergonha alheia. 

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;14

domingo, 30 de junho de 2019

Dormindo com o Inimigo

“Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Há diversos modos de fuga; o mais comum é a hipocrisia. Aqueles que, temendo a sobriedade nua dos fatos abrigam-se à sombra dos discursos. De outro modo; constrangidos pela fraude que são e bem sabem, encenam uma personagem que pareça palatável aos eventuais convivas. Não se atrevendo a tocar no recheio mudam o invólucro.

Os justos não dependem de alheia aprovação; podem ter a ousadia de ser verdadeiros, mesmo ao custo da antipatia dos que não se relacionam bem com a verdade. A aprovação de Deus perceptível no silêncio da consciência é seu alvo; por essa, nem se importam com certos “efeitos colaterais”.

O barulho na consciência é uma “luz no painel” advertindo que algo não funciona bem. Os que fogem para a “Cidade de Refúgio” dos vícios anestesiam a dor, não para erradicar a causa como fazem os médicos; seu alvo não é desejar a cura, mas seguir anestesiados apenas, por covardes demais para tratarem com seriedade as insanidades espirituais que lhes pesam.

Pesos desnecessários cuja insistência em transportar pode fazer afundar os barcos, até dos convertidos. “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;18 e 19

A medicina aí demanda uma “transfusão de Sangue” que assusta; “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...” Heb 9;14

Contudo, há métodos mais diretos e explícitos de fuga tomados por ímpios. Quem estava a perseguir Judas quando, após vender ao Senhor tomou uma corda e foi se enforcar?? “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17

À luz disso se faz necessária a conclusão que quem faz mal a outrem, em última instância faz a si mesmo. “... estes (Os malfeitores, violentos) armam ciladas contra o seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;18

O homem justo esquadrinha-se e suspeita de falhas em si mesmo quando algo dá errado; o ímpio dilui entre muitos, ou imputa a alguns, a culpa, quando ele faz algo errado. Quem jamais conheceu higiene na consciência nem percebe sua sujeira tão “normal”.

“Os melhores homens que conheci – disse Spurgeon – estavam sempre descontentes consigo mesmos; inquietos perscrutando eventuais erros e desejando se tornar melhores de alguma forma.” Os ímpios já são “obras acabadas” gente a quem a vida, as pessoas, e até Deus devem algo.

Portanto, não é forçada a conclusão que dormimos com o inimigo, cada um de nós. Se, como muitos fazem, lhes parece preferível enfrentar o mundo a ter coragem de enfrentar a si mesmos, que gigantesco, assustador, temível é esse inimigo! O ego.

Platão ilustrou a natureza humana de um modo bem didático; “O homem é um invólucro de pele, contendo dentro uma besta policéfala, (Um monstro de várias cabeças) e no alto, um homenzinho impotente.”

Esse homenzinho frágil, ensinou, é a razão que deveria arbitrar nossas escolhas. A besta é a inclinação para o mal; cada desejo malsão, uma cabeça.

Essa figura é uma descrição mui veraz do homem sem Deus. Embora se diga a torto e a direito, “também sou filho de Deus”, a filiação se demonstra de outro modo, não, com a língua. “... Se, Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que Eu saí, e vim Dele...” Mas, eu amo a Jesus dirá meu interlocutor. Também isso requer mais que palavras; “Aquele que tem meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama...” Jo 14;21

Chegamos a um beco sem saída para a natureza humana caída. Somos meras criaturas impotentes para agir como filhos de Deus. “... o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero faço.” Rom 7;18 e 19

Então a Cruz requerida, ainda que doída mortifica apenas o mostro aquele, e recria ao homem interior de modo que agora, em Cristo ele pode agir como filho de Deus. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Enfim, se o ímpio pensando viver, apenas faz mal a si mesmo, o que renuncia ao si mesmo mortificando-se em Cristo, fingindo morrer herda a vida eterna.

sábado, 26 de janeiro de 2019

A Bem da Verdade

“Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.” Is 26;2

Critérios para entrar na Cidade da Salvação; “... nação justa que observa a verdade.” Dois conceitos grandemente deturpados atualmente: Justiça e verdade.

As pessoas pelejam por justiça quando se sentem prejudicadas; e ignoram-na quando lhes é demandada como um dever. Contra mim tudo é injustiça; à favor qualquer desequilíbrio é justo. Mais ou menos assim a “moral” vigente.

Verdade costumam dizer que cada um tem a sua. Circula nas redes sociais um desenho engenhosamente calculado; duas pessoas voltadas uma para a outra; entre elas um conjunto de traços que, visto de um lado parece três corpos e de outro, quatro. Como essa “Maravilha lógica” pretendem demonstrar que, cada um tem sua verdade e ambas são válidas. Uma ova!!!

Imaginemos um pleito esportivo, um Grenal. Pergunte-se a dois oponentes quem vencerá e cada um terá sua “verdade” diferente do rival.

Os fatos falarão e, um deles poderá estar certo; ou, ambos errados. Poderá dar empate onde ambos afirmavam vencer, ou, um placar elástico que nenhum esperava. Cada um tem sua opinião. Que, como o desenho aquele, vista pelo seu lado parece certa. Mas, se mudar de lado parecerá diversa. Verdade não é assim. É absoluta; prescinde dos relativos apreços particulares.

Do advento do Salvador A Palavra de Deus vaticinou assim: “Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Aparente contradição no que tange ao juízo; misericórdia, que sugere complacência, perdão; e justiça que requer equidade. Como a justiça demandada por Deus estava fora do nosso alcance, (“Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores; feito mais sublime do que os céus;” Heb 7;26) para que a Justiça se cumprisse perante O Santo, para conosco se tornaria misericórdia, favor, uma vez que por inadequados ao papel não poderíamos pagar o preço, e Jesus Cristo pagou por nós.

Entretanto, se, a dosimetria do juízo varia de misericórdia a juízo, esse sobre Cristo, aquela oferecida a nós, em ambos os casos a verdade assessora. “Misericórdia e verdade se encontraram... verdade brotará da Terra e a Justiça olhará dos Céus.”

Daí, quem tem problemas com a verdade pare de mentir para si mesmo supondo-se em paz com Deus. “Santifica-os na verdade; Tua Palavra é a Verdade.” Jo 17;17

Quem despreza À Palavra de Deus, por religioso que seja está alienado; olhando fanático pro desenho engenhoso de Satanás calculado para cegá-lo. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

O desenho religioso tem sido muito eficaz para produzir e manter cegos espirituais que, invés do exercício da consciência no Espírito que os purificaria segundo Deus, empanturram-se de drogas espirituais que, antes de fazer luzir a verdade, Cristo, entorpecem a consciência na presunção de aceitação por obras; aí dizem estupidamente: “Todas as religiões são boas; todos os caminhos levam a Deus.”

Ouçamos à Verdade: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

Verdade espiritual exige sintonia fina entre palavras e atos. Se professo fé em Deus como a maioria faz, contudo atuo avesso à Verdade por Ele revelada apenas aumento minha culpa acrescentando aos meus muitos pecados, o pecado da hipocrisia. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis e desobedientes; reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Pois, a “Cidade da Salvação” aludida por Isaías tem muros e antemuros; “... Deus pôs a salvação por muros e antemuros.” 26;1 Diferente do reino do Anticristo em construção onde, pessoas serão forçadas a entrar, marcadas com “ferro em brasa”, no Reino de Deus, pessoas rasas, supérfluas, tímidas, preguiçosas são desencorajadas; nem percam tempo. “Qualquer que não levar sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;27

Para salvação será aceita apenas a “Nação justa que observa a verdade”. A verdade é que somos todos pecadores; jamais seremos justos por méritos próprios; por isso devemos tomar para nós a Cruz de Cristo; para que a Sua Justiça nos seja imputada para justificação. Feito isso, sendo Nele regenerados, buscar conhecer a Luz; Sua Palavra e nela andar. “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que, não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

A verdade expõe nossa feiura; mas há um quê de beleza rara em sermos verdadeiros nesse mundo de mentiras, que compensa essa ousada exposição.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

A Régua do Juízo

“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Por um lado somos arbitrários de modo que, as possibilidades todas estão ao nosso dispor, por outro, devemos ser consequentes, pois, podendo escolher o plantio pela liberdade, nos é necessária a colheita, pela justiça.

Como vimos acima, o juízo será individual. O que a massa diz, ou, pensa, não será atenuante a ponto de diluir nela, as escolhas que me são intransferíveis. Se, aquela, uma vez nela impregnado enseja certa abolição do indivíduo, a decisão de fazer parte da mesma ou, não, ainda será uma escolha ímpar, de alguém que, livremente optou por isso.

“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.” Fernando Pessoa

De certa forma, no prisma espiritual nascemos escravos sim, do pecado; entretanto, no teatro das escolhas, livres. Se, cada um dará conta de si mesmo é porque recebeu do Senhor tal “mordomia” de administrar às próprias escolhas.

Os que advogam que, sendo maus não podemos escolher o bem, que nos seria oposto, desconsideram a eficácia da Palavra de Deus, bem como, do Espírito Santo; somos apresentados a Cristo, ante o Qual, o “si mesmo” deverá ser mortificado pela imitação da postura Dele, para que, enfim, vivamos de modo agradável ao Santo. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

Surgiria então, a pergunta: Se, cada um deverá dar conta de si mesmo a Deus, como negará a si mesmo, tendo que, um dia responder por isso? O contexto em que a expressão foi usada por Paulo é o da tolerância com fracos na fé; devemos acolhê-lo a despeito das fraquezas deixando o juízo com Deus. A individualidade de um salvo, ainda é um “si mesmo”, no sentido que ele não é o outro; mas, não o é “em” si mesmo, antes, em Cristo.

Temos muita facilidade com a justiça quando, ela se aplica distante de nós. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;” Rom 7;22 Porém, o “homem interior” a consciência no Espírito só é livre se for livre também, de si mesmo; senão, terá valores justos mesclados com ações ímpias; “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço, isso faço.” Rom 7;15

Assim, a consciência que olha “de fora” aponta para a justiça, presa num indivíduo refém das próprias paixões cativas do pecado. Por exemplo: Quase todos apoiaram à greve dos caminhoneiros, que, seriam explorados pelo sistema; entretanto, circulam na Rede vários vídeos de caminhões acidentados, onde, transeuntes, invés de se ocuparem com o socorro da vítima, apressaram-se a saquear a carga. Os mesmos que vociferam alto e bom som contra os ladrões de Brasília, sentem-se melhores que aqueles, agindo dessa forma.

Como vimos, a justiça parece sempre boa, quando me favorece, mas, nem sempre, quando me corrige. O homem interior com suas justas noções de valores sucumbe ao bicho externo acostumado ao vil interesse. Esse é o “Si mesmo” que deve ser negado tomando a Cruz de Cristo, se, queremos mesmo andar pela vereda da Vida. Senão, não passaremos de animais mortos-vivos, aguardado a fatídica hora em que a ampulheta do nosso tempo se esvaziará e será tarde demais para a salvação.

Muitos rejeitam à mensagem evangélica apontando para eventuais escândalos que há entre os cristãos. E, há muitos. Entretanto, as más escolhas de terceiros não serão abono às minhas; aqueles hão de colher o que lhes couber em justiça perante Deus, como eu, do mesmo modo.

Enfim, se, para as coisas terrenas contam os aglomerados numerosos, os clamores das multidões, no Céu não haverá passeatas reivindicatórias, palavras de ordem, bandeiras, ativismos vários, multidões. Digo, haverá multidão, mas, de indivíduos julgados um a um.

É fácil desprezarmos grandes corruptos e ladrões da praça; mas, nossas pequenas corrupções do dia a dia serão julgadas pelas mesmas palavras que dirigimos a eles; pois, Deus não julga números, mas, pessoas, caracteres.

Aí, quem rouba dez reais, ou, um milhão, na escala Divina são iguais; ladrões. Por isso, aliás, Ele mesmo diz: “Quem é fiel no pouco, também o é no muito”. O fiel não é movido por volumes, mas, por valores espirituais. Pois, a ocasião não faz o ladrão; apenas desperta ao ladrão que dormia na caverna quentinha da hipocrisia das relações sociais.

Por fim, invés de dar conta de si mesmo no juízo, apenas, podemos nos antecipar pregando esse traidor na Cruz de Cristo. Feito isso, invés de mim mesmo, aparecerá em meu lugar o Justo Salvador; Sua Justiça será imputada a mim, e serei co-herdeiro com Ele.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Deus está com fome

“De manhã (Jesus) voltando para a cidade, teve fome.” Mat 21;18

O Senhor tinha dupla natureza; por esvaziamento da Sua Glória, fez-se semelhante a nós; contudo, “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” disse; também É Deus; sem O Qual, “nada do que foi feito se fez.”

Assim, em sua forma humana sofreu as mesmas necessidades e tentações que nós. Seu corpo, como o nosso, de tempo em tempo sentia fome. Porém, em seu aspecto Divino tinha fome de quê? Ou, noutras palavras, Deus tem fome de quê?

Quando Ele fala: “Tive fome e me deste de comer...” atina a Sua identificação com os desvalidos, não, Sua fome estritamente.

Os nossos manjares, parece que não lhes interessam nenhum pouco; “Se eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda sua plenitude. Comerei carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;12 e 13 A resposta óbvia é não.

Quando os discípulos foram à cidade em busca de suprimento para as demandas do corpo, na volta flagram ao Mestre se alimentando na dimensão espiritual; “...seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come. Ele, porém, lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis... Trouxe-lhe, porventura, alguém algo de comer? Jesus disse-lhes: Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, realizar sua obra.” Jo 4;31 a 34

No mesmo contexto em que disse não comer carne de touros ou, sangue de bodes, O Eterno falou: “Oferece a Deus sacrifício de louvor, paga ao Altíssimo os teus votos. Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” Sal 50;14 e 15

Todavia, isso pode ser entendido de maneira superficial, como se, meros votos, ofertas, alguns louvores da boca pra fora bastassem para alegrar Aquele que sonda os corações e conhece o oculto. Antes de aceitar nossas oferendas precisa aceitar nossas pessoas, como diz adiante: “Aquele que oferece sacrifício de louvor me glorificará; e àquele que bem ordena seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” V 23

Qual seria o critério aceitável diante Dele para bem ordenarmos nossos caminhos? Essa pergunta já foi feita e respondida; “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme tua palavra. Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;9 a 11

Afinal, a Glória que O Santo busca não é a expressão verbal, “Glória a Deus” como devaneiam alguns; antes, a expressão do Seu Ser, em nosso agir; para espanto e iluminação daqueles que ainda não O conhecem; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;15 e 16

Jesus chamou os Seus a “ser” testemunhas Dele, não, a apenas ter um testemunho para contar. Isso demanda uma transformação tal que nossa antiga maneira de viver desaparece, pois, “...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Se, a fé vem pelo ouvir, o testemunho veraz é ainda mais eloquente; salta aos olhos; “...muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Então, agradaremos a Deus, na dimensão espiritual, na exata medida que sentirmos em nós, a fome e a sede que Ele Sente; “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5;6

O mundo vive sua síndrome de Nicodemos; O Senhor falou em “nascer de novo” ele cogitou entrar de volta no ventre materno, levou ao pé da letra. Assim, Jesus veio com A Luz do Mundo; Capacitou o entendimento espiritual da essência das coisas; Sua Doutrina; porém, o mundo dá as costas a isso, colocando um fantoche em Seu Lugar para que O Senhor seja esquecido. Faz diuturnamente sua homenagem às trevas nas má obras que abraça e reveste esplendorosamente às fachadas e praças de luzes que espiritualmente servem para distrair, invés de iluminar.

O hipócrita “feliz natal” é banal, sem Cristo; o sujeito manda um cartão assim para sua amante; os corruptos igualmente o fazem, para suas vítimas; os devassos o desejam aos colegas de devassidão; somos maus o ano todo, mas, nesse tempo anexamos à maldade costumeira o verniz religioso na pretensão de lavar almas encardidas de pecados, (o que demanda o Sangue Santo e arrependimento) dando migalhas.

Certamente essa excitação hipócrita aumenta a fome de Deus: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas, justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A César o que não é de César

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César.” Jo 19;15

César, imperador romano era cabeça de um reino que oprimia e dominava Israel, cobrando pesados tributos, a ponto de, um judeu trabalhar para o império cobrando impostos de seus compatriotas ser considerado grave pecado, daí, o desprezo que sofriam os publicanos.

Contudo, no julgamento de Jesus disseram eles que preferiam o domínio de César. O que havia no Senhor que o fazia tão detestável a ponto de os líderes judeus preferirem a tirania de Roma?

Segundo vaticinara Isaías, parece que o lapso era estético: “...não tinha beleza nem formosura, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.” Is 53;2 Embora não haja maiores referências físicas sobre O Salvador, exceto que, “crescia em estatura e em graça perante Deus e os homens”, a simples omissão de lapsos físicos demonstra que era Ele um homem normal. A falta de atrativos derivava de Seus ensinos, não, de atributos físicos, até porque, a esses ( os ensinos ) o profeta mencionara, antes, da “feiura” do Messias. “Quem deu crédito à nossa pregação...?”

Assim, a doutrina do Mestre soava sem atrativos aos judeus, não, Sua aparência. Porém, tão desprezível a ponto de preferirem César? Por quê?

Se atentarmos para Isaías uma vez mais, veremos que não pretendeu narrar a “coisa em si” como diriam os filósofos, mas, a coisa para si. Noutras palavras: Não, quem, de fato, era, O Senhor, mas, como seria aquilatado por seus ouvintes. Afinal, algo pode ser reputado mau, por ser, deveras, mau, ou, pela inépcia do avaliador.

O mesmo Senhor aludiu à importância da percepção apurada, para usufruto da luz espiritual. “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, teus olhos forem maus,  teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;22 e 23

Acho que começamos a entender porque César assustava menos que O Salvador. João introduz sua narrativa colocando Jesus como opositor diametral dos seus ouvintes, diz: “A luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” Jo 1;5

Com o Império Romano a coisa tinha certa harmonia. Malgrado os extorsivos tributos, havia concessões, como liberdade de culto segundo a crença judaica. O Senhor, por Sua vez, denunciou a hipocrisia de uma religião puramente formal, aparente, sem nenhuma essência, incapaz de agradar a Deus. Além disso, operou grandes sinais, que corroboravam Sua autoridade espiritual para contradizer doutrinariamente aos que se diziam doutores e mestres em Israel.

César não era ameaça ao “status quo”, pois, apesar dele, as coisas “iam bem”. Na verdade, desde que a humanidade passou a decidir por si mesma o bem e o mal, por sugestão de satanás, o bem passou a ser o comodismo, conforto, mesmo que conduza à perdição; o mal, correção, disciplina, não obstante, aja em prol da salvação.

Basta refletirmos uns segundos para vermos a massacrante vantagem numérica dos que preferem “César” aos ensinos do Salvador, mesmo, hoje.

Apesar dos pesados tributos de uma consciência culpada, as pessoas preferem a servidão no reino falido do pecado, uma liberdade condicional eventual, que é mera preliminar da prisão eterna, à cruz de Cristo que, mesmo tolhendo facilidades circunstanciais, reconcilia com Deus, silencia a consciência em paz, e permite a contemplação do Senhor como, de fato É, não, como parece aos maus olhos. “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2

O mais grave dessa perversão é que as pessoas dão a César o que não é dele; digo, ao escolherem as conveniências egoístas, carnais, não é isso estritamente, que escolhem. Antes, o domínio do “rei” alternativo que sugeriu independência humana invés da submissão a Deus. No fundo, ele é que está por trás de “César”, tipo de toda escolha comodista, indiferente ao Amor Divino.

O verniz hipócrita que compartilha nas redes sociais palavras bonitas e alugadas, não basta para disfarçar vidas feias, nem diante de homens com certo discernimento, quiçá, diante de Deus. Na verdade, podemos ser inimigos da Cruz de Cristo fazendo poesias e os mais belos encômios sobre ela.


Pilatos, então, representante de César lavou suas mãos hipocritamente enquanto fazia a escolha mais fácil ante Jesus. Quem avalia a aprovação humana como mais importante que a Divina, facilmente empresta seus lábios para “glorificar” a Jesus, enquanto seu coração clama por César. Quem não consegue ver feiura no pecado nunca verá a Beleza do Salvador; luz e trevas não coabitam.

domingo, 15 de maio de 2016

A vontade engana

Fez notórios seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos filhos de Israel.” Sal 103;7

Há uma grande diferença entre as coisas como são, e como vemos. Daí, se diz, que as aparências enganam, embora, às vezes o engano verta de outra fonte.  Se tratando de coisas espirituais, sobretudo, as pessoas tendem a ver a partir da vontade. Noutras palavras: Veem o que querem ver. Por exemplo: Quantos ateus, que não tendo um exemplo sequer de uma espécie sendo transmudada em outra, ainda assim, “veem” como plausível a Teoria da Evolução, pois, não conseguem “ver” Deus através da criação, ou, da Palavra?

A mesma Palavra ensina que tal “cegueira” é voluntária; invés de os inocentar, aumenta-lhes a culpa. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22 Viram Deus, entretanto, preferiram a escuridão, a insensatez.

O texto do Salmista ensina que, tanto os feitos, quanto, os caminhos do Senhor, foram notórios, isto é, fáceis de perceber. Contudo, o fato de que algo é fácil de perceber, compreender, são significa que é igualmente fácil de executar. Tanto que, os caminhos do Senhor no Êxodo, levavam Israel de encontro a combates, depois, dada a rebelião, incredulidade, dos que temeram lutar, como se a vitória derivasse deles, não, do Senhor, posto isso, digo, os caminhos retiveram a nação no deserto por quarenta anos, antes de ingressar na terra prometida. A geração que fora liberta para caminhar rumo à promessa, se viu caminhando em círculos, a espera da morte, por ter blasfemado contra Seu Libertador.

As promessas Divinas são imutáveis no que tange a Ele, Sua Fidelidade, Seu Caráter; no que diz respeito a nós, condicionais; dependem de nossas respostas, nos quesitos, crer, e obedecer à Vontade do Eterno.

Nossa covardia comodista anseia facilidades, a sobriedade necessária dos “Caminhos do Senhor” nos desafia às responsabilidades. E muitos, para fugir dessas, falseiam as coisas, turbam a própria visão, como se, ao fingirem não ver claramente o dever, fossem eximidos da culpa, pela eventual omissão em cumpri-lo.

Muitas declarações de fé feitas em cenário de “tempo bom” não passam de coloridas esperanças que, as facilidades circunstanciais permaneçam indefinidamente. Essa “fé” sazonal, a rigor, não é fé; hipocrisia conveniente do bobalhão que trai a si mesmo.
Embora viceje uma geração de pregadores festeiros que faz parecer que a “avenida da fé” é um amplo espaço de conquistas, a Palavra sempre advertiu que se trata de adstrita vereda, dever, responsabilidade. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

O mundo vive seu porre dos direitos, todos os comportamentos, faixas etárias, mas, ante Deus, a senda do dever se requer como aprendizado desde a infância: “Ensina o menino no caminho que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Se, por um lado é certo que, aquele que deveras não vê, conta com certa misericórdia, pois, “...Deus não toma em conta os tempos da ignorância”, por outro, não menos certo é que, a maioria finge não saber o que sabe, para não abrir mão do gosta.

Sua “cegueira” deriva de uma vontade rebelde que acostumou ao prazer na maldade, e disso não abre mão, prefere o escuro. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque, são feitas em Deus.”Jo 3;19 a 21

Uns assim, como aqueles do Êxodo, recusam o combate, ( cruz ) duvidam da fidelidade e bondade de Deus, também andam em círculos no deserto da vida, a espera de uma morte sem esperanças. Daquela geração, entraram Josué e Calebe, dois que creram, apenas; da nossa, dentre os muitos convidados, uma minoria de escolhidos, infelizmente.


Os caminhos do Senhor são notórios, mas, pouco influi a Luz, ante quem aprendeu amar as trevas. “Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois a sua boca se encherá de cascalho.” Prov 20;17

sábado, 7 de maio de 2016

A rejeição das palavras, da Palavra

“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Tenho deparado com muitas, ácidas, postagens depreciando palavras, afinal, a virtude reside nas ações. Tal distinção a própria Bíblia se encarrega de fazer: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas, em poder.” I Cor 4;20

O contexto de tal frase, contudo, foi de certos agitadores que apareceram em Corinto na ausência de Paulo; sabedor, disse queria conhecer-lhes a virtude, uma vez que, das suas palavras já soubera.

Tenciono sempre, ao escrever, por em relevo ensinos bíblicos, jamais, os ofuscar, distorcer, contrariar; então, se assim A Palavra afirma, assim subscrevo, assim é.

Contudo, a superfície do lago não basta para revelar seu todo. Primeiro, não é o uso das palavras que a Bíblia combate, antes, o agir diverso do que se fala, o que configura hipocrisia, largamente combatida por Jesus. Ademais, esses “filósofos” de Facebook que atiram para todos os lados com armas alheias depreciam o uso das palavras, através de, palavras.

Ora no que tange à Palavra de Deus, ela mesmo insta-nos que anunciemos a tempo e fora de tempo, pois, “... a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Óbvio que, alguém cujo testemunho de vida conhecemos, e destoa do que ensina, não nos interessa, sendo seu viver a antítese de seus sermões; entretanto, outro que, desconhecemos a vida, e, graças aos meios de hoje podemos conhecer os pensamentos, rejeitarmos por que são meras palavras, tal rejeição não deriva de lapsos no emissor da mensagem, antes, no receptor, nos valores que tal, esposa.

Certo é que, quanto maior for a luz de quem ensina, diretamente proporcional será a responsabilidade perante O Eterno; mas, isso é problema dele, não de quem lê. Tiago disse: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Verdade é que é muito mais fácil rejeitar algo que nos desafia, como se, indigno, desse modo a “virtude” estará conosco, o vício alhures, que ter a coragem de se olhar no espelho, e, uma vez identificando alguma sujeira, lavar-se. O mesmo Tiago aludiu a uns que até miravam-se, mas, não se lavavam. “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24

Interessante que tais foram postos como enganadores de si mesmos. Na verdade, malgrado a forma, os instrumentos que O Senhor use para que o Evangelho chegue a alguém, no fundo, trata-se de uma disputa entre luz e trevas, tendo o ouvinte como alvo.

A escolha sempre será livre, como foi, aliás, ante o próprio Salvador. Acusou Seus ouvintes, não de rejeição a meras palavras, antes, à Luz, pela perseverança nas más obras. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

É próprio da luz iluminar, aclarar o teatro das ações, que, nesse caso, mostra os valores do céu; não é um agir, estritamente, mas, possibilitar agir segundo Deus. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para meu caminho.” Sl 119;105

Concluindo, deve ser cabalmente reprovável, rejeitada, qualquer espécie de atitude hipócrita; contudo, muitas vezes a própria “filosofia” do que rejeita aos desafios Divinos, mediante Seus comissionados, não passa de hipocrisia, de um que recusa ter sobre a cerviz o Jugo de Cristo, e, ainda pretende sair desfilando sua loucura travestida de sabedoria.

A escalada no Monte Santo é árdua, lenta, mas, contínua, para aqueles que, humildemente fazem a boa escolha. Tais, são reputados justos, graças à justiça de Cristo. E O Espírito Santo ajuda-os, na aquisição paulatina, de mais luz a cada dia. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18


Enfim, seja nosso, não, à hipocrisia, derivado de nosso Sim, a Cristo; por termos aprendido Dele, a conjugar valores e ações, no Santo Jugo da Integridade. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A máscara da ignorância

“Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram céus, e terra; que foi tirada da água, e, no meio da água subsiste.” II Pedro 3;5

Descrevendo escarnecedores que surgiriam nos últimos dias, Pedro lhes atribuiu uma característica interessante: Ignorância voluntária. Sendo “Gnose” o conhecimento, “Agnose” ou, ignorância, é seu oposto, ausência de saber. Entretanto, voluntária?

A ignorância, propriamente dita, chega a legar certa “inocência” ao seu hospedeiro; Paulo escrevendo aos Romanos diz: “Não havendo Lei, não há transgressão.” Ou, quem ignora a Vontade Divina, não será tido por transgressor, se, agir de modo contrário. Discursando aos atenienses foi Preciso: “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...”

Entretanto, essa “pureza” se perde, quando, a mesma é voluntária. Diversa da situação, onde, houve privação de conhecimento, agora, temos o concurso da vontade. Assim, não se trata de ignorar por não poder conhecer, antes, por não querer.

Ora, qualquer coisa sobre a qual, manifesto arbitrariamente minha vontade, não ignoro; antes, é, justo, meu conhecimento das implicações, das consequências, que me levam a “desconhecer” coisas das quais, não gosto.

Sintetizando: Ignorância voluntária não é ignorância, estritamente; antes, fingimento, hipocrisia de quem, prefere isso, a encarar consequências do que sabe.

Temos um caso bem didático quando, Jesus foi questionado sobre a fonte de Sua autoridade para purificar o templo, por exemplo. Anelavam que Ele “blasfemasse” dizendo-se Filho de Deus, para poderem apedrejá-lO.

O Senhor, sabedor de todas as coisas devolveu-lhes a malícia com outra pergunta: “Jesus, respondendo, disse-lhes: Também vos perguntarei uma coisa; se me disserdes, vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou, dos homens? Pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.” Mat 21; 24 a 27

Vimos que, o “não sabemos” não derivava de ignorância, antes, de saber precisamente as consequências de ambas as respostas possíveis.

Temos exemplos práticos diariamente, nesses tempos escuros, onde tanta corrupção assoma. Os mesmos que, no pleito pelo poder “sabiam tudo” os malfeitos dos adversários, o que deveria ser feito em reparo, enfim, quais passos o “gigante” carecia para crescer inda mais, quando inquiridos, mesmo os indícios contra eles dando uma enciclopédia, nunca sabem de nada; sequer conhecem alguns camaradas de coexistência harmoniosa pretérita. “Não sei de nada, não vi nada”, virou bordão de humoristas denunciando essa desfaçatez.

Embora tais artifícios possam ter certa eficácia no confuso teatro social, onde, muitas vezes arbitra a paixão em lugar da justiça, ante Deus, a coisa não cola. Salomão já desaconselhou essa artimanha em seus dias, disse: “Se deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte; aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Não sabemos; porventura não considerará aquele que pondera os corações? Não saberá aquele que atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme sua obra?” Prov 24;11 e 12

Não que devamos sair dizendo inadvertidamente tudo que sabemos; senso de ocasião ajuda muito. Quando a porta dos corações está fechada, melhor bater a espera de que se abra. “Botar o pé na porta” engendrará inimizades, invés de conversão. Quando Paulo aconselha Timóteo que pregue, quer seja oportuno, quer, não, tenciona encorajá-lo em face às adversidades daqueles dias; o mesmo Paulo prescreveu ao jovem pastor que se desse por exemplo em tudo, inclusive, mansidão, tolerância.

Imaginemos um caso de falecimento de um descrente, sabemos o que sucede nesses casos. Como aconselharíamos eventual parente que se nos acercasse em busca de palavras de consolo? Melhor seria direcionar o assunto da Bondade Divina incidindo sobre os vivos ainda, que prometer venturas ao que se foi, ignorando voluntariamente à essa mesma bondade. Nem tudo o que sabemos pode ser dito; não, em qualquer momento, digo. O Salvador agiu assim com seus discípulos; “Ainda tenho muito que vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora.” Jo 16;12

Em suma, a ignorância voluntária é só um nome diferente que se dá à hipocrisia; pessoas que sabem bem as implicações de certas escolhas, e fingem não saber, para que, usando máscara sua rebelião pareça menos feia.


Quem não quer saber das coisas de Deus, foge deliberadamente da vida que lhe é oferecida, ao encontro de um assassino; trai a si mesmo.  “O que rejeita a instrução menospreza a própria alma, mas o que escuta a repreensão adquire entendimento. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e precedendo a honra vai a humildade.” Prov 15;32 e 33 

domingo, 7 de fevereiro de 2016

As máscaras da incredulidade

“Rodearam-no, os judeus, e disseram: Até quando terás nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diga abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vos disse, e não credes. As obras que faço, em nome de meu Pai testificam de mim. Mas, vós não credes porque não sois minhas ovelhas, como já vos tenho dito.” Jo 10; 24 a 26

Parece que, havia um esforço para crer, de modo tal, que as almas estavam suspensas; Cristo seria culpado desse descrer, talvez, falasse coisa ambíguas. Diga abertamente, pediram. Já disse, demonstrei mediante obras, vocês não creram; porque não sois minhas ovelhas, respondeu O Mestre.

A incredulidade tem mesmo muitas faces. Quantos posam de vítimas dizendo que se esforçam para crer, mas, não conseguem; a mensagem lhes não convence. Forçam a “chover no molhado”, redizer o que foi dito, como se, alguma coisa tivesse ficado nebulosa, e, enfim, sendo esclarecida gerará fé.

Não que, eventualmente não haja “ruídos” na mensagem, o que, todo ser racional, mais hora, menos hora, tentará entender. Mas, quem crê, o faz, sobretudo, confiando na integridade do Salvador; se há algo mal entendido deve ser culpa minha, pensa, depois pergunto, Ele me ensinará. Como fizeram os discípulos acerca das parábolas do Joio e do Trigo, e, do Semeador, por exemplo.

Não entenderam, mas, entendiam quem era Jesus e o seguiam mesmo assim; oportunamente, buscavam esclarecimentos. Isso é fé. Mais que o teor da mensagem, confiar no Pastor. “As minhas ovelhas ouvem minha voz; eu conheço-as, elas me seguem;” v 27

A balela do “eu creio em Deus do meu jeito” é mais uma máscara da incredulidade. Meus gostos, cosmovisão, nada valem, se, anseio, deveras, a salvação. A condição proposto por Cristo é: “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Assim, não resta espaço para que as coisas sejam do meu jeito.

O Senhor é categórico: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

A salvação é ideia de Deus, iniciativa espontânea do Seu amor; somos réus de morte, dados, nossos pecados. Então, ela será nos termos de Deus, ou, jamais será.

Não que um salvo não tenha conflitos, pois, uma vez tendo “nascido de novo” sua dupla natureza, espiritual e carnal, pelejará dentro de si, cada aspecto, segundo seus interesses; nesse caso, resta a boa escolha. Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7; 14 a 17

Notemos que não há ambiguidade na mensagem antes, na vontade humana; uma espiritual, consciência, que concorda com Deus; outra carnal, que tende a rebelar-se. De nossa escolha nesse gládio depende a salvação, como disse, adiante: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Cap 8;1 e 2

O problema básico dos que recusam crer não é falta de entendimento, antes, sobra. Entendem muito bem as implicações de crer, que significa obedecer, deixarem de viver a vida como gostam, para viver de um modo que agrade a Deus. Todavia, o hipócrita age como está acostumado; tenta maquiar seus defeitos para que, eventualmente, apareçam menos, invés de os corrigir. Forma sutil de trair a si mesmo.

A ideia do pecado original proposta pelo diabo: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”; noutras palavras, autonomia em relação a Deus. Essa “receita” ainda pauta o modo de vida dos que recusam a crer; no fundo, recusam obedecer.

Esse cinismo tão encontrável na sociedade moderna, onde a lei é boa para proteger os maus, e opressora para corrigir. Assim, uma criança de doze anos pode decidir por uma operação transexual; um assassino de dezessete não pode ser imputado, a lei protege. Ante O Eterno, não cola.

A mensagem é clara! A escolha, livre! As consequências, inevitáveis. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;7 e 8.

sábado, 4 de abril de 2015

O "argumento" da calúnia

“O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza, e dá-se por seguro.” Prov 14; 16 

Temos duas reações ante o mal; uma do que evita desvia-se; outra, do que se irrita com a correção e se sente seguro. Qualquer pessoa medianamente informada sabe que, o uso da violência, da agressão onde deveríamos usar argumentos, é admissão de culpa, ou, de falta de argumentos. 

O senhor sofreu na face um “argumento” assim. “E, tendo dito isto, um dos servidores que ali estavam, deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que me feres?” Jo 18; 22 e 23  Vemos que, o uso da violência, da agressão onde faltam argumentos é um mal bem idoso. 

O medíocre discute pessoas. O comum discute fatos. O sábio discute idéias.” Pv chinês. O que Salomão achara tolo, para os chineses é um medíocre, o que não melhora em nada. 

Tais pecadores tentam se lavar com água suja; digo, justificarem eventuais erros ancorados em presumidos erros alheios. Assim, os corruptos do PT caçam desesperadamente corruptos de outras siglas, como se, achando-os, lhes justificasse. 

Não que sejamos perfeitos, mas, nos apedrejam de longe, desqualificando via textos, imputando-nos coisas que desconhecem, frutos de sua maldade, não, de fatos. Sentem “nojo” de quem ensina; se, tal, em algum aspecto os contrariar. 

Paulo, o grande apóstolo passou por algo semelhante. Cara a cara o temiam, mas, de longe o acusavam. “Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me envergonharei. Para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas. Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra desprezível. Pense o tal isto, que, quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais, seremos também por obra, estando presentes. Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento.” II Cor 10; 8 a 12 

Então, quando a santidade é tanta que chega a sentir nojo de nossos pecados, é hora de conhecermos pessoalmente esses poços de virtude; entregar-lhes o púlpito e nos assentarmos para o devido banho de sabedoria e santidade. 

Duros tempos vivemos; onde o respeito sumiu, e a calúnia parece se equiparar aos fatos. Longe de mim esteja a presunção de não ter erros; mas, igualmente distante fique a ideia de hipocrisia, falta de caráter. 

Mas, Paulo, o mesmo que era valentão só por cartas vaticinou esses dias: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3; 1 a 5 

Sim, embora se diga por aí que são todos iguais, para Deus existem diferenças, “os bons”, na verdade, pecadores que se arrependem, e os réprobos que seguem agarrados aos seus erros; esses merecem desprezo enquanto não se arrependerem. “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor;...” Sal 15; 4 

Vemos que, o mesmo que despreza aos réprobos honra aos servos de Deus, não emparelha tudo como se fosse um balaio de gatos. Um servo de Deus não é dono da Verdade; mas, tem compromisso com ela, não com fingir hipocritamente visando agradar homens, como disse Pedro: “...Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos 4; 19 e 20

Vivemos a geração sem noção, que foi descrita nos provérbios. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30; 12 

O triste disso tudo é que, quem ensina visando afastar do erro o faz por amor, mirando edificação e é tratado como arrogante, presunçoso, hipócrita.

Certas coisas, só  notamos o real valor quando faltam, como viu a beleza da casa paterna, o pródigo, só depois que estava entre os porcos. 

“O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17; 15 Quem tem compromisso com a verdade não faz uma coisa, nem outra, antes, enxerga a diferença entre ambos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Uvas maduras

“O escarnecedor busca sabedoria e não acha nenhuma, para o prudente, porém, o conhecimento é fácil.” Prov 14; 6
 
Duas facetas interessantes nesse provérbio. Primeira: Cotejar índoles opostas, escarnecedor versus prudente; Segunda: Atribuir  predicados diversos, sabedoria e conhecimento.

A sabedoria bíblica sempre traz um acessório moral, diverso do conhecimento que, embora se defina, eventualmente,  com a mesma palavra, não se trata, estritamente, da mesma coisa.

Quando o Texto Sagrado diz que Deus apanha aos sábios na  própria  astúcia está ironizando aos que adquiriram conhecimento, e mesmo que, aos olhos terrenos  posem de sábios, aos Divinos, não passam de velhacos, astutos.

Tiago faz explícita distinção entre sabedoria espiritual que enseja santidade, e  animal, que gera os ditos astutos. “se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica…Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.” Tg 3; 14, 15 e 17
 
Paulo também se encarrega de distinguir essas duas fontes; argumenta como se a queda tivesse lançado a humanidade numa dimensão tal, que o suprassumo fosse insano; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?”  I Cor 1; 20  

Sabedoria, parece, teria sido confiar irrestritamente em Deus; como a humanidade nunca conseguiu, restou rebuscar a fé mediante a persuasão numa mensagem repetida à exaustão até que alguns se salvem; mesmo que isso seja reputado, loucura. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” V 21
 
Mais adiante ele reforça seu argumento; “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.” Cap 2; 6 a 9

Vemos que a sabedoria espiritual lida com coisas não vistas, ouvidas ou pensadas, claro que, aos olhos naturais isso é doentio mesmo.

Então, Deus serve-se dos “doentes” para a missão; “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;” Cap 1; 27 e 28
 
Fé ou incredulidade marcam a fronteira entre prudência espiritual e escárnio. O que crê teme, considera, orienta-se pelo Senhor no qual acredita. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência.” Prov 9; 10
 
Ao que duvida resta o escárnio, pois, a Palavra o coloca numa condição de caído, alienado, passível de condenação, o que fere seu orgulho natural.

O prudente sente-se seguro sob os preceitos Divinos, o tolo, aquece-se no fogo da própria estupidez; “O sábio teme, e desvia-se do mal, mas o tolo se encoleriza, e dá-se por seguro.” Prov 14; 16  

Então, restam os conselhos que seguem:  “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.” Prov 9; 8 “O filho sábio atende à instrução do pai; mas o escarnecedor não ouve a repreensão.” 13; 1  

Comporta-se como a raposa da fábula de Esopo que incapaz de pegar as uvas desejadas desprezou-as dizendo que estavam verdes.

Sua fagulha de anseio por sabedoria, predicado dos prudentes, uma vez buscada por seus meios, apaga; aí, despreza o bem não atingido, partindo para o escárnio. Resta o conhecimento, que até os ímpios conseguem, como seu “Everest” intelectual;  o que, para o prudente é fácil, mero acampamento na base da escalada.

Diverso da pecha que a fé é cega, lida com “coisas que o olho não viu, ouvido não ouviu, nem subiu ao coração humano”, pois, vê, onde o homem natural é cego. 

O conhecimento até pode, eventualmente, lançar mão de uma sábia jurisprudência; só a Sabedoria do Alto, pode criar uma.

O posto mais alto logrado pelo conhecimento é o “conhece a ti mesmo” de Sócrates. Nos caminhos da fé temos um upgrade considerável; “…Quem me vê a mim vê o Pai;…” Jo 14; 9