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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Desigualdades "democráticas"

“A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si.” Aristóteles

Qualquer pilantra, a despeito dos maus motivos que oculte, ou, indevidos meios que use, se, cometer um ilícito e disser que fez aquilo por motivos políticos, pois, no fundo é um democrata acabará absolvido por uma sociedade sonolenta, omissa, avessa ao pensamento crítico.

O que há de tão bom na democracia, que, parece que canoniza tudo; mesmo ações vis acabam abrigadas sob sua casamata?

Seu pressuposto básico é que ela é uma expressão da vontade popular; será? De outra forma; o povo sabe o que quer, deveras, ou, é induzido a querer segundo interesses de quem o manipula? Mas, onde pretendo chegar? A um sistema onde o povo seja tolhido de escolher seus representantes?

Infelizmente, nossas últimas “experiências democráticas” trouxeram cobras e lagartos invés de gente proba e apta para gerir a coisa pública. Admitindo que as famigeradas urnas eletrônicas falaram a verdade, refletiram nossas escolhas mesmo, “ungimos” gente que, no aspecto da preparação era analfabeta, no da competência, nulidades; da ética, alheios, mentirosos e corruptos.

Porém, os que perderam, muitos deles, se revelaram também, corruptos, de modo que, ao que parece não tínhamos escolha. É. Não estou pretendendo soluções simplistas como tantas que circulam por aí, tipo, não reeleger ninguém, com a ilusão que tal decisão sanearia um pouco a coisa; o furo é mais embaixo.

Muitos dos novos eleitos seriam de gente que já está entranhada nesse sistema corrupto e dele se beneficia em escala menor, mas, conhece bem o “caminho das pedras” chegando lá.

Se, concordarmos com Aristóteles que somos todos iguais, em certo sentido, mas, não, absolutamente, e, concordo; então, como anular, ou, pelo menos restringir a importância dessa desigualdade na hora da escolha? Do jeito sem critério da maioria escolher, e sem pudor dos candidatos propagandearem-se, tende o cenário a uma espécie de, quanto pior, melhor.

As pessoas simples cambiam votos por quaisquer ninharias, dada a necessidade e o lapso de cidadania; ou, se impressionam com mirabolantes promessas, a despeito de, a coisa acenada ser factível, ou, não. Assim, o corrupto safado que compra votos, e o mentiroso descarado que seduz oferecendo o que não possui, têm mais chances de ser eleitos que, eventual ”patinho feio” que ousar apenas a verdade.

Como corrigir isso em menos de três décadas de educação de qualidade? Difícil, mas, uma mudança de sistema atenuaria muito.

Por exemplo, numa eleição presidencial como agora, no máximo três candidatos disputam com chances; no entanto, teremos perto de uma dezena, por quê? Candidatos a bosta nenhuma, andam pra lá e pra cá dando entrevistas como presidenciáveis, acenando seus utópicos “planos de governo”, como se, de fato, estivessem no páreo com seu um por cento ou menos de eleitores.

Acontece que nosso bravo Congresso Nacional, tão cioso dos nossos interesses aprovou uma verba de campanha de três bilhões de reais.

Imaginem um droga nenhuma desses com um por cento dessa bolada para gastar “em campanha”? 30 Milhões!! Que gaste a metade disso em seu fastidioso “mise en scène” ainda terá “democráticos” 15 milhões para fazer a festa como quiser.

Ora, para quê serve a propaganda política senão, enganar? Como são feitas as mirabolantes e sedutoras promessas aquelas, senão, durante os programecos de gente safada nas favelas beijando pobres e depois apunhalando-os uma vez eleitos?

Para meu gosto não haveria propaganda no rádio nem na TV. O TRE mesmo daria apenas o currículo dos candidatos majoritários, e os números dos proporcionais. Quem quiser fazer campanha que o faça com seus recursos, não com nosso dinheiro, como se, os interesses mesquinhos deles fossem também os nossos.

Assim não podendo mentir financiado por nós, boa parte dos votos filhos da sedução tomaria outros rumos; e, fim do Foro privilegiado, para que se sujasse de uma vez muitas fichas que estão “limpas” por artifícios sistêmicos, malgrado o seu lixo; que as sujas fossem alijadas para sempre do processo eleitoral.

Recomeçar do zero nossa educação, invés da doutrinação ideológica de gerar imbecis adestrados, a cidadania corajosa formando pensadores livres que, conhecendo, deveras, os dois lados da moeda façam suas escolhas segundo suas consciências, não, segundo “chips” implantados por canalhas.

Além disso, o fim do bordel partidário, com três ou quatro siglas no máximo; assim, esse monte de prostitutas que se vende no segundo turno já estaria às sombras de uma sigla ou, outra, e seria menos dispêndio ao país e confusão na cabeça dos eleitores.

Alguém disse de modo irônico que a democracia nos permite escolher com qual molho seremos devorados; urge virar o jogo e escolher por quais valores seremos representados.