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domingo, 27 de novembro de 2016

A razão da fé


“... minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou, se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Nunca foi propósito do Senhor, que abraçássemos uma fé cega, como nos acusam alguns, antes, que o façamos providos de entendimento, razão. Desse modo, certo ceticismo, questionamento antes de nossos “améns” sempre será salutar, pois, “crer” a despeito de ignorar, abraçar no escuro, enseja fanatismo, coisa jamais desejada pelo Criador.

Por isso, sempre anexa certos desafios práticos à Sua Palavra, tipo: “Provai e vede que O Senhor é bom;” “Achegai-vos a Deus e Ele se achegará a vós”; “Vinde a mim... Eu vos aliviarei”, etc. Sempre um desafio a uma ação, com promessa da reação Divina, na justa medida.

Óbvio que não devemos esperar, em nosso tempo, provas como as oferecidas no Carmelo, quando, estando o povo “coxeando entre dois pensamentos”, Elias desafiou os profetas de Baal, e O Eterno fez descer fogo dos céus. Era uma coisa pontual. Deus ordenara ao profeta que anunciasse o estio como juízo pela apostasia, depois, que aqueles expusessem as qualidades de seu deus, diante de todos. O Senhor tratava com uma nação, não, um indivíduo.

Então, não nos está proposta uma “Chuva de fogo” como prova, antes, refrigério interior, conhecimento de Deus, mediante a prática de Sua Doutrina. “Se, alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...”

Entretanto, “o justo viverá da fé”, propõe A Palavra; e, nada mais eficaz como pano sobre o qual bordarmos a fé, que o tempo. Assim, a fé sadia não é aquela que “ordena, determina” e as coisas saem à luz ao comando do guru da vez que conhece como “funciona”; antes, é uma confiança tão inabalável na Palavra, Integridade, Caráter de Deus, que, como Moisés, nos mantém “firmes como quem vê o invisível”.

Se, a paz interior é patrimônio imediato de quem se arrepende, confessa, se converte, começa a mudar de vida, as consequências exteriores podem muito bem ser adversas, normalmente são, pois, a conversão nos faz andar em novidade de vida, o que, necessariamente ensejará ruptura com situações, pessoas, cujo concurso pretérito não faz mais sentido, para a nova criatura.

A celeridade tecnológica ajuda deturpar as coisas, pois, o domínio disso apressa a chegada de muito que anelamos, de modo que se aconselha que textos na NET sejam breves, pois, as pessoas não têm tempo para algo mais denso.

Ora, conforme o tamanho do peixe que se vai pescar, escolhemos o anzol, nylon; se, o intento for que as pessoas passem em revista suas escolhas espirituais, o destino eterno das almas, será necessário um poder de síntese espetacular para dizer o necessário em poucas palavras.

Suprema ironia seria, alguém perder a eternidade, porque, agora, não dispunha de dez minutos para um texto “pesado” como esse, com mais de setecentas palavras. Uma canção antiga, de Arnaud Rodrigues chamada “Índio do Uruguay” trazia: “A vida é de quem corre menos, em busca de mais.” Talvez, seja o caso de pararmos um pouco para pensar.

Pois, a balela de opositores, de que a fé é cega, a “ciência” racional, passa longe da verdade. A “ciência” que se opõe a Deus é falsa, nociva, pois, avançando sobre áreas que não são seu objeto, produz descaminhos, não conhecimento, como a ciência veraz: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos, às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6;20 e 21

Além disso, a fé não é desafiada a exercitar-se num vácuo, tipo, creio em alguma coisa, em algo superior, como se ouve, antes, somos instados a mudarmos nossos pensamentos pelos de Deus; “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos; os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Is 55;9 Feito isso, nossa mente renovada fatalmente desafinará dos valores do mundo, mas, se alinhará Ao Criador, essa é a razão da fé.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2
Na verdade, a maioria das pessoas que evita a senda da fé não o faz porque seja ilógica, irracional, incompreensível, antes, porque entende que demanda uma cruz, peso que recusa a carregar.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dona legalidade e seus dois maridos



“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mat 28; 19 e 20.

Precisamos “navegar” retroativamente ao pegar um barco andando como esse; digo, “portanto” é conjunção conclusiva, de modo que associa-se a um texto anterior; qual? “...É-me dado todo o poder no céu e na terra.” V 18  

Eu Sou o Todo Poderoso! Portanto, ordeno: Vão, preguem, ensinem, batizem, atenham-se ao que Eu mandei; saibam que  garanto-vos minha presença contínua. 

A questão; da autoridade é crucial em qualquer caso que demande  hierarquia. Quem está mais alto a possui em maior grau. Para os religiosos da época, dados os escritos deixados, a suprema autoridade era Moisés.

Sempre que  ensinos do Mestre pareciam contradizer à concepção que eles tinham de Moisés, O acusavam de blasfêmia, sedição. Quando da purificação do Templo armaram um laço exigindo saber com quê autoridade fazia aquilo. 

Não era uma dúvida honesta, antes,  armadilha para O forçarem a “blasfemar”.  Sabendo disso, o Senhor jogou sua maldade no próprio colo; fê-los beber do próprio veneno. “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto.” Mat 21; 24 a 27 

O fanatismo cega até ante o que está patente. Se, a Lei de Moisés, era Santa, vinda de Deus, para ser observada, etc. trazia uma “vacância,” de onde, novo Legislador viria, ao Seu tempo; leiamos: “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu; porei as minhas palavras na sua boca; ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu  requererei dele.” Deut 18; 18 e 19 

Um como tu, ( Moisés ) um legislador. Jesus disse que não veio anular à Lei, mas, cumprir; o fez, e anunciou o Evangelho.  Justo na introdução aos Hebreus, a “discrepância” entre Jesus e Moisés se desfaz. “Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3; 3 

O Sonho célebre de John Bunyan que deu origem ao “peregrino” apresenta o coração humano como um cenáculo cheio de poeira, a Lei como vassoura. Quanto mais se move esta, mais poeira levanta. Aí, o intérprete explica: A poeira é o pecado, a vassoura, a Lei. Assim, a Lei não tira pecado, antes, manifesta.

Então, água é borrifada no ambiente, a poeira assenta e pode ser varrida. A água, ensina, é o Evangelho. Era impossível à Lei, a graça fez. 

Todavia, mesmo depois de dois milênios do Evangelho, muitos ainda não o conseguem distinguir da Lei. O Todo Poderoso resumiu o que  importa em dois mandamentos: Amor a Deus e ao próximo. E no epílogo de Mateus registra-se isso: “Ensinando a guardar todas as coisas que eu tenho mandado.” O quê, automaticamente elimina Moisés, como meio de salvação. 

Adventistas preceituam a guarda do Sábado inspirados num sonho de Ellen White; o mesmo de Bunyan apresenta a legalidade como um monte que tem desviado a muitos da graça. Se tiver que optar entre dois sonhos pós canônicos, fico com esse, por ser bíblico.

Paulo Ilustra Moisés e Cristo como dois maridos; a humanidade como uma mulher; e ensina: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.  De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, assim, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7; 2 a 4 

Quem quer associar a graça com a Lei é viúva Saudosa que diz amar o novo marido, mas, deseja a foto do finado sobre a mesa; Ele tem ciúmes. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” Gál 5; 4