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domingo, 6 de outubro de 2019

A Liberdade Possível

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36
As Palavras do Salvador deixam implícita a existência da falsa liberdade.

Muitos filósofos debruçaram-se sobre o tema tentando definir em quê, consiste a liberdade, sem chegarem a um consenso.

Diverso das narrativas do fatalismo grego e, da teologia calvinista que, nos encaixam em determinações, às quais não podemos evitar, penso que, temos alguma liberdade sim.

Na esfera política, por exemplo, diferente de uma ditadura onde o governo nos é imposto, na democracia podemos votar e escolher; contudo, entre um número pequeno de opções; nossa liberdade exercita-se dentro de limites alheios a nós. Alguém ironizou que a democracia nos dá direito de escolhermos com qual molho seremos devorados, num apreço pessimista dos governos humanos.

Tal é a interação do Universo que, a liberdade absoluta sequer existe; nem mesmo Deus é livre desse modo; quando Sua Revelação diz que Ele vela por Sua Palavra para cumpri-la, que não pode mentir, suportar iniquidade, contemplar o mal, etc. vemos que Seu Próprio Ser limita-O às coisas que “condicionam” Seu agir. Deus É “refém” da Sua Própria Integridade.

Que a liberdade pressupõe responsabilidade é ponto pacífico, até, perante pessoas com dois neurônios apenas. Tanto que, caso alguém faça mau uso dela em âmbito social, extrapolando limites sobre bens ou vidas alheias, normalmente a punição é em forma de restrição da liberdade; prisão. Isso atinente ao aspecto mais básico; o direito de ir e vir.

Num escopo mais refinado estaria a liberdade de consciência que se desdobra em liberdade de crença e de expressão.

No entanto, mesmo nesse âmbito muitos extrapolam; O ateísmo é uma crença que atua contra a crença. Em nome da liberdade de expressão muitos ofendem autoridades, credos; expõem “artes” sacrílegas ferindo consciências; ora, minha liberdade é extremamente livre; não porém, a ponto de invadir ou ofender a alheia.

Todos nós lidamos naturalmente com restrições lógicas da liberdade; por exemplo, se estamos jogando cartas com um baralho que possui treze tipos de cartas, jamais cogitamos jogar uma que seja catorze, nos movemos dentro dos limites; se, entramos num elevador dum prédio de quinze andares não esperamos ter a opção décima sétima; saber do possível nessas coisas soa lógico, normal.

Agora, tratando-se questões morais, espirituais, a ideia que a liberdade tenha limites nos incomoda; por quê? Quem disse que determinados comportamentos são inadequados? Com que direito? E daí se eu quiser drogar-me, adulterar, mentir, roubar...? Objetivamente Deus não tolhe a “liberdade” dizendo que não podemos essas coisas; mas, prevenindo para onde elas levam. Podemos praticá-las; não, fazê-las e agradar a Deus ao mesmo tempo.

Se O Salvador veio prometendo, Nele a verdadeira liberdade, e, invés de banir Satanás, ou o império romano que governava, então, desafiou seguidores a negarem a si mesmos, parece necessária a conclusão que os pecadores são prisioneiros de si mesmos.

A gaiatice que diz: “Tentei fugir de mim mesmo, mas, aonde eu ia, eu estava” não é tão insana quanto parece, à primeira vista. É esse o drama dos pecadores diante de consequências danosas dos seus pecados. Ao justificarem-se invés de assumir, confessar; tentam fugir de si mesmos.

Um pouco antes das Palavras realçadas O Senhor dissera: “... Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” Jo 8;34

Se, nosso escopo é liberdade, e dentro de nós reside certa servidão, necessário é que a solução seja nessa esfera.

Paulo elucida o conflito de mim com eu mesmo. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 a 20

Como seria eu livre, pois, se o pecado me habita, dá-me ordens e eu obedeço-o? “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele que obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Enfim, a liberdade possível ainda é limitada; livres para andar como filhos de Deus; o homem natural, sem Cristo não pode; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Sem Ele, meras criaturas corruptas; Nele podemos andar, “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;21

sábado, 2 de junho de 2018

A Falsa Liberdade

“Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O Senhor dizia isso aos que já criam; o fato de se pode crer sem conhecer, talvez, tenha dado azo à afirmação que a “fé é cega”. Entretanto, pautando nosso modo de vida pela que cremos, “... permanecerdes na Minha Palavra...” isso faculta que passemos a ver algo precioso: “... conhecereis a Verdade...”

O Senhor desafiou aos que queriam saber a origem de Sua Doutrina, não tendo estudado; “... Minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...” Cap 7;16 e 17

Ao dizer, “verdadeiramente sereis livres.” V 36 implica a existência de uma falsa liberdade. Se, para nos livrarmos dela carecemos permanecer nas Palavras do Senhor, e, Sua Palavra diz: “Negue a si mesmo”, necessária se faz a conclusão que é o “si mesmo” o feitor da escravidão travestida de liberdade.

A pretensa autonomia mal educada dos que dizem, “não se meta com minha vida, faço o que quero,” é o eco atual da “Bíblia” de Satã escrita no coração humano imprudente: “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”.

Entretanto, os verdadeiramente livres encontram seus limites na consciência alheia; de modo que a um veramente convertido não é lícito dizer: “Faço o que quero e pronto. Só de palpites em minha vida se pagares minhas contas.” Isso seria discurso de uma alma prostituta que se vende por dinheiro.

Importamos-nos com quem amamos; somos desafiados a amar mesmo, aos inimigos; isso não nos dá direito de ingerir em suas decisões, suas vidas; mas, nos constrange a falarmos de Cristo, para que outros também conheçam como nós, a liberdade que só Ele propicia.

Como cidadãos terrenos temos rivalidades, divergências em assuntos daqui; nas coisas “que são de cima” o impacto é maior; enfrentamos ferrenha oposição; alguns, são mortos por não abdicarem da fé, como tantos já foram; ainda são, em mãos de radicais islâmicos sobretudo.

Como o mundo é uma mescla de crentes e ímpios, muitas vezes, nossa liberdade espiritual nos leva a restrições físicas, psíquicas, e legais, até.
Na verdade, liberdade absoluta, nem O Criador usufrui; uma vez que É “refém” da Sua Própria Integridade; “...Viste bem; porque eu velo sobre minha palavra para cumpri-la.” Jr 1;12

Assim, minha liberdade em relação ao próximo delimita-se à sua consciência; não posso feri-lo. “Todas as coisas me são lícitas, mas, nem todas convêm.” Em relação ao inimigo, estou numa posição, colocado por Cristo que não preciso mais obedecê-lo, antes, posso resistir; “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Em relação ao Senhor, malgrado o lugar de servo, eterno devedor, sou guindado à condição de amigo; de quem acessa Seus segredos; “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” Jo 15;15

Paulo apresenta uma consciência boa “soterrada” no lixo do “si mesmo” escravo do pecado; mesmo anelando fazer a coisa certa sucumbe ao feitor; ”Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço isso faço. Se, faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

O “eu” verdadeiro escravizado ao pecado; as boas intenções sem “combustível” para andar, e o corpo do pecado deitando e rolando. Quem já identificou esses conflitos em si mesmo há de saber apreciar devidamente a Liberdade de Cristo.

Assim, a verdadeira liberdade tem limites, restrições, mas, não impostas por um usurpador indigno; antes, pelo bendito anseio implantado em nós pelo Espírito Santo, de correspondermos ao Amor de Deus.

Alguns céticos associam as dores, crueldades do mundo a não existência de Deus; pois, se existe e É Amor, não permitiria tal. Ora, essas coisas provam exatamente o contrário; que Ele Existe e É quem diz Ser. O amor não força ninguém a nada que esse não queira; e como Deus ama também à justiça, necessárias se fazem as consequências das nossas escolhas.

Se Ele não reconhecesse ser aqui um lugar de dores, sofrimentos teria enviado Um Libertador a tão alto preço? No fundo, as pessoas querem o que Deus dá, alienados do que Ele É; o “si mesmo” não quer largar o trono do engano.

Acostumaram de tal forma à prisão, que gostam dela; temem ser livres...

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Livremente algemados

“... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes: Sereis livres?” Jo cap 8

Apesar de categórico quanto às consequências, O Senhor as proferiu prefaciadas dum “se”, mantendo inviolável o direito de escolha. 

A permanência em Sua Palavra era o “sine qua non” para que se tornassem Seus discípulos, cujo alvo seria atingir o conhecimento da Verdade e seu efeito colateral mais visível, a liberdade. 

Eis um conceito, cujos louvores que recebe em muito excede ao entendimento dos que o proferem! Liberdade. 

A História da nação Israelita é plena de cativeiros, desde o Êxodo, quando foram libertos do Egito, até ao momento de então, quando eram vassalos dos romanos, contudo, disseram: “Nunca servimos ninguém”. Facilmente os identificamos privados da verdade, o que implica, servos da mentira; não, livres como se supunham. 

Quando O Salvador empregou a expressão, “verdadeiramente” temos aí uma censura tênue ao falso conceito de liberdade. Muitos associam-na a circunstâncias, fatores externos, quando, amiúde, vai mui além disso. É questão de consciência. 

Na cidade de Não me Toque, RS, onde trabalho atualmente, há uma pequena placa à entrada que diz: “Velocidade controlada pela sua inteligência”. Achei genial. Nenhuma placa delimitando, 30, 40, 50, 60 km p/hora, com tanto se vê. Aquilo, para uma pessoa inteligente, consciente, séria, é muito mais persuasivo que qualquer proibição. Delega total liberdade apostando na sapiência, na sensatez, no equilíbrio de quem lê. 

Desse modo Deus almeja que Seus filhos sejam livres. Se há todo um aglomerado de ritos, mandamentos, restrições, isso se dá em face à nossa insipiência, não, à perfeita Vontade de Deus. Como criança precisa de amparo de um adulto, ou, andador para ensaiar os primeiros passos, nós carecemos desses arranjos durante a infância espiritual. 

Quando, no célebre capítulo 13 de I Coríntios, Paulo sobrepôs o amor a todos os demais dons equacionou tal exercício com maturidade espiritual; disse: “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” V 11 

Se, fôssemos atribuir um predicado coerente ao amor cristão, certamente, ficaria bem, o altruísmo. Isto é: Deixar de se inquietar tanto pelas coisas próprias para se ocupar das necessidades alheias. Ora, Aquele que disse que sendo Seus alunos os ouvintes aprenderiam a Verdade desafiou-os precisamente a isso: “Negue a si mesmo...”

Mas, diria alguém, o que tem a ver a liberdade com o amor ao próximo? Bem, gostando ou não, egoísmo é um filho de nossas inseguranças, nossos medos; quem o vencer acaba livre desses monstrinhos também, como ensina João: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4; 18 

Assim, o legalismo e suas implicações foi mero “andador” esboço, tipo profético, ou, sombras, como ensina a Palavra: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.” Heb 10; 1 e 2 

Vemos, pois, que o pecado é uma questão de consciência; não, a demanda de cumprir determinados rituais, que aplacavam as coisas externas, visíveis, mas, eram ineptas para a real purificação. De Cristo, contudo, se disse algo melhor: “...o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9; 14 

Quem tem a consciência aperfeiçoada por Jesus e Seu Espírito, não carece de placas limitando nada, pois, a própria consciência se encarrega de desafiá-lo a “dirigir com prudência”. 

Engana-se quem pensa no Evangelho como um desafio de Cristo tipo: Creia e obedeça senão morrerás. O Salvador deixou claro que falava para mortos já, e lamentava a falta de interesse em mudar tal quadro; “E não quereis vir a mim para terdes vida.” 

Que todos herdamos a morte espiritual após a queda, esse é, talvez, o aspecto mais importante da Verdade que devemos conhecer. Quem não se souber perdido nunca buscará a salvação. 

Podemos sair da prisão com um tesouro, como Edmond Dante em “O conde de Monte Cristo”, ou, cavarmos o túnel da presunção que só leva de uma cela a outra, e nos faz perecer na ilha da justiça própria. 

Um falso conceito de liberdade é a mais fatal de todas as prisões.