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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A voz estranha


“Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Jesus, O Bom Pastor, ensinando sobre Si e Seu relacionamento com as ovelhas. Intimidade tal, a ponto de recusar vozes alternativas, por estranhas.

Isso não se dá num passe de mágica como se bastasse alguém se dizer cristão para, imediatamente virar ovelha de Cristo apta a conhecer Sua Voz.

Inicialmente, O Deu Vivo é Estranho para nós, como era, admitido pública e solenemente pelos Atenienses; “Porque, passando eu e vendo vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: Ao Deus Desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não conhecendo é que vos anuncio.” Atos 17;23

O primeiro passo esperável dos chamados a ser ovelhas Dele é ousadia de praticar Sua Palavra, para aferir a Origem; “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

“Se alguém quiser fazer a Vontade Dele.” Isso deixa a escolha absolutamente livre; se quiser; porém, é precisa no que se refere ao quê, seguir; “A Vontade Dele.” Assim somos livres para aceitar ao não a Palavra; não para alterá-la ao nosso bel prazer.

O segundo é a perseverança nos ensinos como iniciação ao discipulado; “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos;” Jo 8;31

A Voz do Bom Pastor, (doutrina) é feita conhecer mediante muitas vozes humanas dos que Ele escolhe e capacita; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

A necessária edificação, que nos leva a “varões perfeitos” ou, tanto quanto possível aproxima da “Estatura de Cristo” é que nos dará discernimento para o que é ortodoxo e o que é espúrio; noutras palavras, entre a Voz do Pastor e a dos estranhos. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Tiago ensina a distinguir entre as origens distintas; “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Cap 3;13 a 15

Notemos que a distinção é na arena dos sentimentos, não do intelecto; “Inveja, sentimento faccioso...” assim, as mesmas palavras podem ser a “Voz do Pastor” ou de estranhos, dependendo do “combustível” que as anima.

Por isso, sem o Novo Nascimento, a inserção na dimensão espiritual, nada feito; Deus seguirá sendo-nos um desconhecido e as aparências ainda nos vitimarão; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

O Espírito em nós adverte das ambiguidades e nos chama à prudência para que não sejamos como o velho Isaque, em sua cegueira, enganado pelo trapaceiro Jacó. “A voz é de Jacó, disse, mas o cheiro de Esaú;” mesmo seus sentidos ainda ativos advertindo-o do logro, abençoou com a primogenitura ao que o enganava.

Os fiéis além de representarem a Voz do Pastor, ainda têm Seu Cheiro; “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. Para estas coisas quem é idôneo? Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.” II Cor 2;15 a 17

Sendo a distinção entre falso e veraz, sutil desse modo, que as mesmas falas podem comportar espíritos antagônicos, onde resta espaço para o famigerado ecumenismo em gestação?? O que têm Budismo, hinduísmo, islamismo, animismo, falicismo e outros ismos mais com a Voz do Bom Pastor?

Todavia, seu proponente maior, o Papa Francisco acena com a construção global de um “novo humanismo”; como estranhariam vozes espúrias os que jamais ouviram a do Pastor?

Desgraçadamente o infortúnio se repetirá; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

domingo, 22 de dezembro de 2019

Idades Espirituais


A Palavra de Deus apresenta a conversão como sendo um novo nascimento.

Isso não é mera alegoria, se dá, de fato e é indispensável à salvação; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Primeiro ensina que sem o nascimento espiritual ninguém pode ver o Reino; isso explica a “visão” dos ateus; depois, que sem os mesmos predicados não se pode entrar. Isso deixa patente a inutilidade de tanta religiosidade sem Cristo.

Pedro aconselha aos que passaram por isso: “Desejai ardentemente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (I Ped 2; 2)

Paulo por sua vez, observa uma mudança de estágio: “Quando eu era menino falava como menino, pensava e discorria como menino; mas, quando me tornei adulto deixei as coisas de menino.” (I Cor 13; 11)

Já em Hebreus, encontramos a maturidade espiritual como alvo, com o “efeito colateral” do discernimento: “O alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” (Heb 5; 14)

Vemos então, nos textos supra, o recém-nascido, o menino e o varão perfeito. Isso posto resulta uma questão: Como é possível identificar a idade espiritual de alguém? Não deriva, como a vida natural, do tempo decorrido; contudo, fica evidente pelo crescimento alcançado.

Diferente da vida física que é mensurada pelos ciclos naturais, o viver espiritual se pode aferir pela liberdade de consciência e entendimento que, cada um atinge em Deus.

O recém-nascido vive a anomia, ausência de lei; seu agir se dá de maneira meramente instintiva; daí carece ser conduzido. Como o cego que O Senhor levou pela mão para fora da aldeia e o curou, os iniciantes precisam ser também conduzidos de igual modo.

O adolescente espiritual atinge o que pode chamar de heteronomia; (hetero do grego, outro) onde as suas ações são pautadas pelas aparências; daí, o que outros vão pensar conta mais do que o que Deus quer.

O jovem atinge o que se pode denominar socionomia; uma lei social. Uma espécie de ética de grupo; consciente que as implicações dos seus atos se refletem sobre todo o âmbito no qual se insere, vive um estágio de maior responsabilidade que o menino e o adolescente.

O homem maduro, o dito “varão perfeito”, chega à autonomia. Não em relação a Deus, mas em relação aos humanos apreços; não vive a sua maneira, tampouco, sem lei; não age para agradar os outros ou por mera conveniência coletiva; antes, sua consciência em Deus, a escala de valores morais do Espírito expressas na Palavra pautam o seu viver, mesmo que, eventualmente, contrarie opiniões circunstantes.

Aí reside a meta de Deus, no novo pacto; Ele estabeleceu funções várias, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes levados ao redor por ventos de doutrinas...” Ef 4;12 a 14

E o Novo Testamento, diferente de um conjunto de leis a se observar tem como alvo a intimidade espiritual e o conhecimento de Deus. “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Nas suas mentes imprimirei minhas leis, também sobre os corações as inscreverei; eu serei o seu Deus, eles serão o meu povo. E não ensinará jamais, cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão…” (Heb 8; 10 e 11)

Contrário, pois, a um mero exercício ritual, um teatro de aparências, ou rigor legalista, o anelo de Deus é a purificação de nossas consciências no Espírito, porque, “O Sangue de Cristo que pelo Espírito Eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo.” (Heb 9; 14)

Tal purificação é vital; sem ela corremos o risco de nos perdermos como adverte Paulo escrevendo a Timóteo; “Conservando a fé e a boa consciência, a qual, alguns rejeitando fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Afinal, o que parecemos ante os outros, pode formar uma imagem, nem sempre verdadeira; o que somos perante Deus, porém, identifica um caráter e direciona a uma eternidade.

“Preocupe-se mais com sua consciência que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é; sua reputação, o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.” (Bob Marley)

terça-feira, 5 de novembro de 2019

A Escalada

"O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas..." Apoc 21;5

Há diferença entre fazer algo novo, e fazê-lo de novo; nesse caso significa recriar; naquele, regenerar. Quando Deus promete fazer novas todas as coisas, às quais, após criadas, contemplara e vira que era muito bom, é porque aos Seus Olhos, as mesmas envelheceram. Não prometeu recriar, mas restaurar.

"A terra pranteia, murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores..." Is 24;4 e 5

Tendemos a ver o incremento dos meios, a cada dia mais refinados, como novidades; O Eterno que atenta aos fins deprecia essas "velharias" que nos hipnotizam na morte; nos chama à vida.

Aprimoramos a cada dia o "como", enquanto não ousamos adentrar no "porquê". "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?" Is 55;2

Desse mirante o sábio olhou quando disse: "Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós." Ecl 1;10

Então incrementos cada vez mais high techs que saltitam a cada dia e soam como novidades não passam de testemunhas da nossa imperfeição.

Suponhamos que um bravo alpinista tenha escalado ao Everest e ainda esteja no topo. Caso deseje e possa ali permanecer terá uma situação estável; Dali não pode elevar-se mais; só poderá movimentar-se para baixo. Assim se dá com as coisas perfeitas. Nelas se pode permanecer; não, alterar sua essência, senão, rumando à decrepitude, à imperfeição.

Então, tudo o que pode subir, só o pode por estar numa situação inferior. A cada invento mais moderno que supera a outro, mais um reltório da humana imperfeição é escrito.

Deus não retoca Sua Palavra; tampouco, melhora o Sacrifício de Cristo; dado que, são coisas perfeitas. Qualquer mexida nisso, ainda que pareça algo novo, será sempre um movimento para baixo. Por isso, o ensino para que nos mantenhamos nas "veredas antigas". Modernismo nenhum cria alternativa à água quando a sede palpita.

Nenhum de nós, por melhor que seja sua caminhada em Cristo atingiu a perfeição; longe disso! O desafio nos insta a prosseguir na escalada; "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;" Col 3;1 e 2

Porém, "virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." I Tim 4;3 e 4 Advertiu Paulo.

O "Topo do Monte" deve ser o nosso alvo; devemos "escalar" "Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo" Ef 4;13

Quando O Salvador põe a necessidade de "nascer de novo" não tenciona criar o homem outra vez, estritamente; antes, regenerar aquilo que nele estava morto; o espírito, por estar alienado de Deus.

Todo nosso "modus vivendi" antes de Cristo em nós, não importa quão requintados meios dispunhamos, era apenas uma caminhada "Walking Dead" do "velho homem".

O processo de santificação ao que são desafiados todos os que renascem Nele pressupõe abandono disso; "Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade." Ef 4;22 a 24

As novidades que O Criador busca em oposição às nossas velharias atinam a justiça e santidade, totalmente na contramão do mundo que corre por tecnologia, modernidade.

Quando O Santo disse que faria novas todas as coisas foi num contexto pós juízo, onde muitas coisas velhas tinham sido detruídas; então, restauraria "todas" as que restaram, após as catástrofes apocalipticas.

Ás pessoas chama há mais de dois milênios já para que ouçam Suas Boas Novas que regeneram; como nos fez arbitrários Ele não nos salvará à revelia de nossa vontade; "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo." Apoc 3;20

Será com tecnologia de ponta que Satã contolará a marcará aos seus, como gado; é com a boa e velha Palavra da Vida, que O Eterno conduz Seu rebanho aos verdes pastos, e às águas tranquilas.

As vestes invertidas do novo e do velho não ludibriam mais a quem recebe a Luz do Espírito Santo.

domingo, 3 de novembro de 2019

A Ousadia Ímpar


" No Senhor Deus de Israel confiou, de maneira que depois dele não houve quem lhe fosse semelhante... nem... antes dele." II Rs 18;5

Normalmente tendemos à mediocridade; fazermos o que os outros já estão fazendo. Nossos parâmetros, invés da "Estatura de Cristo", não raro, são horizontais; um destacado qualquer que fez determinada coisa e nos bastaria igualar.

George Miller disse: "Não há limites ao que O Senhor pode fazer com uma vida inteiramente consagrada; desde que essa não toque em Sua Glória". As limitações são por nossa causa.

De Ezequias se disse que, nem antes nem depois dele houve semelhante. Ousou ser ímpar. Baniu a idolatria, reorganizou o culto, estabeleceu funções sacerdotais, confiou irrestritamente no Senhor; venceu muitas batalhas, pois, O Senhor era com ele.

Confiar; eis uma coisa que nos é muito difícil. Não porque O Eterno seja indigno de confiança; mas, porque a queda inoculou o vírus da dúvida e incredulidade no "sistema". Desde a proposta fajuta que culminou no usufruto indevido da Árvore da Ciência, somos tentados à lógica satânica; "Vós mesmos sabereis o bem e o mal."

Se, O Eterno nos determina algo, invés de obedecermos de modo irrestrito, não raro queremos entender os motivos primeiro; como se, as ordens Divinas só fossem acatáveis se, parecessem racionais aos nossos apreços.

Por isso, Paulo ironiza esse "salto" entre natural e espiritual adjetivando-o como "loucura", dado ser o âmbito espiritual, por superior, insubmisso à nossa "lógica" rasteira.

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação." I Cor 1;18 a 21
"Loucura" aos olhos dos "sábios", cuja sabedoria se tornou louca diante de Deus. Pois, "A Loucura de Deus é mais sábia que os homens."

O retorno à Árvore da Vida demanda a alienação da nossa "ciência" como se, nossos miolos fajutos estivessem em pé de igualdade com a Sabedoria Eterna.

A distância é tal entre os "pródigos" e a casa paterna que medidas drásticas precisam ser tomadas para regeneração. Nosso ego sem noção e cheio de razões é desafiado ao "suicídio" para Cristo viver em nós. "Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me."

A mudança de mentalidade é figurada como um transplante de coração; "Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra; vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o Meu Espírito; farei que andeis nos meus estatutos, guardeis Meus Juízos e os observeis." Ez 36;26 e 27

O traço visível desse novo coração é a obediência a Deus; o "Motor" que possibilita é a Bendita presença do Seu Espírito atuando nos salvos.

Isaías falando da mudança necessária nos que ousarem buscar ao Senhor não explica cabalmente as trocas de mentalidade propostas; apenas desafia a deixarmos nossos vãos "saberes" em favor de outro infinitamente superior. "Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos que os vossos." Is 55;7 a 9

Paulo ensina que o homem espiritual discerne coisas que escapam ao natural, pois, tem a "Mente de Cristo".

Essa não é um enchimento de poder, como devaneiam alguns; antes, um esvaziamento de humanas pretensões, para dar espaço à Divina Vontade; "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte; morte de cruz. Por isso Deus o exaltou..." Fp 2;5 a 9

Unir religiões da Terra, forjar novo humanismo, como propõe o Papa Francisco, é apenas comprar vestes novas para mortos; Já que são tão ecologicamente corretos, ciosos das árvores e da "Mãe Terra", deveriam, confiar e ouvir ao Pai dos Espíritos para voltar à Árvore da Vida.

Para confiar no Senhor carecemos duvidar de nós mesmos; mas, essa gente tem certezas demais, infelizmente...

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Parcial, mas Vital

“Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus.” Ef 3;19

Somos desafiados a conhecer o Amor de Cristo, contudo, advertidos que o conhecimento possível é parcial, uma vez que, o ser, excede todo o entendimento.

Não só no que se refere ao Amor Divino; também o Seu agir extrapola às nossas mais altas perspectivas; Deus “... é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...” v 20

Então, se a falta de conhecimento do Eterno pode ser destrutiva, o conhecimento a que somos exortados é limitado. Pois, Seus feitos dão nuances pálidas do Seu Infinito Poder; “Porquanto 'o que de Deus se pode conhecer' neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Claramente se veem num sentido de que elimina argumentos fajutos do ateísmo, não que, a compreensão do que se vê seja cabal; o que podemos ver já é testemunho sobejo para que possamos crer.

Sendo o homem criado à Sua Imagem e Semelhança, a mera ideia de semelhança invés de igualdade já preserva a distinção de algumas coisas que lhe são peculiares, os atributos incomunicáveis; Onisciência, Onipresença e Onipotência; Destes O Salvador esvaziou-se como “Segundo Adão”, para que, sua atuação redentora estivesse no nível humano como convinha à Sua Própria Justiça; “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7

Assim, pela Sua parte careceu esvaziar-se para, por um pouco ser como nós; pela nossa, uma vez que após a desobediência nos enchemos de entulhos morais e espirituais como, egoísmo, orgulho, jactância, violência, mentira e toda sorte de impurezas, precisamos nos esvaziar totalmente, para sermos de novo preenchidos da Plenitude de Cristo; no que nos é possível voltarmos a ser como Ele; “... Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Esses dois “vazios” se encontrando que preenchem novamente, a lacuna de relacionamento criado pela desobediência.

Se alguém quer vir... evidencia Seu Chamado, que O Santo preza pela nossa liberdade de escolha; não fada ninguém a uma “escolha” de cartas marcadas como ensinam os calvinistas.

Esvaziar para ser preenchido não é uma coisa fácil, tampouco, superficial; demanda esforço, aplicação, aprendizado; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

O aproximar-se do Salvador requer esvaziamento dos maus conselhos, ambientes, companhias; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Depois dessas negativas às fontes corruptas, a salutar Água da Vida; “Antes tem seu prazer na lei do Senhor, na sua lei medita de dia e de noite.” V 2

Por falta de uma palavra melhor usamos “Teologia” para expressar nossas limitadas possibilidades de conhecimento nesse campo; os dicionários a definem: “ciência ou estudo que se ocupa de Deus, Sua natureza e Seus atributos; Suas relações com o homem e com o universo.”

Entretanto, invés de reconhecer quão infantil é nossa mais alta ciência nos domínios espirituais, ainda há os que adjetivam suas idiossincrasias como, teologia disso, daquilo.

Ora, por definição a palavra trata apenas de nomear o esforço em conhecer o que nos é possível sobre Deus, não em catalogá-lO segundo nossas idólatras preferências.

Os que amam dinheiro e usam Deus como pretexto chamam de Teologia da Prosperidade; os que querem comunismo, partilhar riquezas alheias, Teologia da Libertação. Duas idolatrias diversas no método e iguais no alvo.

Benny Him, da Prosperity renunciou aos seus erros recentemente; dizem possuir uma fortuna de U$100 milhões; então faça como Zaqueu; “Restituo ao que roubei”. Senão, segue o cadáver no armário.

Enfim, o fato de que o conhecimento possível é limitado, não justifica que sejamos omissos nisso.


Olavo Bilac poetou que quem ama pode ouvir estrelas; pois, quem ama ao Senhor anda retamente como lhe agrada recebe Dele, o conhecimento; “Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade. Prov 2;6 e 7

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ardis da Morte

“Não vos lembrais de que, estas coisas eu vos dizia quando ainda estava convosco?” II Tess 2;5

Os cristãos em Tessalônica estavam afastando-se de antigas instruções em favor de “fatos novos”; Paulo exortou-os; “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” v 2

O “dia de Cristo;” anseio legitimo de todos os que O amam. Esse é o grande truque da falsidade. Primeiro identifica o que nos é mais caro; depois oferece algum meio espúrio que “barateia” para que, a uma eventual resposta favorável nos possa manipular.

Instruindo determinada igreja O Senhor falou: “O que tendes, retende-o até que Eu venha.” Apoc 2;25

A ideia de “Reter” é ter de novo, tomar posse uma segunda vez. O que temos aprendido para salvação, em linhas gerais demanda arrependimento e confissão para o novo nascimento; negação das vontades naturais, o si mesmo; mortificação na cruz, ou, o “Jugo de Cristo”; a obediência à Divina Vontade e perseverança, dado que nossa escolha se fará alvo de ataques.

Então, nosso desafio é reter aos ensinos primeiros que nos trouxeram da morte para a vida; as “percepções” novas que visam mover nosso entendimento são sutilezas malignas dos “pescadores de homens” da oposição.

A sede por novidades, doença de todos os humanos não deveria assolar a quem bebe da Água da Vida. O Santo também gosta do novo; nunca planejou estagnação espiritual aos que chamou; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Todavia, novidade não significa abandonar ao que aprendemos no pretérito; antes, verifica-se no necessário crescimento sobre as bases sadias nas quais fomos fundados. “Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Mas, como reteremos o que sequer chegamos a ter.

A maioria frequenta ambientes espirituais como quem vai a um posto de saúde com uma moléstia qualquer para a qual deseja a prescrição de uma droga que sane ou, traga alívio. Logrado isso fica, por uns dias, “saudável” até nova dose de aflições demande outro “passe” ou “oração forte” drogas que irresponsáveis travestidos de obreiros servem em fartura.

Aquilo que é íntegro não pode ser fracionado; falo da nova vida em Cristo; ou recebemos e damos o segundo passo, ou apenas enfeitamos nossos esquifes espirituais com vistosas flores do jardim das religiões.

Qual o passo seguinte à conversão? Pedro ensina: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Nosso crescimento espiritual será paulatinamente testado no mundo avesso ao Criador; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

Muitas “novidades” não passam do fogo das provações testando se iremos após elas, ou, como convém não nos moveremos do entendimento inicial. Quanto mais perto nosso crescimento nos levar, do objetivo, mais resistentes seremos aos ardis em que a morte costuma se disfarçar.

O nosso alvo está posto, devemos crescer mediante aprendizado “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

As consequências da estatura alcançada também estão patentes da devida firmeza, a despeito dos ventos circunstantes; “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo.” Vs 14 e 15

Novidade de vida será expressa ao agirmos de modo diverso ao que fazíamos perante tentações; não estamos tão abertos ao “novo” assim, a ponto de sacrificarmos instruções pelas quais ganhamos vida. “Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Descanso para as almas; isso O Salvador prometeu aos que fossem a Ele, tomassem Seu Jugo e, Dele aprendessem.

Que o traidor pesque aos seus prometendo dinheiro para gozar a morte que chama de vida; Cristo em Seu jugo nos dá a vida que dinheiro nenhum consegue comprar!

“Porque sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;
12

sábado, 2 de dezembro de 2017

A pequena grande estatura

“Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...” Ef 4;13 e 14

Quando Paulo alude à Estatura de Cristo como alvo, de certa forma soa-nos a missão impossível. E, essencialmente é. Nenhum de nós, o mais santo dos homens que já viveu, vive, ou, viverá atingirá tal esplendor.

Contudo, a “perfeição” desejada é antes, funcional que essencial; ou seja, mesmo que fiquemos a anos-luz do Ser, do Senhor, Ele É Criador, nós, criaturas podemos agir como Ele agiria em termos de maturidade, diante de eventuais embates; heresias, sobretudo. “... não sejamos mais meninos inconstantes levados em roda por todo vento de doutrina...”

A Epístola aos hebreus cobrou daqueles, exatamente, essa “perfeição”; maturidade espiritual, discernimento. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos ensine os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;12 a 14

Invés de, decidir sobre o bem e o mal, discernir a ambos; identificá-los mesmo quando se acham camuflados. Coisa que Paulo declarou impossível aos homens naturais, e, “natural” aos espirituais. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Se, pois, em antítese à perfeição colocou “meninos inconstantes”, óbvio que sua ideia é mesmo a maturidade espiritual. Quando escreveu seu célebre texto sobre o amor, equacionou a vaidade frívola dos dons em si e disputas parciais com meninice; por fim, evocou seu próprio crescimento como uma sutil exortação a que o imitassem; “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Por que o homem natural não consegue ver espiritualmente? Duas razões concorrem; um lapso e uma barreira. Após a queda todos resultaram espiritualmente mortos, daí, “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Além disso, “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Entretanto, mesmo os renascidos por sonolentos, omissos, podem ser enganados pelos ministros de Satanás transfigurados em ministros de justiça. Desgraçadamente essa geração “fast food” não tem paladar para a Palavra de Deus; é presa fácil dos enganadores, pois, a identificação do falso requer conhecimento do verdadeiro.

O “cristianismo” de muitos se limita a compartilhar e dar seus améns às “orações poderosas” que circulam; porém, conhecer À Palavra do Todo Poderoso, por ela, Sua Vontade, aí são poucos. Os ministros da moda desafiam os incautos a fazer grandes sacrifícios como prova de fé; quanto maiore$ o$ $acrifício$, mais fé. Ora a Palavra de Deus é categórica: Deus não quer isso; antes, deseja ser conhecido, amado. “Pois desejo misericórdia, não, sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.” Os 6;6

Por isso, Pedro desafiou aos nascituros que tivessem apetite pelo seio materno; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Muitos devaneiam em vestir roupas novas sem tomar banho; querem o exercício dos dons espirituais, sem se deixar ser purificado pela ação do Espírito. A primeira mudança se requer em nós, nosso caráter, para sermos capacitados pela Sabedoria Divina a ajudar outros; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Em outras palavras: Só receberemos autoridade espiritual após sermos devidamente exercitados na submissão; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Enfim, a Estatura de Cristo de nós requerida nada tem com grandeza; antes, com maturidade, humildade. “haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;5 a 8
Os maiores espiritualmente não se fazem notar; contribuem para que Deus seja notado.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A mesmice nova

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12
Vocês já sabem; estão confirmados; mesmo assim, seguirei exortando-vos sobre isso. Vulgarmente chamamos isso de chover no molhado.

Aquilo que aprendi no colégio, eventualmente me serve conforme circunstâncias da vida; aprendi de uma vez por todas, ou, não, mas, a coisa deixou de ser-me ensinada em dada ocasião. Por que no âmbito espiritual não é assim? O sujeito aprende gradua-se sai da escola e usufrui ao longo da vida?

Bem, algumas razões a considerar; Primeiro, o conhecimento espiritual é muito mais que mera propriedade intelectual; é necessário para exercício diário, pois, as tentações não são um teste de 
conhecimento estritamente, antes, o conhecimento da Vontade Divina requer o alinhamento submisso da nossa vontade, para que sejamos aprovados.

Primeiro deparamos com Sua Vontade negativa, o quê devemos evitar; feito isso, nos conduzirá ao aspecto positivo, como devemos proceder. “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Contudo, caso sejamos aprovados nalgum teste, isso não encerra o assunto, como se o inimigo dissesse: Esse é servo de Deus, vou deixá-lo em paz. Antes, quanto mais perto de Deus estamos, mais esforça-se em sutilezas, ardis, para achar alguma brecha. Como suas tentações ocorrem o tempo todo através desse ímpio sistema que ele domina, a meditação, o aprendizado, e prática da Palavra de Deus deve ser contínua; uma espécie de “tentação” do bem como contraponto, aos muitos apelos do maligno. Alguém disse: “A verdade deve ser repetida em palavras todos os dias, porque o mal repete-se em ações.”

O salmo primeiro segue caminho semelhante: Adverte contra o conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores a roda dos escarnecedores, depois, acresce: “Antes, tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita dia e noite.” V 2

Entretanto, além dos testes diários para preservação da vida espiritual, a graduação que O Eterno tem em mente é mui excelsa. Os ensinadores foram dados mesmo sendo os próprios, ainda aprendizes, estando mui aquém do alvo. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Assim, se alguém já atingiu essa estatura pode parar de aprender; onde está o abençoado?

Desgraçadamente, o labor de grande parte da “igreja” atual não está nem aí para vida eterna; seu alvo é que os ímpios prosperem nessa vida, invés de renunciarem à impiedade pelo conhecimento do Santo, para adentrarem àquela.

Quem mira no alvo errado, mesmo acertando “na mosca” seu disparo acaba inútil. Noutras palavras: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Se, mirarmos a salvação, o conhecimento espiritual e a prática do que conhecemos acaba inevitável. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Shakespeare colocou nos lábios de uma personagem: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”. Pois, poderíamos dizer que há infinitamente mais do sabe e vive o mais sábio dos santos, ao alcance dos que desejam de fato, conhecer a Deus. O preceito é: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

Assim, as “mesmas coisas” de Pedro, ou, outro qualquer, se revestem de novidades sempre, uma vez que, O Espírito Santo que habita nos salvos forja uma compreensão progressiva; não raro, aquilo que pensávamos saber já, de repente, sem mais nem menos se nos abre muito mais amplo e precioso que supúnhamos. As mesmas coisas se tornam novas.

Enfim, o conhecimento é arma poderosa, pois, não estamos numa faculdade, antes, num campo de batalha. O mundo é um deserto moral, espiritual; nele somos desafiados a lutar pela sobrevivência. Nesse cenário, vindo a sede o soldado bebe sempre do mesmo cantil; cada vez que o faz, preserva suas condições básicas de vida.

O risco não é que bebamos sempre do mesmo; mas, que alguém traga-nos “água” diferente; “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado seja anátema.” Gál 1;8

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Entendimento, a luz que falta

“O bom entendimento favorece, mas, o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Muitos se perdem na diferença entre conhecer algo, e entender o que significa. Saber citar textos bíblicos, quase todos sabem, alguns, até os não convertidos conhecem, entretanto, entender o significado é algo que requer um pouco mais, que, mero decorar textos.

Quantas vezes O Salvador censurou escribas, fariseus, saduceus, com palavras que sugerem fata de entendimento? “Nunca lestes...?” “Examinais as Escrituras porque cuidais ter nelas, vida eterna, e são elas que de mim testificam.” “Ide e aprendei o que significa: ‘misericórdia quero, não sacrifício’” etc.
Se, até os líderes religiosos estavam sem entendimento, o que dizer do povo comum?

Em nossos dias, mesmo algo elementar, como o contexto, já se torna pedra de tropeço para os que se arvoram em intérpretes Bíblicos, sem o devido entendimento. Quantas vezes ouvi pregadores citando a torto e a direito, “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”. Mas, isso não é bíblico? Sim e não. Digo, sim, o texto está na Bíblia, mas, diz respeito unicamente ao carcereiro de Filipos, a quem foi feita a promessa, que se cumpriu logo depois, sendo batizado ele, e sua família.

Se, a Palavra dissesse: “Aquele que crer será salvo, ele e sua casa” aí sim, seria uma promessa que abrange todos os sujeitos que exibirem aqueles predicados. Mas, Jesus disse que veio trazer divisão, pai contra filho, sogra contra nora, de modo que, os inimigos do homem seriam seus familiares; pois, uns creriam, outros não; isso diz respeito a todos.

Assim, mesmo existindo o texto aquele, não deve ser pregado como promessa do Senhor, pois, contradiz algo que o Senhor disse expressamente. Estar na Bíblia é uma coisa, dizer respeito a nós, ou, a quem nos ouve, outra, bem diferente. Com a frase, “O Senhor é contigo, varão valoroso” dita a Gideão, muitos fazem o mesmo; com centenas de textos mais, pela mesma razão, falta de entendimento.

Salomão ensinou: “São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa, nem, pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem, justas para os que acham o conhecimento.” Prov 8;8 e 9

Muitos sem chamada ministerial, se apressam a ir onde O Senhor os não mandou; além de não fazerem nada produtivo, ainda estragam o trabalho alheio. Foi assim desde o princípio; há registro desses apressadinhos sem luz, atrapalhando a obra feita por Paulo e Barnabé. “...alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos, guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento”. Atos 15;24

Em seus escritos, Paulo denunciou uns que estavam “inchados em sua carnal compreensão”, e alegou que seus irmãos de sangue, os judeus, tinham zelo sem entendimento, o que, no fundo é o mesmo.

Falando nisso, não poucas vezes ouvi pregadores desse calibre baixando a lenha na vaidade, como se fosse pecado. Ora, a mesma palavra, bem como, o contexto de Eclesiastes, onde aparece mais, se encarregam de ensinar que trata-se de algo vão, sem fruto, que, “não infrói nem diminói” como diria o gaiato. Por exemplo: Posso repartir meu cabelo de um lado, outro, cortar espetado pentear para trás, etc. isso não me melhora nada diante de Deus, nem, piora. Ainda posso escolher usar uma camisa branca, verde, azul, dá no mesmo, são minhas vaidades.

O que me faz ter um bom depósito no Céu é a obediência à Palavra, a prática das melhores obras, a identidade moral com Deus, como mostra o salmo 15, ensinando que o “cidadão dos Céus” despreza ao réprobo, mas, trata com respeito a quem teme a Deus.

Infelizmente os ministérios para edificação, parece que têm surtido pouco efeito, ou, nenhum. A meninice espiritual ainda é grande, por isso, uns sequer sabem a diferença entre usos e costumes, e doutrina; outros, acercam-se a líderes hereges, sem menor discernimento que estão patrocinando a quem os rouba.

O alvo Divino não alcançado, pois, “ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Ef 4;11 a 13

Se, pois, falta-nos entendimento, por que não atentarmos ao convite da Sabedoria? “Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento.” Prov 9;6

Salomão foi feito o mais sábio porque reconheceu sua carência, e pediu a coisa certa; bem que poderíamos fazer o mesmo, se, ao menos pudermos identificar nossa carência de entendimento.

domingo, 20 de novembro de 2016

Visível vida escondida

“Porque, se em vós houver, abundarem estas coisas, não sereis ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” II Ped 1;8

Depois de alistar certas virtudes necessárias aos cristãos, Pedro concluiu que, sem elas ficariam ociosos, estéreis no conhecimento de Jesus.

Logo, esse conhecimento, além de dar trabalho enseja a geração de filhos para Deus. Não basta que leiamos Sua história, simpatizemos com Seus ensinos, falemos bem Dele, até; se requer de quem O segue que seja imitador dos Seus passos. “Aquele que diz que está nele, deve andar como ele andou.” I Jo 2;6

Não que devamos exibir poder semelhante ao Seu, mas, integridade, empatia atuante para com o sofrimento alheio, comunhão com o Pai... O “motor” que nos impulsionaria, segundo Pedro, seria certo constrangimento amoroso, ao lembrarmos nossas maldades pretéritas purificadas pelo Salvador. Isso ensejaria gratidão, que, por sua vez, instigaria à prática das Suas Palavras. “Pois, aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” V;9 Assim, cegueira espiritual atinge a memória, não, as retinas.

Se, uma vez perdoados nossos pecados, deles, Deus não mais se lembra, isto é, não nos imputa mais suas penalidades, nós os lembrarmos realça a grandeza do Amor Divino, que, mesmo nos vendo dignos de morte, chamou para a vida mediante Jesus Cristo.

A Função da Lei era precisamente essa: colocar nossas maldades no pódio, para que o destaque mensurasse devidamente, quanto carecemos do Salvador. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” Rom 5;20

Por não ter uma função salvadora, antes, condenatória, Paulo a chamou de “Ministério da Condenação”; porém, O Amor de Deus, invés de usar a Lei para punir, propôs, em Cristo, nova relação. “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Então, voltando, que qualidades são essas, às quais o apóstolo se referia? Vejamos: “Vós também, pondo nisto mesmo toda diligência, acrescentai à vossa fé, virtude, à virtude, ciência, à ciência, temperança, à temperança, paciência, à paciência, piedade, à piedade, amor fraternal, e ao amor fraternal, caridade.” Vs 5 a 7

Logo, se, por um lado a negligência levaria ao esquecimento da grande misericórdia recebida, por outro, a diligência na prática das Virtudes de Cristo, ensejaria à ampliação do “caminho estreito” pelo qual entramos na conversão. “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” V 11

Entretanto, virtudes como, amor fraternal, caridade, vão de encontro aos “valores” de uma geração egoísta, onde o indivíduo é o centro; busca seus próprios anseios a ponto de que, ser famoso, rico, parece o objetivo comum. É ensinada em muitas “igrejas” essa doença autofágica como alvo do cristianismo.

Tais pregadores lançam mão das sagas de Abraão, Isaque, Jacó, José... homens que foram prósperos, como “parâmetros” aos incautos que lhes dão ouvidos. Ora, o contexto de então, era a conquista da Terra Prometida; no Novo Testamento somos chamados ao Reino dos Céus. Tanto que, o jovem rico que se aproximou do Mestre cheio de justiça próprio ouviu que lhe faltava algo ainda; “Um tesouro no céu.”

Esse “Tesouro” se adquire na prática das virtudes aquelas, alistadas por Pedro, não, no triunfo de anseios egoístas, materiais. Nosso parâmetro é distinto: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas, por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;3 a 5

Se, amor fraterno e caridade são traços de nossa preocupação com o próximo, nosso cristianismo prático, devemos ter diligência no aprendizado também, para não sermos ociosos no conhecimento teórico, pois, como poderemos praticar a Vontade de Deus, se, a desconhecemos? 

Por isso, Deus constituiu ministros, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Ele, se contentou com bem pouco na Terra, o suficiente para Ser Perfeito no Céu. “Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da Terra; porque já estais mortos, e vossa vida, escondida com Cristo em Deus.” Col 3;2 e 3 

Se, nossa vida está escondida com Cristo, o inimigo não acha, tampouco, acharão, os ensinos torpes de seus agentes transfigurados em ministros de justiça.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os loucos e o tempo

“Até aos quarenta anos o homem permanece louco; quando então começa a reconhecer a sua loucura, a vida já passou.” ( Lutero )

“Começamos a dar bons conselhos quando a idade nos impede de dar maus exemplos.” ( Jueves de Excelsior )

Dos ditos, supra, a conclusão necessária que a loucura tem seu consórcio com a juventude, e, fraqueja concomitante ao peso dos anos. Pode ser veraz, ou, não; depende do que se conceitua, assim.

Salomão, à decrepitude nomeou, maus dias, tempo de pessimismo, de modo que, neles considerou vaidades, coisas que pareceriam tesouros noutro contexto. “Afasta, pois, a ira do teu coração, remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.” Ecl 11;10 Após, ampliou: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Embora, normalmente taxamos os loucos em virtude de sua relação com a razão, ou, falta dela, agora, os vemos também, derivando sua loucura da má relação com o tempo. Claro que, Cronos, por si só não faz alguém melhor, tampouco, pior. O mesmo sábio versara: “Coroa de honra são as cãs; achando-se elas, no caminho da justiça.” Vemos que, honra, não tem suas raízes nos cabelos brancos, antes, nesses, escudados pela justiça. Ruy Barbosa disse algo semelhante de outra maneira: “Não te impressiones com cabelos brancos, pois, os canalhas também envelhecem.”

Entretanto, assim como, loucura, pode ser um conceito ambíguo, dependendo de quem conceitua, igualmente, razão. Paulo apresentou de modo irônico a fé cristã como loucura, falando num desafio aos de fora: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Contudo, falando aos salvos, exortou-os à razão: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Noutra parte expusera essa relatividade conceitual: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas, para nós, que somos salvos, é poder de Deus.” I Cor 1;18

Voltando à relação com o tempo, aí, os ímpios nos rotulam de loucos, afinal, tantos prazeres disponíveis, e nos esforçamos à disciplina, passamos a vida em conflito com nossa natureza perversa, obedecendo, inda que, imperfeitamente, à Vontade de Deus. Isso, aos seus olhos é perder tempo.

A ideia vulgar de vida eterna é que acontecerá aos “bons” depois da morte. Dois erros: Primeiro; bom é Deus apenas, nós, somos maus; mais verdadeiramente seremos, à medida que tencionarmos negar isso. Segundo; vida eterna tem a ver com qualidade de vida espiritual, antes, de que, com tempo. Quando, escrevendo a Timóteo Paulo disse: “...Toma posse da vida eterna...” não aconselhou o suicídio, antes, viver essa, em seus valores e implicações, desde a saga terrena.

Assim, os salvos, mesmo que “percam tempo” evadindo-se aos prazeres pecaminosos, saem no lucro. Pode perder uma gotícula quem possui um oceano sem notar o “prejuízo”. A vida eterna começa aqui, na conversão; se mantém na perseverança, e não pode ser interrompida pela morte física, como disse Paulo, ao ver nela a interrupção de suas dores, apenas: “Porque para mim o viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp1;21
Por outro lado, quem aliena-se de Deus, Seu Amor, manifesto no ensino de Sua Palavra preferindo “curtir” os prazeres da vida, o que fará quando seu fôlego for tirado? Quem, deveras, está perdendo tempo? 

Tiago aludiu à fragilidade da vida de modo tal, que é temerário supor do amanhã: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Moisés, por sua vez, denunciou a fugacidade da existência: “Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, se, alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta, o orgulho deles é canseira, enfado, pois cedo se corta, vamos voando.” Sal 90;10 Em vista dessa limitação orou para nela pudéssemos ser ajudados pelo Eterno, para, encontrarmos sabedoria. “Ensina-nos contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” V 12

Enfim, se, adolescência e juventude são vaidade, velhice, dias maus, resta buscarmos a varonilidade eterna proposta pelo Salvador. “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

Não exatamente, eterna juventude do imaginário fictício, mas, eterno vigor espiritual, a ação do tempo presa à inércia, e os prazeres lícitos potencializando a vida. Pensando bem, nem são tão insanas assim, as razões dos loucos.

sábado, 11 de abril de 2015

Coração transplantado

“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe, o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio,  repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.” Mat 19; 6 a 8 

Ele e Moisés estariam prescrevendo coisas diferentes, uma vez que o Mestre propunha a indissolubilidade do matrimônio, enquanto, Moisés aceitava o divórcio. 

Então explicou que, a permissão atinava às possibilidades do homem, ( por causa da dureza dos vossos corações ) não da Vontade perfeita de Deus. ( Mas, ao princípio, não foi assim ) 

Mas, se em Moisés o coração duro “abonava” certos pecados, em Cristo, não mais? A transição do Velho para o Novo Testamento enseja um upgrade fantástico. “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda.” Heb 8; 6 e 7 Então, embora a graça de Deus esteja em plena vigência para com os que se arrependem, os reclames da Santidade são altos, sublimes, aos moldes de Cristo. 

O cumprimento formal da Lei, mesmo os Fariseus conseguiam, mas, o Salvador advertiu: “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5; 20 

Claro que, imitar a Cristo demanda, antes de tudo, conhecer Seu caráter, Sua mente, como disse Paulo: “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” I Cor 2; 16  Só pode dizer isso, contudo, aquele que está espiritualmente edificado, tanto no conhecimento, quanto, na prática da Doutrina; os demais, devem seguir buscando, pelos caminhos propostos. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...” Ef 4; 11 a 13 

Quem logra atingir estatura, pelo menos, aproximada, já não busca “brechas” para pecar, antes, identificando uma, repara-a.  “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22; 30

Afinal, o coração duro, posto que seja herança inevitável após a queda do Éden, (Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Rom 8; 6 e 7 ) Ainda assim, segue sendo consequência de nossas escolhas, pois, bem podemos dar ouvidos ao que amolece. “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes sua voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3; 15 

Assim, o mero sair em busca de justificativas, invés de buscar o perdão do que justifica é já em si, um diáfano atestado de coração endurecido; qualquer que seja o “álibi”  encontrado, servirá apenas como conservante de sua rigidez, seu medo da “cirurgia” tencionada pelo Pai. “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne.” Ez; 36; 25 e 26  

Vemos que a “anestesia” que antecede ao transplante de órgãos é feita com “água pura”. Paulo ensina: “Para santificá-la, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra...” Ef 5; 26 

Concluindo; se, havia uma discrepância entre a possibilidade humana e a Vontade Divina, O Salvador começou Sua obra por aí: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1; 12 

Desse modo, em Cristo podemos buscar a santificação. Mais; devemos. Senão, o upgrade de bênçãos propiciado pelo Sacrifício Perfeito subirá noutro gráfico, o do juízo. “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas, três testemunhas. De quanto maior castigo, cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10; 28 e 29 

Em suma: A única coisa que um coração duro prova é que, a cirurgia tencionada pelo Eterno ainda carece ser feita.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre fé e cruz

“Mas, um só, o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” I Cor 12; 11 

Embora o contexto atine aos dons espirituais, também enfatiza a Soberania do Espírito Santo. “... repartindo... a cada um, como quer.” Sem dúvida alguma, nossa maior dificuldade é cooperar para que nossas vidas sejam amoldadas à Vontade de Deus. 

A ideia vulgar da fé é que se trata de um poder dado aos cristãos mediante o qual conquistarão o que desejam. Embora obre essa, no sentido de produzir resultados palpáveis, sua essência é invisível; seu alvo  destronar nosso ego, entronizando  Cristo. 

Escrevendo aos efésios Paulo  ensinou: “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas,  outros para evangelistas,  outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé,  ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...” Ef 4; 11 a 13 

Assim, de modo superficial parece que a fé nos deve engrandecer muito, dado que, seu alvo é nos igualar a Cristo. Entretanto, Ele, quando de Seu maior e mais doloroso conflito submeteu-se cabalmente à Vontade do Pai. “...Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas, como tu queres.” Mat 26; 39 

Acontece que, se, estatura natural se mede por grandeza, renome, posses... a espiritual tem seu consórcio com a humildade; assim, os maiores se fazem menores. “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas,  esvaziou  a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;  achado na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente; lhe deu um nome que é sobre todo o nome;”  Fp 2; 4 a 9 

Embora a palavra original foi traduzida por “sentimento”, o contexto demanda que seja um pouco mais que isso. Motivação, inclinação, disposição interior.  Assim, nossa parte é esvaziamento.  A exaltação não atende ao concurso de nossa vontade, antes, é totalmente tributária à Vontade de Deus.  “... Deus o exaltou soberanamente...”  

O que quero dizer, enfim, é que, essa “fé” que “compartilha”, “toma posse”, “decreta”, “determina” o que deseja, mora a anos luz da Fé ensinada na Bíblia que, descansa confiada no caráter e soberania de Deus, invés de nossos anseios ignorantes e malsãos.

A fé hígida não faz acontecer; antes, amolda-se ao que Deus escolhe soberanamente para seu filho.  Não que ela não remova montanhas; apenas, que é Deus quem escolhe, quais montes devem mudar de lugar. 

Salomão alistou alguns que incomodam ao Santo: “Estas seis coisas o Senhor odeia; a sétima a sua alma abomina:  Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6; 16 a 19 

Claro que, remover montes assim demanda algo mais que fé; digo, seu efeito colateral mais valioso, obediência. Sempre que cogitamos a remoção de algum monte, porém, geralmente o vemos como pedra no caminho, nunca, como doença moral, espiritual, no caminhante.

A Palavra opera para aplanar os caminhos do coração, não, dos pés, estritamente falando. “Bem aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84; 5 Vemos que, esse ditoso ser,  tem sua força em Deus; Na vontade Dele.  

A cruz já fez seu trabalho de crucificar às paixões naturais; o Espírito Santo pode investir Seus dons com fito de edificar ao Corpo de Cristo. Claro que a negação de minha vontade necessariamente me faz como que nulo; como se fosse de outro; essa é a ideia, ser de Cristo. “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões, concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” Gál 5; 24 e 25

Em espírito, vontades naturais não fazem sentido; as espirituais aceitam de bom grado a Vontade e Deus. Em suma: A fé não atua para mudar circunstâncias, ainda que o possa fazer; antes, tem como alvo mudar caracteres, o que carece nossa cooperação e obediência.

Crer no que me agrada pode parecer fé, contudo, não passa de bisonho simulacro. A fé Bíblica tem alvo melhor: “... Sem fé é impossível agradar a Deus...”