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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Em Nome da Lei

“... vos é lícito açoitar um romano, sem ser condenado? ... Então Paulo disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e, contra a lei me mandas ferir?” Atos 22;25 e 23;3

Dois momentos. Um, perante autoridades civis do Império; outro, diante dos líderes espirituais da sua nação. No primeiro, o apóstolo evocou as leis romanas e lembrou sua cidadania para preservar seus direitos; no segundo, denunciou a hipocrisia do Sumo Sacerdote que, invés de um julgamento lícito, imparcial, usou de autoritarismo ferindo a própria Lei que deveria representar ao mandar agredi-lo.

Depois refez seu comentário sabendo de quem se tratava; “...Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo.” V 5 Se, para aqueles não importava a Lei, para Paulo era o seu tribunal de apelação; seu abrigo, não, algo a ser manipulado.

As leis humanas são fruto de pactos sociais baseadas em certos princípios como, justiça, direito de defesa, proteção da dignidade humana, isonomia... Normalmente são forjadas em contextos de calmaria, para a vigência em horas de embates; exceto casuísmos políticos tão em moda, que fazem os interesses escusos patrocinarem a homizia de corruptos às sombras de casamatas suspeitas que eles chamam de leis.

Acima dos legisladores humanos há Outro, Absoluto, que tem consigo todo poder para estabelecer valores probos e ímprobos; essa história que nós mesmos decidimos acerca do bem e do mal vem de outra fonte; O Eterno sabe quando uma lei é uma “cerca” em salvaguarda da justiça, e, quando é mero pretexto, verniz para pintar o mal em cores lícitas. “Poderá um trono corrupto estar em aliança contigo um trono que faz injustiças em nome da lei?” Sal 94;20

O divórcio entre a Lei de Deus com Seus valores Eternos e os efêmeros arranjos humanos que cambiam sempre ao açodo das paixões, invés de atinarem estritamente às demandas da justiça.

Mediante Isaías esse vício foi equacionado com a maldição Divina sobre o planeta: “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra;...” Is 24;5 e 6

Uma sociedade alienada de Deus tende a adotar o conselho da oposição; fazer do homem a “medida de todas as coisas”, o que, invés da Eterna e perfeita Lei alicerçada na Rocha, dá azo a novos arranjos conforme os pendores das fétidas águas do pântano das paixões.

Desse modo, se, nos dias de Paulo evocar as Leis era o refúgio de um justo, em nosso tempo tem muito canalha fazendo isso; pois, legitimamos uma série de aberrações, num autofágico sistema que potencializa ao superlativo os direitos de gentalha sem valor que desconhece os deveres.

A inversão não é nova, vem desde o “sereis como Deus”, porém, em dados momentos a coisa extrapolou. Isaías denunciou: “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

Se, minha paixão insana me inclina a determinado comportamento ilícito, invés, de lutar contra os maus pendores luto contra a sociedade para que essa legitime minhas estranhas comichões sob o tacão da Lei. Assim, a Lei migrou da honrosa condição de “cidade de refúgio” dos inocentes, para patrocinadora dos desvios de caráter de gente imoral.

Além disso, a inversão, fruto de uma geração abaixo da linha de pobreza moral e espiritual tem gerado certos Frankensteins que nos assombram; gente que a dignidade do cargo requer o tratamento de “Excelência”; e a indignidade do caráter demanda que se lhes chame de canalhas!
Desse calibres certos da Corte Suprema, Senadores, Deputados, Ministros, Presidentes...

Paulo lidou com isso; o sujeito era um hipócrita; o poético, “parede branqueada;” porém, era Sumo Sacerdote. O inglório encontro da dignidade da função com a atuação indigna.

Então, carecemos como nunca, um apego irrestrito aos Divinos valores; pautarmos nossas decisões pelos Eternos Preceitos, não, pelas inclinações de uma sociedade apodrecida, volátil, deletéria.

Invés da “vergonha de ser honesto” na sutil ironia de Ruy Barbosa, que nos tome a vergonha de imitarmos essa gentalha sem vergonha que tanto nos desafia diuturnamente com sua desfaçatez.

Chega de escolhermos bandidos para chefes! Eleição deveria ser para guindar uma elite moral e funcional ao poder; nossos parcos valores, nossos votos venais tem transformado a coisa em mera formação de quadrilha. Pior, formamos para que nos roube. Basta de delegarmos a gestão do interesse das galinhas para as raposas; sem ficha limpa, fora!! Mentiu, fora!

“Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.” John Galbraith

domingo, 11 de junho de 2017

Perdão ou reencarnação?

“Como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Heb 9;27 e 28

Uma semelhança e uma distinção, entre a sina Do Salvador e os demais humanos. Como nós, morrer uma vez; diferente; invés de enfrentar um julgamento, aparecerá “julgado”, sem pecados. Não que da Sua primeira aparição tenha resultado algum pecado; mas, daquela vez tomou sobre Si os nossos; reaparecer sem, é o Seu juízo, o testemunho do Próprio Deus, da Sua pureza e Santidade.

Pois, quanto à Sua vida na semelhança humana não poderia ser justificado, uma vez que se identificou com nossas falhas, assim, teria que ser condenado pelos reclames da Justiça Divina. “...Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” I Tim 3;16

Aqui entra no que se refere a nós, a cruz. Uma vez que só seremos justificados em espírito mediante novo nascimento devemos nela, mortificar nossas naturais inclinações, para que, quando Cristo Juiz dos vivos e dos mortos se manifestar, tenhamos confiança.

A própria conversão é aplicação do Juízo de Deus sobre nossos pecados. Ele nos declara, pela Lei, dignos de morte; contudo, prepara uma “cidade de refúgio”, Jesus Cristo. Os que arrependidos, nele se abrigam, concordam com O Juízo Divino, e são absolvidos pela justiça de Cristo.

Se, a tomada da cruz sobre si assusta muitos, a ideia de passarem pelo Juízo também soa desconfortável aos que vivem alienados de Deus. Algumas doutrinas como o espiritismo, por exemplo, chegam a negar a existência do juízo onde cada um deverá prestar contas. Preferem, antes, ensinar a teoria das reencarnações sucessivas, até que as pessoas sejam aperfeiçoadas.

Embora tal ensino possa soar mais confortável a quem ouve, é blasfemo, incoerente. Blasfemo porque supõe uma salvação futura, mediante pagamento dos “Karmas”, o que torna inócuo, irrelevante o Sacrifício de Cristo; e, mentirosos Seus ensinos sobre justificação. Incoerente porque anemiza o sentido de duas palavras basilares: Amor e perdão.

Falam bem do amor, sua excelência, necessidade; porém, sua doutrina contraditória o enfraquece. Devo amar meu semelhante fazer-lhe o bem; porém, também, cada dor do sofredor, no fundo, lhe é um bem, um karma que está sendo purgado, um aperfeiçoamento levado a efeito. 

Aí, se, por amor eu ajudar alguém aliviando seu sofrimento estarei lhe fazendo um bem, ou, mal? Afinal, estava pagando sua “dívida”; eu enxerido atrapalhei.
O Amor ensinado na Bíblia posso praticar sem medo que faça dano algum. “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Rom 13;10

Sobre o perdão, contudo, seu estrago é ainda maior. O Senhor na oração do Pai Nosso ensinou rogarmos perdão, na justa medida com que perdoamos nossos devedores; disse mais, que se os não perdoarmos, não seremos perdoados. Agora, se minhas faltas demandam outras vidas para serem pagas, qual a eficácia do perdão Divino sobre os pecadores arrependidos?

A Palavra perdão em sua origem traz a ideia de perda de direito; renúncia em favor de outrem. Assim, se Deus nos perdoa em Cristo, porque seria necessária nova vida, para remover minhas culpas, meus karmas? Afinal, fui perdoado ou não?

Quem quiser crer na doutrina espírita, creia, é um direito seu; agora, ninguém moral e intelectualmente honesto tem direito de dizer que o ensino é bíblico, que é uma doutrina cristã.

Eles fazem boas obras, sei; e nada de errado há nisso. É sempre bom socorrermos a quem sofre. O risco, porém, é que seu bem seja tornado mal. Como assim? Uma coisa é fazermos boas obras em gratidão a Deus por termos sido salvos por tão grande amor e sacrifício. Daí, passar a andar como Ele espera. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Outra; seria praticar as mesmas obras, esperando ser justificado por fazê-las, não, pela Graça de Cristo. Olhemos os versos anteriores: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Não adianta, como os ouço, chamarem a Jesus de Divino Mestre, enquanto apregoam doutrinas falsas que O Contradizem. Paulo falou de alguns semelhantes em seus dias: “Confessam que conhecem a Deus, mas, negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Nascer de novo, sim, mas, inda nessa vida, por arrependimento e conversão; depois, nada feito, apenas o juízo.