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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Deus em Braille?

“De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre a face da terra, determinando tempos já dantes ordenados e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós” Atos 17;26 e 27

Paulo via a limitação espaço-temporal da vida humana como estímulo para que busquemos a Deus. Como se, a alma humana “não coubesse na bainha” e desejasse algo mais; olhando, assim, para O Criador.

Não exatamente olhando, dado que, o efeito colateral da queda trouxe também, cegueira espiritual ao homem natural; aí, O Eterno plasmou “Escrituras” em alto relevo, desejando que ele, “tateando o pudesse achar.”

A mera produtividade da Terra que nos alimenta, era vista aos olhos do apóstolo como testemunha do Amor do Pai; “... não se deixou sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria vossos corações.” Atos 14;17

A criação inteira foi vista por ele como testemunha tão eloquente, a ponto de deixar sem desculpas aos pretensos céticos; “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” Rom 1;19 e 20

Aparentemente temos uma contradição de Paulo, uma vez que aos gregos faz concessão à cegueira e valida a busca “em Braille”; enquanto, em sua diatribe aos céticos entre os romanos diz que os Atributos Divinos “claramente se veem” pelas coisas criadas.

Acontece que, os gregos eram filósofos em busca da Sabedoria por conta própria; algumas noções espirituais a que chegaram eram e ainda são válidas, sobre a prática da justiça, especialmente; A eles Paulo chegou mais cordato tentando convencê-los da futilidade da idolatria ante O Deus Vivo.

No entanto, os romanos, aos quais Paulo se dirigia, não eram investigadores sinceros errando no escuro. Antes, opositores engajados da Verdade revelada; “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.” V 18

Nesse caso não se tratava de uma inépcia em compreender a verdade, antes, de não poder conviver com ela sem se opor. O Salvador falou desses: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que, suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Uma versão “remasterizada” do antigo, “Ouvi tua voz e tive medo, me escondi, pois, estava nu”. Nesse caso, temem não ao encontro com Deus, estritamente, antes, ao encontro consigo mesmos em estado “puro”; isto é, como são deveras.

Como vemos a promessa do Capiroto ao primeiro casal de que eles mesmos decidiriam sobre o bem e o mal não se cumpriu. Pois, não haveria uma “má obra” a ser manifesta pela Luz se, o homem pudesse redefini-la como sendo, boa. O que o incauto casal herdou, a rigor, foi o sentimento de culpa que faz parecer mais confortável a escuridão que a luz.

Os que fazem oposição aberta a Deus e Sua Palavra são os doentes que rechaçam ao Médico, como se, ausência de diagnóstico da enfermidade equivalesse à saúde espiritual.

A Palavra, “Diagnóstico” é a aglutinação de duas palavras gregas que significam: “Através do conhecimento”. Desse que ilumina e receita o remédio certo A Bíblia fala quando diz: “Meu povo foi destruído pela falta de conhecimento.” Em provérbios diz mais: “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas, o que confessa e deixa alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Assim, o “ceticismo” desses não é um óbice intelectual aceitável de quem não consegue entender; antes, uma rejeição voluntária de quem entende e perversamente recusa aquiescer às demandas Divinas.

O pior cego é o que recusa a ver, diz o provérbio; pois, vendo e portando-se como se, não visse, a restrição deixa de ser fortuita e passa a ser arbitrária, volitiva, perversa, pecaminosa.

O Ego gestado no Éden recusa ser partícula de uma unidade composta, um corpo; preserva-se na mesquinharia de ser ímpar, um morto-vivo. “Uma pessoa é única ao estender a mão; ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.”
Shakespeare

Para a salvação, pois, se requer a entrega desse traidor; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.”

quinta-feira, 29 de março de 2018

Os fugitivos

Jacó logrou Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia”, Gên 31;20

Aquele que fora para Harã fugindo da fúria de seu irmão, Esaú, agora saía de lá, outra vez, fugindo. Não tinha motivo para isso; bem poderia se despedir do pai de suas esposas Leia e Raquel e sair pela porta da frente.

Entretanto, seus temores de sempre, subprodutos de suas trapaças, seu inda frágil relacionamento com Deus, faziam confiar mais na astúcia que na proteção Divina.

Labão o soube, três dias após, pois, estava no campo tosquiando ovelhas, reuniu alguns homens e foi atrás alcançando-o em sete das nas terras de Gileade. Se, no princípio não tinha razões para fugir, agora, tinha-as para temer, uma vez que sua amada Raquel furtara os ídolos de seu pai e os levara consigo.

Pode-se inferir que Labão vinha com intentos belicosos, dado, o “puxão de orelhas” que levou. “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” V 24 Noutras palavras: Não toque nele, está sob minha proteção.

Foi vetado pelo Eterno que ele fizesse mal a Jacó, não, que tomasse satisfação sobre suas imagens furtadas. “... se, querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste meus deuses?” v 30

Seguro da sua integridade e dos seus, o patriarca sentenciou: “Com quem achares teus deuses, esse, não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois, Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.” V 32

Durante a revista nos trastes foi a vez de Raquel fugir, isto é; assentou-se sobre os objetos roubados e pediu desculpas por não poder levantar se dizendo menstruada. Então, nada achou Labão, do que procurava. Provada a “inocência”, foi a vez de Jacó “subir na mesa”. “Então irou-se Jacó e contendeu com Labão;respondeu disse: Qual é a minha transgressão? Qual é meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?” v 36

Pois bem, sua imprudência de sentenciar à morte quem furtara as imagens custou a vida de Raquel que morreu durante o parto de Benjamim. Trabalhara sete anos como dote por aquela que amava; num momento de insanidade com a cruel espada da língua ceifou sua vida.

Desse modo, infelizmente, podemos fugir das ameaças externas, muito mais facilmente que das loucuras interiores.

Desde a queda a espécie humana se fez fugitiva. “Ouvi tua voz e me escondi, pois, estava nu.” A saga de Adão é a mesma nossa. Sentimento de culpa ante O Santo, fuga.

Mas, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se, subir ao céu, lá estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua Mão me guiará; Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11

Porém nosso aspecto mais requintado de maldade nos faz fugir, até mesmo, da fuga. Como assim? Sabe aquele sujeito que foge da justiça fingindo fazer campanha? Muitos de nós nos portamos igual. Mascaramos nossas fugas como, ceticismo, ateísmo, politeísmo, ativismo, e, até de cristianismo; quando adotamos um verniz bíblico para dar brilho a uma substância pagã, hipócrita.

No caso de Jacó careceu a experiência com Deus em Peniel, onde teve sua coxa ferida para não mais andar como andara, e teve seu nome mudado para Israel. No nosso carecemos do novo nascimento em Cristo, para recebermos o dom do Espírito Santo, que, paulatinamente nos capacita a mortificar nossos monstros internos, as obras da carne para, enfim, andarmos em espírito.

Sendo Jacó servo do Deus Vivo, Raquel furtara bibelôs inúteis nos quais confiava e isso foi fatal. Desgraçadamente, muitos perdem suas salvações agarrados em porcarias vãs, invés de se aproximarem do que salva. Pois, se esses espantalhos nada valem no que tange à vida, no sentido de alienar do Santo e levar à morte são “úteis”.

Jacó amaldiçoou quem os furtou, A Palavra amaldiçoa quem neles confia: “Têm mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, e todos os que neles confiam.” Sal 115;7 e 8

Fugitivos se escondem no “respeito religioso” como se, falar-lhes a verdade fosse ofensa.

Nas cidades de refúgio os culpados estariam livres após a morte do Sumo Sacerdote; o Nosso morreu por nós há mais de dois mil anos; o que nos impede de sermos livres?