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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Tá doendo? Não desanime

“Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10 Alguns chamam a essa passagem de “A noite escura da alma”.

Trata-se de uma ocasião onde nenhum sinal exterior obra a nos dar alento; luz nenhuma; apenas, O Nome do Senhor deve ser nosso amparo. Se, há um momento em que a fé deve trilhar no escuro é esse.

A nossa alteridade emocional não deve ser aferidora das saídas da vida se, tencionamos viver com sabedoria e agradar a Deus. Eventualmente estamos cheios de ideias, planos, ânimo; de modo tal que, os afazeres tencionados parecem nem caber no dia.

Outras assoma certa letargia onde sequer queremos o volante das iniciativas, das ações. Quiçá facilitaria as coisas se, o dia tivesse uma “playlist” automática, após a qual, nos deixaríamos levar sem anseios, servis, passivos; viesse o que viesse.

Essa “bi-polaridade” não é privilégio meu; quem é humano, já experimentou variáveis assim.

Quando está envolvido o componente emocional, as boas intenções alheias nada podem; sequer mensurar a intensidade das emoções, quer de alento, quer de desânimo está ao alcance, como ensina A Palavra: “O coração conhece sua própria amargura; o estranho não participará no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

Se, impotentes nos vemos, para alteração desses quadros emotivos, somos desafiados ao que podemos; à empatia: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.” Rom 12;15

Não raro somos feitores do nosso próprio desânimo quando aprazamos acontecimentos desejados, os quais, faltando ao encontro no “prazo combinado” ensejam decepções; por outro lado, quantas vezes, venturas inesperadas nos surpreendem, numa reversão de expectativas; pois, nem ousávamos sonhar tão alto?

Em linhas gerais lidamos mal com os nãos da vida; com o tempo; e, sobretudo, com a obediência.

Os chamados por Deus são desafiados ao mais difícil de todos os nãos: “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Quanto ao tempo, dado que recebemos vida eterna, não nos compete mais o direito de tentar abreviar as coisas que Deus mesmo aprazou segundo Sua Sabedoria; “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1 “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.” Tg 5;7 etc.

A obediência desafia-nos ao enfrentamento do mais terrível adversário; o si mesmo; o ego.

O mundo dissemina um conceito falso de liberdade como se, a mesma fosse cada um fazer o que lhe apraz. Ora isso só seria possível se cada um vivesse num planetinha particular como o do “Pequeno Príncipe”.

No entanto, para a vida em sociedade e a necessária interação entre as pessoas, a liberdade de um acha seu termo nos direitos do outro.

Tratando-se de servos de Deus, o conteúdo da liberdade oferecida não tem a ver com mobilidade, iniciativa autônoma; antes, com o evadir-se às prisões da mentira pelo conhecimento prático da verdade na Pessoa Bendita de Cristo; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Se, a verdade é a “carta de alforria” dos, até então, escravos, necessária é a conclusão que a feitora da escravidão é a mentira.

Grosso modo quando alguém pretende ser livre não cogita ser iluminado, antes, evadir-se à obediência da qual ninguém é tão livre para escapar; nessa dualidade espiritual que estamos inseridos, ou, obedecemos a Deus para a vida, ou, só resta-nos o “plano B”. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

Nossa liberdade é a capacitação para atuarmos segundo Deus; não a tínhamos antes de Cristo. “A todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Em nossas emoções tristes, de desânimo, malgrado as eventuais boas intenções das pessoas elas não nos podem ajudar; Porém, O Espírito Santo é O Consolador; Ele pode mudar nossa dor em júbilo; “Porque sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

Se Deus permite a dor eventual prepara para ela uma recompensa inefável; “... as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8;18

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu bem, meu mal e a besta

“Se estiver embotado o ferro e não se afiar o corte, então, se deve redobrar a força; mas, a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Pensando bem, em alguns momentos me vejo bem pior do que penso; então, urge que eu aprenda pensar melhor. A honestidade moral e intelectual são as lentes da alma que corrigem seu grau de miopia.

Somos mui espontâneos em “assumir” pretensas virtudes, receber elogios; muitos correm em busca disso como um viciado buscando drogas.

Todavia, um garimpeiro a laborar no rio lida com lama, água suja, areia; eventualmente, sua persistência é premiada com algo de valor. Assim somos em nossas almas impuras; mas, dada a vaidade exibimos nossas “pepitas”, apenas, malgrado, tenhamos muita impureza oculta...

Nossa enfermidade é tão “normal” que sequer notamos. Desde que nos foi “legada” a autonomia em relação a Deus, que nós mesmos mensuramos bem e mal ao nosso alvitre, o bem deixou de ser uma coisa derivada de valores e passou a ser fruto de sentimentos, emoções. Assim, aquilo que eu gosto, por insano que seja será meu, “bem”; o que desgosto, não obstante tenha seus méritos, virtudes, será o mal.

Dizem que mente vazia é oficina do Tinhoso; n’outras palavras quem está a esmo tende mais a fazer porcarias que a tomar boas decisões.

Bem, sempre ouvi isso por alto sem me ocupar de pensar a respeito; parecia um dito sábio. Contudo, pensando melhor, se não houver um adjetivo producente ao conteúdo da mente, talvez seja melhor que esteja mesmo baldia.

Como assim? Todos filosofam sobre a superioridade da qualidade ante a quantidade; assim, uma mente cheia de maus intentos, pensamentos viciosos seria melhor que uma vazia? Mudando a figura; seria preferível um vaso cheio de lixo a outro, vazio?

Talvez o que se queira dizer é que o envolvimento em alguma ocupação virtuosa tende a tolher nossa inclinação natural pelo mal; nisso estou de acordo.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; e essa, talvez, seja a razão para que tão poucos se ocupem nele.” Alguns, presto discordarão, pois, acham que maliciar, desejar, maquinar embustes, são sinônimos de pensar. Não senhores! Pensar deveras requer uma alma filosófica que tenta entender as coisas e seus porquês; que abstraia o fenômeno, a aparência e tente tocar o motivo, o alvo.
Dizemos que as aparências enganam, quando o engano é filho de nossa percepção destreinada.

Um exemplo de vero pensar: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: por quê? Quando as analiso como não são, questiono: Por que não?” George Bernard Shaw

A geração atual pelo seu espírito praticamente proíbe o livre pensamento. As coisas são devidamente encaixadas em seus moldes “politicamente corretos” e somos patrulhados para não sairmos da caixa. Quem deu autoridade absoluta a esses embusteiros que tentam implantar as coisas ao seu gosto? O que está vigente é abolição do cérebro cuja carta de alforria foi assinada com uma putrefata pena ideológica que está suja de muito sangue e já fez correr rios de lágrimas.

Escandalizamos-nos ao ver universitários enfiando velas acesas no rabo como sendo uma forma de “arte”; porém, no tempo que os animais falavam, digo, quando os cérebros ainda funcionavam, a arte era a expressão do belo, do criativo, seu desfile dava azo à sublimação, ao enlevo; ah, e havia diferença entre o ridículo, o abjeto, o obsceno, e ela.

Platão definiu o homem como sendo um invólucro de pele contendo dentro uma besta policéfala (de muitas cabeças) e no alto um homenzinho; segundo ele, a besta representa os instintos bárbaros, incivilizados; e, cada cabeça tipifica uma má inclinação, uma paixão doentia; o homenzinho seria nossa parte superior, a razão. Assim, o filósofo seria aquele cujo homem interior teria domínio sobre o monstro; os demais, o oposto.

Pois bem, alugando essa figura por um pouco, nossa geração tem alimentado a besta com a carne do finado homenzinho racional. Gente de renome, professores de faculdade, artistas, jornalistas, pessoas que deveriam ser os nossos luminares exibem sintomas pujantes de desonestidade intelectual e moral, e subserviência ao monstro das paixões triturador da razão, dos fatos, da história, da verdade...

O sistema facilita a indigência mental; basta compartilhar algo do qual se gostou, mesmo sem entender direito e o sujeito já será “racional” profundo.

Claro que frases feitas têm seu valor, sempre recorro a elas quando parecem oportunas, mas, se nosso “pensar” se resumir a isso não passaremos de robôs programados, mentecaptos, que literalmente significa capado da mente, castrado.

Pensar não é decorar as ideias alheias, antes, usar a massa intracraniana para gestar as nossas. “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso” Plutarco.