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sábado, 24 de janeiro de 2015

A cruz de plástico

“Vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” I Tess 1; 6 

Tribulação e gozo; como podem duas coisas tão adversas habitarem no “mesmo” espaço? O Senhor ensinou a substituição da tristeza pela alegria, em face aos frutos gestados pela dor. “Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis; o mundo se alegrará, vós estareis tristes, mas,  vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada  sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.” Jo 16; 20 e 21

Isso acontece com muitos, mesmo no âmbito natural; é de fácil compreensão. Entretanto, Paulo falando aos tessalonicenses apresenta tribulação e gozo concomitantes. 

Se há um aspecto pouco compreendido por muitos é o da dupla natureza que passam a ter os salvos. Se, nasceu duas vezes, necessário é que, haja dois seres resultantes desses partos. Esses, contudo, moram de “parede e meia”, habitam no mesmo corpo. Sendo assim, um pode sentir dor, outro, gozo, numa mesma porção de tempo. 

Vejamos um exemplo disso: “Chamando os apóstolos, tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus e os deixaram ir. Retiraram-se, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.” Atos 5; 40 e 41 Claro que açoites doem! Contudo, estavam regozijando em espírito, dado o sentido que auferiram do ódio  adverso.

Acontece que, nossa parte suscetível às dores que podem ser impingidas por outros é precisamente a faceta que deve morrer. Nossa cruz difere da do Salvador, uma vez que Ele derramou Seu sangue literalmente; enquanto de nós se requer a sujeição das paixões naturais à Vontade do Senhor. Mortificar, negar-lhe a primazia sobre nossas entradas e saídas no teatro da vida é precisamente, nossa cruz.

Esse aspecto biodegradável e suas dores, não atinge ao espiritual, necessariamente, pois, é imune à ação do tempo e não se alquebra às mazelas do corpo. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia.” II Cor 4; 16 

Se, aos judeus foi considerado adultério deixar a Graça e volver aos reclames da Lei; o que seria, o “evangelho” que tenta agradar à carne que deveria morrer e dar lugar ao Espírito? Paulo foi didático sobre o primeiro ponto: “De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei; assim, não será adúltera se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7; 3 e 4 

Tiago, por sua vez, abordou o segundo: “Pedis, não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4; 3 e 4 

Mesmo sendo o corpo o agente a coisa é considerada adultério espiritual; há também um espírito que move o curso desse mundo, ao qual, somos exortados a contrariar. “... noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, espírito que opera nos filhos da desobediência.” Ef 2; 2 

Então, o homem espiritual vive sua constante “piracema” contra  inclinações naturais que arrastam tudo rumo ao mar de lama da impiedade. Natural que seja difícil sua opção, afinal, seguir à manada  é mais fácil que separar-se. 

Se, a renúncia natural e a oposição do príncipe do mundo nos atribulam, Deus nos reserva o antídoto do gozo espiritual, para que entendamos Seus cuidados, e, imenso amor.

O evangelho sem cruz que tantos pregam não é invenção da pós-modernidade; antes, um intruso que, já nos dias de Paulo mostrava suas garras. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3; 18 e 19 

O homem  prudente deve desconfiar dos mensageiros de facilidades, do gozo sem tribulações. O que nos está proposto é profundo demais, para ser tratado de modo tão superficial. 

Sem cruz não há salvação; sem dores a cruz é de plástico. Aos que imaginam facilidades convém lembrar que, Deus não habita num céu imaginário.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A Terra, grávida



“Desde a antiguidade fundaste a terra; os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles  envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás e ficarão mudados. Porém tu és o mesmo, os teus anos nunca terão fim.” Sal 102; 25 a 27 

Esse trecho do hino hebraico traz três coisas interessantes; a afirmação categórica do criacionismo; a previsão que efeitos biodegradáveis incidirão sobre a natureza; e que a ação do tempo será inócua sobre Deus, pois, Ele É Eterno. 

Se, o criacionismo for verdade como cremos, os efeitos preditos se devem verificar também. Noutras palavras: A criação deve envelhecer. 

Isaías apresenta as causas: “A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra; os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra,  poucos homens restam.” Is 24; 4 a 6  

Paralelo ao decréscimo da vida natural está o da vida humana; “... enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Se, mesmo aos mais altos sucede, que dizer dos demais? 

A teoria evolucionista que se contrapõe à criação defende  o progresso da vida em suas variadas formas. Qual das duas premissas a realidade que nos cerca corrobora? Todo dia deparamos com novas, sobre espécies em extinção, poluição de mananciais, pestes dizimando a população, como agora, o Ebola, etc. Isso são evidências de evolução, ou, envelhecimento? A corrupção generalizada, capitulação às drogas, promiscuidade que nos cercam indicam o quê? Evolução? Rumo a qual alvo? 

Com um mínimo de honestidade intelectual se pode verificar que as demandas evolucionistas estão gritantemente ausentes de nosso existenciário, enquanto, os vaticínios criacionistas se cumprem rigorosamente.

Todavia, invés de mero conformismo com tal derrocada, a Bíblia acena com esperança, regeneração. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Rom 8; 19 a 23  

Depois de apresentar breve resumo, Paulo expressa o quê, chama de “ liberdade da glória dos filhos de Deus...” “A redenção de nosso corpo.”  Sim, todas as fragilidades físicas decorrentes da sentença pelo pecado sumirão, quando nosso corpo for redimido.

Pois, a “servidão da corrupção”, aqui, não tem conotação moral; antes, alude ao próprio corpo que se corrompe mercê do tempo. Ainda que o Espírito regenerado ande na contramão. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4; 16 

Contrário ao ensino de alguns pavões da praça, os salvos estão sujeitos a tudo, enfermidades, acidentes, etc. Afinal, possuem um tesouro ( novo homem ) em vaso de barro; ( corpo corruptível. )   

Ademais, quando o Salvador lançou Seu apelo, prometeu descanso pra alma, não pro corpo. “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11; 29 

A redenção da natureza, chamada de “novos Céus e nova Terra”, faz parte do pacote de providências do Criador. Se a criação está com dores de parto, como ilustrou o apóstolo, por certo, espera um filho, quem?   

Falando sobre Cristo aos crentes efésios Paulo ensina: Em quem também vós estais; depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.” Ef 1; 13 e 14 

Contudo, se há um “parto planetário” por ocasião da volta do Salvador, há outro individual, que deve ocorrer em cada um que quiser fazer parte do Reino regenerado. O mesmo apóstolo ilustra: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós;” Gál 4; 19 

Cristo precisa nascer em cada um de nós. Assim, Nele é revivido nosso espírito; a alma é salva, e o corpo dorme na esperança de redenção. Sem ele, apenas decrepitude, morte.