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sábado, 11 de julho de 2020

A Caçada da Fama


“Como eu queria ser ‘fera’ em alguma coisa”!

Ouvi isso há muito tempo. Do nada, a frase renasceu e me fez pensar. No contexto, a pessoa sonhava em ter grande talento para algo e auferir fama e aplausos, por isso.

Seria hipócrita negar que, em algum momento das nossas vidas sofremos dessa doença também. Alguns jamais se curam; outros se deprimem vendo a “ferocidade” alheia e nenhum traço disso em si.

A grandeza na maioria das vezes é apenas uma sombra ilusória como versa uma fábula de Gibran: “Uma raposa saiu bem cedo em busca do seu almoço; subiu numa duna e contemplou sua sombra gigantesca e pensou: ‘preciso de um camelo para o almoço’; passou amanhã toda buscando em vão, por um camelo; ao meio dia, sol a pino, exausta, olhou novamente sua sombra escondida sob o corpo e refez: ‘pensando bem, um rato bastará’”

Quantos de nós deixam escapar os ratos que estão ao alcance devaneando com camelos que não precisam; digo, deixam de fruir as coisas boas que possuem, em demanda de grandezas que não carecem.

A verdadeira grandeza toma suas próprias iniciativas como diz no Talmude: “A grandeza foge de quem a persegue e persegue a quem foge dela”.
Em linhas gerais, numa alma razoavelmente saudável e inteligente a poção do tempo mesclada às experiências vai desenvolvendo anticorpos; muitas coisas que um dia nos pareceram caras, ora, nem importam mais; algumas se fazem desprezíveis, até.

Como disse Mário Quintana: “Chega um tempo na vida em que a opinião dos outros é mesmo, deles;” não nos diz respeito mais. Nos libertamos da tirania dos aplausos e das críticas.

Infelizmente todos somos bem mais ferozes do que pensamos. Platão plasmou uma alegoria mui eloquente para definir a natureza humana com seus múltiplos apetites, e a pobre da consciência relegada num cantinho impotente, que ele chamava de Razão.

Disse que todos somos um invólucro de pele, contendo dentro uma besta policéfala, (Monstro de várias cabeças) e no alto, um homenzinho minúsculo. Cada traço da natureza, ira, desejo, os apetites desordenados, falsidade, são uma cabeça da besta; a razão que quisera agíssemos segundo ela, mas não tem força diante do bicho, queda impotente.

Quem jamais ouviu alguém saindo rumo à esbórnia dizendo: “Vou fazer isso e aquilo (vícios vários) e não quero nem saber!” Contra quem dava tal recado? Nada mais que uma cabeça do monstro mandando o homenzinho calar. A diatribe se voltava contra o próprio bom senso que tentava advertir do erro.

Na verdade muitos que buscam fama o fazem pelo “efeito colateral” do dinheiro que costuma vir junto com os aplausos; entretanto,
“Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama.” Arthur Schopenhauer

Ou, como disse Salomão, quem amar o dinheiro, jamais dele se fartará.

Parece que os “feras” também têm lá seus problemas; talvez ante escrutínio mais preciso, a coisa não seja tão glamorosa quanto parece.

Outras vezes acontece de gente talentosa morrer, praticamente anônima; depois da morte seus feitos ganharem relevância que jamais tiveram durante suas vidas; de casos assim, foi Einstein quem falou: “A fama é para os homens como os cabelos - cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia.”

Ou seria dona grandeza buscando tardiamente a um fugitivo escondido no além?

Talvez uma fama póstera seja menos ruim, pois, livra dos efeitos colaterais danosos, como bajulação vazia e perda de privacidade.

Aliás, foi o mesmo Einstein que disse: “Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso.” Parece que estava contente com o tamanho dos seus “cabelos”.

Quando a Bíblia ensina que a sabedoria é melhor que a força, isso nos deveria fazer pensar. Que valeria um “Sniper” fora de série, capaz de acertar num alvo a Quilômetros, se atirasse no alvo errado?

Para muitos ramos da psicologia, os seres humanos carecem maior autoestima. Segundo Deus, nosso problema básico é o egoísmo e seu subproduto mais caro, o orgulho. Daí o tudo começar pelo “Negue a si mesmo”.

Invés do insano desejo de sermos feras, portanto, deveríamos aprender a ser meras ovelhas.

Pois, no mundo novo que O Senhor idealizou para o milênio após a Volta de Jesus Cristo, até mesmo as feras serão “repaginadas”; “Morará lobo com cordeiro, o leopardo com o cabrito se deitará; o bezerro, o filho de leão e o animal cevado andarão juntos; um menino pequeno os guiará. Vaca ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos; o leão comerá palha como o boi.” Is 11;6 e 7

Alguns fazem pacto com o Capeta para ser conhecidos na Terra; os sábios fazem pacto com Cristo e são arrolados no Céu.

sábado, 4 de agosto de 2018

As roupas velhas do rei

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Jeosafá rei de Judá seria monarca no cenário da batalha; Acabe que reinava sobre dez tribos, Israel, seria mero soldado. Por que essa “honra” ao de domínio menor? Porque havia um vaticínio que o rei morreria no combate; o cretino do Acabe era adepto do “antes ele do que eu”.

Assim age o inimigo, os ímpios, e, eventualmente, nós. Eleva-se a lugares altos, quem se pretende derrubar. No nosso caso, dos cristãos imaturos, geralmente fazemos isso conosco mesmo, quando, nos gloriamos em algo que pertence ao Senhor. “Eu Sou O Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem, meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Pois, “O coração do homem se exalta antes de ser abatido, e, diante da honra vai a humildade.” Prov 18;12

O ímpio se diga cristão, ou, não, usa de lisonjas para enfraquecer as defesas daquele a quem pretende tirar proveito. “... seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com lisonjas dos seus lábios.” Prov 7;21

Com O Salvador fizeram isso, aliás; “... Mestre bem sabemos que és verdadeiro, ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.” Mat 22;16 Isso, como prefácio antes de lançarem a maligna rede que tencionava indispô-lO contra judeus, ou, Romanos. A resposta Dele foi: “Hipócritas...”

Se, o vício fosse pontual seria administrável; porém, quando se torna uma epidemia como na sociedade atual, aí a verdade acaba no exílio, infelizmente; para Isaías foi facultado antever; “Como o prevaricar, mentir contra o Senhor, desviarmo-nos do nosso Deus, falar de opressão e rebelião, conceber e proferir do coração palavras de falsidade. Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar.” Is 59;13 e 14

Notemos que o ostracismo da verdade leva junto o direito, a equidade e a justiça; será que isso explicaria o que vemos atualmente?

Cheias estão as redes sociais de menções à tal “Lei do Retorno”, ou, semeadura e ceifa numa linguagem bíblica; entretanto, as mesmas pessoas que postam isso, desejam mais, lisonjas que verdade; pois, se um enxerido qualquer ousar ser verdadeiro com elas, pode ser excluído; muitas vezes já fui por advertir educadamente de equívocos de ditos cristãos, inclusive.

Eu e meus dois neurônios com a mania de buscar o sentido das coisas quedamos perplexos; Advertem-me a semear apenas coisas boas com vistas à colheita; e, me rechaçam para longe quando tento fazer isso. Deve ser porque tentei semear em terras proibidas... Ou, será que pretendem trocar lisonjas, falsidades como coisas boas?? Cáspita! Só agora captei. Preciso “curtir” lá.

A Palavra do Senhor adverte que a rejeição da verdade nos colocará necessariamente sob o império da mentira, como Juízo Divino contra os afetos desorientados, as escalas de valores inversas; amar a verdade nos colocaria no Reino de Deus; à falsidade, no do Anticristo; “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12

Se, foi necessária a malícia astuta de Acabe para “honrar” Jeosafá enviando-o presumidamente, à morte, aos “reis” atuais nem carecemos armar; eles fazem questão de ser vestidos assim; usam coroas de latão enferrujado com a pompa de um César; desfilam sua nudez egoísta, alienada como se fossem vestes de gala no reino da falta de noção.

Cantamos loas à superioridade do Ser sobre o ter; mas, na pratica honramos mesmo ao parecer. Pois, para ser o que O Rei dos Reis deseja, sal e luz, carecemos crucificar ao usurpador, o “si mesmo”; senão, teríamos dois reis e um trono apenas. Já que um precisa “morrer em combate” que seja o assassino ego, que labora para me matar, alienar do Salvador.

O condenado Acabe se disfarçou e quis a morte de um inocente em seu lugar; porém, O Juízo de Deus o achou mesmo camuflado. O Rei dos Reis já morreu Inocente, em nosso lugar; agora, requer que nos dispamos das vestes rotas de nosso orgulho para que Ele nos possa revestir da Sua Justiça. Ou, isso para a vida eterna, ou, seguirmos com nosso disfarce suicida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A Mesa do Senhor

“...nenhum fermento, nem, mel algum, oferecereis por oferta queimada ao Senhor...todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal...” Lev 2;11 e 13

Sal, tinha função conservante, além de tempero, em tempos que não existia outro meio. Assim, O Criador o fez indispensável em suas ofertas. Se, aceitação das ofertas as fazia subir em “cheiro suave ao Senhor,” a omissão do sal poderia estragar, causar mau cheiro, literalmente. Entretanto, fermento e mel eram vetados.

Figuradamente o sal tipifica a gravidade no falar, coisa que Paulo aconselhou aos colossenses: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6 Por outro lado, o mel tipifica a lisonja, a bajulação, totalmente ausente nos lábios do Salvador, e inconveniente a quem pretende servi-lo. Salomão usou tal figura: “Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas, seu fim é amargoso como o absinto...” Prov 5;3 e 4

O Altíssimo deixou claro que Seu alvo nunca foram as ofertas propriamente; mas, quando essas tipificavam arrependimento, eram-lhe agradáveis, pois, ama ao pecador, e, deseja que esse se arrependa. Por isso, antes da oferta, estrita, observa a vida do ofertante; “...atentou o Senhor para Abel e, para a sua oferta. Mas, para Caim e, para a sua oferta não atentou...” Gên 4;4 e 5

Se a pessoa não for aceita, seus atos, ou, mesmo sua motivação ao cultuar, tampouco será, sua oferta. Deus não precisa de nada e deixou bem claro isso: “Porque meu é todo animal da selva, o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; minhas são todas as feras do campo. Se, eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;10 a 13

Desse modo, os mercenários que pregam que Deus abençoa mais quem mais “sacrifica”, além de enganarem quem lhes ouve, profanam O Altíssimo. Primeiro, a pretensão de mérito humano é totalmente descabida. Quando diz que, cada um, ceifa segundo semeia, usa uma lógica elementar da natureza, onde sol e chuva se dão igualmente a justos e injustos, como figura de uma lógica espiritual. Cada um ceifará segundo as motivações com as quais semear. “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gál 6;8

O Salvador disse que, os hipócritas que oravam para ser admirados pelo povo, o sendo, já estavam recompensados. Semeavam na carne, ceifavam na carne.

A vera semeadura espiritual é “perdulária” não, lucrativa. Sementes são comidas por aves, caem sobre pedras, entre espinhos... um semeia e outro colhe... O Espírito não relaciona-se com ciclos naturais de tempo, tampouco, eventual semeador visa colheita própria, antes, frutos para Deus.

O amor Divino arde em profundo desejo que os pecadores reajam aceitando Sua mensagem; contudo, não retira uma pitada de sal, para que a mesma pareça aceitável a quem ouve. O amor que cobre todas as transgressões, não viola a justiça, para que os pecados deixem de ser o que são.

Erram, pois, os que desviam o foco da decadência moral e liberalizam comportamentos denunciando o “radicalismo fundamentalista” bíblico. O “radicalismo” Divino é de se esperar, se, Deus é mesmo o que pensamos Ser. Perfeito em Poder, e em Sabedoria. Se assim não fosse, estaria evoluindo, aperfeiçoando-se; e, a cada “upgrade” traria uma “PEC” à Sua Constituição Espiritual.

Na verdade as “facilidades” amorais que têm grassado por aí não passam de aversões ao sal; gente que tem profanado as ofertas com o mel das carnais inclinações. Essas, dado que, pareçam doces aos seus proponentes, chegam acres ante O Senhor, pois, “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Quando vou cuidar de minha alimentação, escolho o que me apraz, todos fazem assim, tendo condições. Porém, se vou a casa de outrem, não tenho direito de impor meu gosto em casa alheia. Como alteraria a Mesa do Senhor? “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se sou senhor, onde está o meu temor? ... Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.” Ml 1;6 e 7

O silêncio é melhor que “orar” a Deus com lisonjas invés de obediência; mel, em lugar de sal; pois, “o ouvido prova as palavras como o paladar prova os alimentos.”