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domingo, 12 de julho de 2020

Liberdade dá Medo


“Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Um pensador atento (mas não muito) acharia nesse breve texto uma contradição sobre liberdade.

Jesus condicionou seu surgimento à permanência em Sua Palavra (doutrina); mas, não é uma doutrina uma espécie de cercado, que restringe a ela, ações de quem a adota?

Como alguém poderia ser livre e restrito, ao mesmo tempo? Teria que pular a cerca?

Talvez tenhamos um conceito errôneo de liberdade; O que O Salvador tinha em mente não era segundo o prisma vulgar.

Mesmo que, libertação faça parte da proposta, o que Ele colocou em relevo foi o “conhecimento da verdade”, não a posse irrestrita da liberdade.

Embora, quando da atrevida proposta autonomista do Éden, “vós mesmos sabereis o bem e o mal”, pareça a um leitor desatento que o inimigo estaria facultando liberdade a um preso, na verdade, estava rompendo uma amizade pela mentira e escravizando uma espécie, pela falsidade. “O perverso instiga contenda, e o intrigante separa os maiores amigos.” Prov 16;28

Embora, em muitos contextos pontuais sejamos desafiados a fazer escolhas, em nenhum verso da Bíblia, o mais livre de nós é apresentado como desfrutando de liberdade sem limites, para fazer indefinidamente o que quiser.

Sempre um par de escolhas antagônicas; ambas, consequentes; “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Ouso dizer que liberdade irrestrita nem O Todo Poderoso goza; uma vez que diz: “Eu velo sobre minha Palavra para a cumprir”; assim, Ele se faz “Refém” da Própria Integridade, “Servo” das Próprias Palavras empenhadas. “Deus não pode mentir...” “Se formos infiéis Ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo.” Até o Altíssimo, pois, tem limites.

Mais ou menos como no jogo de xadrez, de acordo com a importância e função, cada peça desfruta a “liberdade” pra determinados movimentos; somos livres no âmbito de um propósito maior; para nos movermos dentro de determinados caminhos, conforme as regras do jogo.

Se, a liberdade deriva do conhecimento da verdade, necessária a conclusão que o que aprisiona aos seres humanos caídos é a mentira.

Quando O Salvador propõe a liberdade nesse contexto, apenas está como diz em Hebreus, “desfazendo as obras do Diabo”, pois, “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Se, na autonomia proposta o inimigo libertou aos humanos da “Tirania” Divina, por quê ainda precisa ferir seus olhos de cegueira para que não entendam o chamado à reconciliação? Não deveriam se sentir confortáveis, finalmente, livres?

Na verdade nenhuma pessoa psicologicamente sadia escolherá seu mal; digo, sabendo que é mesmo estritamente, mal. Sempre precisará travestir suas escolhas, por doentias que sejam, com o matiz de algum bem; quem criou a “máquina” não a “formatou” para que escolhesse o mal. Ela não funciona assim.

Daí, os cegados pelo carcereiro mor transfigurado de libertador, aceitam novos rótulos segundo ele; mesmo cometendo as maiores atrocidades, sempre haverá um “bem” que as justifique.

Então os tiranos tiranizam em nome da “democracia”; os censores não nos querem tolher direito a opinar, mas “proteger”; os que não toleram o contraditório não são intolerantes mas, contra as “Fake News”. Onde será que já li algo assim?

“Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo!” Is 5;20

Normalmente o bem, filosófico é sufocado pelos apelos do bom sensual; noutras palavras; os homens preferem o mais agradável, ao mais proveitoso; e ao sabor do momento de seres finitos, o mal pode fazer pose de bem, camuflando a condenação com as vestes da facilidade, ou de esconderijo à “agressão” da Luz. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

Notemos que no gládio entre trevas e luz os homens inda podiam fazer escolhas. Não poder escolher à Luz libertadora em vistas da afeição pelo mal prova que, invés de libertar prisioneiros o inimigo gerou viciados suicidas, apenas.

Qual preso vagabundo que prefere a “bóia” do presídio a trabalhar, assim, os pecadores preferem a prisão da mentira às renúncias de pecados para conhecer a verdade.

A cruz é uma “prisão” provisória aos que serão eternamente livres; os que preferem ser peões do rei das trevas sucumbirão com ele, quando do Xeque Mate.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A "nossa" Justiça de Cristo

“Se te voltares ao Todo-Poderoso... livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;23 e 30

Um dos “amigos” de Jó presumindo a iniquidade como causa do infortúnio e exortando-o ao arrependimento. Feito isso, disse, sua intercessão seria eficaz; a pureza das suas mãos obraria livramento até dos culpados.

Deixando isso, por ora, quero discorrer sobre a identificação; onde, méritos do intercessor advogam a favor de outrem. A pureza das mãos do justo se mostra eficaz ao impuro.

A identificação funciona, tanto, para bem, quanto, para mal. Digo; tanto a pureza de quem ora por mim pode me abençoar, quanto, sua apostasia, profanação, atrair maldição. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Deus mesmo, mediante Ezequiel disse que a intercessão de um justo, em determinado contexto, se houvesse, teria livrado o povo; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30 Vemos, pois, que, não só é eficaz a intercessão de um justo, como, Deus busca-a; deseja-a.

Por outro lado, as orações e “bênçãos” de quem desonra ao Altíssimo não são coisas apreciáveis, se, temos algum senso; “Se, não ouvirdes, não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós; amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;2

Diatribe contra sacerdotes corruptos da Antiga Aliança.

Porém, o princípio da identificação continua válido no Novo Pacto. Quando um ministro ora por alguém com imposição de mãos identifica-se com a necessidade daquele por quem intercede.

Contudo, se, impuser as mãos num ato de consagração ministerial, por exemplo, se faz fiador daquele; recomenda-o identificando-se com seu caráter. Nesse caso, Paulo aconselhou cautela a Timóteo; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22 Assim, recomendar ao Senhor perante a Igreja alguém indigno é “participar” dos seus pecados, por identificação.

Por esse caminho chegamos à Eficácia de Cristo para a Salvação. Primeiro, nossa carga de culpas é tal que não pode ser removida por um “mediador” remediado; “Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Dada a estatura ímpar do Santo requerido, Ele é o Único. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Há falácias católicas que dizem que, sendo a Igreja o “Corpo de Cristo” isso faria que dela derivassem mediadores também. O texto é claro. “Jesus Cristo, homem”. Não se trata de um corpo espiritual, mas, encarnado para nos representar; o que passa disso é mentira. O sacerdote mentiroso é canal de maldição, não, de bênçãos.

A Expiação do Nosso Salvador resolve as culpas do nosso passado, quando éramos ovelhas sem pastor; depois de conhecê-lo, a Ele pertencer, somos desafiados a nos identificar com Sua morte para herdar a vida.

Sua cruz foi literal; a nossa demanda crucificação dos maus desejos, mortificação testificada pela nova vida que passamos a ter depois de convertidos. “... todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quando João recusava-se a batizar Jesus, dizendo que ele carecia sê-lo pelo Mestre, não estava errado. Porém, naquele momento solene O Salvador identificava-se conosco; “participava” dos nossos pecados, para que, os remidos que lhe obedecem participem da Sua Justiça.

Nada valem as ditas “orações fortes” da praça. As aceitáveis ante O Santo vêm de vidas que Ele aprova; as demais, pecados; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Ironicamente, o que acusou Jó de ímpio, desafiou-o ao arrependimento dizendo que, com mãos puras livraria ao injusto; quando as circunstâncias mudaram, não o caráter de Jó, que era reto, ele teve que ser liberto pela oração do sofredor. “... meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei...” Cap 42;8

Oração “forte” é a que O Todo Poderoso aceita; as que não forem pelo caminho, sequer, chegarão à Sua Apreciação. “... ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Direitos Autorais de Deus

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Uma aparente contradição na questão do arbítrio aqui. Por um lado, “não do é homem...”; por outro, “... o ‘seu’ caminho”... Ora parece ter escolha, ora, não. Muitos já queimaram pestana tentando entender até onde somos arbitrários, e, desde onde, não.

Quando escolho algo, indiretamente escolho também os efeitos colaterais. Mesmo que, tais, não tencione. Por exemplo: Um nubente que escolhe seu par; querendo ou não, escolhe junto, sogros, cunhados, tios, avós, etc. Sua escolha prioritária foi de um cônjuge; os demais, que faziam parte do pacote foram consequência necessária da predileção primeira.

Então, há escolhas primárias, voluntárias, ativas; outras, secundárias, compulsórias, passivas. Simplificando: O que quero, e o que me disponho a aceitar pra ter o que quero.

Afinal, a liberdade proposta pelo Criador era limitada. “De toda árvore do jardim comerás livremente; mas, daquela...” Simplificando; somos livres em Deus dentro de certos limites; pois, mesmo francos temos que observar deveres.

Logo, o caminho é meu, no sentido de que posso escolher andar por ele, ou, não; mas, é do Senhor; a Ele compete estabelecer limites do probo, lícito, e aceitável na caminhada.

A rota alternativa proposta pelo inimigo; “Sereis como Deus sabendo o bem e mal”; exclui a ideia de limites; faz da doentia vontade humana o “parâmetro” às nossas ações. “Faça o que tu queres, pois, é tudo da lei”.

Não parece melhor esse? Inicialmente sim. Mas, suponhamos que iniciemos uma jornada rumo a determinada cidade; o fazemos pelo início, ou, pelo fim? Digo, caminhamos pela caminhada em si, ou pelo lugar aonde queremos chegar? Qualquer mente sadia dirá que é pelo fim, não, pelo começo que se avalia o proveito de um caminho.

E, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, no fim são os caminhos da morte.” Prov 14;12

A autonomia proposta por Satã nos faz deuses alienados de Deus; se, durante o processo, nos deixa “soltos” para fazer o que quisermos, na hora da morte nossa “divindade” se revelará falsa, impotente; no juízo será rasgada a capa da “liberdade”; veremos que escolhemos à maldição, a morte. “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Assim, fica patente que temos direito de escolha; mas, do caminho apenas, cujos “efeitos colaterais” dependem do Senhor.

Pode parecer pouco a um mais exaltado concluir que nossa liberdade de escolha se restringe a podermos escolher fazer o que devemos perante O Criador; mas, pergunte-se a um anjo caído detido em prisões eternas que, não conta mais com essa liberdade, o quanto ela vale; ou, o quanto daria para tê-la ainda uma vez?

Nossa liberdade deriva do Amor de Deus, que, Sendo Amor, não deseja nenhum afeto forçado, pois, tal não existe. O único sentimento que pode ser gestado à força é o medo, jamais o amor. Galardoar com a vida eterna apenas ao amor sadio que corresponde ao Seu, são os “direitos autorais” do Criador, que, para esse fim nos gerou.

Quem já logrou corresponder ao Amor Divino e hauriu o gozo que isso traz jamais acusará ao Santo, como fez o inimigo de ter guardado o melhor para si. O perfeito amor enseja uma fusão Divino-humana e, deleite mútuo.

Por fim, se, até nas relações interpessoais a liberdade é limitada; como se diz, a minha termina onde começa a de outrem, por que em relação a Deus seria irrestrita?

De certa forma estamos condenados a ser livres, uma vez que, cada passo é uma escolha; de outra, somos desafiados a ser prudentes, pois, cada escolha trará consequências. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Semear na carne, sugestão do Traíra é endeusar minhas próprias predileções; no Espírito; reconhecer o Governo do Senhor e deixá-lo dirigir meus passos. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que, não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus livrou-me da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Como o inimigo estragou tudo em suas perversões inoculadas na espécie caída, a regeneração de Cristo muda tudo, outra vez; “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

domingo, 7 de outubro de 2018

Deus remove e confirma

“Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para fazê-lo ir a juízo diante Dele. Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir; põe outros em seu lugar.” Jó 34;23 e 24

Aludindo ao juízo baseado na justiça, Eliú mencionou a deposição dos fortes em favor de outrem escolhido por Deus. A ideia corrente, então, era que os governantes deveriam ser homens justos. “Porventura o que odiasse o direito se firmaria?...” v 17 “Para que o homem hipócrita nunca mais reine e não haja laços no povo.” V 30 Um governante hipócrita, invés de um referencial, um arrimo, não passava de armadilha; laços.

Embora não fosse regra geral, sempre houve regentes ímpios, porém, a ideia era que, governantes aprovados por Deus deveriam ser pessoas íntegras, se, quisessem ter firmes seus reinos.

Nos salmos também encontramos a conclusão que, a pessoa justa governada por ímpios por muito tempo poderia desanimar da virtude e se tornar ímpia também; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Vemos que o “laço” de um mau gestor era de atrair com sua “luz” até o que fora justo, aos domínios da injustiça. Assim, um governante além de bem gerir deve iluminar pelo exemplo.

Quando Daniel foi chamado a revelar o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação, viu a síntese da saga humana numa sequência de impérios mundiais. Agradecido ao Santo que o atendera louvou-o nesses termos: “Ele muda os tempos e estações; Ele remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas; com Ele mora a luz.” Dn 2;21 e 22

Quando as escolhas mais abjetas acontecem e Deus deixa, não significa que Ele aprova, ou, esteja escolhendo diretamente. Porém, permite como meio de nos ensinar a sermos consequentes, responsáveis. Pois, a devida contrapartida das escolhas é necessária se, queremos ainda continuar arbitrários.

Ele, Pai Amoroso ensina onde cada caminho leva, contudo, a ninguém força por essa, ou, aquela vereda. “Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu, e tua descendência.” Deut 30;19

Há uns que Deus escolhe para ser sábios; desses demanda caráter, retidão; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

E, quando quer realçar Seu Poder e vacinar contra o orgulho recicla os piores e os coloca como Seus representantes; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

O que poucos logram discernir é, quando Deus permite nossas desastradas escolhas, e, quando, usando os meios que lhe apraz, faz as Suas.

Assim, quando O Eterno quer, não existe força do poder econômico, fraudes, mídia, famosos a favor deste ou, daquele. Todas essas “forças” são mero restolho ante Aquele que, “Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir; põe outros em seu lugar.”

Cheio está o Velho Testamento de narrativas de apostasias pontuais de Israel, e, consequente opressão dos adversários como juízo punitivo por parte de Deus. Aí, oprimidos clamavam e O Santo levantava um libertador, como, Sansão, Gideão, Jefté etc. Liberto, o povo era chamado ao arrependimento, mudança de rumos; senão, nova servidão se avizinhava.

Pois, nossa servidão no Brasil é culpa nossa, dos cristãos com a perversa inversão de valores, que grassa, onde, os bens materiais suplantam às coisas espirituais, morais. Aí Deus permite que ladrões, bolsa isso, aquilo, nos mandem e roubem a torto e a direito para, pelo caminho da dor, enfim, revermos nossa escala de valores.

Além do roubo, da corrupção, a indecência, a perversão moral desceu a níveis tais, que, falta em nosso vernáculo adjetivos à “altura”. Invés de argumentar discordando as pessoas defecam, urinam despem-se em público, em tácita confissão de ignorância, indecência.

Nós podemos mais que isso. Os cristãos, digo, devem aprender urgente que, as coisas são apenas meios; e, nosso fim, alvo, deve ser O Reino de Deus e Sua Justiça.

De nada valerá mudar o Governo, para, alguém íntegro, se, seguirmos em nossa cegueira cambiando nossa primogenitura por pratos de lentilhas. “Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao seu povo, aos santos, para que não voltem à loucura.” Salm 85;8

sábado, 15 de setembro de 2018

A Culpa nas Escolhas

“... chamou Mispá, (Torre de Vigia) porquanto disse: Atente o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.” Gên 31;49

Jacó e Labão fazendo um pacto de não agressão tendo uma coluna de pedras como termo, Deus como testemunha.

Desde a perda da inocência, onde, a consciência, essa faísca Divina implantada em todas as criaturas foi maculada, seu testemunho já não basta; malgrado seja sempre consoante com a verdade, com os fatos. O homem caído refém das paixões passou a reger-se pelas conveniências da alma, não mais, diretrizes do espírito, que o pecado alienara.

A mera necessidade de um testemunho externo é já uma confissão implícita que o interno está avariado. Se, estivesse íntegro como foi originalmente, a comunhão com O Criador bastaria para o apreço natural pela verdade. Porém, depois de acreditar à mentira, a alma que fora sem manchas passou a ter pele de dálmata.

O homem que fora autônomo em relação às coisas exteriores e íntimo de Deus perdeu essa nobre condição; passou a depender de sinais externos, como estímulos à memória, uma vez que, certa Imagem e Semelhança, não mais regia suas escolhas.

Sabedor disso O Salvador usou um galo como acessório à memória de Pedro: “Antes que o galo cante, três vezes, me negarás”. Ao cantar o bicho, o “dia clareou” para o infeliz que, percebeu, enfim, o que fizera.

Nos dias de Moisés, O Eterno evocou como testemunhas contra o homem, coisas de peso: “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que, te tenho proposto vida e morte, a bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua Voz e achegando-te a Ele; pois, Ele é a tua vida; o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o Senhor jurou a teus pais, a Abraão, Isaque, e Jacó, que lhes havia de dar.” Deut 30;19 e 20

Noutra parte evocou frutos como testemunhas da semeadura; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6 e 7

Assim sendo, o que a Terra se tornou em nossas mãos, da humanidade, digo, é o testemunho fiel das escolhas feitas. “A Terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido leis, mudado estatutos e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;4 a 6

Quando transgredimos ou mudamos A Lei de Deus fazemos escolhas; agindo assim escolhemos Satanás por Senhor, uma vez que, foi ele quem disse que podemos por nós mesmos escolher, decidir, valorar bem e mal.

Quantas vezes já ouvi pessoas alistando fome aqui, violência acolá, injustiça mais adiante, etc. e diante do desalentador quadro questionar: “Será que Deus existe? Se, existe, por que permite isso?” Como se, esses infortúnios todos fossem um testemunho contra O Altíssimo. Desgraçadamente a “culpa” sempre é Dele; não de quem mentiu, traiu e separou a criatura do Criador. Culpar a Deus pelas diabruras do Diabo também é uma escolha; uma ímpia escolha.

Temos, os cristãos renascidos, dupla natureza; carnal e espiritual; e, estamos longe da pureza almejada pelo Senhor, num cenário adverso cercados de pessoas más; daí, o testemunho exterior de Cristo em nós se faz necessário; Primeiro como selo de autenticidade da conversão; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se, Cristo está em nós tem que ser visível; “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”.

Depois, como estímulo aos que nos cercam, para desafiá-los a se voltarem para Deus também; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Assim, se, para efeito de minha intimidade com Deus basta-me o testemunho da consciência vivificada, no aspecto horizontal, meu agir deve deixar patente que sou servo Dele. Dizer-me um, e, abraçar valores que O afrontam é como ficar nu diante da “Torre de Vigia”.

Se, a Terra como sistema não tem mais conserto e passará pelo Juízo, cada um em particular pode escapar disso arrependendo-se dos pecados cometidos e recebendo a Cristo como Salvador.

Aí, não mais uma coluna, mas, o esculpir Santo de “Pedras vivas” nos moldará. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

domingo, 26 de novembro de 2017

A Bênção da Vida

“... Mestre, a figueira que tu amaldiçoaste secou.” Mc 11;21

Além da figueira, esse incidente serve para voos mais altos. O poder do Senhor para abençoar ou, amaldiçoar, dar vida, ou, morte, não se restringe a um arbusto frutífero. No tocante aos humanos, no entanto, Seu interesse é vivificar, abençoar; amaldiçoada está a Terra desde a queda. “Maldita é a Terra por tua causa” disse O Senhor a Adão.

Então, como veio “buscar e salvar o que se havia perdido”, seu intento é restaurar a vida. “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, os vivifica, também, o Filho vivifica àqueles que quer.” Jo 5;21

Alguns divergem, mas, a coisa sempre é condicionada a uma humana escolha. Desde Moisés, quando o escopo era a vida terrena; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte; bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

Ou, em Cristo, no prisma do novo nascimento. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

O dom da vida está atrelado à humana resposta, aos que ouvirem A Palavra de Deus, o que, sabemos, excede em muito ao mero escutar; demanda sujeição; só os que assim agem, ouvem, deveras.

Uma coisa leviana que já ouvi muitas vezes: “Deus é amor, Ele não vai condenar ninguém.” De certa forma não vai mesmo; já o fez. A Bíblia é categórica: A Terra foi amaldiçoada pela presença do pecado; não há um justo sequer; conversão é passar da morte para a vida, logo, sem ela, estão todos mortos; portanto, não se trata de Deus vai fazer isso ou aquilo. Antes, de que em Sua inaudita misericórdia deu tempo para que os mortos vão a Cristo para terem vida, senão, sua funesta sina de vasos da Ira permanece; “Porque Deus enviou Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto, não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

Parece muito simples que a salvação esteja atrelada apenas a crer; entretanto, o crer veraz não é uma abstração intelectual, simplesmente. Como Tiago ensina; a “fé sem obras é morta”, ou seja: Se, não atuo de modo coerente com minha fé sou apenas um hipócrita enganado, devaneando passar da morte para a vida com auxílio de uma “ajudadora” igualmente morta.

Paulo denunciou uns assim; “Confessam que conhecem a Deus, mas, negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Antes que alguém imagine que estou postulando salvação pelas obras, que seria uma heresia, estou colocando-as como “acessórios” indispensáveis, necessários onde a fé salvífica verdadeiramente brotou; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;8 a 10

O fato de a fé ser um dom de Deus tira qualquer pretensão de mérito nosso, mas, O Espírito Santo pode ser resistido, entristecido, de modo que, os dons Divinos nem sempre são recebidos, necessariamente.

Se, a figueira amaldiçoada não teve escolha, morreu inapelavelmente, nós temos; podemos recusar a Graça Divina, ou, nela nos refugiarmos. É próprio do amor que as coisas sejam voluntárias. A Graça Divina propicia a possibilidade dos mortos escolherem a vida, ao ouvirem e acederem a Sua voz.

No entanto, mesmo os que ouvem podem retroceder como adverte Pedro; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2;21

Tais são chamados de “duplamente mortos”, pois, tendo em Cristo escapado da morte para a vida, pela apostasia, pouco a pouco voltaram às sombras da morte deixando o “Esconderijo do Altíssimo.”

Em suma, isso é bem mais sério que o insosso, “aceite Jesus” que tanto se ouve; o mundo está condenado, como Sodoma e Gomorra, onde uma minoria será tirada do juízo iminente. A advertência é igual: “Escapa por tua vida”!

Quando a Trombeta do Juízo soar, nada valerão os mais enfáticos apelos, as mais eloquentes declarações de fé, as mais expressivas renúncias. O tempo da misericórdia terá passado. Contudo, resta alguma areia na ampulheta; e, como bem disse John Kennedy, “O telhado consertamos em dias de tempo bom”. Mãos a obra!

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O Trabalho de Deus

“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem se percebeu, ou, se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.” Is 64;4

Malgrado, Ele seja Senhor, a revelação de Isaías dá o que pensar... Deus trabalha para aquele que Nele espera. Um tanto assustador, irônico, O Senhor trabalhando para o servo. Cheias estão as Escrituras de exemplos assim. Deus trabalhou; abriu caminho no mar, alimentou no deserto, pelejou pelos servos Seus.

Na verdade, tenciona relação mais estreita que Senhor e servo; quando instado a ensinar orar Jesus disse aos discípulos que deveriam orar: “Pai Nosso...” Mediante Cristo recebemos adoção de filhos; passamos a um relacionamento de família espiritual com O Senhor. Quanto à provisão, pois, “...não devem os filhos entesourar para os pais, mas, os pais para os filhos.” II Cor 12;14

Assim, Ele diz: “... buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta cada dia o seu mal.” Mat 6;33 e 34

Contudo, Ele nos dá bens requerendo cooperação, trabalho. Que pai há que não deseje identificar traços seus nos filhos? Assim, se Ele trabalha, nos abençoa a medida que trabalhamos também. Muitos sonham com milagre das provisões sobrenaturais e desprezam a beleza do milagre do relacionamento, apesar de sermos tão falhos, indignos.

Ora, fez chover Maná no deserto porque era absolutamente impossível retirar alimento de uma terra como aquela; entretanto, inseridos em Canaã, a benção não era mais necessária, era hora do trabalho. “Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. No outro dia depois da páscoa comeram do fruto da terra, pães ázimos e espigas tostadas. Cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do fruto da terra, os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano comeram dos frutos de Canaã.” Js 5;10 a 12

Alguns incautos vociferam: “Somos filhos de Rei, merecemos o bom e o melhor”; após observações como essa, “determinam, decretam” o que desejam para si, ou, para incautos que se sujeitam às maldições de suas orações.

Como assim? Nem toda oração carreia bênção. Gente presunçosa, sem noção que desonra O Eterno atrai maldição. “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós. Se, não ouvirdes e não propuserdes, no coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, amaldiçoarei vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;1 e 2

Quer a relação seja de Filho, quer, servo, ambas demandam reverência, humildade; “...O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se Sou Pai, onde está minha honra? Se Sou Senhor, onde está meu temor? diz o Senhor dos Exércitos...” Cap 1;6

Que os salvos são filhos de Rei é verdadeiro; na mesma oração que mandou chamarmos ao Senhor de Pai, disse: “Venha Teu Reino...” Ele é Rei dos Reis. Contudo, disse mais: “Meu reino não é desse mundo.” Assim sendo, estamos no “exterior” somos embaixadores num reino adverso; não usufruímos cá a plenitude do Reino.

Se, Deus trabalha por aquele que Nele espera, duas coisas apenas se requer dos beneficiários do Labor do Santo: Uma: que estejam Nele; outra: que esperem. Alguns pensam que estar Nele é sinônimo de estar na igreja, mesmo que, alimentando os mesmos anseios insanos e pecaminosos de antes, não! Paulo foi categórico: “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Portanto, se inda são as “coisas velhas” o motor de minha busca e o combustível das minhas orações, tenho fortes razões para duvidar que eu esteja mesmo, “Nele.”

Depois, esperar com fé não é traçar um limite de tempo, ou, circunstâncias, até aqui; como a mulher de Jó; se, achar que a coisa foi longe demais, “amaldiçoa Deus e morre”; antes, como disse o mesmo Jô um tanto depois: “Ainda que me mate, Nele esperarei”; Sendo Ele Deus, Senhor, Criador, a vida está em Suas mãos; bem pode ressuscitar mortos.

Desse modo, se para a doida da esposa, a dor extrema justificaria uma blasfêmia suicida, para o fiel Jó, nem mesmo as garras da morte poderiam estrangular sua fé.

Em suma, a fé não faz acontecer; antes, espera confiante Naquele que tudo Pode; inclusive, saber a melhor hora de mudar nosso pranto em alegria. A mesma fé que sabe que a alegria vem de manhã confia que é o Eterno que determina o tamanho da noite.

sábado, 19 de agosto de 2017

Livre Arbítrio; só que não

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Uma aparente contradição de Jeremias, bem como, a negação do livre arbítrio.

“Não é do homem o seu caminho...” Ora, parece dizer que não; outra, que sim, que é “seu”; temos um problema que provoca os dois neurônios. Afinal, somos arbitrários, ou, não? Digo, temos escolha ou, “maktub” está escrita nossa sina, a ela estamos fadados?

Salomão disse: “Do homem são as preparações do coração, mas, do Senhor a resposta da língua. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas, o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor tuas obras e teus pensamentos serão estabelecidos.” Prov 16;1 a 3

Visto dessa forma se amplia um pouco. Não se trata de negar o direito de escolha; mas, fazer escolhas que serão bem sucedidas. Associa-te ao Senhor, para o êxito, ou, “Confia ao Senhor tuas obras e teus pensamentos serão estabelecidos.”

Ouçamos Cristo: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” Jo 15;5

Esse “nada” não se refere à negação funcional do homem alienado de Deus; mas, à valoração do produto final das conquistas na vigência dessa alienação. Paulo evocou o pretérito de certos pecadores querendo conhecer o saldo: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Assim, seus feitos eram “coisas,” não, nada. Contudo, coisas que nada valiam, pois, pereceriam na morte. É esse nada, pelo qual laboram aqueles que se atrevem a tentar desbravar a vida sem Cristo.

Desse modo, o meu caminho é meu, porque sou um indivíduo; não é o seu. Mas, se pretendo ser servo de Deus, não é tão meu assim, que me permita andar a revelia, em oposição à Sua Palavra, ou, Seu Espírito. Se eu fizer isso, o resultado final será nada; mesmo que, eu ganhe o mundo. “Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder sua alma?” Mc 8;36

Então, se desejo intimidade com Deus e persevero na observância da Sua Palavra serei guiado por Ele, de modo que, meu caminho será estabelecido rumo ao Divino Propósito. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Logo, nosso livre arbítrio se reduz a uma dualidade simples: Obedecer ou não, com seus desdobramentos que vão mui além de nossa possibilidade, mensurar. Aliás, desde o início, O Eterno sempre colocou a coisa como dual, e desafiou os Seus à melhor escolha. “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e morte, a bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência...” Deut 30;19

Entretanto, nossa escolha não é feita de uma vez por todas. Tipo; escolhi ser servo de Deus, xô Satanás, e o bicho ficará longe; não é tão simples assim. Cada tentação é um desafio, uma escolha. Sempre poderemos optar entre obediência ou, rebelião. É o livre arbítrio que temos.

Schopenhauer negava que o tenhamos. Dizia: “Dado o motivo e o caráter a ação resulta necessária”. No princípio discordei dele; mas, pensando melhor, ele está certo. Ele não estava defendendo que a ocasião faz o ladrão como vulgarmente se diz. Antes, que era o concurso do motivo e o caráter que patrocinavam a escolha, e assim é.

Por isso a necessidade do Novo Nascimento, pois, “o que nascido da carne é carne;” e “... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Assim nosso arbítrio se resume ao reconhecimento de nossa falência espiritual, coisa que a pregação da Palavra e a cooperação do Espírito Santo persuadindo ao pecador, deixam claro; visto isso, aceitarmos O Único livramento possível; Jesus Cristo. Após, já não seremos autômatos do pecado, antes, pela cooperação do Espírito Santo, teremos escolha que antes, a natureza caída não tinha.

Esse caminho bendito que conduz à Vida Eterna não é do homem; é do Espírito. Desse modo voltamos em parte ao dilema do Éden. Deus dissera: “Desfrutem tudo, menos isso”. O inimigo: “Decidam vocês mesmo, sejam como Deus.”

Enfim, podemos segundo conselho do diabo seguirmos sendo senhores dos nossos caminhos rumando ao nada; ou, voltarmos à casa paterna como o pródigo; o que só é possível pelos Caminhos do Senhor. Façamos nossa escolha!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Embalagens feias

“Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, os seus moradores como Gomorra.” Jr 23; 14

Interessante essa “qualidade” dos falsos profetas, denunciada por Jeremias; “... fortalecem as mãos dos malfeitores...” Vemos aqui uma faceta do poder das palavras a serviço do mal. Sim, profetas usam palavras. O “fortalecem as mãos dos malfeitores” é uma metáfora que significa: Corroboram as más escolhas, confirmam, fazem-nas, parecer boas.

A Palavra não diz que criam a maldade, antes, fortalecem. Ela está já no coração humano; o mesmo Jeremias denunciara: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” cap 17; 9

Vejamos alguns detalhes de seu modo de agir: “Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” V 17 Faziam parecer que, os desprezadores do Eterno, de corações duros, estavam em paz com Ele.

A questão sempre foi um conflito entre verdade e mentira, não, entre, algo ser bom ou mau. Paz é uma coisa boa, claro! Mas, quando existe apenas o rótulo sem o produto, esse bem é pervertido, torna-se mal; mentira.

Jeremias, ainda: “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Cap 6; 13 e 14

Assim, embora os profetas possam ver nuances do futuro quando Deus quer, seu ofício mas importante é conhecer o Caráter de Deus, e denunciar os desvios dos que pretendem pertencer a Ele. “Não mandei esses profetas, contudo foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Vemos aqui que seu labor era, antes, de aferidores morais, que, adivinhadores do futuro. Falar a Palavra e instar as pessoas a reverem seus caminhos segundo Deus; eis, o labor sadio de um profeta!

Embora, após o advento de Cristo e Sua majestosa Vitória, seja possível a comunhão de cada um com Deus, sem carecer intermediários, a imensa maioria depende do ouve, não, do que está escrito. Não investigam. O missionário fulano, o bispo sicrano, o apóstolo beltrano disse, tomam como verdade. Dada essa dependência preguiçosa, quase suicida, a idoneidade do profeta torna-se mais que necessária, vital.

A “ungidolatria” que grassa deriva da ignorância de uma geração a imaginar que, abençoar seja prerrogativa humana. Não é. No sentido de orar, desejar o bem até aos inimigos, sim; mas, estritamente falando, apenas Deus pode abençoar, coisa que, até o mercenário do Balaão sabia; disse: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? Como denunciarei, quando o Senhor não denuncia?... Eis que recebi mandado de abençoar; pois, ele tem abençoado, eu não posso revogar.” Num 23, 8 e 20

Então, essa doença de pensar que o “ungido” é um Midas da mitologia grega, o qual, tudo o que tocava transformava em ouro, tem feito a fortuna de salafrários, e perdição de muitos incautos. Quando o ministro não tem caráter, não honra a Deus em seu ministério, o que toca vira bosta, vira maldição.

Deixemos O Santo falar: “Se não ouvirdes, e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2; 2

Ninguém pode honrar ao Nome de Deus, senão, nos Seus termos, segundo Sua Palavra. Assim, além de viver os preceitos, deve, o profeta, ensinar retamente, por antipático, desmancha-prazeres, que pareça. Não é para dar prazer, antes, ser medicinal. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2; 7

Assim, embora não acho pecado aplaudir, desconfio de profetas cujas mensagens colhem aplausos. Um pecador ante um profeta veraz deve sentir ameaça de morte, não identificação aprazível. Tal ameaça é a bênção de Deus, mediante seu servo, visando a preservação do bem maior, a vida.

Em suma, os que fortalecem às mãos dos maus ouvem aplausos mais fortes, óbvio; os que falam segundo Deus, têm mais chance de ser vaiados. Mas, suas soturnas mensagens são embalagens feias, contendo a valiosa pérola da Vida Eterna.