Mostrando postagens com marcador armas espirituais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador armas espirituais. Mostrar todas as postagens

domingo, 9 de junho de 2019

Zelo e entendimento

“Porque nossa exortação não foi com engano... falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus...” I Tess 2;3 e 4

Exortação é um misto de encorajamento com correção; deriva de alguém que, supostamente anda bem em determinado caminho comum, e divisa outrem que anda mal em certo aspecto. Vendo isso corrige e encoraja ao retorno para o bom andar.

Todavia, nem toda exortação tem essa acuidade com a verdade de um que fala, antes, para agradar a Deus, que aos homens. Paulo testificou que seu povo era zeloso de Deus, mas estava enganado; “... têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Então, alguém inflado de zelo e privado de entendimento, naturalmente, exortará segundo seu zelo que o fará guardião, apenas, do próprio engano, não da Vontade Divina. Lembrei certo jogador de futebol que, em entrevistas após os jogos, não raro, falava em “aperfeiçoar meus erros”. Ora, erro se corrige, não, aperfeiçoa. Assim, exortar estando enganado equivale a demandar um “aperfeiçoamento” no erro.

Assim como, nas tentações no deserto o Senhor resistiu ao Diabo em si mesmo, antes de expulsá-lo de terceiros, o mesmo se requer de nós, tanto em relação a ele pessoalmente, quanto às suas muitas coisas distribuídas no varejo, os pecados.

Paulo escreveu aos coríntios esmiuçando a natureza da peleja; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Os conselhos do inimigo levantam-se contra o conhecimento de Deus; logo, todo engano nessa área é, eventual, vitória dele.

O que as armas espirituais visam conquistar não é um zelo mais intenso, antes, entendimento alinhado e submisso à doutrina de Cristo. Logrado isso, correção, exortação tornam-se coerentes, proveitosas; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” V 6

Assim como vulgarmente se diz: “O sujo falando do mal lavado” se pode ver a exortação de um que não cumpre o que ensina, ou, não entende corretamente à doutrina que abraça. No primeiro caso temos o hipócrita; no segundo, o ignorante.

Cheio está o mundo virtual de ataques dessas duas naturezas; o hipócrita tipo, “faça o que digo, não, o que faço”, pois, seu testemunho contrapõe-se aos ensinos; e, ignorantes zelosos ardendo de paixão por denominações, ídolos humanos, ideologias políticas anticristãs, dogmas eclesiásticos espúrios, “profetas”, “aparições de Maria”, etc.

Ora, o que há de válido numa mensagem espiritual já está na Bíblia; algo que a contrarie ou suplemente ela mesmo veta. Logo, tais enganadores estão “dando socos no ar”, apropriando-me da figura de Paulo. Claro que O Espírito Santo, eventualmente, usa alguém em profecia para certas situações; mas, não estabelece profetas nos moldes do Velho Testamento. A Profecia por excelência é A Palavra escrita interpretada sob Sua Inspiração.

E nisso, o acesso às Palavras do Evangelho, somos colocados numa Graça infinitamente superior aos que viveram nos dias dos grandes profetas; vejamos: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.” Heb 1;1

Se, ter ouvido de Samuel, Elias, Eliseu, Moisés... era uma honra para alguém, nós outros temos o privilégio de termos as Palavras do Filho de Deus; e, “Ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

Todavia, uma graça superior demanda um comprometimento superior. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Desgraçadamente vige mais o amor pela performance do pregador, que, pela verdade. Ora, quando escolho algo ou alguém porque me agrada, no fundo, escolho a mim mesmo. Muitos pregadores “douram a pílula” sonegando a gravidade do que está em jogo por se agradarem mais de multidõe$ que da verdade. Como exortariam segundo Deus, sem enganos?

Na hora do oba-oba, da multiplicação dos pães, O Senhor estava entre uma multidão. Quando apresentou a seriedade da coisa restaram doze timoratos com pé vacilante...

Compreensão não vem enlatada; do ditoso do Salmo primeiro se disse que, “tem o seu prazer na lei do Senhor; nela medita de dia e de noite.” V 2 

E o entendimento correto não é mera posse intelectual, antes, uma diretriz de vida. “Entendo mais que os antigos; porque ‘guardo’ os teus preceitos.” Sal 119;100

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Batalha da Vontade

“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos; consumados em toda Vontade de Deus.”Col 4;12

Anexa à saudação de Epafras aos conterrâneos Paulo testifica do mesmo. Combatente em oração em favor do seu povo. “... para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda Vontade de Deus.”

Posar de guerreiro do Senhor como muitos fazem pode ter seu charme, contudo, a maioria do que vejo, ou, ouço apregoando a dita “batalha espiritual” erra grotescamente.

Arvoram-se contra privações circunstanciais, desemprego, enfermidades, frustrações afetivas, etc. atribuem ao inimigo; inchados de pretenso poder “ordenam, determinam” a remoção do óbice que julgam ser direito seu. Sequer chegaram ao campo de batalha esses supostos “artilheiros” do Senhor.

Primeira coisa que necessito pra lutar alinhado à Vontade Divina,é cambiar meu modo de pensar pelo de Deus. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos; e os meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

A sutileza do inimigo atua, no sentido de equiparar, quando não, sobrepor, nosso pensar, nossos desejos ao Divino propósito. Nesse combate invés de um “exorcismo” imaginário onde muitos “amarram” espíritos deveríamos amarrar a nossa própria inércia; fazer o bom depósito; “Bem-aventurado o homem que... tem seu prazer na lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Salm 1; 1 e 2

A proposta inicial do traidor foi de autonomia moral, intelectual; “Vós sabereis o bem e o mal”. Qualquer pendor natural, por inocente que pareça, ou, bem intencionado, até, por derivar dos meus próprios conceitos de bem e mal, atua segundo o princípio de Satanás, não, Vontade Divina.

O “Negue a si mesmo” preceituado abarca todo o “si”, principalmente o modo de pensar. Nessa área, pois, nosso combate é necessário “exorcizando” sutilezas malignas que pinta más inclinações de bons motivos; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

A “cabeça-de-ponte” do inimigo na batalha são nossas vontades desorientadas, doentias. Nesse caso, invés de expulsar ao demônio devemos crucificar a carne.

Quando nosso entendimento estiver “cativo à obediência de Cristo”; quando reconhecermos sobre nós a Autoridade Divina, e, só então, teremos da mesma Fonte, autoridade para correção de terceiros. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Antes de achar válida, salutar a Vontade de Deus para terceiros devo achá-la, igualmente, para mim. Nossos corações foram endurecidos pelo longo consórcio com o pecado, onde, estávamos “livres” da justiça; isto é: Descompromissados com ela, por alienados do Eterno. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Nos que chamou a Si O Senhor fez o necessário “transplante” para adoção de novo modo de vida; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Assim como a Espada do Espírito é a Palavra de Deus que derrota o inimigo, a espada deste é a difusão de “conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus”, a mentira.

Se, o que vence o mundo é nossa fé, como ensinou João, essa, a fé, não atua num vácuo; antes, firma-se na integridade e imutabilidade do que O Santo Revelou.

Tendemos a nos deslumbrar com sofisticações, artifícios, mediante os quais, o inimigo nos tenta; mas, a fé saudável faz parceria com a simplicidade; “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Enfim, se, vale a pena, como fazia Epafras, orar para que a Vontade de Deus seja consumada em nós, lembremos: Foi suportando a tudo e levando Sua Cruz até o fim que nosso Senhor e Salvador pôde dizer: “Está consumado”.

Orarmos, “seja feita a Tua Vontade...” é fácil; aceitá-la quando ela nos contraria e mesmo assim perseverar confiante é doloroso, às vezes; mas, é um traço indelével de maturidade espiritual.

Não preciso aceitar, concordar com todas as coisas; mas, posso descansar na Sabedoria e provisão Divina; nela, “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu Propósito.” Rom 8;28