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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Coisas velhas e novas

“...todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante ao pai de família que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Mudança está impregnada no coletivo como sinônimo de algo bom, necessariamente; políticos em campanha dizem: “É hora de mudar”; se, estão já no poder; “para continuar mudando”. Então, como disse alguém, “Sentimos nas mudanças certo alívio mesmo que estejamos mudando para pior”.

Os versados no Reino são uma mescla de coisas velhas e novas; uma porção de atavismo, outra, de aprendizado.

Mas, o que chamamos novo? Vejamos algumas situações;
- Inexperiente = O neófito, cujos erros se atribuem ao fato de ser novo; ele vai aprender, dizemos;
- Desconhecido = Fato que ignoramos; quando nos é apresentado observamos: Essa é nova para mim;
- Recém nascido = Por motivos óbvios não demanda explicações;
- Sem uso = um produto que, mesmo tendo sido fabricado há dez, vinte anos, se, jamais foi usado, está novo;
- Posterior = Pouco importa a idade; cotejado com um que veio antes ele é novo; Por exemplo: O Novo Testamento já tem uns dois mil anos, porém, é novo em face ao que veio antes;
- Transformado = Um carro levado à oficina para retífica de algumas peças, uma vez que volta a funcionar perfeito se diz: Está novo; quem se converte torna-se “nova criatura”;
- Repetido = Quando se faz outra tentativa em algo que falhamos se diz: de novo, ou, novamente; etc.

Somos lentos para entender as coisas espirituais; muitas das apresentadas por Cristo que soaram novas eram antigas. “Ama teu próximo como a ti mesmo.” Vem desde Moisés; “Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas, ame cada um, seu próximo como a si mesmo...” Lev 19;18 Preferiram dente por dente, olho por olho, contra inimigos, ignorando o ensino de amar o próximo.

Jesus era rejeitado, entre outras coisas, por ser Galileu; oriundo de lugar vil; “... Vem, pois, o Cristo da Galiléia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia d’onde era Davi?” Jo 7;41 e 42 “...És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu.” V 52

É vero que o Messias nasceria em Belém, “... de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miq 5;2

Seu surgimento ministerial, porém, foi predito que seria na Galiléia; “A terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e de Naftali; mas, nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Mais uma “novidade” que não era tão nova assim.

É grave nossa preguiça mental que enseja uma compreensão parcial das coisas espirituais. O evangelho é a Boa Nova para quem desconhece; mas, traz o cumprimento de antigas promessas, e acena com o porvir de modo tal, que alguém devidamente instruído não se surpreende com nada; antes, espera o cumprimento.

Os meios de difusão se renovam cada dia nas asas da tecnologia; entretanto, o conteúdo é eterno, não comporta novidades. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...”

Então, quando alguém se escandaliza com pilantras que furtam falseando A Palavra, e usa isso como “justificativa” para seu distanciamento de Deus trai a si mesmo na conveniência preguiçosa de desconhecer o que a mesma Palavra adverte.

Pois, “Haverá homens amantes de si mesmo, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas, negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3;2 a 5

Devemos nos afastar de hipócritas, não, de Deus. Não consigo encontrar em lugar nenhum do espaço, sequer, do tempo, um argumento que justifique perder minha salvação porque outros estão perdendo a deles. Uma antiga canção dizia: “Você quer a frente das coisas olhando de lado.”

Alguns se iludem com mudanças de calendário. Coisa nova, a data; coisas velhas, os mesmos vícios desejos, evasivas, fugas, justificações... Quer algo novo deveras? Receba a Cristo como Senhor. O novo nascimento será fruto do Dom do Espírito; com Ele, nova luz, compreensão da Palavra. As “coisas Velhas” do amor Divino te darão novidade de vida.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Os "maus" samaritanos

"Ele, porém, querendo justificar-se disse a Jesus: Quem é o meu próximo?” Luc 10;29
O Senhor contou a Parábola do Samaritano, que encerra a omissão de socorro a um ferido, por parte de um sacerdote e um levita; por fim, o gracioso favor de um estrangeiro, ajudando ao infeliz. Após, devolveu-lhe a pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” v 36 A resposta ficou óbvia: “... O que usou de misericórdia para com ele...” v 37

Na verdade, nós decidimos quem é nosso próximo, à medida que, afetiva, não, fisicamente podemos nos aproximar, ou, distanciar de alguém. Os dois religiosos eram socialmente mais próximos do conterrâneo assaltado; tinham laços de sangue, deveres espirituais, que os impulsionariam a eventual socorro; entretanto, se revelaram distantes, pois, omissos, indiferentes.

Por outro lado, o samaritano tinha barreiras sociais, inimizade racial, que, em tese o distanciariam do homem vulnerado; entretanto, sua compaixão, identificação com as necessidades de um ser humano, independente da crença, raça, o fez próximo, atuante, exemplar.

A sociedade nos moldes que temos, está forjada para competir, não, coexistir. Não raro os “competidores” burlam as regras, pois, o que lhes vale é chegar antes, dane-se o direito do próximo! Assim, furamos fila, passamos sinal fechado, mentimos, omitimos... qualquer coisa que nos permita “vencer” parece justificável a uma geração que tem o egoísmo como centro, vale-tudo como parâmetro, e, pressa como veículo das doentias realizações.

Que dizer dos corruptos de todas as siglas, tão em evidência? Roubam a confiança, a esperança, junto com o dinheiro daqueles para os quais discursaram tanto se dizendo seus representantes.

Muitos são induzidos a crer que a culpa é nossa no sentido de que não sabemos votar, escolher. Como se, entre os preteridos tivesse uma gama de postulantes honestos; nós, masoquistamente tivéssemos optado apenas, pelos piores. Santa ilusão! Muitos dos não eleitos estão por lá, orbitando ao lado dos corruptos, se corrompendo também, em escalões menores, mas, com anelos de um upgrade, tendo seus líderes como parâmetros do querem ser quando crescerem.

Óbvio que a culpa é nossa! Que não sabemos escolher! Porém, não me refiro a representantes; aqueles são o retrato fiel de uma sociedade corrupta e corruptora que não sabe escolher valores como, honestidade, probidade, verdade, decência...

Outro dia deparei com uma frase que diz muito: “Comece sendo a transformação que queres ver no mundo”. Nossa doença mais letal é que somos ciosos das mudanças que queremos alhures, e refratários às que deveriam ocorrer em nós. Facilmente fazemos protestos, passeatas para que a sociedade mude; por outro lado, fugimos como o diabo da cruz, para não abandonarmos os vícios que amamos.

Assim, a terra que está sob nossa administração recusamos cultivar; entretanto, queremos arar alhures, a seara que não nos pertence. O Salvador ensinou diferente: “Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho; então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mat 7;3 a 5

Assim, o “próximo” que carece nossa atenção, socorro, está tão próximo que se funde conosco. Como o ferido da parábola, só necessitou auxílio de um estrangeiro porque os seus se omitiram ao que lhes seria um dever. De igual modo temos a consciência e as leis, que deveriam ser as primeiras opções de socorro, quando estivermos feridos na capacidade de discernir o que é decente, correto fazer. Na omissão desses “chegados” restará a possibilidade de um “estrangeiro”, alguém que vê nossos maus passos nos corrigir, chamar de volta à sensatez, à razão.

Porém, a febre do egoísmo já mencionada, tolhe qualquer ensino como intromissão. Cheias estão as redes sociais de diretas e indiretas sobre cada um cuidar da sua vida. No fundo, isso é não ser socorrido pelo “próximo” citado, e rejeitar até o auxílio do “estrangeiro”, pois, a ferida moral incomoda menos que eventual processo de cura. Nosso “azeite e vinho” são mandados longe; não raro, o “doente” somos nós.

O mau uso da liberdade forja duras prisões; nosso próximo segundo o Senhor é quem usa de misericórdia conosco. Porém, se lemos eventual tentativa de ajuda como intromissão, nossas feridas jamais serão curadas. Não existe engano mais perigoso que um doente terminal acreditar que está vendendo saúde.

Rejeição à virtude não vem sozinha; tem a nefasta assessoria do amor pelo vício. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20