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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Os indignos salvos

“Digno és, Senhor, de receber glória, honra e poder; porque tu criaste todas as coisas; por tua vontade são e foram criadas.” Apoc 4;11

Anjos ao redor do Trono do Altíssimo entoando os louvores. A primeira expressão: “Digno...” Segundo o dicionário, “O que está em conformidade, conveniente, adequado, merecedor.”

Porém, a dignidade pode ser vista em dois aspectos distintos; posicional e essencial. A dignidade posicional tem a ver com a posição que alguém ocupa e as honras que a posição requer; por exemplo, um Ministro do STF, um Senador, Deputado... pela posição cabe o tratamento de Meritíssimo, Vossa Excelência, embora, o caráter do “digno” em apreço possa estar abaixo da linha de pobreza moral. Muitas vezes um indigno ocupa um lugar digno; Pois, a dignidade posicional atina ao status, não ao caráter.

Por ouro lado, a dignidade essencial tem ver com o ser de alguém; foi desse viés que os anjos viram ao Eterno: “Digno és...” tinham essa clareza atentando aos Feitos do Senhor, nenhum interesse mesquinho imiscuído; “... porque tu criaste todas as coisas; por tua vontade são e foram criadas.”

Assim sendo, se, a dignidade, o mérito, derivam dos feitos de alguém, o que o inimigo fez para postular igualdade com O Criador? “Serei como Deus.” A Bíblia o reconhece apenas como “Pai da mentira”; eis seu único feito! Porém, no último Livro está escrito: “Ficarão de fora... os que amam e cometem a mentira...” Parece que essa dama não será aceita no Reino de Deus; deve haver bons motivos para isso.

Pois bem, uma vez que todos pecaram e carecem da Glória de Deus, nenhum de nós entrará no Reino do Eterno baseado em dignidade própria; Aliás, O Santo só considera dignos de Si, aqueles que reconhecem a própria indignidade, negam a si mesmos e tomam a cruz, por dependerem exclusivamente da Dignidade de Cristo.

Estar em Cristo não é uma dignidade essencial; ainda somos pecadores. É uma dignidade posicional de filhos de Deus, reputados Santos por herdarem a graça e a Santidade de Cristo. “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de ser feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

É isso que muitos opositores não entendem, ou, mesmo entendendo não aceitam. Que alguém de um passado muito ruim, más obras, mau testemunho, reputação, de repente seja perdoado e guindado à honrosa condição de santo, cidadão dos Céus. Acontece que, o ingresso é a fé, não são as obras; “...A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” Jo 6;29

Claro que alguém perdoado, como Zaqueu, há de rever posturas, valores, e mudar de vida; mas, isso fará porque foi salvo, não, para merecer a salvação. O reconhecimento do pretérito indigno fará a “dignidade” presente que Deus busca em Seus filhos; o trato com a verdade mesmo que essa nos denuncie, pois, o perdão Divino supre nossos lapsos desde que estejamos dispostos a mudar, doravante.

Muitas pessoas ignoram as implicações do Evangelho; acham mera questão de escolha entre religiões, credos; nem percebem que é muito mais urgente e sério que isso. É questão de vida ou morte. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Que difícil pregar para alguém cheio de pretensão, de justiça própria, que, acha-se merecedor do Céu; mesmo não submetendo-se a Cristo pretende ser Dele por seus próprios méritos. “Não tenho vícios, pago minhas contas, não faço mal a ninguém”, dirá.

Quem é bom para ser salvo pela própria dignidade não precisa de Salvador; ou, não blasfeme contrariando o que Ele disse e arrependa-se de sua “bondade”; pois, é muita falta de noção alguém que comete dezenas de pecados todo dia, por pensamentos, ações e omissões, achar que merece uma posição que bastaria um só pecado para desqualificar pra ela.

“Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes”; Quando certo centurião solicitou que O Senhor curasse um servo seu Jesus disse: Eu irei. Porém, ele objetou: “Senhor não sou digno que entres em minha casa...” Jesus curou o enfermo e elogiou em público sua fé. Reconheceu quem era; indigno; Quem Jesus É, O Senhor, que poderia dar uma ordem a distância e ser obedecido.

Eis a receita para a salvação: Reconhecer quem somos, indignos pecadores; e Quem Jesus É; O Excelso e Santo Salvador e Senhor. E se Ele é meu Senhor, de hoje em diante minhas preferências e opiniões empalidecem e rege-me Sua Palavra.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Jesus em más companhias

“Vendo todos, isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.” Luc 19;7
Como o Senhor Jesus cometeu tal erro? Que falta fez uma “Dona Florinda” para dizer: “Vamos tesouro, não se misture com essa gentalha.”

Porém, se evitasse pecadores, onde poderia entrar? “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, sequer um.” Salm 14;2 e 3

Se, somos todos pecadores, como A Palavra de Deus afirma, por que, apenas alguns são tidos, os demais, são gente boa? Porque, nossa noção de pecado é muito superficial, indulgente; não raro, o que gostamos nos soa lícito, malgrado, seja abjeto diante do Eterno.

Com esse “aferidor moral”, vemos facilmente pecados em outros, pois, tanto quanto, somos omissos em censurar nossas predileções errôneas, somos atuantes em acusar alheias; ver o mal em outro me faz, indiretamente, me sentir bom, por não cometer os mesmos erros. Como gosto de me sentir “do bem”, ajuda nisso, vislumbrar aos que são “do mal”, vejo fácil, pecados externos.

Para isso basta o auxílio da visão; às vezes, nem preciso, a simples malícia já permite “ver” onde os demais estão falhando. Para identificar minhas faltas careceria sintonia fina com O Espírito; Sua faculdade que tenta falar-me, a consciência. Como ela sempre adverte do mal, antes do mau passo, e esse, já dei, de certa forma a consciência é um “inimigo” vencido, portanto, não devo me preocupar.

Claro que, mesmo após o erro cometido, ainda, consciência acusa; sua voz se faz cada vez mais tênue, à medida que, ignorada. Isso levado ao cabo cauteriza, de tal modo, que, não mais a ouvimos, e, nos fazemos refratários às denúncias dos próprios erros, o que é fatal. Paulo ensina: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual, rejeitando, alguns, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Se, os religiosos e demais hipócritas da época acusaram Jesus por desejar entrar na casa de Zaqueu, um publicano, no episódio da mulher adúltera, todos foram desafiados a analisarem-se, invés de o fazerem em relação às culpas alheias. “Quem estivar sem pecado, atire a primeira pedra.”

As mentes acostumadas a usar o telescópio para ver de longe os pecados alheios, foram, enfim, apresentadas às lentes do microscópio, para olharem dentro de si. Depararam com tantos germes, vírus, bactérias, que sua pretensão de saúde espiritual desmoronou de vez.

Entretanto, não obstante sermos pecadores, O Salvador veio ao nosso encontro, ainda vem, todos os dias, cada vez que, de alguma forma ouvimos Sua Palavra. Ele não requer santidade para entrar em nossa vida, apenas, que ouçamos Sua Voz, que lhe abramos a porta do coração. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz, abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo.” Apoc 3;20

Se, O recebemos como Senhor, nos dá O Bendito Espírito Santo, para nos capacitar a sermos como Ele deseja, não para que O recebamos em nossa mesa, mas, para que sejamos recebidos na Sua, nas Bodas do Cordeiro.

Para lá, sim, se requer santidade, vestes de justiça, consciência pura. A fato de que eu sou pecador e devo estar ciente disso, não faz com os pecados alheios não sejam o que são; apenas, que para apresentar a eficácia do Sangue de Cristo a outrem, preciso tê-la usufruído primeiro. A história do cisco e da trave no olho.

Essa eficácia é de tal modo, profunda, que, mesmo ao microscópio, sou capacitado a me ver limpo, se, não, pela não prática do mal, ao menos, pelo perdão e purificação, mediante arrependimento e confissão. “...o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Desse modo, é correto afirmarmos que, O Salvador Amoroso se dispõe a entrar na casa do mais torpe pecador, falar a ele do Seu Amor. Ele se mistura com gente má, amando gente, e tencionando remover apenas o que Lhe incomoda, a maldade. A Ira do Eterno está sobre o pecado, se nos separarmos dele em tempo, estaremos livres do Juízo.

Esse é o alvo da cruz. Matar nela o velho homem que se alimenta da maldade, para renascermos em Cristo, que nos prescreve outra dieta: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” I Ped 2;2

Esse “leite” puro, sem água, formol ( A Palavra ) nos há de limpar ao gosto do Senhor. “...os limpos de coração... verão a Deus;” Mat 5;8

sábado, 2 de abril de 2016

O Veneno da Presunção

Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque, vos digo, que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;7 e 8

Temos o precursor do Messias, João Batista, pregando aos judeus que iam a ele às margens do Jordão. Parece que o primeiro traço identificado foi o veneno da presunção, uma falsa segurança, como se, a ira por vir, não os ameaçasse.

Ante o fato, João quis saber qual saída que tinham eles, encontrado; “Quem vos ensinou a fugir da ira...” Uma pergunta retórica, cujo alvo era realçar a denúncia, pois, sabia a resposta. A Presunção, de uma salvação hereditária os deixava “seguros”.

Não que isso fosse expresso, mas, perceptível dada a segurança aparente de gente que era culpada ante Deus. “Não comeceis dizer em vós mesmos, temos Abraão por pai...”  Como alternativa à pretensão hereditária, João propôs a busca pessoal da salvação, mediante arrependimento. “Produzi, frutos dignos, de arrependimento.

Mesmo a salvação sendo espiritual, eles devaneavam com laços sanguíneos, uma vez que, havia preciosas promessas à descendência de Abraão. Paulo interpretou singularizando-as na Pessoa Bendita de Jesus Cristo, e difundindo-as depois, naqueles eu se lhe submetessem. “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: Às descendências, como falando de muitas, mas, como de uma só: À tua descendência, que é Cristo. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão” Gál 3;16 e 7

O Apóstolo não está violando a hermenêutica para impor um ponto de vista, antes, sistematizando doutrinariamente algo que acontecera, então, e, não fora devidamente entendido. Por ocasião do arrependimento de Zaqueu, O Salvador dissera: “... Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;9 e 10

Notemos que Zaqueu era já filho de Abraão por  sangue, mas, só foi assim chamado, quando se arrependeu e mudou de atitude ante O Senhor. Não significa, isso, que os salvos se tornam Judeus, devendo absorver traços da cultura judaica, antes, se tornam herdeiros das promessas, que, em Abraão, dizem que, seriam “Benditas todas as famílias da Terra”.

Embora o alvo inicial tenha sido Israel, em face à rejeição da maioria, a obra espraiou-se para os gentios. Não que não fossem favorecidos pelo amor Divino, mas, seriam alcançados depois, pelos judeus crentes; porém, muitos entraram antes, dado que as autoridades do Templo rejeitaram ao Senhor, e perseguiram quem, dentre eles cria, como Saulo. “Veio para o que era seu, os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1;11 e 12

O que aprendemos com isso? Que a presunção é algo mortal, veneno como de víboras; que não existe salvação derivada de fatores externos que nos seja imputada sem nossa participação; e, essa, se dá mediante arrependimento, o qual, é demonstrado pela produção dos frutos correspondentes.

Se, dado o fato de sermos gentios, não descendentes de Abraão, tolhe a possível presunção hereditária, ainda podemos ser, com outras “ferramentas”. Quantos venenosos se perdem na presunção da justiça própria? “Não bebo, não fumo, não faço mal a ninguém, sou uma pessoa boa, não mereço ir pro inferno”. Quem jamais ouviu algo assim?

Por mais que tal sujeito seja sincero em seu, auto engano, a Bíblia põe o dedo na ferida: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3 Deus decide o que é bem; incredulidade, associa à blasfêmia. “Quem não creu, mentiroso o fez”.

Outros, num apego religioso, denominacional, não raro, divorciado da Palavra de Deus. “Todas as religiões são boas, eu tenho a minha, estou bem”. Também já ouvimos isso. Entretanto, o valor de um caminho não se percebe em si, antes, aonde conduz. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12


“Em um nível inferior, ser confiante e sincero é o mesmo que arrogância e presunção. As pessoas ainda não sabem lidar com a verdade delas mesmas e isso dói. Então transferir insolência ao outro é mais confortável do que admitir sua estupidez e, sobretudo reconhecer o que de fato são, sabotando até o reflexo do próprio espelho”. (Leivânio Rodrigues)

domingo, 27 de março de 2016

O que me falta ainda?

Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde minha mocidade; que me falta ainda? ... Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres; terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.” Mat 19;18 a 21

O jovem rico que foi a Jesus para justificar-se, não, ser justificado. Jactou-se de observar toda a Lei desde jovem. Não entendia, sendo tão “bom”, por que precisaria ainda dos ensinos do Novo Pregador que surgira. “O que me falta ainda?” Eliminando o polvilho e pegando apenas o “princípio ativo” do comprimido prescrito temos: “Falta ser perfeito, um tesouro no Céu”.

A justiça própria tem sido a maior barreira à salvação de muitos. Aquele que se presume bom, suficiente, jamais identificará a necessidade que tem, da Bondade de Cristo. Acontece que, tendemos a ser severos quando julgamos outrem, o que sequer nos compete, e, indulgentes quando avaliamos a nós mesmos, o que devemos fazer, diariamente.

Um dos mandamentos que ele “cumprira” desde a mocidade era, “ama teu próximo como a ti mesmo”. Entretanto, era milionário cercado de miseráveis; estranha forma de amar, essa, que encastela-se no conforto do próprio egoísmo e desconsidera necessidades vitais dos que lhe orbitam.

Por isso O Salvador tocou nessa ferida quando o desafiou a ser perfeito; o cuidado solícito com os necessitados que o cercavam. Não venham os oportunistas verter isso em pregação política! Era preceito de amor cristão, não, pregação do comunismo que expropria à força; um desafio ao amor, que, por sua natureza, deve ser voluntário.

A rigor, O Senhor não tencionava que ele fizesse isso, estritamente; Zaqueu quando se arrependeu fez bem menos, seguiu sendo rico, e foi aprovado pelo Salvador, reputado “Filho de Abraão”. O que Jesus quis foi iluminar ao sujeito para que visse que, sua pretensão de ter cumprido cabalmente à Lei, era fanfarrice, engano.

Entretanto, mesmo depois da receita que lhe faria perfeito, lhe daria um tesouro no Céu, restava uma coisa a fazer: “Vem, e segue-me”, disse O Senhor. Se, o amor ao próximo só é possível expressar mediante obras, o amor a Deus demanda segui-lo, obedecê-lo.

O Salvador disse que, de “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, dependem a Lei e Os Profetas. Assim, a fé sozinha acaba estéril; as obras como meio de justificação, blasfemas.

Paulo ensina: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;8 a 10 A salvação é de graça mediante a fé; as boas obras, o modo de vida esperado por Deus, dos que foram regenerados por Cristo.

Parece que o jovem rico em apreço conhecia, então, a “profundidade” do nosso mundo virtual. “Quem ama aos pobres curte, compartilha”. Que fácil de demonstrar os “sentimentos” que sequer demandam que eu desgrude o traseiro de minha confortável cadeira de balanço!

Nosso amor cristão não deve ser cantado em prosa e verso; antes, deve ser identificado naquele que é assistido por ele. E, ainda que façamos obras excelentes, essas, não devem ser ostentadas para trazermos a glória para nós, como aquele que lava pés e beija ante às câmeras. Ainda assim, nossas coisas bem feitas não nos dão “crédito para pecar”, de modo a nos supormos bons e justos, nem carecendo seguir a Cristo.

Amar requer renúncia, altruísmo, identificação, interesse, coisas que em muito excedem às tolices pueris do mundo virtual. Mas, mesmo nele, se pode ser hipócrita, bajulador, fingir concordar com o que não concordamos, sonegar a verdade, para parecermos legais; afinal, queremos que nos “curtam” o bem maior da pessoa que veramente amamos, nós mesmos; não corrermos o risco de, sendo verdadeiros, colhermos incompreensões, invés de aplausos.

Somos também riquíssimos de possibilidades; invés de desenrolar um empoeirado papiro à meia luz e buscar entender à Vontade de Deus, escrevo isso assessorado pela Bíblia online, outra, digital. Essa riqueza de facilidades ensejada pela tecnologia pode nos trair e esconder que, como para aquele do princípio, ainda nos falta uma coisa; descermos do pedestal fácil do faz-de-contas, e expressarmos amor no teatro árduo e carente, da realidade.


Na abundância usamos devanear com o prazer; na extrema carência, o mero meio de sobreviver nos basta. O risco é que nossas imensas riquezas sejam disfarces de nossa miséria espiritual, como daquele. Acordemos, ainda nos falta uma coisa.