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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Ouro em Ruínas

“Como escureceu o ouro! Como mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Lam 4;1

O que Jeremias tinha em mente aqui? Denunciar o envelhecimento e abandono de porções de ouro? Não. A Bíblia interpreta a Bíblia. De modo que, quem a manusear com certa destreza e honestidade intelectual, nunca, dela derivará matéria-prima para a construção de heresias, enganos.

O verso seguinte ilumina o “ouro” em questão; “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Linguagem poética aludindo à decadência espiritual, moral, social de um povo que, resistiu às mensagens do Senhor por mais de duas décadas; “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a Palavra do Senhor; vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas, vós não escutastes.” Jr 25;3

Num relacionamento bilateral, quando há discrepâncias, uma das partes tem que mudar; óbvio que, a que estiver errada. A Bíblia ensina que Deus sendo perfeito não passa por mudanças, sombra de variação, nem poderia. Então, quando muda algo em relação a nós é porque nós mudamos de alguma forma, de atitudes, ou, dos pretéritos erros nos arrependemos e patenteamos isso, diante Dele, entristecidos.

O Juízo de Acabe foi temporariamente suspenso, quando se humilhou compungido; e, a destruição de Nínive, por exemplo. O fato de Deus não mudar em Seu Ser, Misericordioso, Santo, O faz mudar em atenção às nossas carências se, O buscamos.

Sua Palavra antecipa Seu Juízo para dar tempo de arrependimento aos avisados. Nossas palavras súplices, as orações, tanto podem demandar perdão para nossas faltas, quanto, interceder em favor de outros. Porém, quando os “outros” em questão foram sobejamente avisados, como naquele caso, não restam orações intercessoras a fazer; o dilema é outro; obedecer, ou, sofrer o juízo pela rebelião.

Eis o porquê de tanta severidade naquela situação! A apostasia era geral; do populacho ao palácio, todos; “Ah Senhor, porventura não atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os e não quiseram receber a correção; endureceram suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar. Eu, porém, disse: Deveras estes são pobres, loucos, pois, não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes; falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas, estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Cap 5;3 a 5

Sendo assim, O Eterno, concomitante com o envio das mensagens proféticas vetou que Jeremias intercedesse mais pelo povo; “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor, ou, oração, nem, me supliques, porque não te ouvirei.” Cap 7;16 “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em que clamarem a mim, por causa do seu mal.” Cap 11;14 “Disse-me mais o Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.” 14;11

A rejeição obstinada à Palavra de Deus, cansa até à Longanimidade do Senhor; quando isso acontece já não há intercessão eficaz. É cada um por si diante de Deus.

Não negaremos “licença poética” a Jeremias para mensurar apenas o estado exterior dos seus coevos; a mudança de uma situação soberana, próspera, para outra de ruína e cativeiro. De, “ouro puro e bom”, para escurecido.

Porém, ao mesmo profeta o Senhor figurara o ser humano de maneira mais módica; “... Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” Jr 18;6

Após a conversão O Espírito Santo passa a habitar nos renascidos; se, isso nos faz aceitáveis perante Deus, as essências inda são distintas, como ensina Paulo: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da Sua glória, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;6 e 7

Temos uma “Escritura de Propriedade” como Jeremias tinha literalmente. “Assim diz o Senhor dos Exércitos... Toma estas escrituras, este auto de compra, tanto a selada, quanto a aberta, coloca-as num vaso de barro, para que se conservem muitos dias.” Jr 32;14

No caso dele um terreno; no nosso, o resgate das nossas almas, com um registro fechado; nossa intimidade com Deus; outro, aberto; nosso testemunho.

Ao desventurado profeta restou compor suas lamentações entre ruínas do juízo; nossas escolhas não farão metais preciosos ou, ruínas. Mãos à obra!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Que o Pó Volte-se ao Ouro

“Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Jeremias descrevendo um povo, antes, valioso; agora, vulgar, ordinário, comum. Valiam ouro; passaram a mero barro. Se, nos elementos naturais não se verifica essa alquimia, a transformação de um elemento em outro, no prisma moral, espiritual, ocorre com frequência.

Normalmente usamos outra figura quando queremos denunciar uma transformação radical; sobretudo, no aspecto positivo; dizemos: Fulano mudou da água pro vinho. No entanto, aquela fora uma mudança “pra baixo”; do ouro pro barro.

Embora os evolucionistas pleiteiem uma evolução contínua, estaríamos num processo que ignoramos onde vai chegar, a Bíblia apresenta a criação como obra acabada, em estágio de decrepitude. O homem como caído da posição original, “Imagem e Semelhança” de Deus, descendo célere a ladeira da degeneração.

Quando O Eterno mostrou num sonho a Nabucodonosor o esboço da saga humana desde então até o Reinado de Cristo, figurou com uma estátua que, começou com cabeça de ouro; desceu para prata, bronze, ferro e por fim, barro.

Da criação diz: “A Terra pranteia, murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra. A Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra;” Is 24;4 a 6

Diz mais: “sabemos que toda a criação geme; está juntamente com dores de parto até agora. Não só ela, mas, nós que temos as primícias do Espírito também gememos em nós mesmos, esperando a adoção; a saber, a redenção do nosso corpo.” Rom 8;22,23

Longe de combinar com um cenário evolutivo, o que vemos denuncia a degeneração; a causa não é nenhum super asteroide ou cometa colidindo com o planeta e ameaçando a vida; antes, os efeitos colaterais do pecado; “A Terra está contaminada por causa dos seus moradores.”

Mas, o que faz alguém áureo aos Olhos Divinos? Digo; precioso como ouro? A primeira decepção que causamos ao Pai foi duvidar de Sua Palavra; isso soou como se O chamássemos de indigno de confiança, mentiroso. O contraponto que Ele deseja a essa blasfêmia é a confiança irrestrita, fé; Pedro aquilata-a: “...vossa fé, muito mais preciosa que o ouro...” I Ped 1;7

Se, em nossa estrutura ainda somos o velho barro, mediante a fé, nos abrimos a Deus para que Sopre outra vez O Espírito, apagando as manchas pretéritas no Sangue de Cristo e dando nova vida.

Esse Dom Excelso é que nos faz valiosos ante Ele; dá-nos porque nos ama; depois, nos aprecia como valiosos pelo que Ele mesmo fez valer. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz foi quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não, nossa.” II Cor 4;6 e 7

Se, o “Tesouro” é o Espírito, o corpo mero vaso de barro, necessária se faz a conclusão que, degenerar alguém do ouro para o barro equivale a deixar de andar em espírito e passar a seguir os anseios da carne. Essa é a tendência do homem natural depois da queda; “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito vida e paz.” Rom 8;6

Então, quando O Salvador nos desafia a ajuntar Tesouros no Céu, outra coisa não significa, senão, que andemos em Espírito. “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;12 a 14

A humanidade emprega todos os meios, lícitos e ilícitos para progredir na aquisição de posses, enquanto, sequer se dá conta da grave indigência no que tange aos valores eternos; escava fundo por barro; despreza o ouro oferecido em Cristo.

Vasos podem ser moldados pela mão humana; porém, como Deus não habita em templos feitos por nós, ou deixamos que Ele nos edifique segundo Sua Palavra, ou, o labor será inútil; “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam...” Sal 127;1

Se, os coevos de Jeremias, em sua apostasia migraram do ouro para o barro, somos desafiados ao caminho inverso na conversão; “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e unjas teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;18