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domingo, 16 de julho de 2017

A cruz e os jeitinhos

"Os filisteus ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. Por isso os filisteus se atemorizaram, porque diziam: Deus veio ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! Tal, jamais sucedeu antes.” I Sam 4;6 e 7

A batalha estava se mostrando encardida; alguém teve a brilhante ideia de “buscar Deus” para pelejar junto. Na verdade, a Arca da Aliança, símbolo da Divina presença, a cuja chegada fizeram festa.

Ora, um símbolo é apenas isso; simboliza algo, mas, não é o “Algo” que simboliza. A Arca era uma caixa artesanal revestida com ouro, não era Deus. Assim como uma aliança no dedo simboliza noivado, casamento, conforme o dedo, mas, não significa, necessariamente, fidelidade de quem usa.

A permissão da derrota na batalha, onde já haviam caído uns quatro mil hebreus era juízo Divino por causa do descaso de Israel com O Santo; patrocinado pelo relapso sacerdócio de Eli, e corroborado com as infames profanações praticadas pelos filhos dele.

Ironicamente, os inimigos tinham uma visão melhor sobre Deus, que eles próprios. Claro que ignoravam as diferenças no relacionamento do Senhor com Seu povo, mas, conheciam o histórico dos feitos do Eterno. O Temiam por isso; disseram: “Ai de nós! Quem nos livrará da mão desses grandiosos deuses? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com todas pragas junto ao deserto.” V 8

Assim, enquanto os de fora consideravam ao Todo Poderoso, Alguém temível, os Seus agiam como se fosse desprezível. Quantas vezes o mesmo se dá e nosso meio. Os de fora respeitam; dizem; não é para mim isso, pois, exige uma renúncia que não me disponho a praticar, mas, é coisa séria. Muitos de dentro profanam ao Santo com suas heresias, “orações” agressivas, como se mandassem no Altíssimo invés de suplicar-lhe, quando não, escandalizam cometendo adultérios; ainda usando púlpitos até que, pelo Divino zelo, o vento do Juízo “espalha a moinha” purificando a congregação dos justos.

Quando O Santo permite que adversidades se levantem diante de nós, de duas uma; ou é exercício, ou, correção. No primeiro caso o que resta é aprendermos Dele lutando ao Seu lado; no segundo, só arrependimento, mudança de atitudes; mandingas não podem nos livrar do mal que nossa própria insubordinação buscou.

Tem muitos salafrários ensinando alternativas à obediência que Deus tanto preza; acenam com sal grosso, rosa ungida, lenço consagrado, óleo disso, daquilo, sal de Jericó... Bem, funcionam essas coisas perguntaria o Simplício? Sim, exatamente igual “funcionou” a “estratégia militar” de levar a Arca à batalha imaginando que estivessem alistando Deus ao exército.

Jogue essas tralhas todas no lixo; troque por uma cruz; “Tomai sobre vós o meu jugo...” A disciplina da cruz não vai começar trazendo as coisas que você deseja; antes, mediante obra da Palavra e do Espírito, removerá de sua alma doentia os vícios que Deus não deseja nos Seus servos. Regeneração é o alvo inicial. 

Tendemos a pensar que carecemos coisas, quando, o essencial é que aprendamos a Justiça do Reino. “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Desse modo, cambiar dos “fetiches góspeis” para a cruz não é mudar de método; antes, de objetivo. As coisas necessárias o Senhor provê; porém, a excessiva preocupação com elas, a inquietação que faz dos meios, fins, foi equacionada na Parábola do Semeador com espinhos. “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” Mat 13;22

Enfim, se nossa alma egoísta ainda é um espinhal carece ser “cultivada”; se, esperamos que nela cresçam frutos agradáveis ao Senhor. Ouçamos Jeremias: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura; não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Senão seremos como os batalhadores iniciais, que, estavam endividados com O Santo, mas, presumiam que Ele os defenderia se tão somente expusessem a Arca ao perigo. Deus deixou que a mesma fosse tomada pelos Filisteus. Nas coisas espirituais não há espaço para espertezas, atalhos, jeitinho.

Trata-se de uma batalha; lutamos com Deus, ou, contra Ele. Não há meio termo. E lutar com Deus não significa pairar sobre as dificuldades; antes, triunfar a elas fortalecido pela Divina presença. “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Aí, invés de bailarmos ao redor de um símbolo inerte brilhará em nós, para que todos vejam, a Luz, do Deus vivo.