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sábado, 23 de junho de 2018

O Saber dos Meninos

“Melhor é a criança pobre e sábia, que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar.” Ecl 4;13

Se cotejarmos uma criança com um ancião necessariamente veremos uma vida totalmente formada, e outra, em construção. Entretanto, essa, inda insipiente e incipiente, isto é; que não sabe e está começando, se diz que é sábia; melhor que o outro que já escalou o cume no pico do tempo. Por quê?

Como estamos diante de um provérbio antitético, (que confronta duas coisas opostas) e, a insensatez do rei velho deriva do fato de não se deixar mais corrigir; presumir que sabe de tudo; então, necessária é a conclusão que a “sabedoria” da criança é justo, isso; uma índole dócil ao ensino, à correção. Sua sabedoria ainda é em princípio, não, essência. Ou seja, não sabe das coisas, mas, sabe disso, e se dispõe a escutar quem sabe. Essa é melhor à medida que pode beber na fonte de Sophia, enquanto aquele, sequer identifica a necessidade disso.

Deveria ser uma coisa absolutamente natural, desejar aprender, contudo, nem sempre é assim. Em nossos dias, o poste mija no cachorro. A ignorância perdeu a modéstia há muito; em muitos casos, quem menos sabe é que mais fala, poluindo ao higiênico espaço do silêncio com o seu lixo passional, presumindo que repetir fonemas alheios equivalha, a saber.

As facilidades tecnológicas fazem vasto dano psicológico, à medida que, permitem a encenação de algo alugado, como se, fosse nossa propriedade.

Uma distinção é necessária a respeito do que abordamos para dirimir eventual ruído; conhecimento não é sinônimo de Sabedoria; não, da que abordamos aqui. Conhecimento é uma aquisição de meios externos; Sabedoria, o exercício de um dom interior a palpitar no espírito, na mente; que, como disse Plutarco, não é um vaso para ser cheio, mas, um fogo a ser aceso.

Além de intelectual tem seu “princípio ativo” espiritual; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7 Em mais uma sentença antitética, temos em oposição aos sábios, não, os ignorantes, mas, os loucos.

E, como disse outrem, “reconhecemos um louco sempre que vemos, nunca, quando o somos”; essa incapacidade de auto-conhecimento das próprias limitações faz os “reis velhos” inferiores a outros que as identificam. Nossos erros, os alheios, as vicissitudes da vida, tudo nos ensina, se, tivermos em nós essa propensão ao aprendizado, senão, “mataremos aula” na escola da vida.

Engana-se quem pensa que, quem escreve algo assim esteja acima, vendo de fora as misérias alheias. Aí seria mais um “rei velho” apenas; também tropeço em minhas ignorâncias e careço desesperadamente aprender. O problema é encontrar as fontes onde isso é possível. Dado esse passo ditoso é só silenciar ante quem sabe, e buscar haurir o possível de quem tem para dar.

Entretanto, nosso sistema educacional está tão comprometido que, mesmo a difusão do conhecimento anda tropeçando no meio-fio da parcialidade ideológica. Que dizer da sabedoria, que normalmente viça adubada por idôneos referenciais e hígidos valores?

A grande bronca de Sócrates contra os sofistas, era que, fazendo eles, uso da retórica persuadiam seus ouvintes, invés, de iluminá-los; seu labor, dizia, produzia crença sem ciência. A sabedoria espiritual, invés da “fé cega” como dizem, estimula a conhecermos Aquele no qual cremos, e de onde vem a vera Sabedoria. “Então, conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa; e Ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Os 6;3
Em nenhuma área encontramos mais “reis velhos” que, quando abordamos temas espirituais; a maioria acha que a coisa é como futebol, ou, política que, cada qual tem sua opinião; todas são igualmente válidas. Não. Em se tratando de Palavra de Deus, tão somente Ela é válida nas diretrizes da vida. “... todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se, alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Assim Deus encerra Sua carta de amor e justiça.

Os convertidos são desafiados a crucificar ao Rei Velho com suas inclinações; “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais nova massa...” I Cor 5;7 Pois, “... qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.” Mc 10;15

Salomão tido como o mais sábio dos homens, disse que os “sábios” humanos são apenas canais de Deus. “As palavras dos sábios são como aguilhões; como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que, nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

terça-feira, 12 de abril de 2016

Vida; o "Show do Intervalo"

O ladrão tem trabalho leve e sonhos ruins.” (Provérbio judaico)

Parece que a facilidade primeira do dito “profissional” não compensa, pois, as consequências assomam até nas horas de repouso, de dormir.

A liberdade à qual estamos “condenados” deveria nos fazer mais ciosos de nossas escolhas, que críticos das alheias. Entretanto, somos melhores críticos, que, autocríticos.

Não temos dificuldades com a ideia de colher o que plantamos; nossa dificuldade é com o tempo; não somos bons na arte de esperar.

Eis uma “vantagem” dos ladrões! Seu “trabalho” frutifica imediato. Contudo, aquilo que, reputam frutos, é apenas “plantio”; os sobressaltos da consciência futuros, que hão de perturbar seu próprio sono, são os seus molhos maduros, sua devida colheita.

Não fosse assim, roubar seria até uma arte, para evadir-se, alguém, das agruras da vida.

Na verdade somos inocentes apenas dos dois extremos da existência; nascemos sem pedir, morremos sem querer. Pelo que acontece no “intervalo”, somo responsáveis.

Sabemos que, cuida muito melhor dos bens aquele que os adquiriu à custa de trabalho penoso, que outrem, que os ganhou numa loteria qualquer. Quem experimentou o custo da aquisição, melhor dimensiona o valor das coisas. Tal percepção sempre será efeito colateral do trabalho, não se adquire teoricamente.

As borboletas, os saírem dos casulos passam por penoso estreitamento; justo essa passagem forçada é que dilata os poros de suas asas possibilitando depois, a graça do voo. De semelhante modo, nossos estreitamentos, devidamente avaliados, e nossas escolhas direcionadas por Deus, hão de plasmar asas futuras, compensando dores de agora.

Embora o preço nos seja um tanto doloroso, as recompensas serão sobejas, se, o experimento Divino em nós, layouts de anjos, for, enfim, vertido em arte final com nossa cooperação.

Os anjos iniciais, que foram criados perfeitos, ganharam suas riquezas “na loteria”, não conheceram o sofrimento; assim, mera vaidade, desejos por novidades vitimou a um terço deles, que caíram seduzidos pelo “Anjo de Luz” que hoje reina nas trevas.

Como aqueles, seres perfeitos inclinaram-se à imperfeição, O Criador trabalha em nós, imperfeitos, com o fito de que ajudados pelo Espírito Santo, façamos o caminho inverso.
Na Eternidade, além da incidência de nossas experiências sobre nós mesmos, no sentido de tolherem a tentação de, outra rebelião contra O Eterno, seremos testemunhas do peso das dores, para os anjos que se mantiveram fiéis, e, diverso do comício de Lúcifer, os desencorajaremos às “novidades.”

Hoje, trabalham para nós; segundo a Bíblia,Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1;14 No devir, seremos almas salvas, para servir de testemunhas em favor daqueles, que hão de conservar sua santa posição.

Nenhum povo da história se ocupou tanto em entender o sentido da vida, como o fizeram os gregos. Desde priscas eras, de Tales de Mileto, Anaxágoras, Anaximandro, Heráclito, etc. os chamados pré-socráticos, que, laboraram em seus dias, para entender a natureza.

Em Sócrates tivemos um “Upgrade”, deixou ele de se ocupar com a origem da matéria, para preocupar-se com a higidez das almas. “Conhece a ti mesmo” era seu lema. Esse conhecimento da alma humana, que atingiu como a nenhum outro, dentre os privados de Revelação Divina, também esposava a necessidade das consequências aos atos.

Então, defendia que é mais infeliz aquele que comete uma injustiça, que outrem que a sofre. Quem é injusto tem uma alma adoecida, carece de cura, advogava. Quem sofria, bem poderia ser justo, e assim, nada deveria temer na eternidade, mesmo que, a injustiça presente lhe custasse a vida, como se deu, exatamente, com ele.

E, foi aos filósofos gregos da época, que Paulo apresentou a humanidade como que, numa redoma de tempo e espaço, cujo alvo seria encontrar a Deus; disse: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre a terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, pudessem achar; ainda que não está longe...;” Atos 17;26 e 27

A ideia de procurar “no escuro”, porém, tateando, estava sendo superada naquele momento pelo advento da Luz, Jesus Cristo. Do autoconhecimento intentado pelos pensadores, estávamos sendo instados ao conhecimento de Deus. “Quem vê a mim vê Ao Pai” dissera o Salvador.

E, a perfeição posta ante nós como Espelho, necessariamente refletirá nossas imperfeições. O reflexo assusta, claro! Não é de Deus que as pessoas fogem, é dos próprios medos.


Estamos “condenados” a sermos anjos, um dia; há dois times deles, e quem escolhe a camisa somos nós. Uma escolha é fácil, como a do ladrão, mas, de consequências nefastas; outra estreita como a da borboleta, mas, que nos garante belas asas no Reino de Deus. 

sábado, 19 de março de 2016

Corrida de Revezamento

O coração entendido buscará o conhecimento, mas, a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Aqui temos um princípio bom, direcionando a um alvo excelente: “O coração entendido buscará conhecimento...” Natural concluir que tal “entendido” o é, no sentido de entender a própria carência, da qual, sai em busca; conhecimento. Em momentos assim, Sócrates se impõe: “Tudo o que sei, é que nada sei”.

Por outro lado, temos o que “apascenta” a si mesmo com o que possui, parece seguro de não precisar mais nada: “... a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Só um completo imbecil, cujo horizonte cognitivo em pouco excede ao seu parco existenciário, onde, muitas coisas que supõe conhecer, ignora, só um assim, digo, se sentiria seguro de que é o sabichão, que a galera pode ir por ele e estará indo bem. Agora, Shakespeare pede passagem: “Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia.

Um cachorro recebe com festa ao seu dono e tende a latir ameaçador para estranhos; seu parâmetro é: Sentir-se seguro com o que já conhece, e ameaçado ante o ignoto, o desconhecido.

No fundo, toda aquisição encerra uma perda. Se sempre fiz determinada coisa como meu pai fazia, esse atavismo era meu “patrimônio intelectual” sobre aquilo, e, em algum momento for convencido que há maneiras melhores de fazer o mesmo, quiçá, que a coisa era errada, para aceitar a nova percepção, preciso “latir ameaçador para meu dono” meu conhecimento até então; e festejar à chegada de um “estranho”, o novo. É demais para um cachorro tão manso, acostumado aos seus.

A alma filosófica, a do entendido, tem comportamento diverso do cão de nosso exemplo. Tem certo enfado do conhecido, do lugar comum, o chavão, o clichê; e sede de aprendizado, coisas novas que a desafiem; uma vez aceito e vencido o desafio, inda que, apenas em parte, ela se alegrará ostentando a “medalha” do novo conhecimento adquirido.

Agora, me ocorre Spurgeon: “Os melhores homens que conheci – disse – estavam descontentes consigo mesmo; em constante busca, como se lhes faltasse algo que os poderia tornar ainda melhores.” Não são, esses, exemplos de entendidos buscando conhecimento? Quantos homens abastados, ainda fazem tudo usando até meios ilícitos para buscar mais fortuna? Assim agem os entendidos em foco; mesmo possuindo, saem sôfregos em busca de mais; só que esses, dos valores verdadeiros, que permanecem.

As paixões, motrizes dos tolos, cegam-nos às coisas mais diáfanas, ensejam o fanatismo e os levam a agir como cães, dóceis ao lugar comum, à mesmice decorada, e furiosos ante o estranho, à nova percepção, à luz dissipando fumaça. As pessoas assim defendem bandeiras, invés de valores, pessoas invés de comportamentos. O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”.  ( Dalai Lama ) A perda que falamos ameaça ao fanático, ele recrudesce em seu fanatismo e segue reafirmando sua estultice, cioso dela como se estivesse guardando um tesouro.

Ora, ante à Fonte da Sabedoria, bem se nos aplica a frase que a samaritana disse a Jesus: “Não tens com que tirar, e o poço é fundo”. A corrida do saber é como a de revezamento dos jogos olímpicos, onde, alguém percorre sua parte e passa o bastão a outrem que segue. Nosso curso equivale aos dias de nossas vidas, o “bastão” nossas aquisições durante a passagem.

Nesse breve raciocínio recebi ajuda de Salomão, Sócrates, Shakespeare, Spurgeon, Dalai Lama; eles correram antes de mim, aprenderam e transmitiram seu saber adiante; meu “trabalho” consistiu em entender minha carência de conhecimento, e buscá-lo nas devidas fontes.

A doutrinação ideológica estreita cérebros, atrofia-os. Invés formar homens livres, pensantes, formata títeres pensados. Agora, Plutarco me ajuda: “A mente não é uma vasilha para ser cheia; é um fogo a ser aceso.”  E esse fogo, diverso da paixão que explora o calor, arde mais em função da luz.

Sabedoria não é uma frescura pernóstica para diversão de quem a possui. Tem implicações práticas vitais, como ensina o mesmo Salomão: Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade com poucos homens, veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;13 a 16

A perfeição, apenas, não demanda mudanças, mas, essa encontra-se em Deus. De nós se espera que não sejamos tão avessos ante “estranhos”, para fugirmos da estupidez. Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam.” ( Confúcio )

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mais do mesmo? Depende do "mesmo"

“Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9 “O tolo desprezará à sabedoria...”

Ora, se é mesmo um tolo, carece desesperadamente; entretanto, por ser o que é, falta-lhe condição de identificar traços de Sophia.

Assim como um cachorro festeja a chegada de quem conhece, e late denunciando ao estranho, comporta-se o tolo, aplaudindo tolices, e rejeitando sabedoria. Seu “aferidor” é identidade unicamente. Como sairá dessa prisão?

A curiosidade, o desejo de aprender coisas novas, conhecer, enfim, o reconhecimento de nossa própria ignorância, é indispensável ao nosso crescimento.

Sócrates: “Tudo o que sei, é que, nada sei.” Shakespeare: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vá filosofia”; Bernard Shaw: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: Por quê? Quando penso nelas como não são, pergunto: Por quê, não?” Essas breves citações mostram homens sábios com sede de aprender.

“Os melhores homens que conheci – disse Spurgeon – estavam descontentes consigo mesmo, no afã de se tornarem melhores, em caráter, conhecimento...”

Ao tolo soa natural a preservação de seu “habitat”, igualmente ao sábio, seguir sua excursão além do conhecimento adquirido em busca de mais.

Ensinar sabedoria ao tolo é dar-lhe o que não quer, pensa que, sequer, precisa. “Não respondas ao tolo segundo sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele. Responde ao tolo segundo sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.” Prov 26; 4 e 5

Parece que a ideia do conselho é apenas deixar patente a estultícia do tolo, abalar sua confiança, embora, amiúde, seguirá sendo o mesmo, nada aprenderá.

Sócrates dizia que, a retórica dos sofistas era obreira da persuasão; produzia crença sem ciência; fé, sem entendimento. Assim, discursos com esse alvo, fazem prisioneiros, não, esclarecidos.

Sören Kerkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentira.” Se alguém pensou numa explicação para o sucesso de safados como Lula, Edir Macedo e assemelhados, pensou bem.

Entretanto, de nós, cristãos, dizem coisas semelhantes. Que a fé é cega, as pessoas são induzidas a crer sem entender, confiar piamente na fala de seu líder, etc.

Bem, que isso acontece é inegável, tanto que citei o “Salomão” do novo templo, acima. Mas, que essa seja a Vontade de Deus, ou, Seu ensino, se pode facilmente contestar, usando Sua Palavra.

Ouçamos: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote...” Os 4;6 “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7 “Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que, experimenteis a boa, agradável, perfeita, vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 etc.

A Fé toca o invisível, mas, não ofusca, amplia o entendimento; “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11; 3

Paulo rogou por essa luz que dá entendimento: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria, revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação; quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;17 e 18

Mas, inevitavelmente voltamos ao ponto de partida: Como dar sabedoria a quem acha que já possui, mesmo sendo tolo? Como abrir o entendimento de quem pensa que já entende tudo?

Se observarmos o Sermão do Monte, a primeira bênção foi dada aos “pobres de espírito”; Isso tem sido malversado por gente safada, como se, a pobreza em questão fosse de posses materiais e a Bíblia endossasse atos injustos em “favor dos pobres” como ensinam alguns.

Pobre de espírito no contexto, é quem reconhece que tem carências espirituais, precisa aprender nesse prisma. Só quem tem essa disposição interior pode se tornar discípulo do Senhor.

As características humanas, como plantas, tendem a crescer; aí, temos alguns agindo como sábios duvidando de seu próprio conhecimento, e os tolos completamente seguros de sua “sabedoria”.

Sabedoria até tenta nos legar riquezas, mas, só os pobres identificam a necessidade. “Aceitai minha correção, não a prata; o conhecimento, mais que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8; 10 e 11

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Desmascarando Deus

“Fiz coisas boas que me deram prejuízo; e coisas más, que me deram lucro.” (Graciliano Ramos)

Como versa a citação supra, o bem e o vantajoso, não têm, necessariamente, relação.
Dos temas contraditórios, nada se equivale à existência  de Deus. Pelo menos um Deus pessoal, que vise disciplinar a vida, segundo Sua vontade. 

Quanto a um “Deus” genérico, oco, não incomoda. Na verdade, serve de bengala. Contudo, se, evocado segundo Sua Palavra gera reações violentas, apaixonadas. Como se um ente maligno (seria Ele?) ferisse  mentes, dando azo a refutações desinteligentes, desconexas.

Uns, advogam que os crentes devem se atualizar, deixando postulados medievais; outros, afirmam que a Bíblia foi “atualizada” muitas vezes, de modo que já não guarda a Palavra original de Deus, que seria mais antiga. Há ainda os que não toleram ouvir a simples citação de textos bíblicos e nos acusam de intolerantes. Conceitos emitidos por Deus  são redefinidos como preconceitos. Pessoas desconhecidas, em razão de crerem de modo diverso são tachadas de hipócritas.  Se, apenas suas opiniões são conhecidas e não seus atos, a pecha não seria preconceituosa?

Enfim, a existência de Deus,  a ser confirmada, parece fazer mais mal que bem. Assim, acredito válida a tentativa de extirpar isso. Como se trata de mal universal deve ser cuidadosamente investigado; se possível, erradicado.

Vamos tentar, segundo  duas possibilidades: a) Deus não existe, trata-se de mito; b) Existe, mas, não é tudo isso.

Sabemos que o homem, malgrado sua veia criativa, não é um criador “ex-nihilo” ou seja: a partir do nada, antes,  manipulador do existente, daí  que “nada se cria, tudo se transforma.” Isso se dá, mesmo no campo das ideias, na tentativa de explicar e entender o transcendente. 

Qualquer homem, à luz de uma análise honesta, descobrir-se-á imperfeito. Natural que  mitos gregos, romanos, nórdicos etc. sejam deuses eivados de imperfeições; à imagem  de quem os criou, o homem. Aliás, foi por questionar a validade de tais “deuses” que Sócrates, o filósofo, encontrou a morte em Atenas.

Se, as projeções  humanas não podem exceder aos valores que o homem encontra em si, de onde teria surgido a ideia da perfeição? (Perdoem-me se faço o papel de advogado de Deus, mas, precisamos nos precaver.) Prosseguindo, com quê “matéria-prima” o homem elaborou um conceito tão nocivo à raça, bem como o mito de Jesus  que,  seria a fraqueza e loucura de Deus; contudo, resultou mais forte e sábio que todos os homens? Parece que um gênio maligno persegue a humanidade  lançando em rosto sua imperfeição  fazendo desejar o impossível.

Temos ateus por aí; é certo. Mas, alguém combateria o que não existe? Escrevem por convicção ou incerteza? No primeiro caso, porque não descansam, invés, de um engajamento tão difícil? Quererão  libertar multidões que estariam presas ao engano? Por quê? A ideia de amar ao próximo não seria um conceito de Deus? Ou, estariam  tentando cooptar mentes, fugir da solidão, para juntos  se aquecerem como os pinguins no rigor antártico? Talvez, se usarmos a ideia do mito, nossos adversários nos coloquem em muitas saias justas, como vimos.

Restaria a alternativa de que Deus exista, mas, não esteja com essa bola toda. Afinal, só porque teria criado esse universozinho teria direito de governar o mundo? Será que Ele sabe com quem está falando? Como esse falar deriva sempre daquele livro antiquado, basta lançá-lo em descrédito; a empáfia de Deus cessará. 

Contudo, não podemos usar a “técnica” de Oscar Wilde que disse: “Nunca leio um livro que vou criticar; temo ser influenciado.”

Precisamos de alguém que  leia e pratique os preceitos, uma vez que o Livro ensina que a virtude não consiste  em palavras. Sendo  um mal global, de promessas eternas, precisamos  uma experiência razoável; certa consistência ante o tempo; um ano, dois... Feito isso e comprovado  que as promessas  não se cumprem, denunciaremos a fraude; envergonharemos Deus e seus mensageiros. Imaginem que um, chamado MCcandlish Philips ousou dizer: “Você não põe o verdadeiro evangelho fora de combate com três ou quatro perguntas desajeitadas; suas ilusões vão ruir, destacando mais claramente a verdade.” O próprio Jesus  teria feito o desafio nos seguintes termos: “A minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou, falo de mim mesmo.”  João.7; 16 e 17

Missão maior que minhas forças. É que pratiquei imperfeitamente; mesmo assim, encontrei paz, segurança, esperança, salvação, domínio próprio; mais;  sou tomado por um desejo muito forte que outras pessoas recebam o que recebi; invisto meus dons, para convencer alguns que Deus Vale à pena.


Então, solicito, “urbe et orbe”, auxílio de alguém melhor que eu; fracassei vergonhosamente; não sirvo para o papel...

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Luz, e os Dark Blocks



“De madrugada levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam as casas, que de dia marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para eles é como sombra de morte; pois, sendo conhecidos, sentem pavores da sombra da morte.” Jó 24; 14 a 17

Jó pinta ímpios como seres que se sentem bem no escuro, com máscaras, e, assustados à luz. O Salvador reiterou noutras palavras: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

Entretanto, não devemos ter uma compreensão superficial dessa luz. Não se trata de um viés simplista tipo, noite versus dia; antes, esses, são figuras, ilustrações de se ter luz, ou, estar privado dela. O clássico dito que as aparências enganam brotou da autocrítica popular que, em dado momento descobriu-se no escuro; sem discernimento.

O teatro das aparências consegue disfarçar monstros, drogar neurônios, submeter a razão às paixões a toque de caixas, como fez o PT na campanha eleitoral, por exemplo. Aécio dizia que o cenário demandava medidas amargas; acusavam-no de querer aumentar os juros, tarifas, combustíveis, uma vez que, ele seria candidato do ricos. 

Pois bem, passados dez dias das eleições o PT fez tudo isso que acusava ao adversário de intentar; incendiou as paixões de seus seguidores que votaram “venceram” comemoraram e foram dormir. 

Na verdade, estavam assim já, pois, quem os lidera lança mão de trevas, em lugar de luz. Trevas até podem despertar paixões, diverso da luz que dá azo ao entendimento. 

Sócrates, o grego, depreciava cabalmente aos sofistas, a antítese dos filósofos. Esses laboravam para iluminar, produzir ciência; aqueles, para convencer, produzir crença. Assim, se aos filósofos interessava nada menos que a verdade, aos sofistas bastava a verossimilhança, obreira do engano. Com armas assim, a campanha do PT convenceu aos seus.

Apesar das acusações dos céticos, Deus nunca desejou que crêssemos sem entendimento; antes, exortou que buscássemos; ordenou que os apóstolos fizessem discípulos, ensinassem; e denunciou uma geração que pereceu por omissa nisso. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4; 6  

O Criador permitiu que nossos crânios tivessem cérebros porque quer que os usemos. Que busquemos luz. Claro que a Luz do Cristão não é uma coisa vaga, sem objeto, mera destreza intelectual; antes, conhecimento de Deus, Seu Ser, Sua Vontade, expressos em Sua Palavra.   Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119; 105  

O Eterno é Ético, Educado, Coerente; Nunca viola a vontade humana. Alguém já ouviu falar de “possessão pelo Espírito Santo?” Não. Todavia, possessão maligna é comum como uso do til em João. 

O que o espírito maligno faz com almas ímpias, os sofistas fazem com uma das faculdades da alma, a mente. Tomam à força. Feito isso, as outras faculdades, emoção e vontade, facilmente sucumbem; assim, as vítimas do engano em certo grau são “possessos” também. Se, não por um espírito mau, por predicados, ensinos de origem má.

Quanto ao Espírito de Deus, somente após a livre anuência dos que ouvem a Boa Nova, passa a residir nos Salvos; ainda assim, respeita as escolhas humanas, mesmo que possa se entristecer. “...depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação;  tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo...” Ef 1; 13

Vem para auxílio, mas, delega ao ser humano as escolhas; ainda, Paulo aconselha: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Ef 4; 30 

Assim, o trabalho do Espírito Santo é ampliar nosso entendimento sobre o que Cristo Fez, auxiliar-nos; se cooperarmos, nos aperfeiçoará: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6 

A luz espiritual é progressiva na senda dos que escolhem a justiça; “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18

Diversa da luz natural que faculta ver sem compromisso, a espiritual requer  andar conforme. “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1; 7

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Fé, ou burrice emocional?

“E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”  “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” Jo 1; 5 e 11
 
Na introdução de sua narrativa evangélica, João apresenta dois problemas quando do advento do Verbo feito carne; um intelectual, “não compreenderam”; outro, volitivo; “não receberam”.

 Embora seja possível crer sem compreender, instintivamente, não parece ser esse tipo de fé que o Senhor busca. “Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram de mau grado…  fecharam seus olhos; Para que não vejam…, ouçam … compreendam com o coração,  se convertam, e eu os cure.” Mat 13; 15
 Outra vez, o problema intelectual, compreender antes da conversão.

Muitos agem como se possuir determinada receita curasse sua enfermidade, mesmo sem provar o remédio. Seguido ouço a citação do “conhecereis a verdade e a verdade os libertará” dos lábios de gente que, notadamente não a conhece. 

Acontece que, antes dessas palavras, tem mais algumas que convém considerar; “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;” Jo 8; 31. Mesmo os que criam, deveriam permanecer na Palavra, para serem aprendizes, e, aprendendo, se tornariam livres. É possível, pois, crer, e seguir amarrado à ignorância.

Em seus dias, o filósofo Sócrates já depreciava a arte dos sofistas, pois, produz crença sem ciência; os políticos são legítimos representantes daquela classe; mas, infelizmente, muito do que circula no meio dito evangélico, se enquadra nesse perfil.

Gente que crê num líder que idolatra, numa heresia que aprendeu amar, ou numa denominação com a qual acostumou. Ao invés de peregrinar no meio cristão como aprendiz dedicado da sã doutrina, traz “na ponta da língua” coisas que ouviu alhures, decorou sem compreender.

Os ministérios alistados em Efésios não foram preceituados para ensinar idiossincrasias, formar imitadores de ídolos humanos, mas, para um fim nobre, sublime; “… o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguem à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 12 a 14
 
Precisamos acostumar com o óbvio; verdade é verdade, mesmo em lábios ímpios; sofisma segue sendo o que é, até em ambientes “góspeis”. 

Infelizmente, quem está em apreço conta mais do que o quê está sendo apreciado. Assim, o ídolo é defendido, não a verdade. Paulo ensinou diferente: Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1; 8 Para ele, mais importante que anjo ou apóstolo ser o mensageiro, era o teor da mensagem.
 
Certa vez ouvi de um cretino que era “pregador” o seguinte: “Quando estiveres sem mensagem basta dizer que está vendo um anjo, que a igreja se empolga”.  Ora, anjo é mensageiro; e, mensageiro é para se ouvir, não para ver. Quem está incumbido do púlpito é o “anjo” da vez, para ajudar a “ver” melhor a Vontade de Deus expressa em Sua Palavra.

Vontade que tem sido vilipendiada por interesses mesquinhos. Não poucos deixam seus rebanhos atraídos pelas luzes de Brasília, e ainda “espiritualizam” suas escolhas dizendo aos seus seguidores que foram lá combater às “potestades espirituais” que dominam a nação.


Ora, quando alguém se rebela contra o propósito de Deus para sua vida, não combate contra uma potestade, acaba lutando contra o Todo Poderoso.  “Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 10 

Deus já tinha falado, não! Mas, Balaão orou de novo como que, pedindo “licença para pecar”… O Eterno “concedeu” que ele fosse profetizar maldições por ouro; aí a extrema humilhação; quem rejeitou a instrução de Deus, acabou tendo que aceitar de uma mula; ela viu o anjo, mas, o anjo da morte.
 
Não carecemos de novos Messias; mas, melhores expoentes do Único. Afinal, desde os dias do Velho Testamento Deus já anelava que os seus fossem conhecidos também pela sabedoria; deu ensinos precisos e acresceu: “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4; 6

Todavia, a história mostra que o povo não cumpriu; o que deu azo ao lamento do profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento;” Os 4; 6

“Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras ficarão para trás” Sabedoria oriental.

sábado, 30 de agosto de 2014

Aprisionando a besta

“Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;” Ef 3; 16
 
Paulo disse orar para que os efésios fossem corroborados, ou seja, fortalecidos, confirmados pelo Espírito, no homem interior.  Esse “homem interior” merece algumas considerações.
O notável filósofo, Sócrates, tentou explicar o ser humano usando a seguinte figura: “dentro de um invólucro de pele, uma besta policéfala, ( monstro de várias cabeças ) e no alto, um homenzinho.” A besta – explicou - tipifica a natureza indômita; cada cabeça um mau desejo, uma inclinação perversa. O homenzinho, geralmente impotente, a razão. Na sua concepção, o verdadeiro filósofo deveria “domar” a besta e se deixar guiar pela instância superior.
Ora, o que fez a qualidade, originalmente superior, sucumbir ao inferior foi precisamente a morte espiritual decorrente da queda. Ficou o entendimento do bem, sem força para praticá-lo. Paulo também ilustra a derrota do “homenzinho” ante a besta na luta de um bem intencionado sem o auxilio de Cristo. “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não  aprovo; o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.  De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7; 14 a 17
A reprovação interior pelos mal feitos são protestos inúteis da consciência que,  mesmo  ainda apta para identificar pecados é impotente para evitar, dada a supremacia dos desejos malsãos.
Quando o Salvador ensinou a necessidade do novo nascimento mirava aí; a restauração do homem interior, a vida espiritual. Nicodemos, por sua vez, pensou no pacote inteiro com besta e tudo. “Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3; 4 a 6
O homem natural, “carne” tende à decrepitude, pois, é refém do tempo; o homem interior, de posse da vida eterna é instado a renovação, crescimento, santificação. “Por isso não desfalecemos; ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4; 16
 
Nas coisas sócio-políticas da humanidade, geralmente, interior está numa posição subalterna em relação aos governos, que ficam na Capital; sede das decisões que afetam o país, estados; é a cabeça, ( cápita ) por isso, Capital.
Contudo, na “administração” da vida dos convertidos, o interior é capital. Digo; vitais são as decisões que derivam do espírito recriado, em Sintonia com o Espírito Santo.Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas, o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.” I Cor 2; 11 e 12
 
Esse fortalecimento do homem interior terá consequências. “Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura,  a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” Ef 3; 17 a 19
Coloca como raiz, fundamento do amor, sobre o qual, mais amor se edifica, em busca da plenitude de Deus. Que diverso da ideia corrente de buscar coisas de Deus, invés de Seu Ser! Por isso, após a renovação da vida, precisamos “oxigenar” a mente, para entendermos o novo ser gerado em nós, e seu fim. “…apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2
Vemos que agora, o “homenzinho”, razão, faz seu culto prendendo a besta, ( Sacrifício vivo ) não permitindo o extravasar nocivo de suas inclinações. O simples aprisionar o mal é já seu juízo, a eficácia da cruz. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8; 1