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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Dom de Línguas

“Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão, a Deus... Mas, o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação, consolação. O que fala em língua desconhecida edifica a si mesmo, mas, o que profetiza edifica a igreja.” I Cor 14;2 a 4

O dom de línguas é assunto polêmico no meio cristão. Há tanta mistura de coisas indignas, que, muitos, decepcionados passaram a rejeitá-lo como se, genuíno, não fosse.

Para a teologia pentecostal clássica, o dom é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Embora tenhamos os eventos de Atos onde se verificou em profusão, não basta para fazer disso, uma regra.

O Senhor e João Batista eram cheios do Espírito; entretanto, não há registro que falaram línguas. Estevão, idem; quando Lucas diz que não podiam resistir ao “Espírito com que falava” atina ao dom da Palavra da Sabedoria no qual se expressou de modo ímpar. Saul quando foi cheio do Espírito passou a profetizar; essa foi a evidência do Espírito na vida dele.

O fenômeno o dom de línguas é genuíno, atual; mas, não universal entre os crentes; isto é, não precisam tê-lo, todos, como se fosse um selo de aprovação espiritual, pois, não é. Nenhum dom é. São os frutos que identificam a árvore, como disse O Mestre; Paulo ampliou noutras palavras: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Já vi demônios imitando o dom de línguas, mas, com discernimento de espírito e autoridade na vida do ministro foram fingir noutros terreiros; já vi pessoas sem o dom fingindo ter como se fosse sinônimo de espiritualidade; também gente que possuía deveras, mas, por falta de experiência, maturidade, fazia mau uso. 

Entretanto vi também homens cheios de autoridade, mediante o quais O Senhor falou poderosamente com alguém, ou, com a igreja toda, assessorado pela interpretação. Mas, o que vi, observaria alguém, são minhas experiências, não, fundamentos. É. Mas, a Bíblia endossa isso sem minhas experiências.

Há uns que parecem ter visto e participado do que era fraudulento apenas; despertos saem decepcionados, concluem que tudo é fraudulento; não raro, falam com desdém fazendo piadas rasteiras sobre os pentecostais e sentindo-se os novos reformadores.

Ora, em nenhuma área há mais falsificações que na da palavra; heresias campeiam por aí, nem por isso abdicam eles da Palavra; antes, usando o próprio dom visam escrutinar e separar o falso do verdadeiro. “Examinai tudo, retende o bem”.

“O que fala em línguas edifica a si mesmo”; a igreja congregada é um corpo, não é hora do “si mesmo”; daí, fale consigo mesmo e com Deus, ou, esteja calado na igreja se, não houver intérprete; simples assim. Mas, para chegar a essa “simplicidade” é preciso ensino, disciplina, exemplo.

“O que profetiza é maior que o que fala em línguas;” pois, esse busca edificação da igreja, enquanto o outro, a própria. Se, a estatura espiritual de alguém se verifica a partir de seu altruísmo, escarnecer outrem, sentir-se superior por dominar melhor certo dom é sintoma de nanismo espiritual, não, de maturidade.

Sei que em determinados ambientes a coisa é uma espécie de “Vaca Sagrada”, mas, a carência é de ensino, não, de desprezo. Não falo dos retetés da vida onde até o espírito é estranho.

Outra coisa que escandaliza muitos é a falta de caráter, frutos, de uns, que, há pouco estavam linguarudos no templo; fora dele sua palavra e seu exemplo não valem nada. Claro que é grave.

Mas, parte disso deriva de uma compreensão errônea do próprio escandalizado. Era só um dom mal usado, não um selo de santidade. O simples mencionar o Nome de Cristo, como vimos acima, deveria nos apartar da iniquidade, com, ou, sem dons. Mas, escolhemos nossos escândalos favoritos.

Deparei com o texto de um “Neo-reformador” desses, onde esculachava grosseiramente dos “pentecas;” isso, num site secular, não, cristão; fazia humor.

Aquilo me incomodou, pois, associava o dom de línguas às heresias doutrinárias necessariamente. Desafiei-o a ler meus escritos; estão permeados de minha compreensão teológica, seja boa, ou, não; no devido lugar, entre cristãos, não aos olhos ímpios, poderia me ajudar, me corrigir. Faz uns cinco anos, ainda não apareceu; inda estou privado de tão preciosa ajuda.

Pois, recebi do Senhor o dom de variedade de línguas, fiz as criancices inicias, depois, cresci. Não atrapalha minhas ministrações na igreja, no rádio, e ajuda em minhas orações quando a mente está cansada.

Eu sei; são minhas experiências; é o meu dom de línguas; não me faz melhor que ninguém; tampouco, pior, que uns e outros que carecem doma de línguas.

domingo, 9 de abril de 2017

O Uno e o diverso

“Mas, a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;7

O fato do texto começar com, “mas”, o contrapõe, em parte, ao que vem antes. E antes vem a afirmação da unidade dos salvos, em um só corpo, um Senhor, um espirito, um batismo, uma fé, uma esperança...

Assim, fica posto o que é único, e, o que pode ser diverso. Após, estarmos no indivisível Corpo de Cristo, os salvos em qualquer denominação, temos a particularidade de sermos usados “segundo a medida do dom de Cristo”, o que, mesmo em essência sendo iguais a todos, nos diferencia.

Paulo versando sobre a diversidade dos dons espirituais disse que, O Espírito Santo, reparte a cada um conforme lhe parecer útil. Assim, um só Espírito, mas, com diversidade funcional dos salvos.

Posto isso, somos desafiados a mantermos a paz com os que são do mesmo Espírito, mesmo que, funcionem para Ele, diferente de nós. “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Ef 4;3

Infelizmente, cristãos, em grande parte, acostumaram a ter usos e costumes como doutrina; Aí, um que se veste diferente, ou, não usa os cacoetes de determinado ramo do cristianismo, se lhes torna um “herege” algo a ser denunciado, evitado. 

Precisamos aprender a diferença entre fatores culturais, do essencial. Por exemplo: A Bíblia aconselha: “Saudai uns aos outros com ósculo santo.” Ora, nós ocidentais não temos esse hábito; isso fazem os orientais. Nós costumamos apertar a mão ao saudar alguém. Quem está certo? Ambos. A intenção, a essência, é que se cumprimente afetivamente. O modo de expressar isso difere de uma cultura para outra. Ambos os gestos são válidos.

Quando esses cristãos falam dos desvios do cristianismo, sempre se referem a casca, vestes, aparência. Erros teológicos graves, como a “Teologia da prosperidade”, o fetichismo, o legalismo, arianismo etc. passam desapercebidos aos olhos desses vigilantes da fé alheia. Nem sabem o que significam aquelas palavras, pois, aprenderam a maldizer a pretenciosa teologia, que também não sabem bem do que trata, mas, como discorda em parte de suas percepções, deve ser algo ruim.

Usam o bordão de que na igreja deve reinar decência e ordem, e isso está mesmo na Palavra. “Mas, faça-se tudo decentemente e com ordem.” I Cor 14;40 Basta ler o contexto para ver que se trata de uso disciplinado do dom de línguas na igreja. Falarem todos em línguas estranhas, e ao mesmo tempo, pior, não tendo intérprete, soará indecente, aos olhos de um visitante qualquer. “Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?” v 23

Mas, para esses, as gritarias e desordens tipo reteté, são os “cultos de fogo”; eu, um maldito consumidor de “tiologia” querendo minar sua fé. Ser espiritual não equivale a ser barulhento, antes, humilde, bom ouvinte, discípulo, obediente... “Porque Deus não é Deus de confusão, senão, de paz, como em todas as igrejas dos santos. Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” Vs 33 e 37

Não que a igreja seja local para desfile de vestes indecorosas, mas, o bom porte dos servos do Senhor, por si, e o testemunho do Espírito Santo nas consciências, vai incomodar eventual descuidado, para que reveja posturas, sem carecer do julgamento de outro pecador que senta ao seu lado.

O hipócrita costuma confiar nas coisas certas que faz, ignorando os reclames da consciência que pesam sobre os lapsos, do que não faz. Muitas vezes seu orgulho disfarça-se de humildade. Quem precisa chamar atenção para seus “acertos” ainda ignora cabalmente seus erros. Veste bem o seu corpo, mas, sua presunção e soberba ainda desfilam nuas.

Aos disputantes de igreja em Roma Paulo perguntou: “Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai. Mas, estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.” Rom 14;4 E olha que, o contexto era sobre alimentação, nem se falava sobre vestes.

Então, ao que culturalmente é diferente de nós, ou, recebeu do Senhor dons diversos dos nossos, bem pode ser um de nós, se serve ao Mesmo Senhor, no Mesmo Espírito; Deus o recebeu. Onde homens usam saias, penachos de índios ou, pigmeus, ou, belos ternos com gravatas, em todos esses cenários, há servos de Deus genuínos, e hipócritas misturados. A vera doutrina bíblica é universal, aplica-se a todas as culturas; é capaz de transformar em santos, aos mais profanos, independente do cenário e do caldeirão cultural que viva.

Se alguém julga-se espiritual, reconheça que isso deriva da Palavra de Deus.