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sexta-feira, 10 de março de 2017

Brasília em Chamas

Houve um tempo, bem remoto, aliás, em que o Congresso Nacional dividia-se em duas partes; Situação e Oposição. Os primeiros, davam sustentação ao governo, enquanto, os demais, mantinham uma postura crítica. O número de partidos era razoável, nem perto da miscelânea atual. De acordo com as conveniências, cada sigla, alinhavam-se a um lado, ou, outro.

Hoje, dado o fisiologismo corrupto, temos tantos partidos, que, duvido que alguém, por em informado que seja, consiga dizer todos de memória. Pior, igualmente difusa é a ideia de lados opostos, pois, graças ao envolvimento de todos em malversações, invés de visões opostas sobre o melhor para o país, têm interesses comuns, atinentes ao melhor para eles. Em outras palavras, estão no mesmo barco, corrupção; temem a mesma onda, Lava-jato. Assim, associam-se lobos a chacais, no afã de legitimarem ao ilícito, cortarem as garras da Lei, para que esses oligarcas do lixo sigam impunes, a despeito do mal feito.

Quando o alvo das críticas era o PT, pois, estava no poder, eivado de corrupção, diziam que outros também estavam envolvidos; nunca duvidamos. Sempre disse que, não tinha bandidos de estimação, tipo: “Fulano é meu amigo; mexeu com ele, mexeu comigo.” Minha posição, quando mencionavam possíveis ilícitos de Aécio, FHC, etc. era de que, uma vez comprovada a culpa, pagassem por ela. Confesso que, de minha parte, a crítica ao PT era muito ácida, afinal, surgiram para ser dique, combater a corrupção, e se tornaram represa; apropriaram-se dela e ampliaram como “nunca antes na história deste país”.

Pois bem, através das delações premiadas o que está vindo à tona é que mui poucos escapam da roubalheira; além dos “confirmados”, Renan, Sarney, Jucá, Cunha, cúpula do PT inteira, Aécio estaria no mesmo barco, bem como, Serra e Alkmin. Meu discurso segue o mesmo; não tenho ladrões preferidos, abomino todos, que paguem pelo que fizeram.

Entretanto, dois homens que eu respeitava, Gilmar Mendes e FHC, em seus discursos têm se mostrado mais alinhados aos figurões de Lixópolis, que aos ditames da ética, probidade, justiça. Tentam atenuar ao famigerado Caixa Dois, dizendo ser apenas um erro, não, um crime. Afinal, argumentam, uma coisa seria usar dinheiro ilícito para comprar joias, iates, ou, outros bens; outra, usar isso como recursos de campanha para a reeleição. Cáspita!!! Se alguém me chutar o saco, tô nem aí se foi com tênis Nike ou Adidas, parto a cara do sujeito se eu puder!

Todo dinheiro ilícito que eles malversam é nosso. Do meu ponto de vista, acho que seria menos danoso, se, um pulha desses, tendo desviado um milhão, comprasse um iate para si, invés de comprar um canalha, ladrão e corrupto, para nós. Se o safardana está disposto a gastar uma fortuna para se manter no cargo, deve amar muito nosso país, ou, saber que será possível ressarcir os gastos com o “lucro” durante o mandato. Aposto minha vida na opção, “B”.

Pobre país, tão ruim de infra estrutura, estradas, educação, empregos, e tantas carências mais, que fariam necessariamente a pauta de um Congresso cívico, probo, com um mínimo de vergonha na cara. Entretanto, as muitas negociatas escusas que estão vindo à luz, têm posto aqueles a lutar por impunidade, malgrado, tenham sido eleitos para lutar por desenvolvimento.

Há muito a coisa deixou de ser partidária, ou, pontual. A corrupção é sistêmica, generalizada, e nenhum dos três poderes escapa. Não fosse a grande visibilidade mediante as mídias alternativas, e eles abafariam tudo num “acordão” noturno, e seriam “felizes para sempre”. De bom grado anistiarão a todos, se puderem, como tentaram deturpar as dez medidas, e o povo chutou o balde.

Imbecis amorais e imorais, poderão comemorar o nivelamento por baixo, com envolvimento de adversários em corrupção; um cidadão consciente vai comemorar quando todos forem presos, de qualquer sigla.

Todavia, é insano acreditar que vampiros doem sangue. Honestamente, não creio que, pelas vias institucionais se faça justiça, pois, isso demandaria que os insetos contratassem uma dedetizadora.

Dada a justa e tardia revolta popular contra essa sujeira toda, penso que, irremediavelmente rumamos a um regime de exceção, o qual, por pior que venha a ser, inda será infinitamente, menos danoso, que a roubalheira atual.

Faltam insumos morais em nossas famílias, sociedade; o caráter do cidadão comum é bem ruim, na média. Acho mui simplista a acusação de que não sabemos votar; isso equivale a supor que havia muitos probos que não foram eleitos, lamento, mas, não é bem assim.

O que não sabemos, mesmo, e escolher valores, princípios, e, em Brasília, nossa omissão eleva-se ao superlativo.

“Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas” ( Bruce Barton )