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domingo, 18 de junho de 2017

Grandezas pequenas

“Todos os presidentes do reino, capitães, príncipes, conselheiros, governadores, concordaram em promulgar um edito real estabelecendo que, qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou, qualquer homem, não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.” Dn 6;7

Os potenciais assassinos oblíquos de Daniel; digo; que pretendiam matá-lo sem sujar as mãos foram ao rei Dario com essa mimosa honraria que o fazia Deus Supremo, inda que, apenas por trinta dias. Incauto, ele assinou o famigerado edito. Isso lhe causou uma noite de profunda angústia quando viu que o leal Daniel fora lançado aos leões por causa daquilo.

Deixando a saga de Daniel quero meditar um pouco sobre o lugar das coisas. Spurgeon disse: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Foi justo, por almejar algo superior ao seu excelso lugar, que o “Querubim ungido” caiu de seu jardim de “Pedras afogueadas”, se tornou Satanás.

Do rei de Tiro temos: “teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; não passas de homem, ainda que estimas teu coração como se fosses Deus...” Ez 28;2

Dario era rei do Império Persa, algo grandioso; mas, infinitamente maior é a distinção entre essa grandeza e O Eterno; Senhor do Universo. Como ousou assinar um edito insano assim? Vaidade de vaidades, diria Salomão.

Aliás, ele disse mais: “A estultícia está posta em grandes alturas, mas, os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7 Essa inversão “pra baixo” ( onde os grandes eram diminuídos, não, as nulidades exaltadas) que considerou um erro do Governador, embora pudesse trazer prejuízo na administração terrena, seria menos danosa que a outra que eleva aos lugares de comando gente que não vale nada. Nosso país é perito nisso.

Todavia, nas coisas espirituais a grandeza é mesmo para baixo. Como árvore carregada de frutos tende a abaixar seus pesados galhos, os maiores na dimensão do espírito são humildes; não ostentam nenhuma pretensão de grandeza, antes, esvaziam-se por Cristo para servir. Ele mesmo ensinou: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas, não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o menor; quem governa como quem serve.” Luc 22;25 e 26

Disse que Seus servos tivessem a si mesmos em pequena estima, deixando a outrem a oportunidade de colocá-los no devido lugar. “Quando fores convidado vai, assenta-te no derradeiro lugar; para que, quando vier quem te convidou, diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.” Luc 14;10 Honra não é algo que devamos buscar; mas, eventualmente, nos busca. Como diz uma frase do Talmude: “A grandeza foge de quem a persegue, e persegue a quem foge dela.”

Contudo, muitos líderes espirituais padecem duas febres que combinam mais com ímpios que com fiéis; desejo por renome e autoritarismo. O primeiro ensejou uma geração de “Apóstolos” do ar condicionado, “desbravadores” de nichos comerciais, invés de abnegados por amor.

O segundo tem forjado “pastores” dominadores que vetam ao rebanho que visitem outras congregações, legalistas, ignorantes do conselho de Pedro, no tocante a eles. “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas, voluntariamente; nem torpe ganância, mas, de ânimo pronto.” I Ped 5;2

Se, cremos que “fará justiça o Juiz de toda Terra”, por que, agiríamos como o pródigo, nos apressaríamos ao deleite de posses que deveriam antes, ser conservadas, acrescidas, invés de, desperdiçadas? Aquele não almejou grandezas; se apequenou por prazeres. Esses têm prazer nas vaidades que acarinham, sem perceber, que, como Esaú trocam algo de valor inestimável por porção efêmera.

Um fruto, por delicioso que seja não se come verde. Igualmente, recompensas pela liça espiritual, invés de lugar têm um tempo oportuno; esse chegará após nossa peregrinação por aqui. Assim se cumpre: “O justo viverá da fé”; por crer que no devido tempo a “coroa da justiça” lhe será dada não se incomoda por ser reputado plebeu errante, nesse império de mentiras, injustiças e calúnias, malgrado, seja, Embaixador do Céu.

Sua fé permite sofrer, pois, “Vê” o que escapa aos olhos. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não vêem. Pela fé ( Moisés ) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;1 e 27

O sol da manhã no trópico Produz sombras enormes; mas, ao meio dia, o tamanho real dos corpos as esconde sobre eles.