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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Os incorrigíveis

“Ouve o conselho, recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” Prov 19;20

Num primeiro momento isso parece pacífico, fácil de assimilar; entretanto, nas veredas práticas a coisa não é bem assim. Somos a geração mais melindrosa de todos os tempos. “Lista negra” é racismo; um apelido inofensivo qualquer é bullying; usar devidamente o artigo masculino já soa a machismo; deveria ser x, parece; a ditadura do politicamente correto tudo faz para massificar tolhendo aos indivíduos, com suas qualidades e defeitos, na amorfa e insossa amálgama da massa.

Nesse espírito, qualquer nuance de correção, por necessária que seja, fatalmente vai deparar com falas diretas, ou, indiretas para que cuidemos de nossas vidas; somos livres para “curtir” elogiar, nada mais. Ensinar é pretensão; corrigir, invasão indevida.

Uma cristã compartilhou inadvertidamente um texto com valores totalmente diversos da Palavra; adverti-a sobre isso, mas, o fiz de modo educado; ela me excluiu do seu rol de amigos; outra, postou uma frase faltando uma palavra, o que revertia o sentido; mais uma vez, tentei ajudar; meu comentário foi apagado, embora, tenha ela corrigido o erro.

Outro dia deparei com uma “navegante” postando frases com as palavras “limdo” e “abemçoe”; educadamente avisei pelo chat para não envergonhá-la. Que nada, segue fazendo ainda mais barbáries com o pobre do m mais perdido que sapo em cancha de bocha. Em suma, só podemos aplaudir ou, calar.

Faz tempo, postei um anglicismo qualquer que num aspecto estava errado; uma amiga que é professora de inglês, cordialmente avisou-me do erro. Editei, corrigi e agradeci a gentileza dela, não doeu nada, antes, melhorou meu texto, me fez crescer.

Porém, como essa geração plena de melindres, suscetibilidades, avessa a toda sorte de correção lidará com as coisas de Deus? Ora, a conversão é bem mais que um ajuste ortográfico de pequena monta; é uma mudança radical de mentalidade; cambiando nosso parco modo de pensar pelo Divino. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Paulo em sua epístola aos Romanos amplia a ideia; “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, Vontade de Deus.” Rom 12;2

Claro que, correção não é algo agradável, mas, seu fruto é precioso. O preceito visa um fim, não, um sentimento. “Ouve o conselho, recebe a correção, para que “no fim” sejas sábio.” Prov 19;20

A epístola aos Hebreus desenvolve mais; “Na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão, tristeza; mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Um pouco antes, explica sua existência e os motivos, e, coloca dura sentença aos que a rejeitam: “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois então bastardos, não, filhos.” VS 6 a 8

Precisamos nos situar; ou, somos seres em estágio de aperfeiçoamento, enriquecimento cultural, espiritual, filosófico, que, eventualmente carecem correção; ou, somos obras acabadas, perfeitas; nossos atos e palavras refletem nossa perfeição.

Dado o fim a que conduz, A Palavra de Deus aquilata a correção como superior às pedras preciosas de alto valor; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11
Eli o sacerdote perdeu o posto, os filhos e a vida; fez Deus alterar uma promessa que lhe havia feito, por ter se mostrado incorrigível, justo, em corrigir as profanações de seus filhos; “Por que pisastes meu sacrifício e minha oferta de alimentos que ordenei na minha morada; honras aos teus filhos mais que a mim... Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;29 e 30

Servir Deus alheio à Sua disciplina não é servi-lO; é profaná-lO.


“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.”
Bruce Lee

domingo, 12 de novembro de 2017

Racismo e o Paradoxo de Epimênides

“Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro...” Tt 1;12 e 13

Historiadores dizem que o “profeta” cretense em apreço era Epimênides, que, ao ter dito aquela frase evocada por Paulo teria dado azo ao dito “Paradoxo de Epimênides”. Pois, sendo também cretense, e, “os cretenses são sempre mentirosos;” como disse, se, ele estava falando a verdade, mentia; mas, se mentia, falava a verdade. (???) Deu um nó? Soou paradoxal? Pois é.

Sócrates em seus ensinos acusou aos sofistas de “caçadores de palavras” para perversos fins. Embora não se trate aqui, de mero sofisma, há algo mais a ser considerado. Assim como um juiz sábio ao encontrar eventuais omissões nos códigos legais formula seu parecer atentando ao “espírito da lei”, um leitor avisado ao deparar com uma “contradição” assim rebusca-se de acessórios como lógica, perfil do autor, intenção, para dissipar a fumaça.

Nem sempre uma contradição verbal o é também em essência.

Epimênides era tido por alguém honesto e pio; sua atuação ao livrar mediante sacrifícios e preces a cidade de Atenas que sofria intenso surto de peste rogando ao único Deus que estava ofendido com uma traição oficial dos governantes que prometeram indulto e mataram sediciosos, reconhecera que ignorava o nome de qual Deus, amante da justiça, se deveria honrar pelo livramento. Sua ignorância honesta ensejou que houvesse o altar citado por Paulo; “Ao Deus Desconhecido”.

De alguém assim, com esse histórico de temor, reverência e honestidade se pode esperar tudo, exceto, que seja um reles mentiroso. Se, sua atuação profética abençoara à Cidade-Estado de Atenas, era mais que cretense da gema, digo, sua visão e atuação eram diversas da dos ilhéus comuns.

Então, quando disse que os cretenses eram sempre mentirosos, não pretendia legar uma informação com precisão de ciência exata; mas, denunciar como quem vê de fora, a inclinação de um povo em seu aspecto majoritário.

Nós mesmos usamos expressões verbais que não dizem exatamente o que queremos. Por exemplo, quando o mau caráter de alguém nos dana, exaspera, em momentos de ira o chamamos de “Filho da mãe”. Qualquer um sabe que a intenção sequer se aproxima de ofender à mãe do sujeito; nossa bronca é com ele mesmo. Assim, verbalmente expressamos algo que, intencionalmente é diverso.

Há algum tempo, quando a ditadura do politicamente correto ainda hibernava não havia a rigorosa patrulha atual dos caçadores de palavras que veem racismo em tudo. Benedita da Silva chegou a protestar contra a expressão, sempre tida como normal: “Lista negra”. Agora não pode; é racismo. Imagina se eu disser que quero firmar algo, preto no branco. É racismo contra qual raça?

Trabalhei em determinada fábrica onde meu superior me chamava de alemão, embora, meu sangue descenda de italianos, e daí? Mas, chamar alguém de negão caso ele seja isso mesmo, aí não pode.

Claro que o racismo contra todas as raças é abjeto e deve ser coibido, punido. Mas, precisamos poder respirar sem sermos acusados de separar oxigênio de gás carbônico, senão, a vida deixará de valer à pena.

Racista é quem diminui, restringe, recusa companhia, segrega, tolhe direitos, ofende... meras brincadeiras verbais todos cometem; ou, cometiam quando era permitido.

Quantos negros já ouvi dizendo de outros, em tom de brincadeira; “coisa de preto”. Nenhuma ofensa, nenhuma inimizade.

Aliás, ouvi de um branquelo, um gringo como eu que, num grupo de trabalho de cinco homens, tínhamos dois colegas negros; ele disse: “Racismo não deveria existir; era só matar os negros e isso acabaria.” Pros padrões atuais seria preso inafiançável etc. Todos riram, e os “ofendidos” disseram algo parecido sobre os brancos e ninguém se melindrou, ou, ofendeu; a vida seguiu.

Então, combata-se o racismo onde se manifestar e contra qualquer raça; mas, menos melindres gratuitos, menos caça às palavras; apenas, vigilância com as atitudes.

Perdemos o foco faz muito, desde que a política deixou de ser um instrumento para gerir demandas sociais e tornou-se uma fonte de gerar querelas banais.

Temos grave insolvência na saúde, desemprego recorde, malha viária em deplorável condição, professores, policiais sub-remunerados, mas, estamos “trabalhando” para perverter crianças, doutrinar adolescentes, e pasmem! alterar nossa bandeira, pois, precisamos de “amor”.

Os nossos paradoxos. Uma leva de políticos irresponsáveis que galgam o cume do poder prometendo cuidar dos interesses públicos; uma vez lá, cuidam de seus comodismos, carreiras.

Quem despende tempo e esforço em busca do banal, se verá frágil, impotente diante das demandas vitais.

Somos um país a deriva, com o leme em mãos frouxas, indignas. Enquanto sonolentos discutimos o sexo dos anjos,
eles saciam-se folgazes nos orgasmos múltiplos da corrupção. Demos um troante cartão vermelho a esses cretenses! Digo; mentirosos, cretinos!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O "Racismo" Divino

Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que semeares, a novidade da vinha” Dt 22;9

Embora a “semente” da vinha seja, usualmente, uma rama, da qual se faz  nova muda, o que temos acima é a prescrição da pureza, da não miscigenação de espécies para preservação dos frutos.

Se, no aspecto humano, a mistura racial é positiva, amalgamando culturas, gostos, na igualdade dos diversos, nas coisas da natureza a mescla foi vetada por Deus, sob pena da degeneração. 

Porém, objetaria alguém, os Hebreus eram racistas também, uma vez que, deveriam casar seus filhos apenas entre irmãos de sangue, não com gentios. Talvez.

Qualquer intérprete honesto que ler as Escrituras verá que a coisa não era bem assim. O veto tinha um cuidado espiritual, não, racial. “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois, fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; a ira do Senhor se acenderia contra vós, depressa vos consumiria.” Dt 7;3 e 4

Então, o “racismo” hebraico visava a preservação da relação com O Todo Poderoso, evitando a influência espiritual de povos que tinham seus cultos a deuses alternativos de sua própria feitura. Tanto é assim, que, estrangeiros como, Raabe, Rute, Urias, etc. mesclaram-se ao povo judeu sem problema algum. Um exemplo negativo da mescla, porém, foi Jezabel, que, trouxe consigo o culto a Baal, quando casou-se com o pusilânime, Acabe. Era isso que O Eterno vetava.

Ademais, nunca O Altíssimo se apresentou como “propriedade” exclusiva dos hebreus, antes, desejou que eles fossem um povo diferente, para servir de testemunhas a todos os povos, sobre o Caráter Santíssimo do Eterno. “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. Vós me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Êx 19;5 e 6

Ora, sacerdotes servem de mediadores entre Deus e homens; se, Israel fora vocacionado a ser Reino Sacerdotal, tencionava, O Eterno, que fosse um meio de reconciliar consigo todos os povos, não se tratava de um deus tribal, como acusam alguns. Aliás, quando da chamada de Abrão, patenteou Seu cuidado universal. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12;3

Entretanto, a “vinha” que deveria ter preservado sua pureza ao longo da história passou mui longe disso. “Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora os gentios, e a plantaste. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela deitasse raízes, e encheu a terra.” Sal 80;8 e 9 “Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;3 e 4

Eis as consequências de não se ter dado ouvidos a Deus! A degeneração, a produção de “uvas bravas”. Não precisamos pensar muito para sabermos que não se trata de uvas, estritamente, mas, de uma alegoria para os frutos espirituais, produzidos pelo povo escolhido. Isaías interpreta sua alegoria: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui, clamor.” Is 5;7

Assim, a vinha, outrora pura, tornou-se degenerada, incapaz de produzir os frutos ansiados por Deus, falsa. O povo que deveria introduzir Deus entre outros povos, tornou-se tal, que, para Deus, feito homem, caminhar entre eles enviou diante de si um precursor para “limpar” um pouco, dizendo: “Preparai o caminho do Senhor.”

A falha da primeira videira não significou o fracasso de Deus, antes, o absoluto fracasso humano, pois, mesmo O Eterno se dispondo a andar conosco, somos rebeldes, desobedientes, falhos. Videira se planta na Terra, e não havia “muda” que não fosse degenerada, falsa; o Plantador proveu do Céu, uma, impoluta, Jesus Cristo: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1

Embora muitos tentem “enxertar” em Cristo filosofias humanas, doutrinas espúrias, para O “Lavrador”, somente a Pureza de Cristo é aceitável, o demais, não passa de ramo sem frutos que arderá no fogo.


Enfim, misturem-se humanos de todas as raças, mas, nenhuma doutrina humana, à pureza da Bendita Palavra de Deus. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Meus castanhos olhos azuis

“Todo prudente procede com conhecimento, mas, o insensato espraia a sua loucura.” Prov 13; 16 

Nesse breve provérbio antitético temos dois sujeitos e seus predicados. Prudente x insensato; conhecimento x loucura. 

Embora a loucura, vulgarmente conhecida atine à privação das faculdades mentais, psíquicas, de sua vítima, temos outro exemplar que esposa a defesa apaixonada de algo, privado de conhecimento. Faceta, aliás, própria da paixão. Essa, como o nome sugere faz seu hospedeiro passivo, paciente, invés de ativo,  como seria o racional  que orbitasse fora de seus domínios voando na nave do conhecimento. 

O exemplo mais clássico dos danos da paixão se verifica nos torcedores de futebol; o mesmo lance que seria pênalty a favor é repudiado como roubo, se igualmente aquilatado quando, contra. Certas cores, uma bandeira, um nome, fomentaram a paixão num hospedeiro qualquer, e nessas coisas, a razão foi defenestrada. 

Igualmente ocorre nos meandros da política. Primeiro, que é um erro nela se engajar com uma doentia paixão por uma sigla e defendê-la a todo custo, contra fatos cristalinos usar a fumaça dos sofismas. Entretanto, isso ocorre a não mais poder. 

Se determinado prócer do partido A foi flagrado em roubo, corrupção presto, seus defensores querem achar acusação semelhante no signatário do B. Ora, não quero nem defendo corruptos de sigla nenhuma, pois, malgrado sua ideologia, discurso, bandeira, se, rouba, rouba a mim, e aos meus semelhantes, trabalhadores, pagadores de impostos como eu. 

Portanto, não me venham torrar o saco “limpando” um corrupto com outro; comprovada a culpa de ambos, cadeia neles! Sequestro de bens, banimento da política.  Sejam de quais partidos forem. 

Não torço por uma sigla, antes, pleiteio um país decente, será que é muito entender isso? Claro que a roubalheira escandalosa da vez é a do Petrolão. O quê têm feito seus “defensores” a respeito? Têm espalhado que os protestos do povo são por ódio ao PT; mais, que esse ódio deriva de vermos negros em aeroportos, pobres tomando avião, filhos de pobres estudando nos Estados Unidos, etc.

Gozado, mas, nas muitas faixas que li na última manifestação, nenhuma aludia contra presumidos méritos do PT; antes, todas bradavam contra a corrupção. 

Embora haja eventuais resquícios de racismo ainda no país, são coisas pontuais, não, de partidos quaisquer que sejam. Pobres tomam aviões, não por que o PT possibilitou; antes, o sistema capitalista que os “bolivarianos” odeiam enseja a competição entre as empresas aéreas, barateando o custo dos vôos, a ponte de, alguns, serem mais em conta que tomarmos ônibus. O sonho socialista do PT tolheria a competição e entregaria os céus do país a uma “Aerobrás da vida, sob a tutela do Estado.

Filhos dos pobres indo para os States? Por causa do PT? Não deveriam ir para Cuba, invés dos domínios dos “malditos imperialistas”. Isso não deve ser contado como vantagem, antes, desvio de rota.

Vemos que tais argumentos fracos não passam de marketing de sobrevivência, praticado por um partido “Walkin dead” que não “zumbizou” por culpa da oposição, tampouco, da “zelite”, mas apodreceu por seus próprios “méritos”.

Ademais, suponhamos que, aumentar o Bolsa Família fosse um “upgrade” invés de sinal de falência desenvolvimentista como é; mais, que os presumidos méritos econômicos do partido fossem verazes, invés de falácia, como eu deveria ler tal defesa? “O PT fez muito bem à economia, aos pobres, avançou nas conquistas sociais, portanto, dever ter carta branca, apoio, mesmo que perpetre mediante suas mãos, a maior roubalheira da história.” Essa é a leitura esperada? 

Ora, cara pálida, essa lógica tipo: “Rouba mas faz”, pra cima de mim, não! Tenho procurado gente que, como eu, abandonou o barco quando viu a infiltração das águas da mentira, engano, corrupção; mas, tenho me deparado com defesas apaixonadas, cegas, diatribes ocas, como se eu fosse um capitalista de “olhos azuis” que gratuitamente odeia aos pobres.

Meus olhos são castanhos sou trabalhador braçal, meus “defeitos”, pois, não são aqueles, antes, ouso pensar, tenho vergonha na cara, coragem de dizer o que penso, simples assim. 

Sei que sou bem incisivo, talvez até magoe pessoas em minha ousadia; Mas, as patranhas repetidas há mais de uma década pelo PT me magoaram muito também, pois, um dia acreditei neles. Então, não venham sofismar pra cima de mim. Apresentem argumentos verossímeis, defesas plausíveis, ou, recolham-se ao silêncio. 

Não tentem rebaixar a grave senhora razão aos porões úmidos e doentios da escura paixão. Se sua sede de se manter no poder é tão ávida que produz miragens, a minha pela verdade é sisuda, estoica, capaz de suportar o deserto da decência que passamos, sem lançar mão ao cantil da mentira. Ou encontro o sonhado oásis, ou, morro seco, mas, disso não abro mão, preciso desenhar?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O racismo e a massa



"Você não se sente sozinha aqui no deserto?
No meio da multidão também nos sentimos sozinhos.”
( Saint-Exupéry )
  
A brilhante definição do poeta francês expõe que, mesmo a solidão tendo sua faceta exterior, quando, em isolamento; também teu seu aguilhão interior que, pode ferir até em circunstâncias impensáveis, como, entre uma multidão. 

A massa nem sempre é encontro; na maioria das vezes é perda, anulação. O eu deixa de existir e “gruda” numa coisa acéfala, amorfa, estúpida, divorciada dos valores individuais.

Por exemplo: Torço para o Grêmio, embora, não frequente o estádio há muitos anos. Mas, quando ia, deixava de ser eu entre a massa. Vibrava, aplaudia, gritava com; abraçava desconhecidos, graças um fato comum simbolizado por três cores; Grêmio.  

Uma multidão sempre é heterogênea, composta de honestos e safados, corajosos e covardes; fortes e fracos; inteligentes e parvos; civilizados e bárbaros; etc.  Assim, a massificação nivela o que, absolutamente não está no nível. 

Outro dia, torcedores do grêmio cantaram frases aludindo à morte de Fernandão, ídolo colorado, provocando rivais, durante um Grenal. Ora, mesmo rivalidade acirrada deve ter limite, que paire acima de coisas abjetas como essa. A imensa maioria discorda daquilo, mas, foi a torcida do Grêmio, a massa. 

Agora, o clube será julgado por ofensas racistas que alguns imbecis dirigiram contra o jogador Aranha, goleiro do Santos. Na condição de gremista me envergonho uma vez mais. Como ser humano folgo, porque não estava lá; senão, a vergonha seria maior. 

O ridículo disso é que grande parte do elenco do Grêmio tem negros ou descendentes; a torcida os aplaude. Nem é racismo no sentido estrito do termo, mas, estupidez mesmo. Estou advogando-os? Não. Que respondam pelo que fizeram. Talvez, o Grêmio seja desclassificado no julgamento de hoje. Se for, nada a reclamar. Acharia justo se fosse outro time; acho também, sendo o meu. 

Somos sete bilhões de biografias sendo escritas, concomitantemente, cada uma com suas peculiaridades; mas, a bosta do “efeito manada” teima em tentar anular indivíduos. A ideia é fazer o que outros fazem; cantar o que cantam; pensar o que pensam; enfim, reitero; anular o eu. 

Deus não planejou assim, nem tratará com a massa. “...cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14; 12 Quando Pedro tentou “diluir” um toque especial na multidão Jesus não aceitou. “E disse Jesus: Quem é que me tocou? Negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta, te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude.” Luc 8; 45 e 46 A mulher do fluxo de sangue foi exposta, mas, abençoada, curada. 

Se, por um lado, os mandamentos são os mesmos para todos quantos pretenderem agradar a Deus, por outro a diversidade cultural, a individualidade são respeitadas. 

Basta ler com atenção a epístola aos Romanos para perceber isso. O que é individual, pois, é indivisível. Ao receber instruções pessoais Pedro quis saber também da sorte de João. “Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que  importa a ti? Segue-me tu.” Jo 21; 22  

No âmbito funcional da igreja, também, as diferenças são respeitadas. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?” I Cor 12; 12 a 17

Então, a unidade espiritual e a diversidade funcional ficam estabelecidas na “massa” dos salvos. Assim como é possível estar só na multidão para efeito de conforto pessoal; também  é no sentido de não ser absorvido pelos “valores” que a massa professa, caso discorde. Estar na massa sem massificar; preservar a identidade como as passas do panetone. 

Isso, tanto para efeitos positivos; andar entre os maus sem se tornar um; quanto negativos; congregar com os salvos mantendo-se ímpio. 

Se, é sábio que os pinguins se aglomerem durante uma nevasca aquecendo-se mutuamente, no prisma humano a sabedoria costuma andar meio solitária. “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos.” Ecl 9; 17