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domingo, 13 de janeiro de 2019

O Veneno da Verdade

“Estevão, cheio de fé e poder fazia prodígios; grandes sinais entre o povo.” Atos 6;8

A saga rumo ao apedrejamento não foi por algum sacrilégio, feitiçaria, adultério; por exemplo. O Espírito Santo capacitara Estevão a fazer prodígios, milagres entre o povo.

Quando um falsário tipo João de Deus faz suas mandingas e perversões temos cumplicidade, aquiescência, silêncio; porém, a um veraz, presto surge oposição.

A causa é a mesma desde Caim; inveja. “Também vi que todo trabalho e destreza em obras traz ao homem, a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

“Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, da Cilícia, Ásia e disputavam com Estevão.” V 9 Chama atenção a facilidade que a maldade tem de recrutar adeptos, dirimir diferenças movida pelo ódio comum. Contra Cristo, escribas, fariseus, saduceus, herodianos, malgrado, as diferenças e rivalidades uniram-se.

Agora; libertinos, cireneus, alexandrinos, cilícios, asiáticos todos “falavam a mesma língua”. Acho que isso explica porque o ecumenismo é tão fácil, tão natural para muitos.

Em comum o afrouxamento doutrinário, abandono da ortodoxia bíblica, que, A Palavra chama de “libertar-se” de Cristo; motim. “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra seu ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Voltando aos oponentes de Estevão; tinham um problema maiúsculo. “Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.” V 10 Natural evocar o texto de Paulo que diz: “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Poderia aqui um apressadinho objetar: “Como nada se, eles terminaram matando o que falava a verdade”? Paulo estava escrevendo aos cristãos de Corinto; assim, nada podemos contra a verdade os que somos cristãos. Ainda que ousemos contra ela, no fim, culminará em nada; pois, “ficarão de fora os mentirosos...”

Aqueles, porém, como a verdade não lhes era favorável recorreram ao “plano B”; “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” V 11

Almas prostitutas que topam tudo por dinheiro sempre existiu. Para tais, qual problema de contar solenemente uma mentira e faturar algum? Nesse sentido que Salomão ensinara que poder para vida ou morte está em nossa língua. Não como fazem parecer alguns falsários, que, nossa palavra tenha virtude como a de Deus.

Assim, acusando Estevão de Blasfêmia teriam atenção do Sinédrio; porém, para reforçar buscaram mais; “Excitaram o povo, os anciãos e os escribas... v 12

A multidão - diziam os gregos – é uma besta acéfala. Ou seja: Um monstro sem cérebro. Desgraçadamente é. Claques são contratadas em programas de auditório para aplaudir, o que, interesses mesquinhos mandam; e o restante do povo aplaude junto. Se, num ajuntamento como o que promoveram contra Cristo meia dúzia de incendiários começasse a gritar: “Crucifica-o” dali a pouco seria uníssono; e foi.

Essa acefalia suicida faz a fortuna de populistas; políticos, artistas ou falsos profetas. Os inocentes úteis; gado que berra que lhes mandam por absoluta inépcia na arena do pensamento.

Enfim, Estevão no tribunal exerceu direito de defesa. Seu discurso é uma joia de conhecimento escriturístico. Impecável. De Abraão, Isaque, Jacó; passou pelos Patriarcas, Profetas sem omitir nada relevante; até que chegou a Jesus Cristo.

Porém, quando concluiu que Esse era Inocente, que fora por eles assassinado foi a gota d’água; perdeu sua audiência. “Ouvindo eles isto enfureciam-se em seus corações; rangiam os dentes contra ele.” V 54

Não houve um veredicto oficial. Pelos crimes tais, previstos nos códigos tais, o réu fulano de tal é condenado por esse tribunal à pena tal. Nada. O tribunal era o principal réu na acusação de resistir à verdade; fora o Sinédrio que entregara O Salvador aos romanos e incendiara à “besta acéfala” pedindo a crucificação.

A condenação do infeliz foi sumária, emocional, selvagem. Levaram-no à força e cobriram de pedradas até à morte. Deprimente, quando, o Tribunal que deveria evitar o crime comete-o. Isso lembra algo?

Esse incidente é didático para entendermos por que a Palavra de Deus é tão combatida, e seus ministros probos odiados. Ela ameaça aos ímpios com seu “veneno” letal, A Verdade. Subornaram Darwin, Nietzsche, Marx, Sartre, etc. contra ela e não adiantou.

Como Estevão, destemidamente continua deixando nus, todos os assassinos de Jesus Cristo. Contudo, ela não os apedreja; tão somente exorta a que se arrependam e promete perdão.

O mesmo Senhor que se levantou do trono para honrar à fidelidade de Estevão É O Fiador da regeneração de todos que se arrependem.

Isso, ou, o mega motim que se forma já, sob a batuta do Anticristo para a eterna perdição.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Com ou sem, juízo?

“Examine, pois, o homem a si mesmo; assim coma deste pão e beba deste cálice.” I Cor 11;28

Exortação para que cada cristão faça um auto-julgamento honesto antes de atrever-se à “Mesa do Senhor”.

O julgamento não é algo reles, superficial; muito menos, sendo em juízo próprio. “Se consegues fazer um bom julgamento de ti és um verdadeiro sábio.” Antoine de Saint-Exupéry

O Senhor falou: “Não julgueis...” O risco de eu julgar a outrem exigindo dele a perfeição é que, fazendo isso estarei “legislando” contra mim; “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; com a medida com que tiverdes medido hão de medir a vós.” Mat 7;2

Ao examinar a mim mesmo devo ter algum critério para determinar se meus passos foram bons, ou, maus. Qual? O “critério” proposto por Satanás faz ser “O homem a medida de todas as coisas” como versou Nietzsche. Ou, “vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Assim, por esse viés um conhecido corrupto e ladrão se diz o homem mais honesto “destepaíz”. Julgamento padrão FIFA, digo; padrão capeta.

Quando O Salvador disse que a ninguém julgava não estava patenteando uma licença para pecar; antes, por ter vindo para propiciação dos nossos pecados não atuava como juiz, então; embora, Suas Palavras sejam a jurisprudência do julgamento futuro. “Quem rejeitar-me, e não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado; essa, o há de julgar no último dia. Porque não tenho falado de mim mesmo; mas, o Pai, que me enviou, Ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer; o que hei de falar.” Jo 12;48 e 49

“Porque o mandamento é lâmpada, a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23 ou, “Lâmpada para os meus pés é tua palavra; luz para meu caminho.” Sal 119;105

Assim quando me julgo à luz da Palavra, no fundo, Deus é que me julga. Claro que isso não é possível ao homem natural; ele não conhece, tampouco, obedece a Deus. Somente o convertido ajudado pelo Espírito Santo consegue isso. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Entretanto, o “não julgueis” tem sido usado como biombo por ímpios engajados que, à menor advertência para que se amoldem aos Divinos preceitos logo se ocultam atrás dele.

Ora, quando apresento A Palavra de Deus por juízo, como disse acima, não sou eu que Julgo; antes, é O Senhor. O juízo que ponho em relevo tanto vale para quem me ouve, lê, quanto, para mim. Estamos no mesmo barco. Quando O Salvador exortou a tirar a trave do próprio olho antes de ver o cisco no alheio vetou a hipocrisia; não, que se aplique a Divina Lei, sobretudo, quando o instrumento usado observa-a.

A Palavra não apenas declara idôneo ao que obedece, como o faz apto a disciplinar os rebeldes ainda. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Ademais, quando alguém me apresenta um tomo da Santa Palavra bem interpretada, independente de como ele vive, para mim é um feixe de luz que me mostra a vereda da vida.

Se, o tal não a observa e perder-se por isso é problema dele. Ouro na mão do bandido segue sendo ouro. O Salvador disse que se observasse os ensinos dos Escribas e Fariseus, só que não se imitasse seus exemplos; pois, ensinavam a coisa certa sem praticá-la.

Então, quando alguém confrontado pela Palavra apressa-se ao “não julgueis” querendo ou não, roga a Deus que se afaste. “Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não querem ouvir a Lei do Senhor. Que dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis; vede para nós enganos.” Is 30;9 e 10

Acontece que, o “me engana que eu gosto”, ou, “mente pra mim, mas diz coisas bonitas” cantado em prosa e verso, diante de Deus é abominável.

Há uma horda de “profetas” fazendo isso; desgraçadamente falta-nos recorrer a outro “biombo” atrás do qual conviria se esconder, nesses casos: “... deixai a mentira; falai a verdade cada um com seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” Ef 4;25

Acaso, nos cuidados com a higidez do corpo buscamos ao remédio doce, ou, eficaz? Então, façamos o mesmo com a vida da alma que vale inda mais.

Paixões naturais impedem que eu julgue bem a mim mesmo; porém se me despir das máscaras, colocar-me servil diante da Palavra, Ela me julgará bem; o “juízo” requer apenas arrependimento; por enquanto sou tratado em misericórdia. “... e a misericórdia triunfa do juízo.” Tg 2;13

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

As Coisas Loucas

“A mim, o mínimo de todos os santos foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo; demonstrar a todos qual a dispensação do mistério, que, desde os séculos esteve oculto em Deus...” Ef 3;8 e 9

“demonstrar... mistério... que esteve oculto...” Isso equivale a revelação; Depois que algo passou a ser demonstrável deixou de ser misterioso, opaco.

O teor dessa demonstração, segundo Paulo, traz as “... riquezas incompreensíveis de Cristo”.

Sendo demonstrável, mas, não compreensível, chegamos a certa “contradição”; na verdade o que o Apóstolo tencionou foi por em realce que o entendimento humano fica aquém da essência do Amor Divino, o que, aliás, propõe adiante; “Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” v 19

A compreensão das coisas espirituais requer um “Assessório” indispensável; “que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade...” 17 e 18

Essa “encruzilhada” explica, por exemplo, o fato de existirem ateus intelectualmente brilhantes, e seguirem bisonhos nas coisas espirituais. Se, a luz espiritual deriva dos olhos da fé, que eles não possuem, necessário que, sua compreensão nesse campo seja obtusa.

“Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;19 a 21

Quem leu “O Anticristo” de Nietzsche percebeu claramente que, o texto que mais irritava-o era, justo, o que sonega a primazia do intelecto dos bem nascidos, e, atribui à Soberana Vontade Divina, o capacitar a quem quiser; “Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são;” I Cor 1;27 e 28

Esses versos o deixavam irritado com o que, considerava doentio; essa “simpatia com os fracos e falhados”, como falava. E pensar que tem uma leva de “intelectuais” inclusivistas, “politicamente corretos” que se diz admiradora do referido autor, sem se dar conta que ele é a antítese do que professam. Você acha civilmente adequada, a promoção da acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, por exemplo? Ele achava enfermiço, doentio.

Se, os “olhos da fé” revelam preciosidades espirituais, a privação dos mesmos pode ensejar mentecaptos, até nas coisas que deveriam saber por serem naturais; como, lógica e coerência.

Embora, a pecha que a fé é cega, na verdade, ela apropria-se de coisas que escapam à vista, pois, essa sim é cega nos domínios daquela. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

As coisas visíveis insistem em gritar chamando pela fé; “Porque as suas (de Deus) coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

Interessante que, os opositores da fé não a consideram ilógica, demonstrando isso com argumentos plausíveis; antes, acham-na loucura, insanidade. Assim, quem precisa explicar as “razões” dos loucos? Se, Nietzsche acha doentio se importar com os desvalidos, esses acham enfermiço se importar com Deus.

O máximo que logramos (os cristãos) perante eles, é sermos inimputáveis por insanidade; Contudo, à luz da Luz, insanos, dementes, são eles; “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram; o seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;21

Migraram de certo grau de entendimento para o obscurantismo pela insensatez. Se, a Luz de Cristo amplia-nos a visão, Sua rejeição coloca seus agentes à mercê de outro “Senhor”; outra “luz”; “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Onde há boa vontade, disposição para crer, até “em Braille” se identifica O Criador; “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe...” Atos 17;27

Onde não, até a parca visão acaba desvanecendo; “Porque a qualquer que tiver será dado, terá em abundância; mas, ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” Mat 25;29

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Presunção; "nosso" lugar de Deus

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;22

Eis algo bem atual, falta de noção! Aqui, expressa de modo mais amplo. Um abismo entre o que, os tais, diziam de si mesmos, e o que eram, deveras.

“O homem, medida de todas as coisas”, na filosofia de Nietzsche, ou, antropocentrismo, numa abordagem teológica, a absoluta falta de Absolutos, enseja essas discrepâncias entre o juízo particular e a realidade.

Claro que, a constatação de que os pretensos sábios eram loucos, demanda um juízo sábio, superior, de quem possui o Saber Absoluto, Deus. De outra forma, fosse mera opinião de Paulo, seus apontados redarguiriam e fariam a ele a mesma acusação; a coisa se arrastaria indefinida à exaustão.

Há no inconsciente humano um devaneio de que, a liberdade seja absoluta, e não é, nem mesmo para Deus. Quando O Altíssimo diz: “Eu velo pela Minha Palavra para cumprir”, isso O faz “refém” de Sua Própria integridade, sem falar que ama as pessoas, e o amor, de certo modo, aprisiona também.

A fixa dualidade proposta, Deus, ou, inimigo; luz, ou, trevas; verdade, ou, mentira; salvação, ou, perdição; vida, ou, morte; restringe nossa liberdade a uma escolha simples, um lado ou, outro; as consequências virão “de lambuja”. Somos “senhores das escolhas e escravos das consequências.” Como disse Pablo Neruda.

Na verdade, o homem natural, dada sua escravidão às paixões da carne, sequer consegue escolher sozinho o caminho da luz, antes, teme-o. “...a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19 e Paulo amplia, expondo o motivo: Escravidão aos pendores carnais, aos instintos naturais. “Porque a inclinação da carne é morte...” Rom 8;6

Os defensores da predestinação advogam que, por essas e outras, os homens não têm escolha. Deus salva Seus escolhidos, sem nenhuma participação humana. Dizem, com acerto, que sem Cristo estão mortos, e perguntam, a título de argumento: “Pode um morto fazer escolhas?” A resposta óbvia parece ser, não. Entretanto, não é tão simples assim. O Salvador disse: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Ele coloca no indicativo: Ouvirão. Depois, no subjuntivo; os que ouvirem. Isso implica, necessariamente, uma escolha. Como pode ser? Bem, a confusão deriva de ignorarmos uma regrinha básica de interpretação ensinada por Paulo, onde acusa ao homem natural de não entender, enquanto o espiritual entende, “...comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13
Assim, o morto espiritual é alguém como Adão, pós queda, com consciência pesada, quando não, cauterizada, medo de Deus, escondido. Isso não equivale à não existência. Mesmo assim, objetaria alguém, se a morte é separação de Deus, vida na carne, e essa inclina-se a perdição, como faria, eventual escravo, a boa escolha? Eis uma boa pergunta!

Quando ensinou sobre a necessidade do Novo Nascimento, tanto para ver, quanto, entrar no Reino, O senhor disse que o tal se dá, “Da água e do Espírito.” A “Água” É A Palavra, O Senhor chamou de Água da Vida, quando essa jorra, quando é pregada, digo, O Espírito Santo atua paralelo, possibilitando ao pecador, a entender o básico do que está em jogo, e tenta persuadir a que esse faça a boa escolha. Sem forçar, entretanto, pois, há advertências quanto a não resistirmos ao Espírito. Resistência, óbvio, é escolha.

Minha escolha, por sábia que seja, pois, não me faz livre. Ou me faz servo de Deus, ou, me mantém onde estou na vida natural, que, como o mundo todo, “Jaz no maligno”. Claro que, em Deus, liberdade relativa existe; somos livres para atuar, dentro de parâmetros que não firam Sua Santidade. Alguém já ouviu de uma “Possessão” benigna? Digo, O Espírito de Deus pegando alguém à força? Contudo, legiões de demônios fazem isso todos os dias.

Certa vez, o assunto era homossexualismo, o Faustão disse sob muitos aplausos, que ninguém tinha nada com isso, cada um deveria fazer de sua vida o que quisesse, se intromissão de outrem. Porém, ao dizer como cada um deveria ser, intrometeu-se na vida de milhares que o assistiam. Assim, mostrou-se incapaz de beber o líquido que receitava.

Sempre que alguém nega o devido Lugar ao Criador, acaba, querendo ou não, tomando Seu lugar. Essa é a ideia, disse o capeta, esfregando as mãos! Enfim, pouco ou nada vale o que penso de mim mesmo. Aquele que sabe todas as coisas exporá o juízo perfeito.

Pois, nossa presunção nos inflaciona demais. Alguém disse: “O melhor negócio da Terra seria, comprar os homens pelo que valem, e revendê-los pelo que, pensam que valem.”

domingo, 31 de agosto de 2014

O lado bom de ser ruim

“E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. Entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus… disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, como teve misericórdia de ti. E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam.” Mc 5; 17 a 20
 
Temos aqui um contraste; os “lúcidos” pedindo que Jesus se afastasse; o ex louco querendo Sua companhia. O Senhor ordenou que anunciasse aos seus o ocorrido, o que, prontamente fez. Assim, os sóbrios regressaram à rotina indiferente; o restaurado se fez pregador.

O mesmo Senhor ensinou que, aprecia melhor a salvação, quem sente-se mais devedor ante Deus. “certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro, cinquenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais?  Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem.” Luc 7; 41 a 43
 
Então, não é exagero afirmar que, quanto pior, melhor. Digo, o pecador mais visível, que, sequer pode disfarçar-se tende a aceitar a salvação mais facilmente que, outrem, ostentando certa justiça própria.  Essa “superioridade”  era a doença dos fariseus que se sentiam justos, enquanto o populacho não passava de amaldiçoado. “Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus? Mas, esta multidão, que não sabe a lei é maldita.” Jo 7; 48 e 49  Alguns estavam impressionados com a fala de Jesus; os ruins; os “bons”, principais, não tinham se deixado enganar; sabiam a Lei.

Por sutil que pareça, temos aqui nuances do velho conflito entre razão e fé. Enquanto aquela monta sua equação entre os colchetes do mérito, essa, nada tendo a perder  recebe a graça proposta. Isso não é teoria psicológica, ou, teológica. Fato comprovado mesmo naqueles dias. “…Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça e não crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para  crer.” Mat 21; 31 e 32
 
É. Vendo a admissão dos maus, mais refratários ficam os “bons” à ideia de se misturar à gentalha. Acontece que classes sociais fazem certo sentido horizontal. Ante Deus estamos nivelados por baixo. Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” Rom 3; 10
 
A mesma Escritura, ( Lei e Profetas ) que os religiosos se orgulhavam por conhecer asseverava que seria assim. Que a mensagem do precursor do Messias seria uma “terraplanagem” nivelando todos. “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40; 4 Os pequenos na sociedade como meretrizes e publicanos eram aceitos; ( exaltados ) e os montes, lideranças religiosas hipócritas, abatidos.

João Batista, o homem do machado fez muito bem seu papel. “E não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. Também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” Mat 3; 9 e 10
Fora com a pretensão de santidade hereditária, mas, frutos!  E o primeiro da lista era o arrependimento, que os mais baixos produziram; e os “bons”, qual a figueira amaldiçoada contentavam-se com as folhas da presunção.

Em sua dura diatribe à teologia cristã, “O Anticristo”, o que mais irritava ao ateu Nietzsche era um trecho onde Paulo afirma que: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;  Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1; 27 a 29
 
Não que haja pré escolhidos, mas, uma condição racionalmente “estúpida” chamada fé, sem a qual, nada feito. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus.” V 18
 
Certo é que, a árvore da ciência produz seu fruto; mas, as questões pertinentes à vida, medram noutra Árvore. Os loucos sabem o caminho. “Bem aventurado o homem que acha sabedoria,  o homem que adquire conhecimento;… É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem aventurados todos  que a retêm.” Prov 3; 13 e 18