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domingo, 15 de outubro de 2017

A Palavra ou, os Gurus?

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Acossado pelos profetas de Baal Acabe fora à peleja; mas, Jeosafá que temia ao Senhor solicitou que se ouvisse um profeta Dele; Micaías o desafeto fora chamado e vaticinara que o rei morreria na peleja. Foi ferido, preso, e seguiu o baile; foram adiante mesmo assim.

Porém, Acabe pensou usar o bom coração, ingênuo, até, do rei de Judá, a seu favor. Se, a profecia dizia que o rei seria morto no combate, ele iria vestido como soldado; Jeosafá envergaria vestes reais; se, um rei deveria ser morto, que fosse ele.

Quem tem intimidade com Deus jamais pretende enganá-lO; primeiro, porque sabe que é impossível; depois, por ter aprendido amar à justiça e aborrecer à iniquidade; assim, prefere assumir suas injustiças a cauterizar a saudável voz da consciência enganando-se.

Os ímpios desacostumados ao contato com a santidade sentem-se bons, mesmo, sob a capa da hipocrisia e da arrogância. Ontem deparei com uma frase atribuída a certo Rimpoche que dizia mais ou menos assim: “Se você precisa de religião para ser bom, você não é bom de fato; apenas um cão domesticado”.

Essa “bondade” que muitos aplaudem traz em si além de outras coisas uma blasfêmia: Faz de Cristo mentiroso, pois, Ele disse: “...Ninguém há bom senão um, que é Deus.” Mc 10;18

O Salvador dissera: “Por que me chamas bom?” Ao ensinar que apenas Deus é Bom O Senhor não estava dizendo que Ele não era; mas, ao perguntar: Por que me chamas assim? Significa: Reconheces que Sou Deus?

O Salmista inspirado andou pela mesma senda: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento; buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, sequer, um.” Sal 14;2 e 3

Isaías ironizou as doentias pretensões de justiça dos ímpios: “Todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha; as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam.” Is 64;6

Paulo em seus escritos ecoou o mesmo: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Rom 3;10 e 11

Incautos que medem a si mesmos por seus próprios parâmetros de bondade; abominam certos erros grosseiros, mas, são cheios de malícias, maledicências, desonestidades, sobre as quais, passam por alto, quando, em si; embora, as vejam de longe se estiverem em outro.

Esses presunçosos devaneiam que não têm pecados; mas, segundo A Palavra de Deus estamos todos mortos em delitos e pecados. Por isso, não estou esposando que precisamos religião; um morto nunca será bom nem ruim, para efeito do que conta é apenas um morto.

Portanto, “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 O Senhor não é um adestrador de cães; É Pastor de Ovelhas, animais dóceis, que são facilmente conduzidos pelo Pastor. “Quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, elas o seguem, porque conhecem a sua voz.” Jo 10;4

Muitos vivem a insana ambigüidade de Acabe; ele cercava-se de falsos profetas conforme suas predileções; mas, na hora do vamos ver, tentava evadir-se ao Juízo Divino, pois, no fundo o temia. Seu ardil não deu certo, morreu mesmo vestido de soldado; Deus não estava julgando vestes, mas, caráter.

Os de hoje também amontoam para si gurus conforme suas comichões; gente que formula bem; embala em celofane ou seda, “verdades” que não passam de rótulos bonitos em potes de veneno. Deus adverte que somos maus e carecemos regeneração mediante a cruz de Cristo; eles dizem que já somos bons, não precisamos ser “domesticados”. Óbvio que eles tendem a ser ouvidos, mais que os servos do Senhor.

Na hora do juízo todos os gurus serão apenas réus; nenhum foi posto por mediador senão, Cristo; “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 e O Mediador disse que o Juízo será segundo Sua Palavra, nada mais: “Quem me rejeitar e não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48
Uma vez mais, vestes não contarão para desviar a sentença. Nossa presunção é um frágil cristal que a primeira prova mais séria despedaça.

“Que Deus me dê sucessos bastantes para não perder o entusiasmo; e os fracassos necessários para não perder a humildade.” Ivo Nesralla

sábado, 7 de janeiro de 2017

Cruz; o "mal" das Boas Novas

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Dois reis; Jeosafá, rei de Judá, Acabe, rei de Israel. Esse, após ouvir o vaticínio do profeta Micaías, de que morreria, na batalha, disfarçou-se de soldado, e sugeriu que Jeosafá pelejasse em vestes reais, assim, pensou, se o rei deve morrer, morra Jeosafá, não eu.

Além de egoísta, pérfida, sua atitude, era digna de um mentecapto. Ora, se o profeta falara da parte de Deus, era justo a Ele, que imaginava ludibriar. Quem pensa que Deus posse ser “enganável”, reduz O Todo Poderoso, Onisciente, à sua própria estatura. De um assim, O Eterno falou: “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Entretanto, centenas de profetas de Baal, nos quais confiava, aparentemente, tanto que eram mantidos pelo Estado, esses, digo, vaticinaram uma jornada vitoriosa, de modo que, parece, não teria nada a temer, de forma a que precisasse disfarçar-se. Por quê, o fez?


Sua rejeição ao profeta do Senhor, não derivava de ser, o tal, indigno de confiança, antes, sua mensagem não agradava. “...Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém, eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, senão, sempre o mal; este é Micaías, filho de Inlá.” V;7

Ora, quando me achego ao Eterno em oração, ou, mediante outrem, Ele me fala, se, for uma exigência minha que, agrade minhas vontades, quem é O Senhor? Quem, o servo? Quando o Salvador propôs a autonegação como indispensável para se ir após Ele, não falava de suicídio; a cruz significa o sacrifício das minhas vontades em prol da Divina. Paulo definiu com precisão: “Sacrifício vivo”. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus...” Rom 12;1 ou, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo...” Gál 2;20

Se há uma geração de pregadores ensinando seus incautos ouvintes a “exigirem, decretarem, determinarem” o cumprimento das suas vontades, O Eterno é inocente; são profetas de Baal.

Uma coisa precisamos entender antes de mais nada: “Deus não é Deus de mortos.” Todos que vivem suas vidas alienados Dele, ao alvitre dos próprios desejos podem estar até, felizes, vivendo assim, contudo, estão espiritualmente mortos. O Eterno ama-os, e chama a si, mas, o faz inevitavelmente através da cruz. Como seria agradável a homem natural uma mensagem que propusesse sua morte? Certo que promete também que ressuscitará com Cristo e será capacitado a andar em “novidade de vida”.

Desse modo, como Micaías, ao profeta idôneo cumpre ser portador de notícias más, para a natureza caída, ainda que, por sua eficácia redentora, e, intenção Divina que a impulsiona, a dura mensagem é nomeada verdadeiramente, como, Evangelho, Boas Novas.

Quando a coisa causa rejeição, muitas vezes, violenta até, isso não revela nenhum lapso no Emissor, tampouco, no portador da mensagem; antes, o receptor se revela indigno dela. “o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, aparta o seu coração do Senhor... será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem...” Jr 17;5 e 6

Na verdade, no fundo, os ímpios sabem que Deus está certo, que Suas demandas são justas. Contudo, tanto quanto podem, mascaram a própria obstinação, tentam macular a imagem dos mensageiros Divinos, invés de aceitarem a correção em suas vidas deformadas.

Se Acabe não soubesse, ser verdadeira, a mensagem do profeta, não teria se disfarçado tentando fugir do juízo pela esperteza. Não contava com um detalhe: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30 Então, mesmo disfarçado, a mão de Deus o alcançou, e, morreu em sua obstinada rebeldia.

Do mesmo modo, muitos sabem, no âmago das consciências, que Deus está certo, e, é justo Seu pleito pela mudança de mentes e atitudes. Contudo, cercam-se de conselheiros vãos, como os profetas de Acabe, preferem um “cautério” psíquico, à dor da cruz, que, mortifica as vontades malsãs, e, mediante obediência possibilitada pelo Espírito Santo, Selo de Deus nos salvos, santifica os renascidos na conversão.

Cheia está a Terra de profetas para todos os gostos, e uma minoria, ao Gosto Divino. Esses não falam bem de pecadores, porém, apresentam o Sumo Bem, Jesus Cristo, graça que salva; se, o tal remédio é amargo, sua eficácia é inegável.

Tanto podemos nos disfarçar mudando as vestes, quanto, nos desnudar mediante arrependimento e confissão, para sermos revestidos de Cristo. As alternativas não envolvem modelito para uma festa, antes, são a diferença entre vida e morte; “escolhe, pois, a vida...”

quarta-feira, 9 de março de 2016

Duplo ânimo; desanimador

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste as tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Acabe, o rei pusilânime cercava-se de falsos profetas que o bajulavam e evitava Micaías, Profeta do Senhor, pois, “nunca fala bem de mim” dizia. Bem, o Vate o advertira que seria inglória aquela batalha, com a morte do rei. Invés de se dar por avisado e não ir à peleja, usou uma estratégia para burlar À Palavra de Deus. Jeosafá, rei de Judá, lutaria em trajes reais, ele, disfarçado de soldado comum. Se, um rei morreria na luta, antes ele do eu, pensou.

Deus advertira da morte de certa pessoa, não de alguma veste, de modo que, sua “esperteza” não funcionou. Mas, o que quero apreciar agora é a duplicidade de coração, vício que assoma de suas atitudes. Não queria ouvir ao profeta, mas, no fundo, temia sua mensagem. Todo ser arbitrário pode decidir crer, ou, duvidar de algo; mas, não pode fazer duas coisas excludentes ao mesmo tempo, se, goza de alguma sanidade psicológica.

Duplicidade é o tema de Tiago, vejamos: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” 1;8  “Sede cumpridores da palavra, não, somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” 1;22 “De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial, água doce e amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.” 3;10 a 12 “Chegai-vos a Deus, ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” 4;8 etc.

O jovem rico que sentiu-se atraído por Jesus, mas, trazia em sua alma o apego material foi testado nisso e reprovado. Não que devamos vender o que possuímos e darmos aos pobres, embora, tenhamos que socorrer aos necessitados; porém, O Salvador demandou isso para mostrar onde estava, seu coração. Nossa hipocrisia é tão grande que somos capazes de enganar a nós mesmos. Há mentirosos contumazes que parecem acreditar nas próprias mentiras. O país está cheio deles, na política, sobretudo.

O Senhor não deseja “decisões” nebulosas, como Acabe que acreditava duvidando. Falando a uma multidão que O buscara por interesses desafiou-a, a comer Sua Carne e beber Seu Sangue; a galera foi debandando à “dureza” do discurso; nem se deram ao trabalho de perguntar o sentido das estranhas palavras. O Salvador não se preocupou em ser “legal” contar uma piada para manter audiência, nada. Depois que todos se foram, exceto os doze, perguntou se, também eles queriam “dar no pé”.

É fácil filosofar sobre a preferência da qualidade à quantidade; mas, viver isso na prática são outros quinhentos. Para O Senhor é assim. Ou, nosso coração é Dele, ou não é; não existe espaço intermediário. Que cada um que deixe patente sua escolha: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

No Desafio do Carmelo Elias denunciou também a duplicidade de um povo que oscilava entre O Criador e Baal. Tendo O Senhor feito cair fogo do céu, o povo decidiu: “Só O Senhor É Deus”! Mas, no dia seguinte, muitos estavam em perseguição ao Profeta, a mando de Jezabel. Não é fé a ação do que professa uma coisa e faz outra. É auto engano.

Como Acabe, as pessoas tendem a trocar roupas apenas, invés de mudarem de atitude. A fé triunfa às circunstâncias, não, cambia ao sabor delas. Deparei com um post no Facebook onde alguém dizia que a Bíblia cairia em descrédito, pois, teria sido encontrado o “Evangelho de Barnabé” que desmentiria os demais.

Que gente sem noção! A Bíblia, cujo Canon, passou por vários concílios, foi alvo de perseguições, destruição, cruzou incólume à ponte do tempo, transformando, salvando milhares de vidas, seria, de repente, lançada ao descrédito por um papireco apócrifo que surgiu num limbo qualquer??

Comentei que alguns pensam ser Deus, como o rei do jogo de xadrez que, devidamente cercado, xeque-mate. O que pensam esses imbecis do Eterno? O que pensam da fé? A única descoberta que pode mudar alguma coisa é, justo, a fé em Deus, por meio daqueles que ainda a desconhecem. Transporta da morte para a vida. O resto, é mais do mesmo; mudam as vestes, não o condenado à morte.


Quem crê, a surgirem “provas” contra Deus, as reduz a pó; quem espera tal surgimento, mesmo professando fé, duvida. Sabe que está indo pra morte, mas, escolhe desobedecer.  

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Quando Deus fala mal de nós

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18; 29

Temos dois Reis entrando em combate; Jeosafá, rei de Judá, e Acabe, rei de Israel. Esse disse que lutaria disfarçado, como se não fosse rei, embora, aconselhou, que seu colega ostentasse as vestes reais.

Por quê essa diferença? Porque, não obstante centenas de profetas falsos terem vaticinado vitória, Micaías, o profeta do Senhor, previra a morte do rei de Israel. Deve ter imaginado que, vestido de soldado deixaria de ser rei por um momento, ou, que, se fosse morto Jeosafá em seu lugar estaria “bom para Deus”; acontece que, sua tática não funcionou. Foi atingido mesmo disfarçado, e morreu.

Sua “providência” revela uma faceta doentia da raça humana. No fundo, sabemos a verdade, mas, preferimos o conforto espaçoso da mentira. Se, todos os falsos profetas que o cercavam disseram que seria vencedor, por quê temer? Se, Micaías era verdadeiro, como parecia saber, por quê cercava-se de inúmeros falsos, invés de dar ouvidos ao profeta genuíno? Ele mesmo dissera: Eu o detesto por que nunca fala bem de mim. Aqui está o retrato de nossa doença; não queremos a verdade, queremos a lisonja.

Mineradores chamam de “ouro de tolo” determinada pedra ordinária que, num olhar superficial parece ouro, mas, vista amiúde, não vale nada. Me ocorre uma trova de Fernando Pessoa: “Tens um anel imitado, e vais contente de o ter; que importa ser falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Muitos da presente geração não apenas aceitam ao ouro de tolo, senão, que o buscam. A imensa maioria do que se posta nas redes sociais visa precisamente esse “minério”.

“Falso
Todo mundo admira um falso
Eu também preciso ser mais falso
A verdade gera confusão”.
Uma canção popular eternizou essa doença, onde autenticidade, verdade, acaba sendo um fator de desagregação.

Mas, quem disse que ser gregário é mais importante que ser verdadeiro? Na verdade, não importa com que roupa eu vou, pois, se vou sabidamente contra a Vontade de Deus, como foi Acabe, estarei indo de encontro à morte.

Sim, tudo o que enfeita nossas vidas como se fossem praças na época natalina, por luminoso, vistoso que o adorno seja, se, sua motivação é o falso, óbvio, não tem valor nenhum.

O falso, além de matar seus cultores, mata até quem não deveria morrer; um exemplo: Lula, possui dezenas de títulos, de “Dr. Honoris Causa” Doutor por questão de honra, em Latim. Comenda que se confere a destacados cidadãos, pelo caráter, feitos, cultura... mas, seus feitos são pífios, sua cultura, idem, seu caráter o recomenda à prisão.

Suponhamos que um proeminente qualquer receba agora, tal distinção; poderia se orgulhar com motivos, mas, dirá outrem, grande coisa, o Lula tem dezenas em casa. Então, ele não foi enobrecido ao receber honrarias falsas, antes, o título foi envilecido, perdeu valor.

De igual modo, Deus, se falasse pra nos agradar invés de corrigir, quando estamos errados, envileceria valores excelsos que ama, como Verdade, justiça, santidade... ademais, quando caminhamos pra morte, é outro valor inda maior, Amor, que o move a advertir-nos dos riscos que estamos correndo. Deus preza muito suas comendas, não coloca insígnias de santo, no que é profano.

Desse modo, quando “fala mal de nós” como Micaías de Acabe, no fundo, fala bem, pois, visa contrariar nossas escolhas suicidas.
Acontece que, diferente dos fofoqueiros que falam de nós, O Pai fala para nós. A um que foi rebelde contínuo, enquanto O Santo tolerava, prometeu uma “Retrospectiva”: “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu; mas, eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 21

Infelizmente, para a mentalidade medíocre, quem me ama me elogia, me convém; quem me corrige é um desmancha-prazeres, quero distância. Ora, é preciso coragem pra enfrentar a morte, mesmo, quando se veste de hipocrisia. Todos “filosofam” coisas profundas sobre autenticidade, verdade, denunciam ao falso, etc, sem perceber que, a imensa maioria sentir-se-ia ofendida se forçada à viver da forma que diz crer.

Quanto a mim, prefiro entrar no túnel escuro da crítica, correção, desde que, no fim desse, esteja a luz da Verdade, iluminando a vereda da Vida Eterna, que ser instigado por muitos aplausos, a saltar de um luminoso trampolim, para mergulhar garbosamente no lago de fogo da perdição.

Acabe, o mau rei disfarçou-se de soldado temendo pela vida; a nós se ordena que pelejemos “disfarçados de reis”, digo, revestidos de Cristo, O Rei dos Reis, se, invés de aplausos, nosso alvo é a vida. Senão, tanto faz; com qualquer veste, estremos nus.

domingo, 28 de setembro de 2014

O hábito e o monge



“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me eu, então entrarei na peleja; tu, porém, veste as tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel e entraram na peleja.” II Cr 18; 29  “Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado,  ponham a coroa real na sua cabeça.” Et 6; 8   

Nos textos em destaque temos dois casos de vestes trocadas. No primeiro, o rei Acabe disfarçado de plebeu; no segundo, o servo Mardoqueu com vestes, coroa e cavalo de Rei.

Assim como dizem que, o papel aceita tudo, também o corpo; digo, cada um pode se vestir como quiser. Entretanto, nos eventos em apreço a escolha dos “modelitos” derivava de circunstâncias a considerar.  

Acabe convidara Josafá, rei de Judá, para uma investida conjunta contra  Ramote de Gileade. O rei aceitou, mas, condicionou que Deus fosse consultado. Acabe apresentou uma malta de profetas de Baal que prometeu vitória fácil na peleja. 

Josafá, porém, pediu que se ouvisse um profeta do Senhor. Micaías  vaticinou a morte de Acabe e derrota no combate. Mesmo assim, o monarca seguiu em seu intento. 

Porém, resolveu empurrar a “batata quente” para Josafá. Sabendo que seria o alvo principal dos adversários decidiu vestir-se como mero soldado, tentando, via astúcia, evadir-se ao cumprimento da funesta previsão.

Assim, suas vestes simples nada tinham de humildade, antes, era indício de safadeza. Como não se pode ludibriar a Deus, o estratagema não adiantou; foi morto do mesmo modo. 

No caso de Mardoqueu, servo no reino de Assuero, ouvira falar de uma conspiração contra a vida do Rei e denunciara; investigaram, comprovaram a denúncia e justiçaram aos sediciosos sem recompensa alguma ao judeu por sua lealdade. 

Porém, quando a vida de todos os judeus estava ameaçada pelo príncipe Hamã, a rainha Ester e Mardoqueu jejuaram e oraram por livramento. Deus ouviu e enviou  insônia ao rei, que, como não tinha televisão para se distrair ordenou que se lessem as crônicas perante ele. 

Em dado momento se achou sobre a denúncia de Mardoqueu que lhe salvara a vida. Então lembrou que recompensa nenhuma lhe fora dado por isso. O próprio Hamã foi convidado a opinar como o rei deveria honrar a quem desejasse e sugeriu as vestes, coroa e cavalo do rei num tour pela cidade pensando em honra para si. Nesse caso, as vestes trocadas significavam honra, respeito. 

Esses incidentes, porém, são pontuais, circunstanciais. Normalmente andamos com as nossas roupas. 

Entretanto, quando a Bíblia fala em vestes, não raro, é uma metáfora para caráter, atitudes. Por exemplo: “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9; 8 O contexto imediato fala de obras;  em apocalipse é expresso o sentido da metáfora; “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19; 8 

Assim,  “O hábito faz o monge” deve ser interpretado como, as atitudes demonstram o caráter; ou, o fruto identifica a árvore, como ensinou O Salvador. 

O vício mais recorrente nas denúncias Dele era a hipocrisia, que, outra coisa não é, senão, desfilar com as vestes trocadas. Um caráter tortuoso, malsão, e  ostentação piedosa, santa. O Mestre ilustrou isso como um sepulcro; cal por fora, podridão por dentro. 

A conversão, além de outras tantas figuras usa essa: Lavar as vestes com sangue. “...Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” Apoc 7; 14  

Esse branqueamento é o traje a rigor, sem o qual seremos “barrados no baile”. “E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? Ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores;” Mat 22; 11 a 13  

Assim, não valem nada as vestes de pretensa esperteza para evadir-se ao juízo Divino como intentou Acabe; antes, basta que tenhamos uma postura de lealdade ao Rei, como Mardoqueu, e a seu tempo Ele nos honrará com Suas vestes santas. 

Quando recebemos Seu Ser, e O deixamos nos conduzir, em parte já estamos em trajes nobres, ainda sobre a Terra. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo.” Gál 3; 27  

Diverso da moda que cambia a cada quinze dias, as vestes de Cristo nos mudam um pouco a cada dia; nos paramentam de justiça para vermos a face do Rei. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5; 8