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sábado, 7 de maio de 2016

A rejeição das palavras, da Palavra

“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Tenho deparado com muitas, ácidas, postagens depreciando palavras, afinal, a virtude reside nas ações. Tal distinção a própria Bíblia se encarrega de fazer: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas, em poder.” I Cor 4;20

O contexto de tal frase, contudo, foi de certos agitadores que apareceram em Corinto na ausência de Paulo; sabedor, disse queria conhecer-lhes a virtude, uma vez que, das suas palavras já soubera.

Tenciono sempre, ao escrever, por em relevo ensinos bíblicos, jamais, os ofuscar, distorcer, contrariar; então, se assim A Palavra afirma, assim subscrevo, assim é.

Contudo, a superfície do lago não basta para revelar seu todo. Primeiro, não é o uso das palavras que a Bíblia combate, antes, o agir diverso do que se fala, o que configura hipocrisia, largamente combatida por Jesus. Ademais, esses “filósofos” de Facebook que atiram para todos os lados com armas alheias depreciam o uso das palavras, através de, palavras.

Ora no que tange à Palavra de Deus, ela mesmo insta-nos que anunciemos a tempo e fora de tempo, pois, “... a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Óbvio que, alguém cujo testemunho de vida conhecemos, e destoa do que ensina, não nos interessa, sendo seu viver a antítese de seus sermões; entretanto, outro que, desconhecemos a vida, e, graças aos meios de hoje podemos conhecer os pensamentos, rejeitarmos por que são meras palavras, tal rejeição não deriva de lapsos no emissor da mensagem, antes, no receptor, nos valores que tal, esposa.

Certo é que, quanto maior for a luz de quem ensina, diretamente proporcional será a responsabilidade perante O Eterno; mas, isso é problema dele, não de quem lê. Tiago disse: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Verdade é que é muito mais fácil rejeitar algo que nos desafia, como se, indigno, desse modo a “virtude” estará conosco, o vício alhures, que ter a coragem de se olhar no espelho, e, uma vez identificando alguma sujeira, lavar-se. O mesmo Tiago aludiu a uns que até miravam-se, mas, não se lavavam. “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24

Interessante que tais foram postos como enganadores de si mesmos. Na verdade, malgrado a forma, os instrumentos que O Senhor use para que o Evangelho chegue a alguém, no fundo, trata-se de uma disputa entre luz e trevas, tendo o ouvinte como alvo.

A escolha sempre será livre, como foi, aliás, ante o próprio Salvador. Acusou Seus ouvintes, não de rejeição a meras palavras, antes, à Luz, pela perseverança nas más obras. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

É próprio da luz iluminar, aclarar o teatro das ações, que, nesse caso, mostra os valores do céu; não é um agir, estritamente, mas, possibilitar agir segundo Deus. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para meu caminho.” Sl 119;105

Concluindo, deve ser cabalmente reprovável, rejeitada, qualquer espécie de atitude hipócrita; contudo, muitas vezes a própria “filosofia” do que rejeita aos desafios Divinos, mediante Seus comissionados, não passa de hipocrisia, de um que recusa ter sobre a cerviz o Jugo de Cristo, e, ainda pretende sair desfilando sua loucura travestida de sabedoria.

A escalada no Monte Santo é árdua, lenta, mas, contínua, para aqueles que, humildemente fazem a boa escolha. Tais, são reputados justos, graças à justiça de Cristo. E O Espírito Santo ajuda-os, na aquisição paulatina, de mais luz a cada dia. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18


Enfim, seja nosso, não, à hipocrisia, derivado de nosso Sim, a Cristo; por termos aprendido Dele, a conjugar valores e ações, no Santo Jugo da Integridade. 

domingo, 17 de abril de 2016

Aflições, o preço da vida

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate, aflições.” Heb 10;32

Interessante teor dessa exortação feita aos hebreus. Apresenta os combates, aflições, como consequência de terem sido iluminados. O labor inicial do inimigo é preservar seus cativos na cegueira. “Mas, se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 3 e 4

Contudo, aos que que têm olhos abertos pelo Senhor, esses, persegue, aflige. Diz-se, vulgarmente: “O que os olhos não vêm, o coração não sente.” Em parte isso é verdadeiro. Em parte, pois, saudade, por exemplo, sentimos de algo que escapa às nossas vistas. Mas, a ignorância espiritual pode ensejar sensação de segurança a alguém morto.

Lembro o comercial de certo detergente que dizia: “Porque se sujar faz bem”. A ideia era que, é salutar crianças brincarem livremente nessa idade de tantas descobertas, o que acaba sujando-as, mas, que fossem felizes, o dito sabão cuidaria da sujeira.

Tanto quanto, crianças tendem a se sujar de modo divertido, assim, nossa natureza. É muito mais fácil o pecado, mais confortável o escuro. Paulo escrevendo aos romanos lembrou-os de como era tranquila a vida deles, antes do advento da luz, disse: “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Ou seja: Não tínheis compromisso com obras justas, podíeis fazer o que quisésseis. Porém, restava uma questão: “Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Vemos que as facilidades de se viver “no escuro” alienados da justiça, são, no fim das contas, contraproducentes, pois, induzem à morte. Salomão dissera: “Há um caminho que parece direito ao homem, mas, seu fim são os caminhos da morte.” Prov 16;25

Assim, a Luz de Deus não incide sobre nós para que tenhamos facilidades, antes, vida. Aliás, o pretenso convertido que puder se gabar que vai tudo de vento em popa, sem problemas, “só vitória” como jactam-se alguns, tem boas razões par duvidar de sua regeneração. Combates, aflições, são inerentes à vida cristã.

Pedro expressou isso: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas, alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas, quanto a vós, é glorificado.” I Ped 4;12 a 14

Vemos que nossa firmeza, mesmo entre aflições, resulta na Glória de Deus. Nem toda aflição, porém, deriva de ataques do inimigo por causa de nossa fidelidade. A maioria delas, aliás, se dá pela infidelidade, por ficarmos aquém das Santas demandas do Espírito de Deus em nós. Há justos que sofrem sem causa própria, como Jó, Jesus Cristo, e, eventualmente, qualquer de nós; mas, geralmente arde o fogo das aflições com nossa própria lenha.

Se nos afligimos por que falhamos é a correção de Deus nos buscando; “Porque o Senhor corrige o que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Também aqui deriva de termos sido iluminados, pois, como saberíamos que afrontamos Deus, se, desconhecêssemos Sua Vontade? Assim, nossa “conta de luz” espiritual requer que andemos segundo o que sabemos, para que a eficácia do Sangue de Cristo incida sobre nós. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Porém, se, fazendo tudo certo formos afligidos, aí será o inimigo “pagando recibo” que, Cristo em nós está visível como uma cidade edificada sobre um monte. Não descansemos até chegarmos a isso.

Pois, os hebreus, alvos da exortação inicial entraram à fé com bravura, suportando combates, mas, pouco a pouco começaram fraquejar; por isso, a evocação de seu bom início, e mais: “Não rejeiteis vossa confiança, que tem grande, avultado galardão. Porque necessitais paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa... Mas, o justo viverá da fé; se recuar, minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas, daqueles que creem para conservação da alma.

” Vs 35, 36, 38 e 39

sexta-feira, 25 de março de 2016

Estrelas incompreendidas

Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas, sempre, eternamente.” Dn 12;3

Temos um exemplo de paralelismo sinonímico, comum na poesia hebraica, onde, a mesma coisa é dita duas vezes, porém, de modo diferente; assim: a) “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento; b) “Os que a muitos ensinam a justiça, (resplandecerão) como as estrelas, eternamente.  Então, temos o ser sábio, equacionado a ensinar justiça; resplandecer como o firmamento, a resplandecer como estrelas.

Mais do que a essência dos sábios em si, a meu ver, o texto onde Daniel vaticina os últimos dias, aponta para as circunstâncias adversas à sabedoria que reinariam então. Como as estrelas só podem ser vistas no escuro, assim, num cenário de total inversão de valores, trevas morais, eventual justo seria notado em destaque, como uma estrela à noite.

Isaías, vaticinando o ressurgimento de Jerusalém, para Deus, também o fez num cenário de contraste. “Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, a glória do Senhor vai nascendo sobre ti; porque as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor virá surgindo, sua glória se verá sobre ti.” Is 60;1 e 2

Diverso do devaneio ufanista de alguns, que nos últimos dias a Igreja viverá um avivamento, o contexto sugere apostasia; as trevas cobrem a Terra, junto subsome uma igreja apóstata, mundanizada; Deus, volta Sua Graça para o povo da Promessa, os Judeus, tipificados profeticamente por sua Capital espiritual, Jerusalém.

Ao escopo de tais profecias, diria que o cenário não poderia ser mais “adequado” que o atual; digo, as trevas cobrem a Terra, eventuais justos, hão de ser perseguidos, caluniados, pois, a Luz de Deus, que os faz assim, incomoda seres de hábitos noturnos afeitos ao escuro.

A Palavra de ordem no Reino de Deus é santificação; na Terra, tolerância; O Eterno desafia à separação espiritual, o mundo prepara o Ecumenismo; o amor que, “folga com a verdade”, é relido de modo a folgar com as múltiplas paixões carnais, mesmo, as degeneradas. Com efeito, falta luz na Terra.

Na verdade, usamos essa expressão: “Faltou luz” quando ocorre uma queda de energia elétrica, mesmo que estejamos à luz do dia. É múltipla a utilidade da energia, mas, a luz é a mais visível, a mais abrangente. A energia não é a luz, porém, possibilita essa geração, conduzida às lâmpadas equipadas com engenhos que facultam a luminescência.

Em nossas casas usamos interruptores que permitem-nos, decidir quando queremos luz, quando, não. De semelhante modo, a Luz Espiritual deriva de uma Fonte de Energia que a Bíblia nomina, Espírito Santo, sem Ele não se vê na dimensão espiritual. “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;3 e 6

A “rede” que o conduz ao encontro das pessoas, são os milhares de mensageiros que anunciam Seu Produto, A Palavra de Deus. “Lâmpada para meus pés é a Tua Palavra; Luz para o meu caminho.” Sal 119;105  “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas novas.” Sal 68;11

Nossas almas em particular, também são dotadas de “interruptores” que permitem escolhas quanto à incidência, ou não, da Luz; esses, chamamos, livre arbítrio. 

A luz espiritual, o conhecimento traz certa dor; “...o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1;18 E, a dor que nos desnuda ao conhecermos nossa própria maldade é que tem feito muitos “desligarem a luz” para se esconderem temendo o processo de cura. “A condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

A forma preferida desse mundo “apagar a luz” tem sido relativizar O Absoluto, redefinir valores eternos, ao gosto do paladar viciado dos pecadores. A maldição das trevas acaba sendo consequência inevitável. “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição consome a terra;...” Is 24;5 e 6


Ainda que os reflexos de evitar a luz sejam morais, no fundo, a crise é pela falta de amor, pelo egoísmo. Olavo Bilac versou, noutro contexto, algo que encaixa aqui, disse: “E eu vos direi: amai para entende-las! Pois, só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas.” 

quarta-feira, 2 de março de 2016

A Vereda dos Justos

“Temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” II Ped 1;19 e 20

Depois de asseverar que não falava sobre as Virtudes de Cristo segundo fábulas humanas, antes, fora testemunha tendo andado com O senhor, ouvido no monte, a Voz do Céu que o confirmou, Pedro aconselhou a investigarem as profecias, para nelas, serem iluminados. Essa busca faria a “Estrela da alva” aparecer nos corações dos que, isso fizessem. A mesma Palavra interpreta que a Estrela É O Senhor.

Desse modo, o que Pedro estava dizendo era: Estudem a Palavra profética sem parcialidades, deixem O Espírito Santo, O autor, vos conduzir, e encontrareis a Cristo. Na verdade, O Salvador dissera algo assim aos seus oponentes; “Examinais as Escrituras porque pensais ter nelas a Vida Eterna, e são elas que de mim testificam.”

Acontece que A Palavra de Deus, dada Sua origem, é como um livro selado aos descrentes, e, luz aos fiéis. Quando diz que não é de particular interpretação, tanto se refere a interpretes em particular, quanto ao texto, desmembrado do todo. Por exemplo: Miqueias profetizara que O Messias nasceria em Belém. Os que rejeitavam ao Senhor, o faziam, entre outros argumentos, pela vileza da Sua Terra de origem, a Galileia.

Contudo, o texto de Miqueias fala do nascimento. O que alude ao início de Seu ministério não menciona Belém, antes, justo, a mal afamada Galileia. Ouçamos: “Mas, a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas, nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Assim, se tivessem ficado firmes à Palavra dos profetas como uma luz no escuro, invés de dados a interpretações parciais, teriam visto na origem galileia do Salvador uma Divina credencial, antes que, motivo de rejeição. Invés da luz da Palavra, confiavam na tradição. “Examina e verás, que, da Galileia nenhum profeta surgiu”. Disseram certa vez.

Dessas parcialidades naturais nascem heresias, seitas e aberrações várias, de gente que, invés de se entregar ao Espírito Santo em busca de luz, tira faíscas das pedras da própria ignorância e acende as chamas da carnal compreensão.  

Salomão ensinou que a Sabedoria de Deus não é incondicional; antes, demanda retidão do receptor: “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade” Prov 2;7 

Entendamos a vereda que nos leva à Luz. Só os retos, ( justos ) a recebem; “Não há um justo sequer.” Mas, quem recebe Ao Senhor é justificado, nasce de novo, da água e do Espírito; já pode entrar, pode ver o Reino dos Céus. Assim, para ver, alguém, a Jesus, carece primeiro crer; “Bem aventurados os que não viram e creram.”

Então, seria insano alguém sair em busca de ossos de invertebrados; igualmente, desejar obter luz espiritual sem auxílio do Espírito Santo. “Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas, o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana; com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e, de ninguém é discernido.” I Cor 2;11 a 15

O espírito do mundo nas vidas de homens carnais tem produzido veras enciclopédias de estudos escatológicos; cheia está a WEB de “profetas” das últimas coisas. Temos anticristos para todos os gostos, nos ensinos de gente que desconhece a Cristo.

Os que se firmam na Palavra, porém, têm uma relação harmoniosa com o Espírito Santo, uma compreensão “natural” e progressiva do sobrenatural; saberão o que carecem, na hora oportuna, não serão surpreendidos. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

“A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” Prov 4; 18

domingo, 22 de março de 2015

As três luzes

“Disse Deus: Haja luz; e houve luz. Viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.” Gen 1; 3 e 4 

Que luz e trevas são coisas excludentes é pacífico. Mesmo quem ignora tal separação, facilmente identifica com o mero testemunho do olhar. A luz em apreço é a natural; dia, noite; luzeiros... Entretanto, há outra mais excelsa; a luz espiritual. Tanto quanto aquela revela em sua incidência as coisas imanentes, naturais, essa, as transcendentes, espirituais. 

Na verdade, não seria forçar a barra cogitar de uma terceira luz, humana. Embora, iluminados pelo Espírito Santo os cristãos possam ver nuances da luz Divina,  sem Ele, via difusão do conhecimento, marcha do processo civilizatório, a humanidade consegue plasmar seu “iluminismo”. 

Contudo, deriva dessa “luz” mera convivência pacífica, tolerância na diversidade. Embora tal luz tenha sido bem vinda em exclusão à famigerada “idade das trevas”, seu produto é tênue em face ao que proporciona aos seus, a vera Luz espiritual. Essa forja sábios, segundo Deus; aquela, relativamente esclarecidos, civilizados; quiçá, astutos.

Paulo chega a propor um desafio aos “sábios” da Terra para que se levantem. “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo?” I Cor 1; 20 Adiante distingue a sabedoria perfeita, origem da vera luz de outra inferior;  “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério; a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; e nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” Cap 2; 6 – 8 

Assim, embora seja boa a luz natural que permite a convivência com o diverso, empalidece, em face à  espiritual. Ausência daquela propicia barbáries como as que o Boko Haram e o Estado Islâmico têm praticado, por exemplo. Cruéis assassinatos dos que não rezam pela sua interpretação do Corão. 

Então, é possível alguém ser tolerante, cordato, educado, contudo, andar em trevas densas no prisma espiritual. Acontece que o império das paixões naturais não se liberta da “idade das trevas” senão, mediante a Cruz de Cristo. 

Como é de se esperar, tal “remédio amargo” não é ingerido de bom grado; antes, o homem natural tende a fugir, refém de um amor insano pelas práticas errôneas. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 17 a 20 

“Amaram mais as trevas que a luz...” vestígio inconfundível do livre arbítrio, de uma geração que, tão acostumada com as trevas, vê na luz uma ameaça, como os escravos do célebre Mito da Caverna, de Platão. 

A luz traz seu peso sim. Parafraseando Saint-Exupérry que disse: “Você é responsável pelo que cativa”, se pode dizer que somos responsáveis por reagirmos ao que vemos. Luz espiritual é mais que possibilidade de ver; antes, desafio a andar. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1; 7 

Enquanto a luz humana deriva de muitas fontes e até se contradiz nos gládios filosóficos, a Espiritual só é encontrável na Revelação. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal 119; 105  

Outra diferença importante é que, enquanto a luz humana propicia tolerância, convívio pacífico, a espiritual enseja comunhão. Impregna em todos os seus signatários, partículas do “DNA” de Deus. Comporta diversidade de pregoeiros, métodos, mas, restrita à mesma fonte, como ensinou o mais sábio dos homens: “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11 

Em suma: Aquele que fez a separação primeira entre luz e trevas fará outra vez, ao se manifestarem os resultados de Obra Bendita de Cristo. Quem escolher a luz será reputado ovelha, estará à destra; os demais, bodes, do lado esquerdo. Se essa mensagem, mais não disser, que ela reitere o Dito inicial de Deus: “Haja luz!”