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sábado, 17 de junho de 2017

Anjos e animais

“Ouvi, ó céus, dá ouvidos, ó terra; porque fala O Senhor: Criei filhos, os engrandeci; mas, eles se rebelaram contra mim. O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas, Israel não tem conhecimento, meu povo não entende.” Is 1;2 e 3

A situação de Deus no prisma governamental; O Senhor; Sua Obra; “criei filhos”, Criador; Seu afeto; “os engrandeci”; abençoador. A humana resposta; rebelião; “se rebelaram contra mim”; a consequência da rebelião; ignorância; os animais entendem o que lhes concerne, mas, “meu povo não entende.”

A ideia de que possamos lograr distinguir valores sem O Criador foi sugestão do traíra; “Sabereis o bem e o mal”. Não que incrédulos sejam privados de neurônios, antes, muitos ateus têm intelectos brilhantes nas coisas seculares. Sua cegueira se manifesta quando o escopo é espiritual.

Visão aí não deriva de estudo, preparo mental, antes, de revelação; essa deve-se à Divina escolha, que, invés de premiar “talentosos”, o faz em função do caráter reto e submisso: “Temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1;7 e, “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade”, 2;7

Jeremias o profeta, cansado de falar às paredes imaginou que os periféricos da sociedade de então eram loucos incapazes de entender as justas demandas do Eterno; aí, decidiu que falaria aos da elite, pois, pensou, entenderiam. “Deveras estes são pobres; loucos; pois, não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo de Deus; mas, estes juntamente quebraram o jugo, romperam ataduras.” Jr 5;4 e 5

Assim, embora a sociedade tivesse distinções entre grandes e pequenos, no prisma espiritual estavam no mesmo nível; por baixo, em rebelião.

Mesmo que muitos tentem fundir febres políticas ao cristianismo, como se fosse um convite aos pobres, porta fechada aos ricos, O Evangelho não se apresenta assim. Ricos creram: Mateus, Zaqueu, Nicodemos, José de Arimatéia... foram perdoados, salvos; todos os pobres de então, que seguiram na rebelião, pereceram; pois, o aferidor da salvação é crer e obedecer, independe da condição social.

Quando, no Sermão do Monte O Salvador disse: “Bem aventurados os pobres de espírito” prometendo-lhes o Reino, basta ler com atenção para ver que tipo de “pobreza” era; espiritual. Qualquer que reconhece suas carências nessa área e submete-se a Quem pode o suprir, Deus; é um desses.

Paulo era uma sumidade cultural da época; sabia tudo das Escrituras existentes, falava hebraico, grego, latim; entretanto, não confiava em seu cabedal cultural para as coisas espirituais. “.. minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas, demonstração de Espírito e poder.” I Cor 2;4

As coisas mundanas, pois, dissera sem valor para as eternas; “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” Cap 1;19 a 21

Assim, mesmo sabendo muito, reconhecia-se carente de luz, pedia orações à igreja para que soubesse o que falar. “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; para que manifeste, como convém falar.” Col 4;3 e 4

Se, o homem em rebelião como vimos, sabe menos sobre seu lugar, que os animais; em submissão, dependência do Espírito Santo é “engrandecido”; funcionalmente equiparado aos anjos, à medida que, é feito também mensageiro Divino. Assim foi Isaías; foram tantos profetas, e inda são os servos fiéis atuais.

Claro que há muitos “anjos caídos” por aí operando seus “prodígios da mentira” tentando desviar aos salvos. Todavia, o portento que demanda atenção dos Céus e da Terra, é o Falar do Senhor, não os artifícios do maligno. É A Palavra, não os profetizadores de Tsunamis que fazem cair fogo dos céus, como o David Ouwor e genéricos que nos conduz.

Nesse “apartheid” não há grandes nem pequenos; há submissos e rebeldes; salvos e perdidos. Uns, malgrado, a encenação, sabendo menos que animais; outros, com ou sem cultura, sendo os dóceis animais que Deus preza; ovelhas.

Embora, misturados, não miscigenados; O Senhor, no Seu tempo fará a devida distinção. “E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas.” Mat 25;32

Naquele dia a escolha será do Senhor; por ora, inda é nossa. De que lado ficaremos?

domingo, 31 de agosto de 2014

O lado bom de ser ruim

“E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. Entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus… disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, como teve misericórdia de ti. E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam.” Mc 5; 17 a 20
 
Temos aqui um contraste; os “lúcidos” pedindo que Jesus se afastasse; o ex louco querendo Sua companhia. O Senhor ordenou que anunciasse aos seus o ocorrido, o que, prontamente fez. Assim, os sóbrios regressaram à rotina indiferente; o restaurado se fez pregador.

O mesmo Senhor ensinou que, aprecia melhor a salvação, quem sente-se mais devedor ante Deus. “certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro, cinquenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais?  Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem.” Luc 7; 41 a 43
 
Então, não é exagero afirmar que, quanto pior, melhor. Digo, o pecador mais visível, que, sequer pode disfarçar-se tende a aceitar a salvação mais facilmente que, outrem, ostentando certa justiça própria.  Essa “superioridade”  era a doença dos fariseus que se sentiam justos, enquanto o populacho não passava de amaldiçoado. “Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus? Mas, esta multidão, que não sabe a lei é maldita.” Jo 7; 48 e 49  Alguns estavam impressionados com a fala de Jesus; os ruins; os “bons”, principais, não tinham se deixado enganar; sabiam a Lei.

Por sutil que pareça, temos aqui nuances do velho conflito entre razão e fé. Enquanto aquela monta sua equação entre os colchetes do mérito, essa, nada tendo a perder  recebe a graça proposta. Isso não é teoria psicológica, ou, teológica. Fato comprovado mesmo naqueles dias. “…Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça e não crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para  crer.” Mat 21; 31 e 32
 
É. Vendo a admissão dos maus, mais refratários ficam os “bons” à ideia de se misturar à gentalha. Acontece que classes sociais fazem certo sentido horizontal. Ante Deus estamos nivelados por baixo. Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.” Rom 3; 10
 
A mesma Escritura, ( Lei e Profetas ) que os religiosos se orgulhavam por conhecer asseverava que seria assim. Que a mensagem do precursor do Messias seria uma “terraplanagem” nivelando todos. “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40; 4 Os pequenos na sociedade como meretrizes e publicanos eram aceitos; ( exaltados ) e os montes, lideranças religiosas hipócritas, abatidos.

João Batista, o homem do machado fez muito bem seu papel. “E não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. Também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” Mat 3; 9 e 10
Fora com a pretensão de santidade hereditária, mas, frutos!  E o primeiro da lista era o arrependimento, que os mais baixos produziram; e os “bons”, qual a figueira amaldiçoada contentavam-se com as folhas da presunção.

Em sua dura diatribe à teologia cristã, “O Anticristo”, o que mais irritava ao ateu Nietzsche era um trecho onde Paulo afirma que: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;  Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1; 27 a 29
 
Não que haja pré escolhidos, mas, uma condição racionalmente “estúpida” chamada fé, sem a qual, nada feito. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus.” V 18
 
Certo é que, a árvore da ciência produz seu fruto; mas, as questões pertinentes à vida, medram noutra Árvore. Os loucos sabem o caminho. “Bem aventurado o homem que acha sabedoria,  o homem que adquire conhecimento;… É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem aventurados todos  que a retêm.” Prov 3; 13 e 18