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sábado, 1 de julho de 2017

Maravilhosa Graça

“... no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria; a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.” II Cor 8;1 e 2

Se, há algo que a Graça Divina opera como só ela é a reversão das expectativas. Tira vitória da morte, força da fraqueza, capacitação, da inépcia; e, como vimos acima, alegria dentre provas, tribulações, generosidade da pobreza.

Quando Paulo desejou a remoção de certo incômodo que denominou: “Mensageiro de Satanás”, ouviu:”...minha graça te basta, porque meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...” II Cor 12;9

Davi dissera: “Porque tua graça é melhor que a vida, os meus lábios te louvarão.” Sal 63;3

Muitos tropeçam por inverterem Moisés e Jesus; digo; Lei e Graça. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e verdade vieram por Jesus Cristo.” Jo 1;17

Erram os que se supõem tão “agraciados” que não precisem ser santos, e, os que por demasiado legalistas acabam caindo da Graça esperando obter justificação mediante preceitos da Lei, cujo fim, era manifestar pecados, não, redimir.

“... o homem não é justificado pelas obras da lei, mas, pela fé em Jesus Cristo... porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gál 2;16 disse mais: “Se torno a edificar aquilo que destruí, constituo a mim mesmo transgressor. Porque pela lei estou morto para a lei, para viver para Deus.” Vs 18 e 19

Noutra parte, escrevendo aos romanos comparou a adultério espiritual, pertencer à Lei e graça ao mesmo tempo. “vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei; não será adúltera, se for de outro. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos frutos para Deus.” Rom 7;3 e 4

Se, a Graça Divina opera uma série de reversões, a mais notável de todas as “invertidas” é que, os espiritualmente mortos renascem por ela; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Contudo, fato de ser graça elimina apenas nossos méritos, não, nossa participação como creem alguns. Criaram a teologia da “graça irresistível” para pontuar que Deus salva quem escolhe, antes que, pecadores escolham aceitar Sua Graça, ou não. Contudo, Aquele que salva condicionou a uma resposta humana, supostamente, livre: “...quem ouve minha palavra e crê...”

O “mérito” de quem abraça a Graça salvadora é apenas amor pela vida, desejo de não perecer; contraponto à queda, onde a ameaça de morte não bastou como força persuasória à obediência. Agora, desejo de vida, pra alguns tem bastado.

Quando Paulo exclui obras como meios de salvação, exclui a Lei, orgulho dos judeus. Contudo, a fé no Salvador, é equacionada por Ele mesmo, como “Obra” que Deus espera dos Seus filhos; “...A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 Depois dessa, no singular, as obras boas, não para salvação, mas, para sermos testemunhas vivas da transformação que a Graça operou em nós. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Se, a fé vem pelo ouvir; a Luz apela aos olhos; ao recebermos essa somos feitos luzes também. Nosso resgate ilumina; “...muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3 Nossa atuação, idem; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

O traço mais marcante de um agraciado é humildade; sabedor que foi guindado por amor a um lugar que não merece como o Pródigo no retorno, aceita o que tiver, mesmo, a condição de servo, malgrado, seja filho.

Quando vejo ou ouço, alguém, “determinando” isso ou aquilo, exigindo seus “direitos” constato que a “cirurgia” da graça que transplanta um coração espiritual em lugar do pétreo egoísta, ainda não foi feita. A pior desgraça não é estar por aí existindo simplesmente, sem vida espiritual alienado; antes, é ser esse deserto todo travestido de oásis, estar morto dentro da igreja; um cadáver flutuando nos remansos da Graça que recusa aceitar.

Nesses casos, será a Lei que obrará reversão de expectativas. Estar entre filhos não faz da família; a graça não vem sozinha, antes acompanhada de outra preciosa, a Verdade. Em Cristo, “Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

Enfim, agraciados não são foras da Lei; submetem-se a Cristo. Legalistas e hipócritas encenam alienados da Graça; que desgraça!

domingo, 10 de abril de 2016

O Lugar das Coisas, de Deus

“Indo eles, acharam como lhes havia sido dito; prepararam a páscoa... Tomando o cálice, havendo dado graças, disse: Tomai-o, reparti-o entre vós; tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o, deu-o, dizendo: Isto é meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;13, 17 e 19

Sabemos que a Páscoa dos judeus tinha dois itens essenciais; um cordeiro, e ervas amargas. Entretanto, elementos que seriam periféricos ao ritual, pão e vinho, aparecem, aqueles, são omitidos na descrição.

Não há nenhuma razão plausível para concluirmos que estivessem ausentes, pois, se fosse mera divisão de pão e vinho, não demandaria uma preparação antecipada, como foi o caso.

Acontece que, a ocasião era precisamente de transição de um tipo futuro, para outro, pretérito. As amarguras da servidão estavam prestes a ser removidas, tipificadas pelas ervas amargas, o próprio Cordeiro de Deus, que o cordeiro pascal tipificava estava presente, prestes a dar-se, para tirar o pecado do mundo.

Então, O Salvador desviou a ênfase dos tipos que apontavam Sua vinda, para outros que, desde então, passariam a apontar Seu feito; “Fazei isso em memória de mim.”

Assim, embora a fé deva ser um eterno presente, de modo a pautar nossas escolhas na vida, “o justo viverá da fé”, mesmo assim, digo, lida bem com o passado e com o futuro. Tanto confia nas Sagradas narrativas, quanto, descansa nas suas promessas.

Para a humanidade pré-Calvário o Messias era uma promessa porvir; para os que o sucederam, uma realidade cumprida. O Câmbio de um sacerdócio imperfeito, também típico, por seu antítipo, o Sacerdócio Eterno, de Cristo.

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;11 e 12
“Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” Heb 7; 16 a 18

Desse modo, mesmo a Lei de Moisés foi “deixada de lado” isto é, cumpriu seu papel, como os elementos da antiga páscoa, que foi “repaginada” na Santa Ceia. A Lei, disse Paulo, serviu de aio para nos conduzir a Cristo; após Ele, O Evangelho, baseado em dois mandamentos: Amor a Deus, e ao próximo. Aliás, o mesmo Salvador dissera: A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus; todo o homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

Assim, os que pretendem fundir Graça de Cristo com alguns mandamentos do Antigo Pacto, de certo modo, mesclam a Santa Ceia com a Páscoa hebraica, num misto de pão e vinho, com ervas amargas e carne assada.

Mas, o mesmo Paulo não disse que a Lei é Santa, justa e boa? Disse. Socorro-me de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” A Lei, ensinou Paulo, tinha como fito manifestar o pecado e a consequente necessidade que temos do Salvador; por isso, “aio para nos conduzir a Cristo”.

A morte de fato que a Lei requeria dos pecadores, foi transmudada numa morte simbólica, o batismo, desde que, após ele, perseveremos na submissão ao Salvador. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Tão sério é isso, que o apóstolo equacionou a adultério, pretenderem os mortos para a Lei, voltarem a ela. “Porque a mulher está sujeita ao marido, enquanto ele viver, ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7;2 a 4


Como na transição Páscoa-Ceia, os elementos de ambas estavam presentes, mas, a ênfase foi nos da última, na conversão, os princípios morais da Lei de Deus também estão, porém, a ênfase é no amor, pois, esse, vivido devidamente, patrocina apenas o concurso das coisas contra as quais, não há lei.