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domingo, 5 de abril de 2015

Abelhas e zangões

“E vi aquele que me dizia:  sai apressadamente de Jerusalém; porque não receberão teu testemunho acerca de mim. Eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em ti. E quando o sangue de Estevão, tua testemunha, se derramava, também eu estava presente; consentia na sua morte, guardava as capas dos que o matavam. E disse-me: Vai...” Atos 22; 18 a 21 

Temos nesse recorte o vacilante Paulo vivendo seus remorsos, os motivos de sua rejeição, entre duas ordens do Senhor. “Sai depressa... Vai...” 

Essa nuance é comum a toda a espécie humana. O Eterno ordena a ação, o homem propõe  discussão. Ocorre-me um fragmento de Platão onde ele identifica o ser, do filósofo. Um meio termo entre o sábio e o tolo, disse. Pois, - concluiu - o tolo não pretende filosofar, sente seguro com o que “sabe”;  o  sábio não precisa. Assim, a discussão, a busca de setas que indiquem razões, caminhos é comum, em seres imperfeitos, jamais, em Deus. Daí, que precisa ser obedecido, não contestado. 

Vários profetas discutiram com o Altíssimo, digo, opuseram motivos para se evadirem ao chamado. Lembro Moisés, Jeremias, Isaías... A um faltava eloquência; a outro, experiência; ao último, santidade. Com todos o Senhor foi categórico: Vai. Quando Deus chama alguém, Onisciente que É conhece já as circunstâncias e as limitações do tal. Mas, se, mesmo assim o faz, as consequências são responsabilidade Dele. 

Ademais, se quisesse  fazer Sua obra com seres perfeitos teria  feito outra escolha. “Porque, na verdade, ele não tomou  anjos, mas, tomou a descendência de Abraão.” Heb 2; 16 

Claro que se requer dos mensageiros do Senhor que sejam pessoas idôneas, de bom testemunho. Entretanto, não esperem a perfeição de  frágeis, pecadores. Acontece que, através desses fracos, Deus fala de Sua vontade, pois, ainda que pecadores, se esforçam por conhecer à Palavra de Deus, obedecer e ensinar retamente. 

Aquele ( a ) que sai catando um motivo aqui, outro ali para rejeitar a um dos tais, no fundo, apenas tergiversa, disfarça sua rejeição a uma ordem de Deus. Falo dos ministros fiéis, não dos falsificadores da Palavra, óbvio. “Quem vos recebe, a mim  recebe;  quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta;  quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo.” Mat 10; 40 e 41 

Assim, muitos que se propõem a discutir, acusar, caluniar eventuais mensageiros do Eterno, no fundo, não passam de mascarados fugindo apavorados da cruz, e tentando transferir a culpa de sua omissão. 

Nos dias dos Juízes, Deus deu grande livramento sob a liderança de Débora. Em seu canto exaltou a valentia de certas tribos, denunciou a omissão de outras;  sobre a tribo de Rúben disse  algo interessante: “...nas divisões de Rúben foram grandes as resoluções do coração. Por que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração.” Jz 5; 15 e 16

Noutras palavras, a guerra comendo, vidas sendo arriscadas para salvar a nação; os anciãos de Rúben divididos, discutindo se deveriam mandar soldados ou não. A vitória veio sem sua ajuda, para vergonha dos tais.

Não é diferente  agora. O inimigo com toda sua artilharia bombardeia às casamatas da verdade, da decência, dos valores eternos; de muitos, o máximo que se consegue é  discussão, jamais, obediência, entrega, submissão. 

O nome, Débora significa abelha; de carona nessa figura  podemos dizer que os servos fiéis laboram quais abelhas, enquanto outros “servos”, os da discussão sem submissão não passam de zangões inúteis para o labor. 

Pior, quando se engajam em desqualificar  pregadores de Deus, gostando ou não, alistam-se no exército do inimigo, pois, obrar tal feito é seu prazer. Contudo, diga alguém tal verdade! Logo se ofenderão muito, pois, apesar da sua oposição aberta, afirmam ser “servos de Deus”. 

Contrarie o “Vai” Divino aos seus anseios naturais perversos, porém, e logo mostram as garras ocultas como fazem os gatos. 

Em suma: A Obra de Deus não é  pesquisa filosófica; um chamamento à discussão. Antes, a “aspersão do Sangue de Cristo”, o anúncio de Sua Palavra é o último apelo de amor Divino, enquanto retarda o Juízo.  Um ultimato como a Ló em Sodoma; “Escapa por tua vida”! 

Você me viu pecar? Pode ter visto. Mas, já viu me arrepender? Ser perdoado e retomar o caminho? Pois é, cada um costuma ver, enfatizar o aspecto com o qual mais se identifica. 

Você não quer a Jesus por que eu não sou perfeito? Irônico, Ele me quer, mesmo assim, portanto, você, caro zangão, deve ser melhor que Ele. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A casa em ordem



“Naqueles dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede e orou ao Senhor. E disse: Ah, Senhor!  Peço, lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade,  com coração perfeito; fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.” Is 38; 1 a 3 

Temos uma aparente discrepância entre o dito de Isaías e a oração de rei moribundo. O profeta exortara a por em ordem sua casa; ele disse que andara diante de Deus em verdade e com coração perfeito, em sua oração. 

Como O Eterno atendeu à sua humilde súplica, acrescentando-lhe mais quinze anos de vida é de se supor que foi verdadeiro o que disse do próprio caráter. Entretanto, sua casa estava em desordem? É. Foi o que denunciou o enviado de Senhor. 

Posso ser reto em minhas decisões pessoais,  meu caráter e, apesar disso, ainda estar em falta.  Integridade pessoal não equivale, necessariamente, à competência, tato, prudência administrativa. No caso dele, que era rei, certamente a “sombra” de sua casa abrigava muitas pessoas. 

Quando o Eterno o exortou a bem ordenar sua casa, requeria ações administrativas, como rei, marido, pai, talvez; tudo o que estava aos cuidados dele. 

Um pai omisso permite que seus filhos se percam; acaba perdendo até ofício para o qual foi comissionado, como foi no caso de Eli. Um marido fraco delega implicitamente o comando à esposa; herda como seus, erros eventuais, cometidos por ela; como fez Acabe, quando se fez mero fantoche da esposa ímpia, Jezabel. Um rei descuidado, negligente, torna-se culpado de muitas mortes;  dana, quando não, perde o próprio trono, como o insubmisso Saul. 

Muitos exemplos mais são encontráveis em quê, a má administração de uma “casa” fez com que ela ruísse. Os exemplos alistados trazem anexos à má condução, lapsos de caráter; o que, não era o caso de Ezequias. 

No exemplo de Jezabel, se, o fato de ser mais ativa, líder que seu marido pôs tudo a perder, não se deu por ser ela mulher; antes, por ser ímpia, idólatra, assassina. 

Das mulheres íntegras, a Palavra versa de modo encorajador, leiamos: “Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos.” Prov 14; 1 

O Capítulo final de Provérbios alista uma série de feitos dessa sábia, enquanto, seu marido, ao que tudo indica era um juiz na cidade. “Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.” Prov 31; 16.  Administra mesmo as finanças da casa, enquanto seu cônjuge ocupa-se da justiça. “Seu marido é conhecido nas portas, assenta-se entre os anciãos da terra.” V 23 .

Se, por um lado, “Cada um dará contas de si mesmo a Deus.” Rom 14; 12 Por outro, quem administra vidas, instituições, dará conta disso tudo; como o mordomo infiel que foi chamado a prestar contas em determinada ocasião. 

Certa vez, Pedro chegou a cogitar que certas exortações eram apenas para a plebe; os discípulos estariam num patamar superior; O Senhor tratou de desfazer o engano; E disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parábola a nós, ou, também a todos? E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.” Luc 12; 41 a 43 

O assunto imediatamente anterior era vigilância. Então, devem os mordomos espirituais estar atentos; manter do mesmo modo toda a casa; ou seja: Sua área de influência. 

Na verdade, a exortação de Isaías aplica-se a cada um de nós.  “Põe em ordem a tua casa porque morrerás!”  Se, a ameaça de morte não é tão imediata como foi naquele caso, a Bíblia nos ensina a viver “Cada dia seu mal”;  não presumir do dia de amanhã como uma posse. “...não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece... devíeis dizer: Se o Senhor quiser, se vivermos, faremos isto ou aquilo.” Tg 4; 14 e 15  

Assim, se as individualidades,  o arbítrio devem ser respeitados, eventual má gestão do que nos cabe incidirá sobre nós. 

O mundo chama altos cargos administrativos de poder; Deus comissiona aos que escolhe, para o dever; Qualquer que seja o tamanho de nossa “casa”; nossas qualidades ou defeitos refletir-se-ão nela.  “A casa dos ímpios se desfará, mas a tenda dos retos florescerá.” Prov 14; 11