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sábado, 14 de dezembro de 2019

O tamanho da humildade


“Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus. Ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito.” Luc 8;39

A ordem fora para testemunhar aos seus, dos feitos de Deus em seu favor; contudo, ele saiu por toda a cidade apregoando os feitos de Jesus.

O “motor” que o impulsionou a fazer mais do que o que lhe fora mandado foi a gratidão, o amor pelo que, de tão dura sina o livrara. Não havia vantagens temporais a buscar; apenas, uma excelente notícia a espalhar; isto é o Evangelho!

Uma vez que deveria testificar de Deus, e saíra fazendo-o de Jesus, teria o que fora possesso, pois, a compreensão exata da pessoa de Jesus? De que Ele É Deus? Não creio que seja assim.

Tendemos a testificar do que vemos, mais que, entender o poder que atua. Mesmo em nossos dias, se alguém recebe um milagre após a oração de um ministro qualquer, costuma sair realçando mais ao ministro, que à misericórdia Divina. No caso de O Ministro ser Jesus, como então, dava no mesmo; hoje não.

Aliás, por se arvorarem em milagreiros, que muitos patifes da praça abarrotam suntuosos templos, de incautos, como se, a Atuação Divina” dependesse da cooperação de tais “ungidos”. O Eterno não depende de nada fora de Si para fazer o que deseja.

Quando engrandeceu reis e profetas foi porque o quis, não porque tais “grandezas” trariam alguma vantagem ao Altíssimo.

Usou um anônimo para advertir Acabe sobre sua imprudência; outro para ungir Jeú como rei que deveria exterminar à casa do mesmo Acabe; uma jumenta até, para desviar ao avarento Balaão da morte...

Contudo, os grandes, Saul, Davi, Salomão, Uzias... trouxeram problemas.

Enfim, quanto menor formos em nosso nome, status, pretensão, maiores as chances de uma real utilidade pra Deus, dado que, se Ele operar por nosso intermédio fica mais fácil se notar quem operou;

Não que, O Eterno padeça caprichos humanos; dar-lhe o que é devido é justiça; “Eu sou o Senhor; este É O Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Às imagens, tampouco aos ministros de carne e osso que, nada podendo se ostentariam como poderosos. Geazi o avarento assistente de Eliseu tem vasta descendência entre nós.

Então, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele. Mas vós sois Dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, justiça, santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.” I Cor 1;27 a 31

Escrito; onde? Jeremias dissera: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender, me conhecer, que Eu Sou o Senhor; que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Nossa glória, pois, será atuar de uma forma que agrade a Deus, pois, “A alegria do Senhor é nossa força”.

A excelência do nosso testemunho é sermos cooperadores de Deus, não como agentes de milagres, mas com um modo de vida cujo caráter transformado ilumine e deixe visível o milagre em nós operado; e o façamos de modo a deixar patente a origem da transformação; “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Humildade não é sermos grandes, nem pequenos, mas sermos o melhor, onde O Senhor nos colocar; lugares altos, ou, baixos.

Muitos morrem de amores por certo prefeito capixaba que mistura-se aos operários e faz trabalhos braçais. Não duvido da sinceridade e boas intenções dele; mas, foi eleito para ser prefeito; perde-se atuando como ajudante de serviços gerais.

Humildade não se mede pelo degrau ocupado, mas, pelo estado de espírito em que servimos. “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; quem exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; quem preside, com cuidado; quem exercita misericórdia, com alegria.” Rom 12;6 a 8

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O lugar das coisas

“Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Pv 11; 22

É lugar comum no meio cristão dizer: “tudo tem seu tempo determinado”. Mesmo os que desconhecem as Sagradas Letras costumam também preceituar paciência, submissão ao tempo para obter o que se espera.

Entretanto, se todas as coisas estão fadadas a ocuparem certo “nicho” no tempo, não podemos ignorar que, a cada uma existe também uma adequação espacial. A reflexão supra aloca algo precioso, uma joia, em ambiente imundo, o focinho de uma porca, o que se mistura à lama, para ensinar que, além de tempo, cada coisa deve adequar-se ao espaço que lhe é coerente para fazer sentido sua existência. É precisamente sobre isso que quero refletir; o lugar das coisas.

Incidentalmente cito uma frase de Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Bastam dois ou três exemplos para, mesmo a mente mais simples concluir que se trata de uma verdade incontestável.

Cabelos, por exemplo são uma coisa boa? A resposta parece óbvia, uma vez que muitos buscam tonificá-los evitando sua queda, e, os mais abastados fazem até implantes quando começam a cair. Contudo, achemos um fiozinho apenas em nossa comida, e veremos quão má se torna essa coisa boa. Aqueles que possuem uma ortografia mais esmerada, certamente identificam o “mal” que faz uma boa letra usada sem a devida destreza; o mundo virtual está cheio de gente que, ou não sabe, ou, pouco se importa em escrever incorrendo em erros crassos. 

Os pneus dos automóveis igualmente são coisas boas, indispensáveis até; mas, coloquemos um no lugar do volante, por exemplo, presto se tornará um mal; etc.

Cheias estão as páginas bíblicas de exemplos de pessoas que almejaram lugares que lhes não pertencia. Adonias quis o reino que era de Salomão; Saul a função que era de Samuel, quando, temerariamente ofertou sacrifícios invés de esperar pelo profeta; Davi colheu muitas desgraças ao usurpar o lugar de Urias cobiçando a esposa daquele; Geazi ficou leproso por falar em lugar de Eliseu coisas que contrariavam ao caráter santo do profeta; Uzias colheu o mesmo mal ao confundir atribuições de rei com as de sacerdote; etc. Uma expressão moderna que a esse vício define é: Sem noção.

Desgraçadamente, quando alguém erra seu lugar, na maioria das vezes se coloca mais alto que deveria. O Mestre ensinou: “Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; e, vindo o que convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. Mas, quando fores convidado, vai, assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.” Luc 14; 8 a 10 Assim, se errarmos nosso assento, que seja para baixo.

Embora para o filósofo Ortega Y Gasset, o “homem é o homem e suas circunstâncias”, para a Bíblia, é o homem e seu caráter, evidenciado pelo exemplo, pelo agir, metaforizado como, fruto. “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7; 16 e 17

Afinal, o lugar original do homem no propósito Divino era em comunhão com o Criador; e, antes de se tornar um “sem noção” como hoje, soube após pecar, que era indigno da Face de Deus; com medo, se escondeu. Sabia que santo e profano são excludentes.

Hoje, infelizmente, muitas e muitas porcarias são ditas e feitas “em nome de Jesus”, como se, o Salvador Bendito tivesse pago tão alto preço para acariciar nossas paixões malsãs. Paulo tinha uma ideia mais saudável do lugar das coisas, pois, disse: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19

Embora, grosso modo, se equacione por aí, “Santo” com intercessor pós morte, quiçá, milagreiro, para a bíblia é um que se consagra, separa, ainda em vida, das coisas profanas. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?... Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e eu vos receberei;” II Cor 6; 14 e 17

Ninguém é obrigado a optar pelo precioso; mas, se o fizer, que se afaste da lama.