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domingo, 17 de maio de 2020

A Loucura que Ilumina


“O Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Te mostrarei.” Gen 12;1

Antes de dar satisfações aos nossos intelectos doentios, (ainda que o faça ao seu tempo) Deus demanda confiança irrestrita em Sua Palavra.

Ordenou que Abrão fosse após Ele em busca de algo “incerto”; “a terra que Eu te mostrarei”. Embora nossa curiosidade seja lícita, quando assoma em momento inoportuno se faz obstáculo à fé.

O projeto original de reger ao homem pela sabedoria, que seria, manter-se esse, no Temor do Senhor, se perdera; como o intelecto humano fora poluído pela autonomia proposta: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”, tudo o que carecer a anuência desse, inicialmente, atua no princípio satânico; a fé, por sua vez, essa loucura “infantil” que acredita que O Pai sabe o que está falando pode obedecer sem entender. “O que faço, não o sabes agora, mas entenderás depois”.

Daí, “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;21 e 25 Por isso, “... qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele”. Mc 10;15

Então é loucura mesmo alguém deixar uma vida estruturada, o convívio dos parentes e amigos para sair em busca do desconhecido “apenas” porque, Deus ordenou.

De certa forma, na convocação do Patriarca temos um símile da chamada de Cristo. “Quem quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” ‘Abrão, negue sua terra e parentes, tome sua cruz, (obediência) e siga-me.’

Não significa que a fé seja cega como acusam os adversários; antes, podendo ver onde os olhos não podem, firma-se onde parece vazio aos incrédulos; “Ora, a fé é o ‘firme fundamento’ das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Não que a Grandeza do Criador não esteja patente nas Sua Obras; mas, quando convém ao ímpio ele se faz de desentendido, “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

A visão natural também divisa Traços do Criador, mas é uma faculdade que pode ser negligenciada pelo ímpio nas ímpias conveniências, ou, usada por Satã em sua sedução, como fez com Eva; “Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer e agradável aos olhos...” Gen 3;6 Por ser a fé um dom do Espírito, atua numa esfera superior ao espectro sensorial; Então, “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

O nosso intelecto para se posicionar em relação a algo demanda informações tipo, como, quando, onde, por quê, quem...? À fé basta saber com Quem e estará segura, mesmo em meio a circunstâncias adversas. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ela não carece nada mais que Sua Promessa, e abraçando-a e nela descansando, repousa em Deus, mesmo em dias difíceis; “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Se nossa adesão, contudo, se requer “no escuro”, depois de justificados somos paulatinamente iluminados; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Diverso da pecha da fé cega somos desafiados a andar na luz para sermos purificados. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Se, inicialmente o intelecto dá preferência à fé, depois de crer e ser iluminados, a “mente de Cristo” eleva às nossas, às “Razões do Espírito;” nossa escolha e obediência aí definirá se seremos tratados como espirituais, ou meros animais. “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio...” Sal 32;8 e 9

sábado, 2 de junho de 2018

A Falsa Liberdade

“Jesus dizia aos judeus que criam Nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O Senhor dizia isso aos que já criam; o fato de se pode crer sem conhecer, talvez, tenha dado azo à afirmação que a “fé é cega”. Entretanto, pautando nosso modo de vida pela que cremos, “... permanecerdes na Minha Palavra...” isso faculta que passemos a ver algo precioso: “... conhecereis a Verdade...”

O Senhor desafiou aos que queriam saber a origem de Sua Doutrina, não tendo estudado; “... Minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus...” Cap 7;16 e 17

Ao dizer, “verdadeiramente sereis livres.” V 36 implica a existência de uma falsa liberdade. Se, para nos livrarmos dela carecemos permanecer nas Palavras do Senhor, e, Sua Palavra diz: “Negue a si mesmo”, necessária se faz a conclusão que é o “si mesmo” o feitor da escravidão travestida de liberdade.

A pretensa autonomia mal educada dos que dizem, “não se meta com minha vida, faço o que quero,” é o eco atual da “Bíblia” de Satã escrita no coração humano imprudente: “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”.

Entretanto, os verdadeiramente livres encontram seus limites na consciência alheia; de modo que a um veramente convertido não é lícito dizer: “Faço o que quero e pronto. Só de palpites em minha vida se pagares minhas contas.” Isso seria discurso de uma alma prostituta que se vende por dinheiro.

Importamos-nos com quem amamos; somos desafiados a amar mesmo, aos inimigos; isso não nos dá direito de ingerir em suas decisões, suas vidas; mas, nos constrange a falarmos de Cristo, para que outros também conheçam como nós, a liberdade que só Ele propicia.

Como cidadãos terrenos temos rivalidades, divergências em assuntos daqui; nas coisas “que são de cima” o impacto é maior; enfrentamos ferrenha oposição; alguns, são mortos por não abdicarem da fé, como tantos já foram; ainda são, em mãos de radicais islâmicos sobretudo.

Como o mundo é uma mescla de crentes e ímpios, muitas vezes, nossa liberdade espiritual nos leva a restrições físicas, psíquicas, e legais, até.
Na verdade, liberdade absoluta, nem O Criador usufrui; uma vez que É “refém” da Sua Própria Integridade; “...Viste bem; porque eu velo sobre minha palavra para cumpri-la.” Jr 1;12

Assim, minha liberdade em relação ao próximo delimita-se à sua consciência; não posso feri-lo. “Todas as coisas me são lícitas, mas, nem todas convêm.” Em relação ao inimigo, estou numa posição, colocado por Cristo que não preciso mais obedecê-lo, antes, posso resistir; “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Em relação ao Senhor, malgrado o lugar de servo, eterno devedor, sou guindado à condição de amigo; de quem acessa Seus segredos; “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” Jo 15;15

Paulo apresenta uma consciência boa “soterrada” no lixo do “si mesmo” escravo do pecado; mesmo anelando fazer a coisa certa sucumbe ao feitor; ”Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço isso faço. Se, faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

O “eu” verdadeiro escravizado ao pecado; as boas intenções sem “combustível” para andar, e o corpo do pecado deitando e rolando. Quem já identificou esses conflitos em si mesmo há de saber apreciar devidamente a Liberdade de Cristo.

Assim, a verdadeira liberdade tem limites, restrições, mas, não impostas por um usurpador indigno; antes, pelo bendito anseio implantado em nós pelo Espírito Santo, de correspondermos ao Amor de Deus.

Alguns céticos associam as dores, crueldades do mundo a não existência de Deus; pois, se existe e É Amor, não permitiria tal. Ora, essas coisas provam exatamente o contrário; que Ele Existe e É quem diz Ser. O amor não força ninguém a nada que esse não queira; e como Deus ama também à justiça, necessárias se fazem as consequências das nossas escolhas.

Se Ele não reconhecesse ser aqui um lugar de dores, sofrimentos teria enviado Um Libertador a tão alto preço? No fundo, as pessoas querem o que Deus dá, alienados do que Ele É; o “si mesmo” não quer largar o trono do engano.

Acostumaram de tal forma à prisão, que gostam dela; temem ser livres...

domingo, 27 de maio de 2018

A Bíblia é verdade?

“... Como sabe este, letras, não as tendo aprendido? Jesus lhes respondeu, e disse: Minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se, alguém quiser fazer a Vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou, se falo de mim mesmo.” Jo 7;15 a 17

O existenciário comum do Salvador, de família conhecida, mãe doméstica, pai carpinteiro, Ele, idem, não combinava com toda sabedoria que vertia dos Seus lábios. Como sabe isso se jamais estudou? Questionavam.

Invés de apresentar um diploma superior, Ele desafiou Seus ouvintes a descobrirem por si mesmos a origem do Seu Saber. “Se, alguém quiser fazer a Vontade Dele... conhecerá...” Acontece que o Testemunho de Deus não é algo externo que ondule nas cores de uma bandeira, soe na monotonia de um mantra, figure na confecção de um amuleto, ou possa ser plasmado na forja de um ídolo qualquer.

“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão, o espírito do homem, que nele está? Assim, ninguém sabe as coisas de Deus, senão, O Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas, o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Ele.” I Cor 2;11 e 12

A purificação que A Palavra e O Espírito obram só pode ser “vista” por dentro, pois, é ali, na consciência, antes, culpada, que se dá a “Lavagem da regeneração”; “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências...” Heb 9;14

Assim, somos constrangidos por Seu Amor a crer para aceitar; obedecer para conhecer. Crendo se dá o novo nascimento da água e do Espírito; o recém nascido recebe um “tradutor” que simplifica o idioma celeste, onde, a Divina Vontade se lhe faz compreensível. Sem isso, nada feito.

Às vezes leio alguns ensaios “espirituais” pretendendo aprender algo; malgrado, as credenciais do autor, doutor em teologia, professor da PUC etc. frustro-me, pois, deparo com um portentoso arranjo de rebuscadas expressões filosóficas, que, como flores de plástico padecem da ausência de vida.

Não existe tratado espiritual vivo, nem vivificante, se, sua fonte não derivar da Bendita Palavra de Cristo. Pois, como vimos acima, não são os que estudam que conhecem, mas, os que praticam. A forja da teoria em seus melhores produtos faz apenas lustrosos hipócritas.

Nunca houve uma geração com tanta dificuldade ante os fatos. Tudo melindra, ofende, causa danos psicológicos, sobretudo, a verdade. Quando os corpos acusam a olhos vistos o peso da decrepitude, a geração de imbecis que cultua a mentira sentencia: “A melhor idade”. Melhor para quê, se, os corpos já não respondem aos anseios das almas que embainham?

Deus não se ocupa em dourar pílula nenhuma, antes, toca o dedo na ferida: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ecl 12;1

Claro que se pode ser feliz na velhice, ser frutífero vivendo com sabedoria; mas, essa deriva apenas da fonte aquela; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto...” Sal 92;13 a 15

Quando apresentamos a Palavra, os que a resistem escudam-se em suas religiões como um direito seu; equalizar religião seja a qual for, com salvação, relacionamento com Deus é um traço indelével de quem ainda ignora o idioma do Céu.

Outros alinham o Evangelho à condição social; vertem “pobres de espírito” que significa humildes, em, pobres, simplesmente, como se fosse a mesma coisa. Não é. Conheço gente que precisa morrer em pé para não invadir propriedade e é orgulhosa.

A salvação nos desafia à loucura de crer, não à “Lógica” dos que tropeçam em coisas banais. “Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;20 e 21

Enfim, não que a fé seja cega como se diz, mas, ousa o primeiro passo apenas crendo; à medida que começa andar na senda espiritual começa a ver cada vez mais, onde o incrédulo nada vê; “A vereda dos justos é como luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Os que dizem que a fé é cega julgam olhos alheios pelos seus, pois, “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"A Fé é Cega;" Só Que Não

“Temos mui firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” II Ped 1;19

Interessantes figuras usadas pelo inculto Pedro! A Palavra como Luz, os corações como “olhos” capazes de perceber tal lume.

Nossas respostas à Palavra, sejam positivas, ou, negativas, sempre tiveram um componente afetivo, moral, antes que, intelectual. Simplificando: As pessoas creem porque amam, mesmo entendendo parcialmente, ou, até, nem entendendo; ou, ignoram descrêem, mesmo que seus entendimentos alcancem plenamente as implicações da fé.

Não significa que, porque a Luz lhes revela algo, disso se apossarão; podem evitar exatamente porque viram, entenderam e recusaram as consequências de assentir. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Segundo O Salvador as pessoas ficavam à distância justamente por entender que a conversão demandava uma mudança de vida que recusavam para si; seus corações, pois, não, seus olhos estavam refratários à luz.

“Quem pratica a verdade vem para a Luz”, disse; não, quem não tem pecados. A Luz revela os pecados e a reprovação do Eterno no tocante a eles; os que são feridos pela Palavra do Senhor entristecem-se por ter ficado aquém do esperado, confessam, arrependem-se; praticam a verdade e são perdoados, reputados justos; passam a receber, cada dia, mais luz, entendimento. “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Assim, falando para fora, numa diatribe aos opositores Paulo chamou à fé de loucura, pelo seu componente emotivo inicial; “Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Depois, embainhou a espada da ironia e situou seu pensamento; “Pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, Sabedoria de Deus.” VS 23 e 24

Noutra parte, escrevendo estritamente aos “loucos”, desafiou-os à razão; “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

Quem jamais ouviu a assertiva que a fé é cega? Acho que ninguém. Ouvimos isso desde sempre. Para muitos a “lógica” de Goebbels que, “uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade” tem funcionado. Aí, saem dizendo isso; seria até cômico, se, não fosse trágico.

Como no Mito da Caverna de Platão, os homens acostumados ao escuro viam na luz uma grave ameaça, assim, os cegos espirituais aquilatam à Palavra e toda a Luz que encerra. Não veem, pois, foram impedidos pela má escolha que fizeram e acusam aos que veem de cegueira.

A Palavra de Deus é categórica: “Se, ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Não só a fé não é cega, como, pode ver numa dimensão exclusiva; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem... Pela fé (Moisés) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;1 e 27

Sendo a Luz, A Palavra, e os “olhos” o coração, só quem crê sem reservas e submete-se de coração vê, deveras. Os demais, por polidos, luminosos que pareçam estão em trevas.

Assim, se dá na sina de cada crente, como o profeta vaticinou de Jerusalém: “Porque as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor virá surgindo; sua glória se verá sobre ti.” Is 60;2

Andar na Luz, enfim, nos força a evitarmos as escuras e poluídas sendas dos modernismos, escolhendo, antes, as “veredas antigas” da Palavra; pois, “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;6 e 7

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Mesmo se errei, fiz a coisa certa

O paradoxo, não é necessariamente desinteligente, ilógico; na maioria das vezes, supra inteligente desafiador.

Mas, o que é paradoxo? “Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria. Aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.” Ensina o dicionário.

Acontece que, às vezes o paradoxo é apenas verbal, não essencial. O mais famoso de todos é o “Paradoxo de Epimênides”. Esse, segundo o historiador Diógenes Laércio, era o nome do poeta-profeta cretense, que foi citado por Paulo Apóstolo, quando escreveu sua Epístola a Tito. “Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.” Tt 1; 12 Foi o texto de Paulo.

Ora, se ele disse que, os cretenses são mentirosos, e, também era de Creta, a consequência seria: Se Epimênides mente, ele fala a verdade; mas, se ele é verdadeiro, ele mente. Paradoxal, não?

Aqui, pois, a compreensão demanda um plus da inteligência que vai além da expressão verbal; busca o sentido. Assim, se tal poeta denuncia como mau o serem mentirosos e preguiçosos seus compatriotas, depreende-se que ele não era assim, pois, agir contrário ao que acredita é um paradoxo essencial, não apenas verbal.

Conclusão: Devemos crer que os denunciados eram mesmo assim, exceto, quem os denunciou, pois, não o faria se fosse da mesma estirpe. Desse modo, a ortodoxia essencial elimina ao paradoxo verbal.

Hoje, andando pelo parque municipal para colocar pensamentos em ordem, num banco onde me assentei deparei com um par de óculos de grau bifocal. Alguém o esqueceu ali.

Me vi num dilema. Havia alguns homens trabalhando distante, funcionários do município, mas, o parque não tem uma administração local onde pudesse entregar meu achado. Poderia trazer comigo, pensei, ouvir pelo rádio eventual busca do seu dono, mas, sequer ouço rádio; ou, “plano C” deixar onde estava, pois, quem o perdeu, certamente buscaria nos lugares onde esteve. Não que seja algo de tanto valor, mas, dependendo das condições de quem precisa, vira um peso a aquisição de outro. Acabei optando por deixar sobre o banco torcendo que seu dono voltasse ali.

Depois que saí, fiquei meio tenso pensando se fizera a coisa certa ou não. Ora parecia certo, ora, omisso, errado. Quer saber, decidi, mesmo se fiz a coisa errada, fiz certo. Como assim? Paradoxal. 

Pois é, minha intenção ante as três alternativas possíveis sempre foi que o objeto voltasse ao seu dono. Assim, se, cometi um erro foi de avaliação intelectual, não, moral; por isso, descansei. Deus não condenaria por erro de avaliação, mas, por dolo moral, sim.

O incidente me fez pensar nos paradoxos. O que é mais paradoxal nesse mundo que o Cristianismo? Diz que os pequenos são grandes; que os fracos, são fortes; que os últimos serão primeiros; que são felizes os que choram; que os loucos são sábios, os “sábios” loucos; que perdendo a vida é que se lha encontra? Quantas afrontas à inteligência, pois!

Entretanto, como vimos dos paradoxos, seu entendimento demanda uma inteligência superior, que a Bíblia chama, sabedoria. Muito além da ginástica intelectual dos melhores cérebros da Terra, mas, ao alcance dos pequenos, fracos, sem muita instrução, que se submetem a Deus. Esses, que aprendem que, “O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria”, são capacitados às melhores escolhas, mesmo que estejam muito acima de seu conhecimento.

Da Árvore da Ciência, tudo o que se colhe é mera ciência; a Árvore da Vida que frutifica aos salvos, dá-lhes vida espiritual e entendimento, igualmente, espiritual. Onde a ciência natural detecta sua miopia, os renascidos conseguem ver distintamente. Por isso, dizem eles, que a fé é cega, onde, deparam com a própria cegueira.

Afinal, a sabedoria espiritual, nada tem a ver com neurônios, capacidade cognitiva natural, filosofia; antes, Deus que vê corações, lega seu dom com um vínculo moral, de caráter, não, intelectual. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca vem o conhecimento, e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

Interessante que a sabedoria espiritual é alegorizada como escudo, arma de defesa. Paulo faz uso da mesma figura em relação à fé. Afinal, a peleja do inimigo não tem outro alvo, senão, solapar nossa fé, que deriva do conhecimento de Deus. 

Salvos são capacitados a atuarem, “Destruindo os conselhos, toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;5

Assim os grandes do mundo buscam entendimento para brilhar, a nós, é dado para obedecer. Um paradoxo mais, que diferença faz?