“Não semearás a tua vinha com
diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que
semeares, a novidade da vinha” Dt 22;9
Embora a “semente”
da vinha seja, usualmente, uma rama, da qual se faz nova muda, o que temos acima é a prescrição da
pureza, da não miscigenação de espécies para preservação dos frutos.
Se, no aspecto
humano, a mistura racial é positiva, amalgamando culturas, gostos, na igualdade
dos diversos, nas coisas da natureza a mescla foi vetada por Deus, sob pena da
degeneração.
Porém, objetaria alguém, os Hebreus eram racistas também, uma vez
que, deveriam casar seus filhos apenas entre irmãos de sangue, não com gentios.
Talvez.
Qualquer
intérprete honesto que ler as Escrituras verá que a coisa não era bem assim. O
veto tinha um cuidado espiritual, não, racial. “Nem te aparentarás com elas;
não darás tuas filhas a seus filhos, não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois,
fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; a ira do
Senhor se acenderia contra vós, depressa vos consumiria.” Dt 7;3 e 4
Então, o “racismo”
hebraico visava a preservação da relação com O Todo Poderoso, evitando a
influência espiritual de povos que tinham seus cultos a deuses alternativos de
sua própria feitura. Tanto é assim, que, estrangeiros como, Raabe, Rute, Urias,
etc. mesclaram-se ao povo judeu sem problema algum. Um exemplo negativo da
mescla, porém, foi Jezabel, que, trouxe consigo o culto a Baal, quando casou-se
com o pusilânime, Acabe. Era isso que O Eterno vetava.
Ademais,
nunca O Altíssimo se apresentou como “propriedade” exclusiva dos hebreus,
antes, desejou que eles fossem um povo diferente, para servir de testemunhas a
todos os povos, sobre o Caráter Santíssimo do Eterno. “Agora, pois, se
diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis
a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é
minha. Vós me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Êx 19;5 e 6
Ora,
sacerdotes servem de mediadores entre Deus e homens; se, Israel fora
vocacionado a ser Reino Sacerdotal, tencionava, O Eterno, que fosse um meio de
reconciliar consigo todos os povos, não se tratava de um deus tribal, como
acusam alguns. Aliás, quando da chamada de Abrão, patenteou Seu cuidado
universal. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12;3
Entretanto, a
“vinha” que deveria ter preservado sua pureza ao longo da história passou mui
longe disso. “Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora os gentios, e a
plantaste. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela deitasse raízes, e
encheu a terra.” Sal 80;8 e 9 “Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, homens de
Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à
minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas
boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;3 e 4
Eis as
consequências de não se ter dado ouvidos a Deus! A degeneração, a produção de “uvas
bravas”. Não precisamos pensar muito para sabermos que não se trata de uvas,
estritamente, mas, de uma alegoria para os frutos espirituais, produzidos pelo
povo escolhido. Isaías interpreta sua alegoria: “Porque a vinha do Senhor dos
Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias;
esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui, clamor.” Is
5;7
Assim, a
vinha, outrora pura, tornou-se degenerada, incapaz de produzir os frutos
ansiados por Deus, falsa. O povo que deveria introduzir Deus entre outros
povos, tornou-se tal, que, para Deus, feito homem, caminhar entre eles enviou
diante de si um precursor para “limpar” um pouco, dizendo: “Preparai o caminho
do Senhor.”
A falha da
primeira videira não significou o fracasso de Deus, antes, o absoluto fracasso
humano, pois, mesmo O Eterno se dispondo a andar conosco, somos rebeldes,
desobedientes, falhos. Videira se planta na Terra, e não havia “muda” que não
fosse degenerada, falsa; o Plantador proveu do Céu, uma, impoluta, Jesus Cristo:
“Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1
Embora muitos
tentem “enxertar” em Cristo filosofias humanas, doutrinas espúrias, para O “Lavrador”,
somente a Pureza de Cristo é aceitável, o demais, não passa de ramo sem frutos
que arderá no fogo.
Enfim,
misturem-se humanos de todas as raças, mas, nenhuma doutrina humana, à pureza
da Bendita Palavra de Deus. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os
que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda,
sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6