“Um
rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e
milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo e abriram-se os
livros.” Dn 7; 10
Solene imagem do juízo Divino vista e comunicada pelo profeta
Daniel. “Assentou-se o juízo e abriram-se os livros.” Tanto é veraz que os
servos fiéis do Senhor têm seus nomes assentes no Livro da Vida, quanto, seus atos registrados ante o testemunho dos
céus. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram freqüentemente um ao outro;
o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante dele, para os que
temeram o Senhor; para os que se lembraram do seu nome.” Ml 3; 16
Aí refere-se
a juízo para galardão, recompensa, uma vez que, a própria inserção de suas
vidas entre os que são de Cristo é já seu “juízo”; digo, a anulação da justiça
em prol da graça, onde recebemos mais que merecemos apenas por crermos em
Cristo e lhe obedecermos. “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas
ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E,
despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou
em si mesmo” Col 2; 14 e 15
O Livro da Lei que enfatiza nossos pecados é
anulado pela vitória de Cristo em relação aos Seus; a esses se aplica a graça
vaticinada em Miqueias e Oseias: “Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as
nossas iniquidades; tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” Eu
os remirei da mão do inferno, os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as
tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição?...” Mq 7; 19 e Os 13; 14
Entretanto,
aos que são refratários ao Seu amor resta apenas a frieza dos livros, a justiça
de um Tribunal Santo, que não pode ser burlado nem cometer erros.
Não há registros
de um promotor de justiça acusando aos réus, tampouco, testemunhas humanas. O testemunho externo será
oferecido pelas obras; “...Bem aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor. Sim; diz o Espírito. Para que descansem dos seus trabalhos; as suas
obras os seguem.” Apoc 14; 13
Se os que “morrem
no Senhor” serão secundados pelas obras, também ações dos que morrem sem Ele seguirão como uma leva de testemunhas até ao
Santo Tribunal. Interiormente a consciência será a testemunha final. “Os quais
mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua
consciência, os seus pensamentos, quer
acusando-os, quer defendendo-os;” Rom 2; 15
Vemos que a mesma consciência,
tanto pode acusar quanto, defender, em face ao valores da Justiça que a move.
Tal testemunho, além de vetar a mentira no juízo atua nas vidas dos salvos
denunciando desvios. De atenderem a voz interna e refazerem seus atos depende a
perseverança na fé; a salvação. “Conservando a fé, a boa consciência, a qual, alguns, rejeitando,
naufragaram na fé.” I Tim 1; 19
Quem
move-se no domínio das paixões tem enorme dificuldade, tanto com a verdade,
quanto, a justiça. Basta que observemos,
por um instante, o assunto do momento; protestos da população descontente com
um Governo que prometeu maravilhas em campanha recente em vem fazendo o oposto.
Os inconformados com o estelionato eleitoral pedem impeachment. Entretanto, os
defensores do mesmo acusam aos descontentes de maus perdedores, de quererem um “terceiro
turno”; serem golpistas.
Ora, consulte-se a frieza dos livros. Lá estão
registrados seus discursos quando do impeachment de Collor. Os mesmos que, acaloradamente
diziam ser instrumento democrático, fiador da justiça, agora o depreciam.
Eis a
“verdade” com a qual estão acostumados a lidar!
Falar coisas inadvertidas, todos falamos; agora, negar isso, dizer o
contrário, só os canalhas, os safados. O cidadão dos céus, que ama a verdade no
íntimo, e a justiça, tem outros padrões. “Aquele a cujos olhos o réprobo é
desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15; 4
A verdade é
apresentada como alforria de um escravo;
“E conhecereis a verdade e a verdade os libertará”, Jo 8; 32 Entretanto, os serviçais
da mentira não a têm como uma feitora, antes, como refúgio, recurso, amparo.
Para esse, pois, a verdade acaba soando como ameaça, perigo.
Como o cetro
furtado por satanás o foi através da mentira, natural que em seu reino impere
tal valor. Porém, quando da restauração do Reino ao Digníssimo e legítimo Rei,
nada valerá a algazarra doentia das paixões; antes, a frieza serena dos livros,
e a justiça Santa do Livro dos Livros.
“Nenhum
mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito.”
Abraham Lincoln