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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Defunto no comício



“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” ( Oscar Wilde )

Quando se fala em qualidade de vida, normalmente se atina aos recursos naturais, ambientais e estruturais para o desfrute da mesma, nada tendo a ver com a qualidade da vida que levam, eventuais inseridos nesse existenciário favorável.

Entretanto, os valores que abraçamos, exemplos que legamos, a forma como nos relacionamos, a intensidade com que aprendemos as lições cotidianas fazem a qualidade da vida em si; a diferença entre viver, uma inserção familiar e social proveitosa, edificante, exemplar, e, mero existir, ser e estar indolente, inconcluso, insignificante, deletério, vulgar...

Se, à vida atinam bons valores, antes de tudo, o valor da própria, deve ser tido num plano superior, pois, uma vez perdida, essa, as coisas acessórias, paixões, vaidades, sonhos, perdem o sentido.

Um lindo exemplo nos deram nossos irmãos colombianos, quando, da tragédia que vitimou à Chapecoense. Os mesmos que iriam ao estádio torcer contra foram no horário que deveria ser o jogo, aplaudir e patentear seu apoio aos enlutados. Mais, o Atlético Nacional abriu mão da disputa e pediu que o título fosse dado à equipe brasileira. Afinal, ao custo de tantas preciosas vidas, as demais coisas acabam irrelevantes. Eis, o valor da vida!

Pois bem, outro dia depreciei com todas as letras uma meia dúzia de existentes sem vida, imbecis engajados que aproveitaram a convalescença de Dona Marisa Letícia, para fazer seu protesto político. Uma vida estava em risco, cáspita! Não era a hora nem o lugar. Infelizmente, veio a falecer, dada a gravidade.

Como foi primeira-dama, natural que receba, seu velório, destaque na imprensa mundial, bem como, visita de muitas autoridades. Porém, o Presidente Temer foi achincalhado quando foi prestar sua solidariedade, bem como, veículos de comunicação, mormente a Rede Globo, foram enxotados aos gritos de “mídia golpista, assassinos”! O repórter César Menezes, que nada tem com isso, pagou o pato.

Que gente sem noção, sem princípios, sem valor, sem vergonha! Hora, a ida do Presidente era de se esperar, como seria se não fosse? Era seu papel. Da imprensa, idem. Mas, os esquerdistas prezam muito o valor da vida, melhor ficar longe.

Na verdade são tão canalhas que tiram proveito de tudo. Se um gay é assassinado presto acusam de homofobia, antes de saber o motivo; ou um negro, de racismo, da mesma forma. Qualquer morte lhes serve como insumo político, e, deve ser “capitalizada” pela causa. Num caso assim, então, o defunto é deles, a culpa dos outros, portanto, mantenham-se longe enquanto eles “choram”. Que choldra obscena!

Não estão, nem, jamais estiveram aí, para a vida. Tanto que seu programa de governo trazia legalização do aborto. Países comunistas, suas fontes inspiradoras matavam aos milhões quem se lhes opunha, de modo que, uma vida que pensa diferente é apenas um “problema” que a “matemática” do “paredón” resolve.

Nem mesmo Lula é tão vítima, ou, inocente assim, pois, todo país sabe que a traiu muito tempo tendo Rose Noronha como amante, e agora estaria com certa sindicalista, mas, isso era problema da Dona Marisa. Respeitemos sua morte.

Ora, ante a dor da morte, não existe cor clubística, bandeira partidária, nicho ideológico; essas coisas são de menor relevância.

Então, que no devido tempo Lula responda pelo que fez, mas, agora, que respeite-se a perda humana. Temer não é nenhuma maravilha, aliás, criou dois ministérios do nada apenas para dar foro privilegiado a seus comparsas, algo semelhante ao que Dilma fez nomeando Lula à Casa Civil. Farinha do mesmo saco, pão com o mesmo sabor, mas, é o Presidente por vias constitucionais, até o fim do ano, a falácia do golpe é vergonhosa.

Nós, que discordamos disso, criticamos, estamos de olho, mas, num ambiente de consternação, há prioridades diferentes que predileções políticas; um mínimo de escrúpulos, que tal?

Para a mentalidade esquerdista, tudo é coletivo, social, tolhendo sempre a responsabilidade do indivíduo. Tanto que, um bandido preso é uma vítima da sociedade, não um ser arbitrário que colhe frutos de más escolhas. Sempre há uma “elite branca” uma “mídia golpista” culpada de todos os males do mundo, eles são vítimas. Para Deus, isso de socializar e diluir a culpa não funciona; “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Antes de sermos sociedade somos indivíduos, e como tais, podemos pensar por nós, sem que mantras alheios nos encham de interesses camuflados de ideias. A dignidade individual não tem preço, e a indignidade alheia engajada só envergonha, invés de persuadir.

“Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos.” ( J. Kennedy )

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Waldemiro Santiago; carne de pescoço

“Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão pratica iniquidade; não atenta para a majestade do Senhor.” Is 26;10

Após um grande livramento, o que se espera de seu beneficiário é que seja grato ao benfeitor, como fez Davi em seu cântico: “Senhor, fizeste subir minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo. Cantai ao Senhor, vós que sois seus santos, celebrai a memória da sua santidade.” Sal 30;3 e 4

Ou, outro canto que celebra o livramento do cativeiro de toda a nação: “Nossa boca se encheu de riso, e, nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” Sal 126;2 e 3

A preservação dos “dedos” faz a perda dos “anéis” irrelevante, como versa o dito popular.

Em momentos de grande comoção, quando os tendões da fragilidade humana estão expostos, as pessoas tendem a ser menos suscetíveis, melindrosas; até conseguem certa empatia com a alheia dor, como se verificou por causa da tragédia que vitimou a Associação Chapecoense de Futebol, e, profissionais da imprensa.

No auge da comoção, Galvão Bueno que fazia cobertura para a Globo disse que, todos seríamos melhores após, ou, não seríamos mais os mesmos. Lamento, mas, discordo. Uma comoção pontual como aquela, arrefece ao curso do tempo, e, salvos os atingidos bem de perto, para os demais, a vida segue como antes, sem melhorar um milímetro sequer. 

O ladrão segue ladrão, o mentiroso continua a mentir, o promíscuo a fornicar, o corrupto a corromper-se etc. Se, os contratempos melhorassem os caracteres, os que caíram na prisão estariam melhorando com os castigos, não, praticando barbáries e terrorismo, como temos assistido.

Meu alvo, contudo, nesse apreço, é o “apóstolo” Waldemiro Santiago, que, sofreu tentativa de homicídio dentro de um templo em São Paulo. 

Uma parte vital, de alta vulnerabilidade, o pescoço, foi atingida com um golpe que, por pouco, o teria matado. Ainda convalescendo, deu uma entrevista “perdoando” ao doidivanas que fez aquilo, bem como, o “mandante”; por sua conta e risco, pois, supôs que o agressor era só enviado de alguém. 

Para quem conhece a caldeira onde ele ferve, não é difícil imaginar quem seria seu suspeito mor. Aliás, o diabo manifesto, quando dá entrevista na Mundial, fala mal do Edir Macedo, quando, na Universal, fala mal do Waldemiro. Ambíguo, o tinhoso. Também, quem iria confiar no Pai da Mentira?

Mas, voltando, como esposou tão pródigo perdão, atitude cristã, seria de se esperar que, tendo estado a um centímetro da morte, o susto o tivesse feito refletir nas coisas que tem feito, e, além de gratidão ao Senhor, trataria de melhorar, dada a fragilidade da vida, e o risco de encontrar o Juiz dos Vivos e dos Mortos antes do esperado; que nada!

Passado o susto, seguiu mais Waldemiro do que antes. À sua camisa ensanguentada foi atribuído o poder milagroso de curar, de modo que, não é mais O Sangue de Cristo o socorro dos fiéis, mas, o dele. Depois, em seu estilo charlato-chorão de sempre, passou a pedir a bagatela de oito milhões de reais aos “fiéis”, para bancar os custos de seu programa de TV, etc.

Voltemos ao texto de Isaías: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão pratica a iniquidade, não atenta para a majestade do Senhor.”

Ora, se há um lugar que deveria ser “Terra da retidão”, esse, seria dentro da igreja. Entretanto, é justo, lá, que esse cretino profere as mais grotescas heresias, e faz prosperar seu labor mercenário às expensas de uma plateia incauta, com seu vasto repertório de mentiras.

Não sei quem é o mais desgraçado; o pilantra que vende o Céu na Terra para enriquecer, ou, o imbecil ganancioso que compra vento patrocinado pelos ditames de sua cobiça desenfreada.

Outro aspecto doentio da espécie humana é certa sagração da morte, de maneira que, quem morre, de repente deixa de ter defeitos, até o bosta do Fidel Castro vira gente boa; comigo, não! Um crápula vivo, ferido, ou, morto, é apenas um crápula em suas circunstâncias. A Bíblia preceitua que tratemos com respeito quem teme ao Senhor, e, junto, que desprezemos ao réprobo. O Cidadão dos Céus é aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra os que temem ao Senhor...” Sal 15;4

A mesma palavra que manda orar pelos inimigos aconselha que evitemos aos hereges. Aqueles, ainda poderão reconciliar conosco, desfeitas as causas da inimizade; esses, quanto mais influência tiverem sobre nós, mais perto do inferno nos levarão.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Chapecoense, tragédia na Colômbia

“Tudo tem o seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu... Tempo de chorar...” Ecl 3;1 e 4

Mesmo quem não entende, ou, não gosta de futebol, não ficou, nem poderia ficar, alheio ou indiferente à tragédia que vitimou a delegação da Associação Chapecoense de Futebol, nessa madrugada, na Colômbia. 71 vítimas, tripulação, jogadores, dirigentes, convidados de honra, e, profissionais da imprensa.

Coisas normais no seu labor, disputas, rivalidades, competições, perdem o significado ante o valor infinitamente superior, da vida. Ademais, todos os desportistas do país, certamente tinham à “Chape” como segundo time, sobretudo, nessa hora, em que disputava o maior título de sua história, o primeiro de caráter internacional, de todo o povo catarinense. Era-nos natural torcer para que eles fossem vitoriosos.

Infelizmente, somados acidentes, crimes, doenças, lidamos com um número expressivo de mortes, todos os dias; porém, quando, invés de diluir entre muitos o nefasto peso de sua vinda, a morte resolve concentrar a dor em um grupo assim, uma cidade, uma comunidade de torcedores, anexando ao inesperado trágico a contramão de quem galgava veredas gloriosas antes da dor, nossa consternação vulnera-nos, nossas razões tonteiam, a incompreensão nos toma.

Todos os estádios do mundo, onde houver uma partida oficial nos próximos dias, farão um minuto de silêncio antes de novos jogos, muitos aplaudirão; forma de dizer que a dor deles, é um muito nossa, também. Na verdade, é algo difícil de entender, em nossa natureza, por que, podemos participar com certa facilidade da dor alheia, embora, nem sempre, da alegria. Talvez tenhamos mais jeito pra nos identificarmos em nossas fraquezas, que, em eventuais destaques de dons superiores dados a outrem, não, a nós.

As competições nacionais foram adiadas por uns dias, pois, não faria sentido a alegria de eventuais conquistas, de quem quer que fosse, sobre um cenário de tanta consternação como esse.

Eis uma hora em que as palavras esgotam mui rápido suas parcas possibilidades, ante a imensa lacuna dessa ruptura de sonhos, expectativas... O fim da convivência, dos anseios mais legítimos, se faz de uma eloquência superior, o que põe nossas melhores ideias, nossos melhores discursos, apenas, mudos, ineptos, enfim, nossa impotência ante a gravidade da dor, resulta de uma evidência humilhante.

Nós, que ensinamos coisas espirituais derivadas da Palavra de Deus, não raro, exortamos o que aprendemos do Senhor, sobre a brevidade fugaz da vida, a importância inelutável de estarmos em paz com Deus, para quando nosso tempo findar. Entretanto, nem mesmo nós, que tentamos andar segundo esse modo de ver, cogitamos de um encontro brutal, coletivo, doloroso assim, com a última milha da jornada.

Quem não buscaria no mais fundo de seu relicário, se, houvesse, uma porção inda que pequena de palavras que pudesse de alguma forma, amenizar tamanha dor? Mas, tais não existem. Palavras não ajudam, silêncio não ameniza, empatia, em nada, melhora.

Resta, nos solidarizarmos com os familiares, amigos, torcedores da Chapecoense, e, demais vítimas, o que inexoravelmente não é bondade nossa, antes, identificação, à medida que nos vemos também partícipes da dor, inda que em escala menor, orando para que Deus lhes dê o consolo necessário para suportar uma carga assim, e a força necessária para seguir na senda da vida.

Os gregos, invés da comédia pueril, ou, dos finais felizes artificiais tão comuns em nossa dramaturgia, investiam nas tragédias, nas encenações, cujo clímax, era doloroso, levava a plateia ao choro. Chamavam a isso, catarse, ou seja, purificação. Entendiam, eles, que as almas humanas tendem a ser superficiais, melindrosas de pequenas coisas, e precisam eventualmente, contato com a dura realidade, para que se façam também, mais realistas, ponderadas, sensatas, menos suscetíveis.

Pois, nós que estamos compulsoriamente assistindo a uma tragédia real, de tal magnitude, bem que poderíamos, ao partilharmos um tanto da dor alheia, nos tornarmos um pouco melhores também, pararmos de superdimensionar picuinhas, e nos atermos mais, ao que deveras tem valor, dá sentido à vida.

Seria uma flor entre pedras, se, a eloquência da morte, lograsse, inda que tardiamente, nos guindar de uma existência pueril, a um sentido mais amplo, mais intenso, para o maravilhoso dom, da vida.

Causas serão apontadas, suspeitas levantadas, conclusões apresentadas, mas, nada mudará o fato de que isso será mera formalidade necessária, ações, derivadas da punção de quem fica, inúteis para mudar o que foi.

Nossa sociedade tão ensimesmada, ególatra, a geração selfie, gente que posta suas malcriações jactando-se de não precisar de ninguém para nada, bem poderia, ao aguilhão de tamanha dor, repensar valores, atitudes, escolhas, e se deixar humanizar um pouco mais, em lugar de ser tornar assim, tão máquina.

Eu preciso de tantos... precisaria daqueles 71, vivos, para não estar tão triste. Força Chape!!