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domingo, 17 de maio de 2020

A Loucura que Ilumina


“O Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Te mostrarei.” Gen 12;1

Antes de dar satisfações aos nossos intelectos doentios, (ainda que o faça ao seu tempo) Deus demanda confiança irrestrita em Sua Palavra.

Ordenou que Abrão fosse após Ele em busca de algo “incerto”; “a terra que Eu te mostrarei”. Embora nossa curiosidade seja lícita, quando assoma em momento inoportuno se faz obstáculo à fé.

O projeto original de reger ao homem pela sabedoria, que seria, manter-se esse, no Temor do Senhor, se perdera; como o intelecto humano fora poluído pela autonomia proposta: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal”, tudo o que carecer a anuência desse, inicialmente, atua no princípio satânico; a fé, por sua vez, essa loucura “infantil” que acredita que O Pai sabe o que está falando pode obedecer sem entender. “O que faço, não o sabes agora, mas entenderás depois”.

Daí, “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;21 e 25 Por isso, “... qualquer que não receber o Reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele”. Mc 10;15

Então é loucura mesmo alguém deixar uma vida estruturada, o convívio dos parentes e amigos para sair em busca do desconhecido “apenas” porque, Deus ordenou.

De certa forma, na convocação do Patriarca temos um símile da chamada de Cristo. “Quem quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” ‘Abrão, negue sua terra e parentes, tome sua cruz, (obediência) e siga-me.’

Não significa que a fé seja cega como acusam os adversários; antes, podendo ver onde os olhos não podem, firma-se onde parece vazio aos incrédulos; “Ora, a fé é o ‘firme fundamento’ das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Não que a Grandeza do Criador não esteja patente nas Sua Obras; mas, quando convém ao ímpio ele se faz de desentendido, “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

A visão natural também divisa Traços do Criador, mas é uma faculdade que pode ser negligenciada pelo ímpio nas ímpias conveniências, ou, usada por Satã em sua sedução, como fez com Eva; “Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer e agradável aos olhos...” Gen 3;6 Por ser a fé um dom do Espírito, atua numa esfera superior ao espectro sensorial; Então, “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

O nosso intelecto para se posicionar em relação a algo demanda informações tipo, como, quando, onde, por quê, quem...? À fé basta saber com Quem e estará segura, mesmo em meio a circunstâncias adversas. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ela não carece nada mais que Sua Promessa, e abraçando-a e nela descansando, repousa em Deus, mesmo em dias difíceis; “Quando passares pelas águas Estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Se nossa adesão, contudo, se requer “no escuro”, depois de justificados somos paulatinamente iluminados; “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Diverso da pecha da fé cega somos desafiados a andar na luz para sermos purificados. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Se, inicialmente o intelecto dá preferência à fé, depois de crer e ser iluminados, a “mente de Cristo” eleva às nossas, às “Razões do Espírito;” nossa escolha e obediência aí definirá se seremos tratados como espirituais, ou meros animais. “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio...” Sal 32;8 e 9

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Carnaval Gospel? Será?

“Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora teus olhos; olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, do sul, oriente e ocidente; porque toda esta terra que vês darei a ti e tua descendência, para sempre.” Gên 13;14 e 15


A obediência de Abrão fora parcial; além de deixar sua Terra deveria separar-se dos parentes também. “...Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” Cap 12;1


Entretanto, seu sobrinho Ló foi com ele. O Senhor prosperou a ambos; o espaço começou a ficar pequeno e contendiam seus pastores; então a solução pacífica encontrada foi a separação. Por modos oblíquos, enfim, a Vontade de Deus estabelecida.


Na chamada, a visão da Terra era algo futuro, “te mostrarei”, cumpridas as condições, cumpriu-se o tempo; “Levanta ‘agora’ teus olhos...”


O Senhor É Eterno Ele não tem problemas com o tempo; quando Pedro diz que para Ele, mil anos são como um dia, ou, vice-versa, não está mensurando nada; apenas, dizendo que não faz diferença. Se, Suas promessas a uns parecem tardias, isso deriva do Amor que anseia salvar ainda mais. Como somos resilientes na desobediência usa o tempo em consórcio com a fé para disciplinar, ensinar.


O “agora” de Abrão chegou depois de, cumprida a ordem do Altíssimo; muitos “agoras” esperam; pois, olhamos ciosos para promessas, mas, nos portamos relapsos para com os meios. Obediência parcial é desobediência. O rebelde em dado momento arvora-se no direito de achar que Deus não precisa exigir tanto, fazendo uma parte apenas, basta; como Saul, quando ordenado a exterminar aos amalequitas fez a coisa pela metade; isso lhe custou caro.


Muitas vezes pensando em algo prometido questionamos por que Deus demora tanto; talvez, a pergunta mais sábia fosse: por que eu demoro tanto a me colocar em rota de colisão com a misericórdia Divina andando na trilha da obediência? “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; se levantará para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que Nele esperam.” Is 30;18


Estavam confiando no Egito invés do Senhor; fatalmente seriam decepcionados, e, um dia teriam que volver atrás; o Senhor esperaria para ter misericórdia. Mas, um dia terá que julgar a todos como prometeu; sendo “Deus de equidade” não terá ao culpado por inocente, nem o contrário. Urge nos submetermos ao Senhorio de Cristo para que nos seja imputada a inocência Dele. Senão, fatalmente nos espera o “Salário do pecado”; a morte.


Desgraçadamente viceja uma horda de mercenários travestidos de Ministros do Evangelho; invés do ensino salutar do “negue-se e tome sua cruz” a onda é: “Como tomar posse da bênção”. A única bênção ante a qual somos instados a agir assim é a da vida, justo, a que requer cruz; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12


O Senhor demandou as coisas do Reino como busca; os meios, que, muitos consideram fins, as demais coisas, prometeu como efeito colateral; “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos ... De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;31 a 33


Abrão deveria separar-se de um parente não chamado, antes de poder ver a Terra da Promessa; a nós promessa não é de Terra, mas, de vida eterna onde seremos imunes ao tempo como Deus; para tanto temos um Senhor e Guia, ao qual devemos submissão; o simples mencionar Seu Santo Nome já demanda que nos apartemos de coisas que desagradam ao “Deus de Equidade”; “o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19


Fazendo isso imitaremos o caráter Dele; seremos luz; “... resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras ...” Mat 5;16


Tem igrejas “Gospelizando” tudo; carnaval, funks, axés, para “atrair aos do mundo e guardar os seus das tentações”. Será? Como agirá no deserto um “convertido” desses que invés de vir por Jesus se enturmou num carnaval alternativo? Ló dirigido pelo que via escolheu os melhores pastos acabou em Sodoma; prisioneiro careceu socorro do seu tio. Não que fosse injusto, mas, foi imprudente.


Contextualizar o Evangelho é necessário, mas, o risco é estar sendo atraído a pretexto de atrair. Está cheio de ministros sodomitas; mas, os pecados de Sodoma permanecem. Deus jamais desafiará a ver Sua Bênção quem escolheu viver em trevas.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A Perspectiva Divina

“Te farei uma grande nação, abençoar-te-ei e engrandecerei teu nome; tu serás uma bênção. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12

A Chamada de Abrão; qualquer coisa que seja dita será exaustivamente repetitiva. Contudo, o alvo não é originalidade, mas, fomento à reflexão, edificação.

Sabemos que Deus capacita seus escolhidos; escolhe as coisas “que não são para aniquilar às que são”, comissiona jovens, como Jeremias; impuros, como Isaías, pesados de boca, como Moisés... Enfim, chama a quem lhe aprouver.

Deixando, pois, o apreço de como, ou, a quem, Ele Chama, vamos nos deter um pouco sobre os alvos, ou, a perspectiva Divina. Dada nossa pequenez, mediocridade, tendemos a ver as coisas como restritas a nós mesmos, e eventuais pessoas com as quais tivermos contato, não mais.

De Abrão disse: “Farei de ti uma grande nação... em ti serão benditas todas as famílias da Terra.” Desde quando, o mais ousado dentre nós teria em perspectiva gerar uma cidade, quanto mais, nação; mais ainda; nação que encerrasse em si uma bênção global? Pois, isso que somente cogitar bastaria para que nos declarassem fora da casinha era o exato propósito que habitava na “casinha” do Senhor.

Há dois tipos de chamado; um, genérico para a salvação que é extensivo à toda criatura: “Vinde a mim todos que estais cansados e eu vos aliviarei...” Mat 11;28 Outro específico, ministerial como foi com Paulo: “...este é para mim um vaso escolhido, para levar meu nome diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel.” Atos 9;15

Outra vez, uma perspectiva muito mais ampla que meros projetos pessoais que orbitariam ao redor de uma morada como a maioria dos cristãos.

“Lato sensu” todos os convertidos são do Senhor; contudo, gozam certa liberdade de escolha quanto ao trabalho, residência e afins; porém, alguém escolhido para fito específico se torna propriedade exclusiva do Senhor; vai pra onde não quer, é levado; suas vontades pessoais não contam; entrega-se a Deus e por ele é conduzido.

Muito diferente dessa geração de “apóstolos” do ar condicionado, gente autônoma que faz suas próprias escolhas e, apenas usa O Nome do Senhor como pretexto aos projetos pessoais de grandeza. Distantes estão esses de uma sina como a de Pedro, aquele sim, Apóstolo; “Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás tuas mãos, outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras. Disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus...” Jo 21;18 e 19

Sobre Jeremias também temos algo que vale realçar: “Antes que te formasse no ventre te conheci; antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” Jr 1;5 Longe de ser alguém com vontade livre era um presente Divino às nações.

Hoje com as facilidades tecnológicas todos conseguem “alcançar” todas as nações; porém, quais os frutos desse alcance? Precisamos ainda homens guiados por Deus de tal modo, que, possam como Paulo que tencionava ir para Bitínia, ouvir um, não, do Senhor sendo enviado à Macedônia.

Alguns pensam que Deus não fala mais como antigamente, que as diretrizes estão dadas; nelas podemos nos mover livremente; não, nem todos. Deus ainda fala como sempre, embora, poucos O possam ouvir, dado o barulho das mundanas ocupações e a pouca intimidade com O Santo.

E, carecemos urgentemente de vozes que clamem nesse “deserto” de consagração que vivemos, sobretudo, para desfazer a encenação de um cristianismo hipócrita, superficial, comodista, indiferente que serve as conveniências pessoais, não, a Deus.

Esses causam divisões como Ló o sobrinho que nem deveria ter ido junto com Abrão; ele falhou na instrução de sair dentre os parentes; os “Lós”, digo, resolvem as coisas com a perspectiva natural; olham para as verdejantes campinas de Sodoma e fazem suas escolhas, mesmo que seja para habitar com os réprobos.

Os que se entregam à perspectiva Divina, num primeiro momento podem parecer tolos; abdicam de “vantagens” tão vistosas como as de Ló. Porém, um deserto eventual, se necessário, pode encerrar bênçãos grandiosas depois; como Deus disse dos levitas que seria Seu Escudo e Galardão, assim É com os que se consagram deveras.

Lhes são negadas, muitas vezes, coisas normais da vida, mas, têm uma visão da Divina Obra que os “normais” nem se aproximam. Mais do mesmo nem carece chamada, nasce espontâneo como capim; mas, quando Deus escolhe e prepara alguém, a Igreja e o mundo terão que lidar com um desmancha-prazeres.

O Eterno inda tem em Sua aljava, flechas assim. Que as dispare, pois; nosso cristianismo carece de sal.

sábado, 8 de julho de 2017

Os fugitivos

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. Te farei uma grande nação, abençoarei, engrandecerei teu nome; tu serás uma bênção.” Gên 12;1 e 2

Muito se pode aprender sobre a chamada de Abrão por parte do Senhor. Os projetos Divinos expostos estavam todos mercê da resposta positiva, pois, a primeira palavra dita demandava uma ação do patriarca; “sai”.

A presciência do Eterno antevê as respostas de cada um; jamais erra quando escolhe; seja, Abrão para formar uma grande nação; ou, quando apostou Suas fichas no caráter de Jó; ainda, quando chamou Maria para Seu propósito excelso, etc.

Quando a resposta será negativa, também o sabe, pois, ao comissionar Ezequiel como pregoeiro de Sua Vontade advertiu da falta de frutos, ao próprio profeta; disse: “Mas, a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a mim; pois, toda a casa de Israel é de fronte obstinada, dura de coração.” Cap 3;7

Qual o propósito de enviar o mensageiro então, se, os juízos anunciados seriam inevitáveis dada a obstinação dos ouvintes? Restariam remanescentes após o juízo, além disso, o ensino atingiria gerações futuras, como nós, que podemos aprender prudência observando a imprudência deles.

Não que o profeta fosse rejeitado estritamente; antes, era “desejado” como um artista; somente a mensagem era hipocritamente ignorada; o que faria o juízo porvir, inevitável. “Tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave que bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas, não as põem por obra. Mas, quando vier isto, então, saberão que houve no meio deles um profeta.” Cap 33;32 e 33

Embora a Obra de Deus em si, nada dependa de nós, Ele se arranja sem nossa ajuda; a mesma, em nós, depende inteiramente da resposta que dermos À Sua Palavra.

Até quando alguém faz “a coisa certa” pelo motivo errado, usa A Palavra como esconderijo, ou, dela lança mão para motivos espúrios, a mesma Palavra, mais dia menos dia, desnuda-o. Nosso olhar vê os fenômenos, O Divino, intenções, pensamentos. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

O Todo Poderoso antevê respostas positivas, negativas, e, hipócritas que se misturam ao rebanho. Alguém disse, “se o malandro soubesse das vantagens de ser honesto, o seria, só por malandragem”; Pois, nas coisas Divinas, as bênçãos reais só derramam-se sobre os honestos, até quando devem assumir eventuais, desonestidades.

Infelizmente, a maioria trata A Palavra da Vida como batata quente, apressa-se a passar adiante, pois, traz desconforto para si. Nas redes sociais, quanta “Fé” quantas mensagens bonitas de uma geração que vive mui abaixo da média do aceitável, no prisma da decência, honestidade, altruísmo, amor, etc.

Têm prazer de se fazer inquilinas da sabedoria para parecer que “moram bem”, quando, em postagens subsequentes expões as reais palafitas onde vivem. A Poderosa Palavra de Deus obra no vácuo em suas vidas, pois, se recusam à correspondência, que como no caso de Abrão, começa com um “Sai” dessa; recusam sair.

Como crianças ingênuas fogem da injeção, almas imprudentes também, conhecendo a receita que cura prescrevem pra outros o remédio que recusam a inocular em si. O Salvador atrelou a bênção de saber, ao praticar; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Como O Espírito Santo Obra para convencer, não, impor Sua Vontade pode ser resistido, entristecido. Imaginemos no trânsito um guarda que apite e dê sinal para que paremos; num segundo momento requer habilitação, documentos do veículo; ora, a segunda demanda só foi possível porque obedecemos à primeira, senão, seríamos fugitivos.

Assim as coisas de Deus: “Vinde a mim todos...” Os que vão recebem novas instruções, além do perdão que reconcilia; os demais, são apenas fugitivos, malgrado fujam em veículos adornados com versos bíblicos. O saber que não molda o agir é o clássico diamante na funda; a preciosidade que nivelamos às pedras. A Palavra fala ainda de jóias valiosas em focinho de porca, ou, desencoraja as pérolas lançadas ao mesmos bichos...

Claro que todos podem compartilhar, ensinar; mas, a bênção reside em quem, como Esdras, aprende e pratica primeiro. “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor, para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos.” Ed 7;10

terça-feira, 6 de junho de 2017

Conta as bênçãos

“Porque toda a casa de meu pai não era, senão, de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa; que mais direito tenho eu de clamar ao rei?” II Sam 19;28

Mefibosete e sua humilde postura diante do recém retornado rei Davi, que fugira durante o levante de seu filho Absalão. Reconheceu que a casa de Saul era culpada em relação ao rei, e o simples ser acolhido na mesa da corte era já além da conta, não lhe cabia reivindicar mais nada.

Todavia, essa postura grave, com noção, que reconhece os benefícios recebidos, não é muito comum, infelizmente. Tendemos a ignorar o que possuímos, por muito que seja, e superdimensionarmos o que falta, mesmo que, não seja urgente, ou, vital.

A letra de certo hino cristão é um lembrete que cabe a cada um de nós; “Conta as bênçãos dize-as quantas são; recebidas da Divina mão; uma a uma, dize-as de uma vez; e verás surpreso quanto Deus já fez.” Tendemos a nos entediar com o normal; às vezes carecemos um fato novo para vermos como o “normal” é bom.

Ontem, retornava de Tio Hugo, onde trabalho, para minha casa em Soledade; chovera, a pista molhada requerendo dirigir com cautela; por dentro a inquietação, pressa de chegar. De repente, na metade do percurso, um enorme congestionamento, um acidente; o trecho que costumo fazer em aproximadamente meia hora, demorou duas.

Dada a gravidade do ocorrido, duas vidas se perderam carbonizadas num veículo utilitário que colidiu e incendiou; vendo isso, até minhas duas horas de percurso se tornaram insignificantes, quando me pus a pensar na imensa desgraça de se perder a vida assim.

Quem dirige todos os dias num trânsito meio insano, estradas muito mal sinalizadas, esburacadas, pior, sob chuva como nos últimos dias, somente chegar são e salvo é já uma grande bênção.

Ocorre-me a gratidão expressa em um Salmo: “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” Sal 116;12
Bonita postura, de gratidão por ser abençoado, mas, sempre com a febre humana da troca fisiológica, tipo, toma lá dá cá, como ensinam os da “prosperidade”.

Não que O Senhor que abençoa não deseje nada; Ele não deseja coisas, mas, que Seu amor seja correspondido. As coisas, já possui, como diz noutro hino: “Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; minhas são todas as feras do campo. Se, eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;9 a 13

Adiante, ensina: “Oferece a Deus sacrifício de louvor; paga ao Altíssimo os teus votos. invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” Vs 14 e 15 Ou, mediante Miquéias foi mais específico sobre o que espera dos tencionam corresponder ao Seu amor. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que o Senhor pede de ti, senão, que pratiques a justiça, ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” Miq 6;8

Diferente da sugestão do inimigo, pois, que nós mesmos decidiríamos o bem e o mal, O Senhor reservou a Si o direito de decidir o que nos é bom. No texto de gênesis 12, da chamada de Abrão, onde, O Eterno prometeu abençoar ele e sua descendência, desafiou-o: “Sê tu, uma bênção”! Óbvio que para isso carecemos ser abençoados, pois, não podemos dar do que não temos. Porém, quando descemos do pedestal do egoísmo e nos dispomos a servir sendo uma bênção a outrem, O Santo é conosco. Sua “Simples” presença é já uma bênção inaudita. E quantas vezes, mesmo não nos dando o que pedimos, nos faz chegar às mãos, coisas que sequer sonhamos, e são bênçãos grandiosas!!

Então, diferente dos ensinos de orações petulantes, blasfemas, tipo: “Determino, decreto, ordeno, não aceito”, sejamos gratos pelo que O Santo nos fez chegar às mãos, e pacientes pelo que anelamos e ainda não veio. Pode que nem venha, se, Ele, que sabe o que é bom, decida por algo melhor.

Afinal, como Mefibosete ante o Rei, nós e nossa casa também éramos dignos de morte perante O Senhor; entretanto, nos amou de modo tal, que fez com que nossos “méritos” recaíssem sobre Seu Filho Amado, Jesus; e imputa-nos os inefáveis Méritos Dele, se, somente O seguirmos, obedecermos. Que direito temos de reclamar?

“Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida.” ( Sêneca )

sábado, 3 de junho de 2017

Vitória; só que não

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” Gên 12;1

Alguém disse que sentimos nas mudanças certo alívio, inda que estejamos mudando para pior. Embora não seja verdade absoluta, em muitos casos, nos perece mesmo, assim. O desapego d’onde saímos, bem como, eventuais possibilidades da nova meta se encarregam de forjar em nossas almas, tal estado emocional. Todavia, sempre mudamos daqui pra acolá. Digo; de um lugar para outro, não é o jeito natural de nosso agir, deixarmos o porto seguro para derivar no mar.

Contudo, na chamada de Abrão O Eterno ordenou que deixasse sua terra, seus parentes, por um alvo inda desconhecido; “uma terra que te mostrarei.” Assim, lícito nos é concluir que Deus chama primeiro, à confiança em Si, Sua Palavra; depois, às conseqüências disso, sejam bênçãos, sejam, provas. O Fato de confiarmos Nele, pois, não é salvo-conduto contra intempéries da vida, antes, certeza de que, mesmo nelas, Sua Fidelidade e Presença, nos assistirão. “Quando passares pelas águas, estarei contigo, quando pelos rios, não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Infelizmente, no meio evangélico atual, grassa, um imediatismo doentio que tenta situar de modo pontual, algo que deveria estender-se por toda nossa vida. A Vitória. Não raro deparo com a “Chave” dela atrelada a certo “amém” ou, compartilhamento de alguma mensagem, quiçá, basta que a receba. Gostaria de saber o que essas pessoas tentam conceituar como “Vitória”. Não existe conquista pontual que possa ser aquilatada como vitória, no sentido pleno; nem a própria conversão, pois, essa demanda a perseverança até o fim, para se verificar.

Mesmo, eventualmente, reconhecendo bons passos em determinadas comunidades de convertidos, as cartas do Apocalipse colocaram a vitória como desafio, uma possibilidade; não, algo, já, por elas obtido. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Quem vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2;11 etc. Parece que a primeira qualidade dos vencedores espirituais é ter bons ouvidos quando O Espírito Santo Fala.

A maioria do que se vislumbra em nosso horizonte é conquista de coisas, sendo avaliada de modo errôneo; elas são meios, não, fins. Paulo foi ao encontro da morte como um atleta vencedor subindo ao pódio: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Sua vitória custou-lhe a vida.

Certas afirmações são tão obscenas, no escopo da lógica, que trazem em si mesmas, sua antítese, sua negação. Parece o Lula oferecendo-se como solução para os problemas que ele criou, ou, sugerindo que ninguém combate a corrupção como seu partido. Assim, pessoas, com alvos egoístas, rasteiros, mesquinhos, batizando-os de vitória. Ora, essas coisas também os do mundo aplaudem, buscam; Tiago ensina que ter esse tipo de “amizade” é adultério espiritual, mui longe de ser vitória.

Na verdade, abster-se de pecar, arrepender-se, confessar ao falhar, e descansar no que Deus prometeu, mesmo que inda não vemos, é uma forma vitoriosa de viver. “Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4 Como “Fé sem obras é morta”, devemos pautar nosso agir pelo nosso crer, daí: “buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Enquanto estivermos num corpo de carne e sangue, ainda que, possamos viver de modo vitorioso, nos adequando às demandas para herdar a Vitória de Cristo, só um hipócrita negará, que convivemos diariamente com pequenas derrotas, quiçá, grandes. 


Paulo chamou de vitória, cabalmente, o momento em que seremos libertos, de vez da natureza corrupta, perversa, e seremos revestidos de Cristo. “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” I Cor 15;53 e 54

Assim como a morte foi a consequência do pecado, da queda, é, justo, contra esse, o pecado, feitor da perdição, que devemos vencer, sendo obedientes, mesmo que ao custo da vida. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enfim, como fez com Abrão, Deus chama primeiro à confiança irrestrita em Si, a andar por fé. Seguir assim é como dirigir sob densa neblina. Enxergamos pequeno trecho de estrada, e só veremos adiante, depois de percorrermos aquele que vemos. Ló deslumbrou-se com a visão ampla das campinas de Sodoma e Gomorra; Abrão abdicou do direito de escolher terra, pois, escolhera Deus.