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sábado, 18 de janeiro de 2020

O Justo Juízo


“Ao vil nunca mais se chamará liberal; do avarento nunca mais se dirá que é generoso.” Is 32;5

O contexto imediato alude à vinda de Cristo, “O Rei que reinará com justiça”, v 1; as consequências do império da justiça, entre outras, seriam que as coisas deveriam ocupar seus próprios lugares. O vil estava ocupando o do liberal, enquanto, o avarento ostentava-se no assento de generoso.

Spurgeon dizia que, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”; agora, pensando no outro lado da moeda podemos dizer que, uma coisa má no devido lugar, ou mesmo usando o lugar de uma boa, ainda assim é má.

No devido nicho a própria essência a qualifica; no alheio, além da maldade própria temos a falsidade, engano, pretensão, hipocrisia como acréscimo ao ser, da coisa em si.

O que o profeta entendia por vil? “Porque o vil fala obscenidade; seu coração pratica iniquidade, para usar hipocrisia e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar vazia a alma do faminto; fazer com que o sedento tenha falta de bebida.” V 6 Um hipócrita sem temor ao Senhor, indiferente para com as carências do próximo. Cheio de palavras piedosas e obras iníquas. O fraco dos fracos, incapaz de enfrentar a si mesmo.

Embora, nossas ações não incidam diretamente contra O Senhor, exceto, profanações e blasfêmias, geralmente referem-se ao nosso semelhante; todo o pecado praticado é “contra O Senhor” uma vez que contraria Sua Vontade; como as mentiras do vil em apreço, que, fazendo mal ao semelhante ofendiam O Eterno.

“Também todas as armas do avarento são más; maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar retamente.” V 7
Até diante da retidão esse inventor de males não deixa de ser o que é; “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

No fundo, vileza e avareza são predicados do mesmo sujeito. Trazidos os adjetivos para nossos dias, como os usamos, o vil é um fraco de caráter; o avarento um idólatra; fraco de confiança que apega-se nas coisas materiais, por incapaz de transcendê-las, de confiar em Deus. Paulo equaciona a avareza à idolatria, e amor ao dinheiro como patrocinador de toda a sorte de males.

A fé sadia deve ancorar-se em Pessoas, não em coisas, nem circunstâncias; “... Crede em Deus, crede também em Mim...” Mesmo que não haja nenhum indício da Santa Presença; Que Sua Palavra e Integridade nos bastem, até na escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Como disse Jó em sua angústia: “Ainda que me mate, Nele esperarei.”

A hipocrisia religiosa dos que se ostentavam santos e viviam indiferentes aos semelhantes foi o carro chefe do combate do Salvador. Quando ensinou que as duas moedas ofertadas pela viúva pobre valiam mais que os sobejos ostensivos dos ricos, denunciou a vileza de carecer do aplausos humano, pela íntima certeza da rejeição Divina.

Quem sabe-se aceito pelo Eterno não gasta suas tintas tentando pintar o que agrada ao efêmero.

A oferta da viúva foi aceita por fazê-la em amor a Deus, mesmo com sacrifício; aqueles que se exibiam em egoísta pretensão e sem custo real eram réprobos; O Senhor estava em Sua Justiça colocando as coisas nos lugares.

Noutra parte quando nos desafiou a sermos fiéis no pouco, colocou o valor da integridade e da fé, acima do volume das coisas perecíveis. A Confiança no “Justo Juiz” não, nas coisas, a doença dos avarentos.

O assento de cada pingo sobre seu i, cada coisa em seu lugar, ainda não é o cenário que vemos; vemos a prosperidade dos ímpios, a folga dos maus como diz no salmo 73;

todavia, por enquanto o Rei de Justiça interferiu apenas mediante Seu Resgate e Seu Ensino; presto vem o dia em que interferirá em juízo, então, cada coisa será assentada em seu justo lugar; “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; ( os que O temem) naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e que não serve.” Mal 3;17 e 18

Nesse mundo mau, que jaz no maligno, natural que, servos de Deus se sintam deslocados, fora do lugar. Mas, o governo da injustiça terá termo; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

sábado, 14 de dezembro de 2019

O tamanho da humildade


“Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus. Ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito.” Luc 8;39

A ordem fora para testemunhar aos seus, dos feitos de Deus em seu favor; contudo, ele saiu por toda a cidade apregoando os feitos de Jesus.

O “motor” que o impulsionou a fazer mais do que o que lhe fora mandado foi a gratidão, o amor pelo que, de tão dura sina o livrara. Não havia vantagens temporais a buscar; apenas, uma excelente notícia a espalhar; isto é o Evangelho!

Uma vez que deveria testificar de Deus, e saíra fazendo-o de Jesus, teria o que fora possesso, pois, a compreensão exata da pessoa de Jesus? De que Ele É Deus? Não creio que seja assim.

Tendemos a testificar do que vemos, mais que, entender o poder que atua. Mesmo em nossos dias, se alguém recebe um milagre após a oração de um ministro qualquer, costuma sair realçando mais ao ministro, que à misericórdia Divina. No caso de O Ministro ser Jesus, como então, dava no mesmo; hoje não.

Aliás, por se arvorarem em milagreiros, que muitos patifes da praça abarrotam suntuosos templos, de incautos, como se, a Atuação Divina” dependesse da cooperação de tais “ungidos”. O Eterno não depende de nada fora de Si para fazer o que deseja.

Quando engrandeceu reis e profetas foi porque o quis, não porque tais “grandezas” trariam alguma vantagem ao Altíssimo.

Usou um anônimo para advertir Acabe sobre sua imprudência; outro para ungir Jeú como rei que deveria exterminar à casa do mesmo Acabe; uma jumenta até, para desviar ao avarento Balaão da morte...

Contudo, os grandes, Saul, Davi, Salomão, Uzias... trouxeram problemas.

Enfim, quanto menor formos em nosso nome, status, pretensão, maiores as chances de uma real utilidade pra Deus, dado que, se Ele operar por nosso intermédio fica mais fácil se notar quem operou;

Não que, O Eterno padeça caprichos humanos; dar-lhe o que é devido é justiça; “Eu sou o Senhor; este É O Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Às imagens, tampouco aos ministros de carne e osso que, nada podendo se ostentariam como poderosos. Geazi o avarento assistente de Eliseu tem vasta descendência entre nós.

Então, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele. Mas vós sois Dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, justiça, santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.” I Cor 1;27 a 31

Escrito; onde? Jeremias dissera: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender, me conhecer, que Eu Sou o Senhor; que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Nossa glória, pois, será atuar de uma forma que agrade a Deus, pois, “A alegria do Senhor é nossa força”.

A excelência do nosso testemunho é sermos cooperadores de Deus, não como agentes de milagres, mas com um modo de vida cujo caráter transformado ilumine e deixe visível o milagre em nós operado; e o façamos de modo a deixar patente a origem da transformação; “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Humildade não é sermos grandes, nem pequenos, mas sermos o melhor, onde O Senhor nos colocar; lugares altos, ou, baixos.

Muitos morrem de amores por certo prefeito capixaba que mistura-se aos operários e faz trabalhos braçais. Não duvido da sinceridade e boas intenções dele; mas, foi eleito para ser prefeito; perde-se atuando como ajudante de serviços gerais.

Humildade não se mede pelo degrau ocupado, mas, pelo estado de espírito em que servimos. “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; quem exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; quem preside, com cuidado; quem exercita misericórdia, com alegria.” Rom 12;6 a 8

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Salvos de quê?

“Esperar dos céus O Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” I Tess 1;10

Lembro-me de um culto de ensino onde, depois de enfatizar que falava para salvos o pastor perguntou: “Jesus nos salvou de quê?” Um disse; da morte; outro, da perdição, um terceiro, do inferno. Eu que já conhecia ao pastor que costumava fugir do lugar comum fiquei só observando.

Não satisfeito com as respostas perguntou-me. Ocorreu-me esse verso, ou, outro similar: Jesus salvou-nos da ira de Deus. Ele sorriu satisfeito; era o que esperava ouvir.

Morte é consequência para quem tem o pecado como modo de vida; “O salário do pecado é a morte.” A perdição eterna a abrangência do juízo; o inferno o meio de execução da sentença; mas, o juízo procede da ira justa de Um Deus Santo que odeia ao pecado. “Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: prostituição, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência, e avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;” Col 3;5 e 6

Escrevendo aos romanos, Paulo disse que, os que vetam impiedades a terceiros e permitem a si estão armazenando ira; “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5 Afinal, além de ser Amor, “Deus é juiz justo, que se ira todos os dias.” Sal 7;11

Os falsos profetas combatidos nos dias de Jeremias eram anunciadores de facilidades ao povo que recusava emendar seus caminhos, segundo Deus. Jeremias só pra contrariar acenava com a Ira do Eterno; “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23;14 “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” V 20

Quando João Batista veio “preparar o caminho do Senhor” começou desafiando pessoas a uma postura justa e misericordiosa. Acenava com os Divinos juízos ao populacho que o ouvia, até que, de repente chegaram com seus tefilins sagrados nos braços e testas, com seus “mantos de orações” os homens religiosos.

Certamente algum observador mais simplório pensou; agora o pregador terá que mudar seus discursos ácidos; achou com quem tratar, com gente santa; só que não. “Vendo Ele muitos Fariseus e Saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;7 a 9

Nem capa religiosa, nem direito hereditário à salvação; o esperado pelo Santo são “Frutos dignos de arrependimento.” Fugir da ira, não é uma movimentação geográfica; antes, espiritual. Justo por seu Amor, Deus enviou-nos O Salvador; “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;9

O primeiro traço de arrependimento em nós, é que passamos da mentira para a verdade; “Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.” Rom 1;18 Note que o contraponto à verdade aqui não é a mentira, antes, a injustiça.

Permanecer nas Palavras de Cristo, além de conhecer à verdade nos redime das injustiças. Nele a vida, o novo nascimento; sem Ele, apenas ira. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem O rejeita não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” Jo 3;36

Quem se ocupa das coisas espirituais, se fizer as mesmas coisas ímpias que os de fora além da impiedade comete profanação; vilipêndio das coisas santas. Não sem razão, a Ira de Deus pesa mais contra os hipócritas que contra ímpios comuns.

Agora perdoa e desafia-os a perdoar setenta vezes sete; quando sua longanimidade esgotar Sua Ira será tremenda, assustadora. “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós; escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;” Apoc 6;16

O único lugar seguro é Nele. Senão, Sua Ira que se volta contra o pecado ceifará aos que se apegam a esse assassino. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” Sal 91;1 “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

sábado, 18 de maio de 2019

Estelionatários Espirituais

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi a palavra do Senhor;” Ez 13;2

Não pareceria estranho se alguém dissesse: Curai ao médico, protegei ao policial, ou, ensinai ao professor? Contudo, no texto supra, temos Ezequiel recebendo do Senhor o seguinte mandado; “Profetiza aos profetas”. O mesmo verso se encarrega de alistar a causa desses “médicos” carecerem cura; “profetizam de seu coração”.

Ora, que o coração humano tenha suas emoções, desejos, intentos, isso é absolutamente normal. Todos nós temos. O problema é quando, eu transfiro os meus anseios e os faço parecer Vontade do Senhor. “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou e fazem que se espere o cumprimento da palavra. Porventura não tivestes visão de vaidade, e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz, sendo que Eu não falei?” VS 6 e 7

As redes sociais estão cheias de profetizadores de grandezas incondicionais “Em Nome de Jesus”. “Deus vai te exaltar! Mudar tua tristeza em alegria, envergonhar o diabo, devolver em dobro o que te foi tirado;” etc. Tudo tipo horóscopo; jogado ao vento pegue onde pegar. Deixem de ser pilantras!! Vocês não são profetas do Senhor!

Como sei disso? Primeiro, um profeta ou profetisa autênticos não atiram a coisa para ver onde cai. Pregar a Palavra sim; ensina-se como é, receba-a quem receber. Profetizar é algo específico, com alvos e condições determinadas que O Mesmo Senhor zela por cumprir. Um profeta veraz é antes de tudo um reparador de brechas; isto é: Um emissário do Santo que exorta os errados de espírito segundo Deus. “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” V 5

O profeta idôneo, antes de acenar com as Bondades Divinas aplica corretivos nas maldades humanas; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram a tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14

Fragmento das lamentações de Jeremias, profeta fiel entre as ruínas de uma cidade arrasada por preferir as “profecias” fáceis invés da verdade.

Os dois Vates, Ezequiel e Jeremias testemunharam a mesma doença; “Porquanto, sim, porquanto andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada” Ez 13;10 “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;13 e 14

Os de hoje não fazem melhor que isso. Uma geração de egoístas, hedonistas, materialistas e indiferentes a Deus, sempre tem ao seu favor uma profusão de facilidades proferidas em “Nome do Senhor,” enquanto seus muitos pecados são passados por alto, como se, irrelevantes fossem; cáspita! Como disse Jó: “Quisera calásseis a boca; isso seria vossa sabedoria!”

Ora, não bastam as más inclinações da carne, as seduções do mundo e a dura oposição do inimigo? Ainda precisaríamos do Todo Poderoso como adversário? Pois, os que O Profanam tomando indevidamente Seu Santo Nome o terão sim, como opositor. “... Como tendes falado vaidade, e visto mentira, portanto eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Deus.” Ez 13;8 “Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou a Israel, devorou a todos os seus palácios...” Lam 2;5 “Eles foram rebeldes, contristaram o Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10 etc.

Assim, atuam disseminando enganos; drogam aos pecadores para que seu torpor retenha a voz da consciência que denunciaria os seus erros; de quebra se fazem inimigos de um Adversário imbatível.

O falso profeta não é apenas um pavão espiritual sem revelação nenhuma; é um tremendo sem noção, que abdica da possibilidade de ser transformado, deveras, num instrumento do Senhor; foge disso temendo a cruz; devaneia com os atalhos do auto-engano preferindo ser apenas um estelionatário espiritual a serviço do capeta usando um falso crachá da “Empresa” do Senhor.

Eis que sou contra os profetas que proferem mentiras diz O Senhor!

Nesse mundo apodrecido O Eterno não precisa de marqueteiros, mas de restauradores; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, não achei.” Ez 22;30

“A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.” Miguel de Cervantes

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O Outro Lado da Moeda

“Teve Salomão uma vinha em Baal-Hamom; entregou-a a uns guardas; cada um lhe trazia pelo seu fruto mil peças de prata... as mil peças de prata são para ti, ó Salomão, e duzentas para os que guardam seu fruto.” Ct 8;11 e 12

Temos dois tipos de barganha aqui; o arrendamento da vinha por mil “reais”; e o salário dos que nela trabalhavam; 200.
Num caso o dinheiro comprava frutos; noutro, trabalho.

Pois bem, o dinheiro, esse fugitivo tão perseguido, muitas vezes não é devidamente entendido. Em si mesmo seria inerte; mas, nas funções que lhe atribuímos faz três coisas: Avalia, transforma e conserva, bens e serviços.

Mas, não compra coisas? Sim. Há pouco passou a “Kombi dos ovos vermelhos” oferecendo uma bandeja com 30 unidades por dez reais. Os que compraram transformaram dez reais em trinta ovos.

Suponhamos que alguém me pergunte quanto quero por dia para trabalhar e, eu diga: Cem reais. Estarei, com isso, avaliando um dia de labor, às custas do dinheiro. Sigamos; eu trabalho um dia e recebo o valor acordado; aqueles cem reais são mais que um reles papel; equivalem a um dia de vida, no qual, trabalhei cujo valor o tenho comigo, conservado. Assim, dinheiro não é uma coisa inócua como querem fazer parecer os corruptos e seus defensores.

Os milhões roubados trazem pedaços de vidas neles; um grande corrupto é assassino de muitos, não, um transgressor de menor monta.

A Bíblia nada tem contra o dinheiro, apenas, desaconselha o amor a ele, o apego exagerado, avareza; “Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e transpassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Contudo, há muitos mercenários fazendo contorcionismos teológicos tencionando fazer parecer que Deus é um comerciante querendo “lucrar” às nossas custas. Ele disse que não. “Se Eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;12

Porém, há dois componentes que O Santo aprecia quando somos fiéis; um, moral que honra ao Senhor reconhecendo-o como fonte dos meus ganhos; “Honra ao Senhor com os teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros; transbordarão de vinho teus lagares.” Prov 3; 9 e 10 A bênção aqui é em contrapartida à honra, não, ao dinheiro em si.

Outro, emocional, que nos faz partícipes da Obra de Deus, à medida que nos alegramos em poder contribuir com ela, inda que seja com recursos módicos; “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” II Cor 9;7

Assim, do ponto-de-vista prático nossa fidelidade é necessária para manutenção e expansão da Obra; o “efeito colateral” espiritual honra e alegra ao Senhor que, nos abençoa, tanto mais, quanto, mais desprendidos formos. Nunca vi um avarento abençoado por Deus.

As relações comerciais começaram pelo escambo; a troca de bens; depois foram cunhadas moedas em ouro e prata, cujos valores eram proporcionais à quantidade de metal de cada moeda; por fim, o método fiduciário, como temos atualmente, onde, o governo imprime determinado valor numa cédula e garante que ela tenha o valor que traz impresso. Porém, o sistema vigente está com dias contados, dado o advento do chamado dinheiro virtual.

Deixarão de existir cédulas; serão apenas números num sistema global que teremos que confiar, mesmo desconfiando. Invés de transformar bens e serviços em algo físico, o dinheiro verterá nossas coisas em números, cujo controle será alheio.

Um cadastramento global, onde o Anticristo marcará todos; os que se recusarem serão alijados do sistema. “faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita, ou, nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão, aquele que tiver o sinal, o nome da besta, ou, o número do seu nome.” Apoc 13;16 e 17

Quem se apega demais ao dinheiro pegará na mão do capeta. Dinheiro é uma necessidade; um direito de quem, trabalhando faz por merecê-lo. Mas, não redime vidas. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão...” Sal 49;6 e 7

Aqueles que, invés de amontoar metais finitos ajuntam tesouros no Céu, quando bens terrenos lhes forem negados, as riquezas celestes mostrarão para quê servem...

“Um negócio que não produz nada além de dinheiro é um negócio pobre.” Henry Ford

sábado, 17 de novembro de 2018

Os ladrões e a Vida

“O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida; e a tenham com abundância.” Jo 10;10

Tendemos a ler isso de um jeito simplista; Jesus, o Dom da Vida; o inimigo, o ladrão. E não é assim? Num sentido amplo é. Porém, há algumas letras miúdas no contrato.

Se, todo agente do mal, em última análise, serve a Satanás, como ele atua convém conhecer, para não sermos vitimados também. Embora a inspiração deles seja maligna, e, não devamos lutar “contra carne e sangue” são pessoas de carne e sangue que fazem o trabalho sujo do ladrão.

Olhando o contexto imediato veremos que, O Senhor contrapõe-se aos mercenários que “cuidam” das ovelhas por interesse; esses representam o ladrão; são ladrões. “Eu sou O Bom Pastor; O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Mas, o mercenário que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge; o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário; não tem cuidado das ovelhas.” Vs 11 a 13

Antes Dele surgiram uns pretendendo ser O Messias, não apenas pastores, como muitos falsos que vieram após, usando Seu Nome, e, o fazendo por motivos vis. Ele mencionou de passagem, usurpadores, então, pretéritos; “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram.” V 8

Nem precisamos de uma pesquisa extra-bíblica para encontrar exemplares de pretensos Messias que surgiram antes de Jesus Cristo; “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto; todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos; reduzidos a nada. Depois se levantou Judas, o galileu, nos dias do alistamento e levou muito povo após si; mas, também pereceu; todos que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

O segundo, Judas Galileu apareceu “nos dias do alistamento”; Foi exatamente quando Jesus nasceu; Por certo a história dos pastores no campo com o relato angélico da chegada do Messias, a visita dos sábios do oriente causaram excitação. O tal, inchado em sua carnal pretensão aproveitou o ensejo para arranjar seguidores. Os ladrões modernos, também tripudiam da excitação das multidões; encenam falsas curas e arrecadam verdadeiras fortunas, eficazes que são no ofício de ladrões.

Dois “Messias” que trouxeram morte e destruição aos seus seguidores, invés de vida eterna.

Entretanto, não é só no que tange ao ladrão que muitos leem o verso aquele de modo superficial. “... Eu vim para que tenham vida, e vida com abundância.” Essa parte tem sido torcida como se, vida com abundância significasse fartura; construindo elaboradas falácias os ladrões têm deitado e rolado, justo, sobre o texto que os denuncia.

Quando foi chamado a interferir num espólio, O Senhor advertiu: “Acautelai-vos da avareza; pois, a vida de cada um não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A abundância de vida que Ele prometeu não tem a ver com fartura de bens terrenos; aliás, aludiu ao que colhera farta safra, armazenara muitos bens, contudo, era pobre, por faltar-lhe a riqueza da vida. “... Louco! esta noite te pedirão tua alma; e, o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e, não é rico para com Deus.” Luc 12;20 e 21

Necessária a conclusão que, vida com abundância equivale a ser rico espiritual. Tanto que, O Salvador ordenou que se buscasse prioritariamente isso; não os meios de subsistência; “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça; todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

O Calvário, paralelo à nossa salvação trouxe o exemplo do ladrão que, passou a vida em busca das demais coisas por meios ilícitos; num momento de arrependimento, “morreu” rico; digo, passou da morte para a vida marcando um encontro com O Senhor no paraíso.

Como lhe foi necessária a soturna sombra da morte para que repensasse atitudes, revisse caminhos, se, tivéssemos olhos um pouquinho melhores, e, víssemos quão definitiva a morte é diríamos como Ele: “Senhor, lembra-te de mim...”

Alguns o chamam de “bom ladrão”; a mim parece apenas, um ladrão arrependido. Não é nossa “bondade” que nos salva. Antes, a bondade de Cristo que, divisando em nós, vero arrependimento apaga nossas transgressões; nos dá vida.

Como mercenários têm cifrões nas retinas, com cifrões pescam suas vítimas; O Senhor, A “Árvore da Vida” de novo, franca, propõe vida.

Muitos traem a si mesmo chamando “viver” o engano dos prazeres ilícitos; o prolongar artificial das suas agonias.

“Pois, viver mal, não, justa, refletida e piedosamente, - dizia Demócrito – não é viver mal; mas, morrer durante longo tempo.”

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Camuflagem da dor

“A bênção do Senhor é que enriquece; não traz consigo dores.” Prov 10;22

Será que a riqueza derivada da bênção do Senhor tem a ver com posses materiais? Teria O Eterno uma escala de valores capaz de mensurar as coisas como são, deveras, ou, isso deve ser feito por nossa medida?

Usualmente dizemos: “Quem vê cara não vê coração;” patenteando, com isso, que somos potencialmente reféns do engano. Deus corrobora quando diz: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no fim, são caminhos de morte.”

Diz algo mais preciso ainda: “... o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Assim, nada mais justo e prudente que O Senhor avalie o veraz valor das coisas; pois, nós, pacientes do engano poderemos ver diamantes onde há vidro, e vice-versa.

As coisas do reino material são secundárias aos olhos Divinos; o essencial é a vida. Não, a existência, como pensam uns, que, em suas “filosofias” de botecos dizem: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” No caso, os “dedos” preservados é apenas a vivência terrena, que, se, é mais valiosa que os “anéis,” as posses, digo, ainda está a anos-luz do excelso valor da vida espiritual, porque, eterna. Para essa, até a existência terrena pode ser aquilatada como “anel”, pois, a morte de um salvo é antes, uma coroação, que, uma perda.

Dessa, aliás, falou O Salvador quando disse que uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido. Assim sendo, quando diz que, a Bênção do Senhor enriquece necessária se faz a conclusão que, ela traz-nos, vida, não, posses.

Na verdade traz sabedoria espiritual, que, permite ver onde se abrigam as coisas mais valiosas. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Por isso “Sophia” peleja conosco para que vejamos melhor; “Aceitai minha correção, não, a prata; o conhecimento, mais que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Enquanto as riquezas mundanas prestam-se à ostentação, as espirituais camuflam-se muito bem com as vestes da humildade; podem “hibernar” sob circunstâncias muito adversas, mas, quando oportuno, O Próprio doador, O Senhor, as despertará. “Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e, ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força...” Ecl 9;13 a 16

Se, já a tínhamos visto superior aos bens, agora a temos superando também à força. Então, quando nos enriquece, O Senhor dá-nos vida e força, para a necessária luta no usufruto dela.

Embora, pareça contraditório, essa força só co-habita com nossa fraqueza; digo, com a total dependência de Deus, pois, quem “faz da carne mortal seu braço” como dissera Jeremias, aparta seu coração do Senhor. Desse modo chegamos à instrução dada a Paulo: “Minha Graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então, sou forte.” II Cor 12;9 e 10

Então, o processo Divino que anda na contramão do mundo obra por nos enfraquecer, a cruz, para, depois nos enriquecer na Sua Força. O casulo até tem sua utilidade, enquanto a borboleta não voa; contudo, depois do milagre da vida é apenas um rejeito qualquer; assim, as “demais coisas” em face ao ingresso no Reino de Deus.

Os da “prosperidade” não erram apenas no método, o escambo vil, como se, O Eterno fosse mercador; erram também o alvo, pois, ainda que sua luneta finja focar o Céu, a lente é reversa, volta-se pra Terra. “Acautelai-vos, guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A Bênção do Senhor “não acrescenta dores”, além das necessárias, a cruz. As mensagens sem cruz, por indolores que pareçam, pontualmente, são as mais dolorosas; uma vez que patrocinam flagelos eternos. 

Assim como o determinismo biológico limita que os seres se reproduzam segundo suas espécies, as consequências das escolhas arbitrárias serão segundo seu valor.

Quem labuta só por matéria levará o quê, para o reino do Espírito?

sábado, 19 de maio de 2018

"Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo"

“Não ligarás a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário... Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé” I Tim 5;18, 6;10

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que vivemos dias tristes onde há ladrões travestidos de obreiros; mercadores da Palavra, como se Deus fosse vendedor de bênçãos. Entretanto, a existência desses não elimina a necessidade do dízimo, como, a existência dos corruptos não nos autoriza a sonegar impostos.

Deparei com as “Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo.” Indício de uma geração de analfabetos bíblicos que consome o que os “Ungidos” dizem, apenas. Ora “O Senhor é Meu Pastor”; contou tudo que preciso saber.

Vamos a elas;

a) O dízimo não era em dinheiro, sim em alimento; Naquela época não era tão comum como hoje o dinheiro, havia mais escambo que moedas; e daí? Ainda hoje, cereais e animais valem dinheiro.

b) Só levitas recebiam; é vero. Era uma tribo sacerdotal que administrava as coisas espirituais no Tabernáculo; estava para Israel, como obreiros para a Igreja. Parece que isso não mudou.

c) Era entregue de três em três anos; isso quando se tratava de animais. Imaginemos um pequeno pastor que criasse umas setenta ovelhas; seu rebanho aumentasse oito num ano. Dizimaria 0,8? Os cereais eram oferecidos todo ano, as primícias; isto é, a primeira parte da colheita; “Honra ao Senhor com teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos;” Prov 3;9

d) Além dos Levitas, órfãos viúvas e estrangeiros podiam receber; isso aumenta a necessidade de provisão, não diminui; portanto, como argumento contra o dízimo é estúpido.

e) A reprimenda em Malaquias é contra os sacerdotes apenas; será? “Esse mandamento toca a vós sacerdotes” está no capítulo 2; atina a dar honra ao Nome do Senhor, guardar o conhecimento e não fazer acepção de pessoas; o dízimo é tratado no Cap 3 e inclui todos; “Trazei TODOS os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” v 10 Contudo, acima dizem que só os sacerdotes podiam receber; agora, que só eles devem pagar. Gente com essa hermenêutica, esse nível de estupidez, fácil se faz guia dos avarentos.

f) Devorador era um Gafanhoto não demônios; é verdade, mas, é um método lícito que todo pregador usa; figuras de linguagem. Assim como os gafanhotos devorariam a seara dos infiéis, os demônios danariam a vida dos atuais. O método é lícito, pois, o demais é outro assunto.

g) Abrir Janelas do Céu não significava salvação, mas, abençoar a Terra com chuvas para a colheita farta. É. Mas, como a sociedade não é mais agro-pastoril apenas, há muitas formas de se ganhar dinheiro; figuradamente, até uma porta de emprego é “uma janela no céu”; Nunca ouvi, nem mesmo os piores safados pregando o dízimo como meio de salvação. Até porque, no Céu não se entra por janelas, mas, pela “Porta” Cristo.

“Deus não precisa dinheiro, Dízimo é Lei, Evangelho é graça; de graça recebestes, de graça daí”. Concluem.

Deus também não precisava de cereais ou, animais, no entanto, ordenou que se desse para os que trabalhavam na Obra.

Quem disse que Graça é “Casa da Sogra” onde podemos tudo? Era “Não adulterarás” Jesus disse: Apenas cobiçar já é adultério; A Lei dizia: “Não Matarás” Jesus disse: Apenas odiar já te faz réu do fogo do inferno. A Lei requeria rituais; a Graça requer purificação da consciência. Sempre exigências maiores.

De graça recebestes de graça dai O Senhor disse vetando que, como Geazi cobrassem por bênçãos Divinas; mas, ordenou que comessem junto dos que seriam abençoados“...porque digno é o operário do seu alimento.” Mat 10;10 A manutenção desses é desejo do Senhor.

Entretanto, como esses ensinam a abençoar aos pobres invés de dizimar, onde encontramos suas igrejas, que fazem tudo sem custo, pregam o evangelho, ministram a Santa Ceia, realizam batismos, casamentos, oficiam autos fúnebres, assistem estrangeiros órfãs e viúvas, e dão cestas básicas aos pobres?

Essa desculpa de não dizimar porque o pastor usaria indevidamente o “meu” dinheiro, me muda da posição de servo, que deve obedecer pra de juiz, que julga; primeiro: O dinheiro não é meu, é do Senhor; segundo, não estou autorizado a ser relapso com minha parte porque outro está sendo na dele, senão, vamos pecar à vontade, afinal, há tantos pecadores...

Em suma, erram os ministros que fazem do dízimo o cerne das pregações; é assunto para culto administrativo com devida prestação de contas; como erram os infiéis também. Sofrem todos da mesma doença, amor ao dinheiro.

“A avareza perde tudo ao pretender ganhar tudo.” La Fontaine

domingo, 3 de dezembro de 2017

Diamantes em risco

“Acabando tudo isto, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades de Judá e quebraram estátuas, cortaram bosques e derrubaram os altos e altares por toda Judá e Benjamim, como também, em Efraim e Manassés, tudo destruíram;” II Crôn 31;1

Ezequias subira ao trono com 25 anos e herdara um cenário de apostasia. O templo em ruínas, dezenas de cultos alternativos, idólatras, espalhados por Israel; uma verdadeira desolação.

Seus primeiros atos foram na direção de restauração do relacionamento com Deus. Recuperação do Templo em seus estragos, santificação das coisas sagradas que foram profanadas, celebração da páscoa, restabelecimento da ordem sacerdotal, culto e louvores ao Senhor.

Houve duas “quebras de protocolo” que O Eterno permitiu, dadas as circunstâncias. A páscoa deveria ser celebrada no primeiro mês; todavia, “O rei tivera conselho com os seus príncipes e toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês. Porquanto não a puderam celebrar no tempo próprio, porque não se tinham santificado sacerdotes em número suficiente e o povo não se tinha ajuntado em Jerusalém.” Cap 30;2 e 3

Depois, “havia muitos na congregação que não se tinham santificado... Ezequias orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom perdoa todo aquele que tem preparado seu coração para buscar o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. Ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo.” VS 17;a 20

Vemos, pois, que arrependimento, contrição valem mais diante de Deus que outras coisas, que, mesmo tendo sido ordenadas como necessárias, em circunstâncias especiais tornam-se assessórias, desde que, o vital, o Temor do Senhor seja preservado.

Entretanto, é o Temor do Senhor que leva Seus servos a banirem a ideia de cultos híbridos; isto é; misturados com crenças, imagens, ritos que O Eterno não ordenou. Por isso, uma vez sarados por Deus, perdoados e aceitos, os hebreus arrependidos voltaram às suas terras e quebraram estátuas, destruíram altares que usavam quando estavam alienados do Santo.

Já li diatribes de vários padres contra protestantes no que tange ao culto de imagens dizendo em sua defesa que Deus mandou fazer dois querubins sobre a Arca da Aliança, e uma serpente de bronze. Portanto, segundo eles, o culto de imagens é válido desde que seja para O Senhor. É verdade; Ele mandou fazer isso e foi obedecido.

Porém, também mandou o seguinte: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” Ex 20;4 e 5

Quer dizer que segundo a hermenêutica desses sacerdotes, o que Deus mandou fazer vale, mas, o que mandou NÃO FAZER, aí não precisa ser obedecido?

Note no texto acima que O Senhor equaciona o culto às imagens com odiá-lO. “visito a iniquidade... daqueles que me odeiam.” Mesmo que as pessoas digam que suas imagens são para cultuar a Deus Ele interpreta isso como ódio, pois, são deuses alternativos que acabam tomando um lugar que é exclusivo, Dele. “Eu Sou o Senhor; este é Meu Nome; minha glória, pois, a outrem não darei, nem meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 “...nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Não se trata de competição religiosa, isso não leva a lugar nenhum. Antes, tem ver com luz x trevas; verdade x mentira; salvação x perdição; vida ou morte.

Sem essa que todos os caminhos levam a Deus, que cada um O ama do seu jeito. Ele só reconhece um jeito de ser amado: “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” Jo 14;15

É certo que os dez mandamentos nos ensinos de Cristo foram reduzidos a dois; amar a Deus sobre tudo, e ao próximo. Todavia, como amaremos a Deus colocando entre nós e Ele algo que Ele odeia?

A idolatria não se restringe ao culto de imagens; avareza, ídolos humanos; qualquer coisa que usurpe o lugar exclusivo do Senhor. A sentença do Apocalipse é categórica: “Ficarão de fora... os idólatras...” Apoc 22;15

Meu alvo não é ferir suscetibilidades, antes, iluminar; não é competir, mas, exortar para que você não fique de fora.

Aos erros pretéritos Deus perdoa, apaga; desde que haja uma mudança como nos dias de Ezequias. Senão, aqueles que se apegam mais à religião que à vida jogam no lixo o que é precioso, como um louco usando diamantes numa funda.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Medo da chuva

“Até que se derrame sobre nós o Espírito do alto; então o deserto se tornará campo fértil, o campo fértil será reputado bosque. O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 15 a 17

Isaías apresentara um cenário de desolação, que perduraria por muitos dias, até, o advento Bendito do Espírito Santo, que ensejaria as transformações supra alistadas. Haveria um “upgrade” em ambas as paisagens; o deserto tornar-se-ia campo fértil, o campo fértil, bosque.

Embora as imagens sejam da flora, trata-se de uma linguagem poética, figurando a mudança nas pessoas, pois, Seu Agente, O Espírito Santo, sobre elas desceria, não sobre o deserto estritamente.

Adiante, o mesmo profeta, mostrando efeitos da Obra de Cristo usa de novo árvores como tipos humanos, diz: “Porque com alegria saireis, em paz sereis guiados; os montes e outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55; 12 e 13

Mas, o que faria determinado pecador ser um deserto, outro, um campo fértil, inda antes da ação do Espírito Santo? Bem, para efeito de juízo estamos todos no mesmo nível, sem Cristo: Mortos. Contudo, há diferentes índoles, corações, mesmo no âmbito natural. O senhor ilustrou isso como sendo, uns, terrenos duros, espinhosos, pedregosos, outros, boa terra. Os primeiros tipos de relevo assemelham-se ao deserto.

Contudo, a Semente da Palavra é lançada sobre todos; os que a receberem e frutificarem, não importando as condições pretéritas, serão reputados férteis. A Epístola aos Hebreus lança mão também, desse figura, vejamos: “Porque a terra que embebe chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6; 7 e 8

Uma vez mais, o objeto em apreço é o coração humano e sua resposta à Palavra de Deus, usando a terra como figura. Então, a mensagem de Isaías é que, os corações de boa índole seriam ampliados e frutificariam muito em consórcio com O Espírito Santo; mesmo os maus, que tivessem a graça de se arrependerem, seriam mudados em suas inclinações, e se tornariam espiritualmente produtivos.

Entretanto, mesmo após esse derramamento bendito, o deserto seguiria existindo, notemos: “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil.” Juízo é um julgamento estrito; justiça uma maneira de agir.

Quem crê no Evangelho entende o Juízo de Deus sobre o pecado, sai de sob ele, mediante Cristo; deixa o deserto, se torna fértil, passa a ter compromisso com a justiça em seu modo de agir. Quem resiste, duvida, segue desértico, morto, debaixo do juízo, que habita no ermo.

A consequência de receber O Espírito Santo mediante aceitação da Palavra, é paz. Não, horizontal; depois do Evangelho muito sangue se derramou, perseguindo-se seus signatários, ou, falsos cristãos usando Deus como pretexto. A paz aludida é a reconciliação com Deus, não obstantes, os efeitos colaterais.

Tendo meditado sobre consequências da obra Bendita de Jesus Cristo e do Espírito Santo, os dois substantivos em realce são: Juízo e justiça. Muitos devaneiam com facilidades inexistentes, malversando a Graça de Deus. O fato de Ser Amor, não O faz permissivo com o pecado, como pai omisso que faz vistas grossas aos descaminhos de filhos rebeldes.

“A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas.” Sal 85; 10 a 13

Se, nossa incapacidade pra salvação demanda o prefácio da misericórdia, habitados pelo Espírito Santo somos desafiados a andar no campo fértil da justiça; “A justiça irá adiante dele, nos porá no caminho das suas pisadas.”

Quem se ocupa deveras disso, tem tantos maus hábitos pra deixar, que não lhe resta tempo, tampouco, insanidade pra sair determinando, ordenando, tomando posse, da prosperidade, como está na moda.

Se recebeu a Ditosa chuva do Espírito entende que o fim é dar frutos, não, colher. Semear pra que outro colha, a bem do Reino.

O que move-se ao aguilhão da avareza, egoísmo, malgrado o que o cerca em seu existenciário, inda jaz no deserto. Prefere a máscara da imitação rasteira pra disfarçar o medo da chuva.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Divina economia



. O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância

O fato de o Senhor ter afirmado que veio trazer vida com abundância, tem se prestado a uma série de interpretações mal intencionadas. Apesar de, o verso ter sido apresentado  oposto à obra do ladrão, tem servido muito bem, aos atos daquele, graças ao analfabetismo bíblico atual.

O Senhor disse: “…As raposas têm covis, as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Mat 8; 20  

Como poderia, pois, um “pobretão” assim, trazer abundância? Ainda afirmou: “…Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um não consiste na abundância que possui.” Luc; 12; 15

Seja o que for que signifique a “vida com abundância”, parece não atinar à matéria; talvez seja diferente da nossa, a economia de Deus.

No episódio da viúva pobre que dera uma oferta ridícula o Senhor louvou-a como sendo maior doadora que os ricos que ostentavam grandes quantias; segundo ensinou, o conteúdo de renúncia mostrava uma devoção maior;  isso, vale mais perante Deus.

Entretanto, os pilantras góspeis ensinam que se deve sacrificar grandes quantias, mesmo as pessoas pobres, para comover a Deus com o “sacrifício”, e receber multiplicado o que deu. Ora, nesses casos, até uma anta sabe que o motor da oferenda não foi devoção, mas, a cobiça por riquezas; assim, quanto maior a dádiva, maior a doença do “ofertante”, e a safadeza do “obreiro” que  estimula.

No episódio do “desperdício” de perfume em Betânia, o Salvador também valorizou a intensidade afetiva contida no gesto, mais que o “bolsa-família” sugerido por Judas.

 A ideia que Deus seja comprador de adoradores foi advogada pelo inimigo no evento envolvendo Jó; o Senhor repudia tanto, isso, que expôs Sua honra, permitindo o duro teste sobre seu servo. 

Na verdade, quem sempre foi rico administra bem as posses, por estar habituado com elas.
Quando multiplicou os pães e peixes, uma vez saciadas as pessoas o Salvador disse: “Recolhei o que sobejou para que nada se perca.” Admirável lição de economia de quem é Senhor do universo! 

Quanto ao que enriqueceu de repente tem dificuldade com o fato novo por lhe ser estranho. Não raro, desperdiça posses em futilidades  dissoluções.

Quem acertou a “mega-sena acumulada” sozinho, foi o inimigo, quando mediante engano conquistou obediência do primeiro casal. De posse disso, se propôs a comprar adoração. “... Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.” Luc 4; 6 e 7

Todo vendedor de “bênçãos” pertence a ele;  lição ensinada a Simão o mago. “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” Atos, 8; 20

Além disso, quem prosperava com ministério espiritual, não eram os servos de Deus, antes, uma pitonisa enriquecia seus senhores com suas adivinhações. “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” Atos 16; 16

Expulso o demônio, a revolta foi tal, que Paulo e Silas foram presos em Filipos.

O truque dos safados da mídia atual tem sido focalizar a Bíblia em destaque para deixar claro que seus textos são dela extraídos. Ora, o diabo nunca negou que Deus disse algo, apenas, adulterou; o que seus seguidores fazem muito bem.

Enfim, se a vida de qualquer um não reside na abundância de bens, e o Senhor trouxe vida com abundância, em que consiste a vida? O mesmo Mestre ensinou: “E a vida eterna é esta: que conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo; 17; 3

Ciente disso, Paulo exortou a Timóteo quanto à economia de Deus: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e  transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6; 10 e 11

Como “tomar posse” está na moda, também foi, aconselhado, então; “…toma posse da vida eterna,…” I Tim; 6; 12 Quer mais abundância de vida que isso? Uma que extrapola aos portais do tempo e poderá um dia contemplar a  Deus?


 As riquezas de Deus são gratuitas e eternas, mas, pouco apreciadas, infelizmente. “Aceitai a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.