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domingo, 14 de junho de 2020

Duas coisas que o vírus mostrou


“... Numa demanda não falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Diferente da “Democracia” onde a vontade majoritária deve imperar, ou a velha cantilena falsa, sobre “inclusão dos pobres” simplesmente o direito, o justo, deve ser a escolha daqueles que se alinham a Deus.

Ser rico não é necessariamente pecado, nem ser pobre é virtude; são contingências da vida; em ambas as situações, as pessoas íntegras devem continuar a sê-lo.

“No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

“... já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, e todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” Fp 4;11 a 13

Se, a fidelidade deve transitar incólume em circunstâncias opostas, no quesito posse de bens, não é de outra maneira no que tange à saúde. Se, numa relação horizontal os nubentes comprometem-se a ser fiéis “na saúde e na doença”, muito mais deveríamos em nosso relacionamento com Deus.

Em virtude do famigerado vírus que grassa, muitas coisas têm sido ditas sobre a fé.

Outro dia li: “Duas coisas esse vírus mostrou; a falência das igrejas que não curam nada e a mentira dos dízimos”.

Dois equívocos; igrejas sérias não defendem que elas curam, mas que Deus o faz, quando Ele quer; “Seja feita a Tua Vontade” é o ensino Bíblico. Quem ousar além disso, “determinando e ordenando” o que quer que seja, não pode constar no rol das igrejas sérias que ensinam, sobretudo, salvação mediante Cristo.

Quanto aos dízimos, esses são meios para a manutenção do trabalho, não um pacto em troca do qual Deus daria saúde. Onde a bíblia apresenta dízimos como remédios?

Nem mesmo Jesus em pessoa curou todos em Sua cidade pela incredulidade circunstante; recusou fazer sinais, pois Deus não pode honrar quem O desonra. “... Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa. Não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.” Mat 13;57 e 58

Antes da saúde física, pois, vem a espiritual mediante um relacionamento que honra a Deus.

Assim, esses que patenteiam suas diatribes à fé pelos estragos do vírus, por certo também protestam quando a saúde espiritual está em risco.

O que disseram quando um grupo LGBT bradava: “Jesus é Travesti!?” Como reagiram àqueles, numa parada gay profanando símbolos religiosos e fazendo obscenidades com os mesmos? Como criticaram ao “Especial de Natal” que insinuava promiscuidade de Maria e trazia Jesus como gay e maconheiro”; qual crítica que fizeram ao “Jesus” humilhado por Satanás na comissão de frente de uma escola de samba em São Paulo?

Então, invés dessa pestilência toda mostrar a falência da igreja, como vociferam o oportunistas desmemoriados, ao meu ver mostra misericórdia; pois, a maldade vivida e vivenciada é de um grau de blasfêmias e arrogância tais, que nos faz dignos de morte, não de reivindicar saúde.

Invés de “repreender” ao vírus e seus efeitos como fazem muitos “poderosos” da praça, fiz a oração da Habacuque. Sabendo que a Ira Divina ainda é branda e plena de sentido, como aquele orei; “... na ira lembra-te da misericórdia”, cap 3;2

O Senhor tem feito isso minimizando os efeitos do mal e alargando o tempo para que os errados de espírito reconsiderem e se arrependam.

Não significa que não haja múltiplos charlatães na praça prometendo curas e bênçãos várias em troca de dinheiro. Mas, esses têm sido denunciados desde sempre pelos que são bíblicos e não carecem o concurso de um vírus para deixar patente as mentiras, uma vez que a verdade é suficiente para isso.

Ademais, quando desafiado a fé, se o primeiro obstáculo apresentado por alguém é o dízimo, isso deixa evidente um amor ao dinheiro maior que desejo de salvação.

Paulo ensina: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;10
Aos meus olhos pois, duas coisas diferentes o vírus mostrou; baixeza moral de políticos que jogam com vidas por interesses mesquinhos, e obstinação do orgulho humano que, mesmo em meio ao juízo, invés de olhar para as próprias misérias ainda segue vendo apenas as alheias.

Como Jesus salvaria a esses que o matam de novo invés de se arrependerem?

quinta-feira, 19 de março de 2020

O Lugar das Coisas


“Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, no lugar da justiça havia iniquidade.” Ecl 3;16

No mesmo “Eclesiastes” aprendemos que tudo tem o seu tempo próprio; agora chegamos também, ao lugar das coisas; o lugar do juízo, e da justiça. Se, como dizia Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”, uma má no lugar da boa é pior ainda; impiedade e iniquidade, em lugar de juízo e justiça. Eis o quadro descrito por Salomão!

O mesmo pensador observara outras coisas fora dos lugares; a posição social; “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7 O amor fora do lugar “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Cap 5;10

O apego material exagerado torna em males as coisas boas; dois com as mesmas posses e almas diversas, um usufrui, outro padece; “Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção.” Cap 5;18 ou, “Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, nada lhe falta de tudo quanto sua alma deseja; e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho come; também isto é vaidade e má enfermidade.” 6;2 Não que Deus proíba o usufruto dos bens; mas, sua “visão” divorciada da do Eterno o escraviza; O amor aos bens que os transforma em fins e tolhe que se lhes desfrute como deveras, são; meios.

Mesmo no ministério da igreja, os dons qualificam para determinadas funções, ou, por extensão, lugares; “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; quem preside, com cuidado; quem exercita misericórdia, com alegria.” Rom 12;6 a 8

Foi no contexto da administração eclesiástica, aliás, que Spurgeon disse a frase supra. Um bom porteiro não é pregador, um bom administrador não é faxineiro, nem um bom cantor é um professor; cada um com seu dom, cada coisa em seu devido lugar.

O lugar de mestres requer uma luz especial vinda de Deus; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores...” Ef 4;11 Traz junto uma responsabilidade maior, oriunda da mesma Fonte: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

Afinal, toda essa saga milenar Divino-humana, desde o Éden ao Calvário e até hoje, é retrato do amor e justiça Divinas trabalhando para recolocar as coisas nos devidos lugares. Antes do pecado a comunhão com O Santo era o melhor lugar; depois da morte espiritual pela desobediência, o medo usurpou ao assento da paz; e a culpa o da inocência, a serpente recebeu indignamente, mediante engano, o lugar de Deus.

Não só a independência humano-endeusadora prometida se revelou uma farsa, como a alma fora do lugar para o qual fora criada passou a padecer carências, antes desconhecidas; “A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pela manhã...” Sal 130;6

O Traíra convencera que seria boa a independência; a duras penas o homem descobriu que a dependência do Altíssimo é o melhor lugar.

Por isso, falando aos filósofos atenienses, preocupados em saber a origem e porquê das coisas, Paulo apresentou ao homem como oriundo de Deus, com limite de tempo espaço para que voltasse para casa. “De um só sangue (Deus) fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando tempos já dantes ordenados e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Somos como o filho pródigo; na autonomia, farra, esbórnia e desperdício; de volta a real, percebemos que a fartura está na Casa Paterna, onde até os servos vivem melhor que nós. 

O que nos impede de voltarmos ao lugar planejado pelo Pai para nós? Basta reconhecermos nossos descaminhos e dizermos como aquele; “Pai pequei contra o céu e perante ti, não sou digno de ser teu filho; faze-me como um dos teus servos”. Ele dará o lugar de filho.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Todo homem tem um preço?


Outro dia debati com um amigo que estimo, discordando de uma mensagem que ele partilhou que dizia o seguinte: “Maldito é o dinheiro, que cala a boca de uns, compra a amizade de outros e acaba com o caráter de vários.”

Claro que um dilema filosófico dessa grandeza abarca coisas tantas que não pode ser devidamente abordado num breve comentário. Fiz o que pude e não pude muito.

Entretanto, minha objeção foi de que os que estão à venda, ou, que “Cada homem tem um preço” como citou ele, não deriva de um caráter que se vendeu; mas, de um lapso de caráter que, por conveniências sociais o algo assim, fingia existir, mas que, não fora devidamente testado; uma vez feito isso o dito lapso veio à tona.

Não acho, pois, que todo o homem tenha um preço; alguns poucos têm valor. E quem tem preço, nem mesmo homem é; apenas um simulacro, um arremedo, uma fraude.

Platão dizia mais ou menos o seguinte: “Quando alguém for reputado justo lhe caberão por isso aplausos e encômios (elogios); aí ficaremos sem saber se o tal é justo por amor à justiça ou, pelos louvores que recebe. Convém, pois, colocá-lo numa situação em que todos esses bens lhe sejam negados; se, ainda assim permanecer justo, então o é, por amor à justiça.”

Diria que uma versão greco-filosófica do preceito bíblico: “Seja primeiro testado, depois sirva.”

O problema de tornarmos o dinheiro culpado dos desvios de caráter, necessariamente fará inocentes os homens que capitularam aos seus assédios; desse modo teria feito bem o Papa Francisco em receber com honra de estadista ao príncipe dos ladrões “Made in Brazil” como fez.

Claro que vivemos um vasto deserto de valores, doloroso. Mais ou menos como no filme “Trezentos;” os venais são o inumerável exército persa; mas, existem alguns espartanos pra fazer frente.

Justo, nesse momento ditoso em que temos a nos presidir um “espartano” que durante três décadas de vida pública viveu entre as enxurradas da corrupção e se manteve no seco; invés de fazermos uma terra arrasada nivelando a todos por baixo, devemos realçar eventuais ilhotas de virtude no oceano do vício que nos cerca.

Cheia está a Internet, infelizmente, de execuções massivas de cristãos pelos celerados do ISIS, que preferem perder suas vidas à negar a sua fé; então não é só o dinheiro que não pode abalar a quem verazmente possui caráter; nem mesmo a nefasta morte consegue.

O dinheiro é uma coisa amoral, que nas cercanias de gente imoral pode lograr os feitos aqueles alistados no post, ora criticado.

Mas se ele pode comprar silêncio, amizades e a aparência de caráter, só o faz de almas prostitutas. E nem todas as almas são assim.

O que o dinheiro pode fazer se resume a três coisas; avalia, transforma e conserva bens e serviços. O que passar disso é o homem, não o dinheiro que faz. Digo, atitudes de escopo moral escapam às mãos do dinheiro por ser ele privado de arbítrio e vontade.

A Bíblia condena os mercenários que fazem coisas que deveriam ser movidas por sentimentos em troca de dinheiro; o culto a Mamon; amor ao dinheiro; a simonia. Todas ações humanas tendo a cobiça como motor e o dinheiro como mero combustível.

Portanto, com o devido respeito ao aludido amigo, acho errado dizer que todo o homem tem um preço, sob o prisma da corrupção, embora, todos tenhamos no aspecto da salvação, o que escapa em muito ao pífio alcance das moedas. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. Pois, a redenção da sua alma é caríssima; cessará para sempre. Sal 49;6 a 8

Pedro reitera a seriedade do que custou nossa salvação para que sejamos vigilantes em preservá-la; “Se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Ped 1;17 a 19

Ainda somos crianças espirituais; nos atrapalhamos com essa coisa enganosa de confundir meios com fins; descansamos nossa segurança eterna na sombra errada; “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que, sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

“O cofre do banco contém apenas dinheiro; frusta-se quem pensar que lá encontrará riqueza.” 
Drummond

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Pode o crente jogar loterias?


“Quem quer enriquecer depressa é homem de olho maligno, porém não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.” Prov 28;22

Muitas vezes me deparei com a pergunta: “Pode o crente jogar na loteria”? Na verdade conheci quem fazia e ainda faz uma “fezinha;” no “bicho” até, que é uma “loteria” mais singela. Mesmo eu, em dias de imaturidade espiritual fiz muitas vezes; seria hipócrita se negasse.

Talvez a pergunta devesse ser feita de outro modo; não em termos de, pode, ou, não pode; mas de, por quê, o faria?

Quando O Senhor disse a Adão, “Do suor do teu rosto comerás o teu pão”, não estava amaldiçoando-o, como se, o trabalho fosse uma maldição; antes, estava conscientizando ao degredado de sua nova situação. Antes, em submissão a Mim, Eu era responsável pela tua manutenção; como destes ouvido à serpente escolhendo a independência, a autonomia, então peito n’água! Faça por ti doravante!

Durante o êxodo, em pleno deserto onde a força do trabalho não serviria O Senhor enviou o Maná; mas, introduzido o povo na Terra de Canaã, o mesmo cessou e eles foram desafiados a cultivar a terra para produzir pão.

Aliás, a provisão de meios para que o trabalho frutifique foi equacionado por Paulo com um testemunho dos cuidados Divinos para com a humanidade. “Contudo, não deixou a si mesmo sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e alegria os vossos corações.” Atos 14;17

Assim, quando O Salvador ensinou: “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça; e essas coisas vos serão acrescentadas.” Não estava nos eximindo da necessidade de trabalhar; antes, estabelecendo prioridades; o que buscar primeiro. Deus nos acrescenta as “demais coisas” dando saúde e oportunidade; nossa parte temos que fazer.

Então, quem fixa o olhar nas promessas fáceis das loterias e afins, admitindo ou não, busca um atalho para burlar o plano de Deus para si. Sei, “Se eu ganhar ajudarei os pobres, meus parentes, só farei o bem etc.” Já ouvimos tantos mentirosos assim.

Quando uma pessoa precisa justificar-se antes de fazer algo é porque dentro dela a consciência já a cientifica que, tal, não deve ser feito. Uma consciência em paz não requer justificativas. “A paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine vossos corações e sede agradecidos.” Col 3;15

Contudo, um vício ainda pior que um cristão jogando moedas certas na incerteza das loterias, são os mercenários mercadores da Palavra que, profanam fazendo parecer que O Eterno troca bênçãos por moedas.

Não se engane! Se você foi atraído a frequentar uma igreja porque nele acenaram com atalho e facilidades para ganhar dinheiro, invés de ensinar o caminho da salvação, saia e vá jogar loteria; é mais honesto; pois, é apenas um hábito ímpio sem ser profano, uma vez que não envolve o Nome do Santo.

O dinheiro não passa de ferramenta, cujos predicados permitem avaliar, transformar e conservar bens e serviços. Algo útil e necessário, mas, não um deus a ser cultuado. “Há um grave mal que vi debaixo do sol e atrai enfermidades: as riquezas que seus donos guardam para seu próprio dano;” Ecl 5;13

Paulo acrescenta: “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Desgraçadamente há muitos “cristãos” que não apenas jogam, como ainda oram para “acertar” o que deixaria patente que erraram o caminho. Desses A Palavra fala também: “O Senhor está longe dos ímpios; a oração dos justos escutará.” Prov 15;29

O Salmo 73 apresenta os “ricos” de dar inveja nos justos até; entretanto, na hora do “vamos ver” a imensa miséria deles viria à tona. “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios... Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 3;17 e 18

Querer melhorar de vida por meios lícitos é normal, todos querem; isso faz a roda girar. Porém, há uma sombra mais excelente que dinheiro, onde, o descanso não é apenas eventual, mas eterno. “Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;13

Como nossa vida foi comprada por sangue, não por dinheiro, não rebaixemos o Feito Majestoso do Salvador ao nível de ordinárias moedas, como fez Judas.

sábado, 18 de janeiro de 2020

O Justo Juízo


“Ao vil nunca mais se chamará liberal; do avarento nunca mais se dirá que é generoso.” Is 32;5

O contexto imediato alude à vinda de Cristo, “O Rei que reinará com justiça”, v 1; as consequências do império da justiça, entre outras, seriam que as coisas deveriam ocupar seus próprios lugares. O vil estava ocupando o do liberal, enquanto, o avarento ostentava-se no assento de generoso.

Spurgeon dizia que, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”; agora, pensando no outro lado da moeda podemos dizer que, uma coisa má no devido lugar, ou mesmo usando o lugar de uma boa, ainda assim é má.

No devido nicho a própria essência a qualifica; no alheio, além da maldade própria temos a falsidade, engano, pretensão, hipocrisia como acréscimo ao ser, da coisa em si.

O que o profeta entendia por vil? “Porque o vil fala obscenidade; seu coração pratica iniquidade, para usar hipocrisia e proferir mentiras contra o Senhor, para deixar vazia a alma do faminto; fazer com que o sedento tenha falta de bebida.” V 6 Um hipócrita sem temor ao Senhor, indiferente para com as carências do próximo. Cheio de palavras piedosas e obras iníquas. O fraco dos fracos, incapaz de enfrentar a si mesmo.

Embora, nossas ações não incidam diretamente contra O Senhor, exceto, profanações e blasfêmias, geralmente referem-se ao nosso semelhante; todo o pecado praticado é “contra O Senhor” uma vez que contraria Sua Vontade; como as mentiras do vil em apreço, que, fazendo mal ao semelhante ofendiam O Eterno.

“Também todas as armas do avarento são más; maquina invenções malignas, para destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar retamente.” V 7
Até diante da retidão esse inventor de males não deixa de ser o que é; “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas invenções.” Ecl 7;29

No fundo, vileza e avareza são predicados do mesmo sujeito. Trazidos os adjetivos para nossos dias, como os usamos, o vil é um fraco de caráter; o avarento um idólatra; fraco de confiança que apega-se nas coisas materiais, por incapaz de transcendê-las, de confiar em Deus. Paulo equaciona a avareza à idolatria, e amor ao dinheiro como patrocinador de toda a sorte de males.

A fé sadia deve ancorar-se em Pessoas, não em coisas, nem circunstâncias; “... Crede em Deus, crede também em Mim...” Mesmo que não haja nenhum indício da Santa Presença; Que Sua Palavra e Integridade nos bastem, até na escuridão; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Como disse Jó em sua angústia: “Ainda que me mate, Nele esperarei.”

A hipocrisia religiosa dos que se ostentavam santos e viviam indiferentes aos semelhantes foi o carro chefe do combate do Salvador. Quando ensinou que as duas moedas ofertadas pela viúva pobre valiam mais que os sobejos ostensivos dos ricos, denunciou a vileza de carecer do aplausos humano, pela íntima certeza da rejeição Divina.

Quem sabe-se aceito pelo Eterno não gasta suas tintas tentando pintar o que agrada ao efêmero.

A oferta da viúva foi aceita por fazê-la em amor a Deus, mesmo com sacrifício; aqueles que se exibiam em egoísta pretensão e sem custo real eram réprobos; O Senhor estava em Sua Justiça colocando as coisas nos lugares.

Noutra parte quando nos desafiou a sermos fiéis no pouco, colocou o valor da integridade e da fé, acima do volume das coisas perecíveis. A Confiança no “Justo Juiz” não, nas coisas, a doença dos avarentos.

O assento de cada pingo sobre seu i, cada coisa em seu lugar, ainda não é o cenário que vemos; vemos a prosperidade dos ímpios, a folga dos maus como diz no salmo 73;

todavia, por enquanto o Rei de Justiça interferiu apenas mediante Seu Resgate e Seu Ensino; presto vem o dia em que interferirá em juízo, então, cada coisa será assentada em seu justo lugar; “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; ( os que O temem) naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e que não serve.” Mal 3;17 e 18

Nesse mundo mau, que jaz no maligno, natural que, servos de Deus se sintam deslocados, fora do lugar. Mas, o governo da injustiça terá termo; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

domingo, 9 de dezembro de 2018

Inveja; melhor nem ver

"Teu coração não inveje os pecadores; antes, permanece no temor do Senhor todo dia. certamente acabará bem; não será malograda tua esperança.” Prov 23;17 e 18

A inveja, pela sua natureza tem um consórcio com o sucesso. Os fracassados nunca serão seu alvo. Como se diz vulgarmente, não se atira pedra em árvore sem frutos. Assim, sempre será o desfrute de posses, poder, talento, afeição, o motor da inveja de terceiros.

Entretanto, a exortação supra desaconselha que invejemos pecadores. O que eles têm que não temos? Na verdade desfrutam uma “liberdade” que cristãos não possuem. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Ou seja: Não têm compromisso de atuar como filhos da Luz, servos do Senhor. Sua morte espiritual é seu “sucesso”, sua “segurança”. Lembrei uma cena do filme “O Auto da Compadecida” onde, no além, o poltrão João Grilo afrontou ao temido Severino de Aracaju. Ele ameaçou revide; o espertalhão respondeu: “Vai fazê o quê? Já tamo morto mesmo.” (Sic)

Desse modo, a ousadia do ímpio que lhe permite ser “livre” da justiça deriva do fato de estar morto, nada tem a perder. Seu único “risco” é de vida; de ouvir Cristo, arrepender-se por crer, e passar da morte para a vida, senão, tanto faz. “Curta a vida que a vida é curta”; a dele é.

É muito enganoso esse aspecto que pode ensejar inveja a desavisados. A porção dos ímpios reside apenas na terra; então, podem lançar mão de injustiças para serem prósperos aqui; e, muitos o são. Aí, um que se purifica pelo temor do Senhor, arbitrado por uma consciência viva segundo A Palavra leva uma existência modesta, quando não, de privações; se, olhar de modo superficial irá se confundir.

Essa perspectiva foi cantada em prosa e verso; “Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas, firme está sua força. Não se acham em trabalhos, nem são afligidos como outros homens. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; têm mais do que o coração podia desejar. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Põem suas bocas contra os céus; suas línguas andam pela terra.” Sal 73;3 a 9

Eventualmente, um deles migra do palácio à cadeia, ainda nessa vida; mas, a maioria vai-se impune até o Juízo de Deus. Então, olharmos para isso da perspectiva puramente material poderia ensejar inveja; seria uma “conversão” avessa, passaríamos da vida para a morte.

O mesmo salmista, que usou sua “inveja” apenas como exercício retórico, depois, refez o rumo da prosa na conclusão; “Se eu dissesse: Falarei assim ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em entender isto foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.” Vs 15 a 18

E, há muitos pregadores que desafiam incautos nesses termos: “Fulano tem isso, cicrano aquilo, beltrano conquistou aquilo outro; você nessa derrota, nessa miséria”. Em nenhum momento de suas prédicas aparecem as palavras-chave, pecado, arrependimento, cruz, salvação. Embora se digam ministros do Evangelho, não passam de pregoeiros da inveja dos ímpios.

Falando ao jovem pastor Timóteo, Paulo ensinou: “Os que querem ser ricos caem em tentação e laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; transpassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas; segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão.” I Tim 6;9 a 11

Aludindo à sua própria experiência disse mais: “Aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto, ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Por fim, mostrou para onde aponta a escala de valores dos abastados espirituais; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

O texto inicial coloca em contraponto à inveja, esperança. Só abdicando dela, da confiança no Eterno e no que prometeu poderíamos insanamente invejar quem tem muito menos que nós. Os cristãos verazes, como disse Spurgeon, “não trocam de lugar com reis em seus tronos, se, esses não conhecem a Cristo.”

A inveja é pequena demais para combinar com as grandezas reservadas aos filhos de Deus.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

A Riqueza e o Dinheiro

“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10
Houve um período em que o valor do dinheiro estava em si mesmo; isto é, no quanto de metal, ouro/prata continha a própria moeda. Assim, o mesmo dinheiro servia como lastro garantidor do seu valor.

Porém, com a chegada do papel moeda, o valor passou a repousar na fé, (fide em latim) na garantia dos órgãos emitentes; o sistema fiduciário; sendo, presumidas reservas econômicas do Governo e uma aferição honesta do PIB, Produto Interno Bruto, a garantia do valor expresso nas cédulas.

Quando governantes inconsequentes emitem mais papéis que as riquezas existentes, presto o dinheiro perde seu valor; porém, de uma forma “honesta,” Isto é; a cédula na qual o Governo emitiu a garantia de cem reais, ainda vale os mesmo cem; porém, agora ela compra bem menos que antes, pois, preservado o nome “fantasia” foi desvalorizada em relação aos bens e serviços, que, pode avaliar, transformar, ou, conservar.

Dinheiro não é um mal, como pensam alguns; apenas, o amor a ele que é um sentimento insano, pois, mesmo prosperando reiteradamente, o amante seguirá ávido atrás de mais; doido correndo atrás da sombra. Paulo ensina: “Os que querem ser ricos caem em tentação, laço; em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

A imensa maioria dos corruptos que tanto mal fazem ao nosso país é de pessoas idosas; sexagenários, com, no máximo, uns quinze anos de vida ainda. Os bens patrimoniais que possuem derivados de altos salários e vantagens com as quais cuidaram de si seriam suficientes para viver seus últimos dias em lugares aprazíveis cercados de natureza, de nada tendo falta. No entanto, a maioria esconde colossais fortunas em contas secretas, “paraísos fiscais”. Farão o quê, com isso? Não é a necessidade, que patrocina tais atos, mas, o insano sentimento de amar ao dinheiro.

Lembrei a pergunta de Jesus: “Louco! Essa noite será pedida a tua alma. O que tens preparado para quem será?”

Ora, esse dinheiro injusto é sujo de sangue; toda vida que se perdeu por omissão dos Governos, na saúde, segurança, manutenção de estradas, etc. por falta de verbas, pinga uma gota de seu sangue sobre as fortunas fáceis da corrupção. Eis alguns traços das “concupiscências loucas e nocivas que submergem os homens na perdição e ruína”! “Há um grave mal que vi debaixo do sol, e atrai enfermidades: riquezas que seus donos guardam para seu próprio dano”. Ecl 5;13

Se, boas obras dos salvos são aquilatadas como “Tesouros no Céu”, esses tesouros indignos serão avaliados como?

É nossa índole natural querer prosperar; por meios honestos é justo que consigam os diligentes. Todavia, sem perdermos ciência que o dinheiro é uma ferramenta, um meio, não, um fim. Andamos céleres para o dinheiro digital, onde o sistema mundial do Anticristo terá total domínio e teremos apenas o dinheiro que eles disserem que temos; se alguém lhes for desafeto, ao sistema, poderá ser “punido” virtualmente; reclamará contra quem?

Enfim, quem confiou em Deus, não a confiança oca de muitos que O tratam como estepe, ao qual só se recorre em emergências; “Deus me defende quando preciso”; antes, confiança tal, que toma Sua Palavra como diretriz da vida, aprendendo por ela, a Amá-lo a despeito das circunstâncias, esses, nada terão a temer. “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;17 e 18

Seu “Tesouro Celeste” será lembrado; o socorro do Santo será sua riqueza; “Porque sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Mas, os que usam a Bíblia para ganhar dinheiro pregando mentiras e manipulando incautos? Além de pecarem, iguais aos corruptos, acrescentam “valor” aos seus pecados com a profanação do Nome do Senhor. Dos ensinadores consta: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1

Enfim, prosperemos na Terra se, a Vontade Divina assim o permitir; senão, não deixemos que a miséria do dinheiro sujo manche as vestes com as quais compareceremos perante O Eterno.

“Engana-se quem pensa que cofres bancários guardam riquezas; lá só tem dinheiro.” Carlos Drummond de Andrade

sábado, 19 de maio de 2018

"Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo"

“Não ligarás a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário... Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé” I Tim 5;18, 6;10

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que vivemos dias tristes onde há ladrões travestidos de obreiros; mercadores da Palavra, como se Deus fosse vendedor de bênçãos. Entretanto, a existência desses não elimina a necessidade do dízimo, como, a existência dos corruptos não nos autoriza a sonegar impostos.

Deparei com as “Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo.” Indício de uma geração de analfabetos bíblicos que consome o que os “Ungidos” dizem, apenas. Ora “O Senhor é Meu Pastor”; contou tudo que preciso saber.

Vamos a elas;

a) O dízimo não era em dinheiro, sim em alimento; Naquela época não era tão comum como hoje o dinheiro, havia mais escambo que moedas; e daí? Ainda hoje, cereais e animais valem dinheiro.

b) Só levitas recebiam; é vero. Era uma tribo sacerdotal que administrava as coisas espirituais no Tabernáculo; estava para Israel, como obreiros para a Igreja. Parece que isso não mudou.

c) Era entregue de três em três anos; isso quando se tratava de animais. Imaginemos um pequeno pastor que criasse umas setenta ovelhas; seu rebanho aumentasse oito num ano. Dizimaria 0,8? Os cereais eram oferecidos todo ano, as primícias; isto é, a primeira parte da colheita; “Honra ao Senhor com teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos;” Prov 3;9

d) Além dos Levitas, órfãos viúvas e estrangeiros podiam receber; isso aumenta a necessidade de provisão, não diminui; portanto, como argumento contra o dízimo é estúpido.

e) A reprimenda em Malaquias é contra os sacerdotes apenas; será? “Esse mandamento toca a vós sacerdotes” está no capítulo 2; atina a dar honra ao Nome do Senhor, guardar o conhecimento e não fazer acepção de pessoas; o dízimo é tratado no Cap 3 e inclui todos; “Trazei TODOS os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” v 10 Contudo, acima dizem que só os sacerdotes podiam receber; agora, que só eles devem pagar. Gente com essa hermenêutica, esse nível de estupidez, fácil se faz guia dos avarentos.

f) Devorador era um Gafanhoto não demônios; é verdade, mas, é um método lícito que todo pregador usa; figuras de linguagem. Assim como os gafanhotos devorariam a seara dos infiéis, os demônios danariam a vida dos atuais. O método é lícito, pois, o demais é outro assunto.

g) Abrir Janelas do Céu não significava salvação, mas, abençoar a Terra com chuvas para a colheita farta. É. Mas, como a sociedade não é mais agro-pastoril apenas, há muitas formas de se ganhar dinheiro; figuradamente, até uma porta de emprego é “uma janela no céu”; Nunca ouvi, nem mesmo os piores safados pregando o dízimo como meio de salvação. Até porque, no Céu não se entra por janelas, mas, pela “Porta” Cristo.

“Deus não precisa dinheiro, Dízimo é Lei, Evangelho é graça; de graça recebestes, de graça daí”. Concluem.

Deus também não precisava de cereais ou, animais, no entanto, ordenou que se desse para os que trabalhavam na Obra.

Quem disse que Graça é “Casa da Sogra” onde podemos tudo? Era “Não adulterarás” Jesus disse: Apenas cobiçar já é adultério; A Lei dizia: “Não Matarás” Jesus disse: Apenas odiar já te faz réu do fogo do inferno. A Lei requeria rituais; a Graça requer purificação da consciência. Sempre exigências maiores.

De graça recebestes de graça dai O Senhor disse vetando que, como Geazi cobrassem por bênçãos Divinas; mas, ordenou que comessem junto dos que seriam abençoados“...porque digno é o operário do seu alimento.” Mat 10;10 A manutenção desses é desejo do Senhor.

Entretanto, como esses ensinam a abençoar aos pobres invés de dizimar, onde encontramos suas igrejas, que fazem tudo sem custo, pregam o evangelho, ministram a Santa Ceia, realizam batismos, casamentos, oficiam autos fúnebres, assistem estrangeiros órfãs e viúvas, e dão cestas básicas aos pobres?

Essa desculpa de não dizimar porque o pastor usaria indevidamente o “meu” dinheiro, me muda da posição de servo, que deve obedecer pra de juiz, que julga; primeiro: O dinheiro não é meu, é do Senhor; segundo, não estou autorizado a ser relapso com minha parte porque outro está sendo na dele, senão, vamos pecar à vontade, afinal, há tantos pecadores...

Em suma, erram os ministros que fazem do dízimo o cerne das pregações; é assunto para culto administrativo com devida prestação de contas; como erram os infiéis também. Sofrem todos da mesma doença, amor ao dinheiro.

“A avareza perde tudo ao pretender ganhar tudo.” La Fontaine

domingo, 22 de abril de 2018

Ouro de Tolo

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? porque certamente criará asas e voará ao céu como águia.” Prov 23;4 e 5

Dois pontos de vista antagônicos; a um, certas coisas, bens, parece ser riqueza; a outro soa como, nada. Infelizmente, muitos desavisados fazem má leitura dos meios acabam aquilatando-os como se fossem o fim.

Em suas horas de ginástica filosófica a imensa maioria diz preferir o ser, ao ter; entretanto, na hora da verdade, das escolhas escudadas pelos valores, as posses, os bens, enfim, o interesse imediato prevalece sobre os valores, antes, elogiados.

Certo é que os bens, circunstancialmente trazem conforto, e, até podem figurar nossa estrela no “Hall da fama” dos, erroneamente presumidos ricos. Entretanto, uma preciosidade de vigência eterna, como a vida, não pode ser apreciada à luz de um momento, como é nossa duração terrena, dada para que busquemos e reconciliemos com O Criador.

Sobre nossa relação com os bens efêmeros O Salvador ensinou: “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça; as demais coisas ( necessárias ) vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Quanto à riqueza perene, verdadeira, a Sabedoria dissera: “Aceitai a minha correção, não, a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela... Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, os meus ganhos mais do que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam e eu encha os seus tesouros.” Prov 8;10 e 11, e 19 a 21

Mineradores inexperientes se alegram sem nada diante do que parece precioso, mas, a uma análise especialista, se revela vulgar; de igual modo, incautos superestimam o poder de compra do dinheiro; quando carecem riquezas que lhe escapa do alcance descobrem tardiamente quão pobres são.

O progredir, prosperar é a nossa inclinação natural; contudo, como diz o ditado, não se pode vestir um santo e desnudar outro. Ou seja: Prosperar num aspecto e se fazer miserável em outro.

É belo o crescer de alguém, quando, fruto do trabalho honesto. Nenhum tijolo de sua casa tem nada a dizer contra sua honra. Porém, quando o mesmo deriva de falcatruas, malversações, corrupção, roubo, etc. aquele amontoado reluzente que, o tal, presume ser riqueza é apenas um rol de testemunhas que patenteará sua miséria no Eterno Tribunal.

A Bíblia jamais disse que o dinheiro é um mal; apenas, que “O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males.” Vemos que o problema não está nas coisas, mas, na valoração que o homem faz delas. O Amor é o mais belo dos sentimentos, base de toda a Lei de Deus. Entretanto, deve ser direcionado, primeiro, ao Senhor, depois, ao semelhante.

O amor pelas posses, pelo comodismo é um subproduto do excesso de amor próprio; é como se, uma faculdade que nos foi legada de berço, a capacidade de amar, errasse o rumo, o alvo.

Às vezes, inda nessa vida, a verdadeira riqueza consegue um tiquinho de nossa atenção; “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; e encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;14 a 16

Aqui temos a prevalência da Sabedoria sobre o poder bélico, porém, sobre o dinheiro também prevalece; “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Ocorre-me uma frase de Drummond: “Muitos pensam que os cofres dos bancos escondem riquezas; tem apenas dinheiro lá.”

Por fim, se do ponto de vista meramente filosófico, o amor ao dinheiro é já enfermiço, o que dizer das “Igrejas” que, de posse de todas as diretrizes da Sabedoria, A Palavra de Deus, usam a mesma para promover a enfermidade onde deveriam estimular à saúde? Ou, da outra que, por simpatia ao comunismo, invés de pregar a reconciliação do homem com Deus mediante O Evangelho, ensina o esbulho das alheias posses, como se, o Reino de Deus fosse estabelecido inda aqui, e por meios injustos?

São os cegos guiando a outros cegos; o excesso de bagagem impedirá o embarque de muitos, pois, ocuparam-se prioritariamente disso, quando, deveriam ter se ocupado, sobretudo, de “comprar” a passagem.

segunda-feira, 26 de março de 2018

"Deus não precisa dinheiro"

“... Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura não cercaste ele, sua casa, e tudo quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, o seu gado tem aumentado na terra.” Jó 1;9 e 10

A Fé por interesse foi a acusação do canhoto a Jó. Natural que quem desconhece o amor imagine algum outro tipo de recompensa das que conhece. Assim, o Capiroto, bem como seus representantes, os da “Teologia da Prosperidade” advogam como válida uma “fé inteligente” materialista, imediatista.

Sendo a fé “O firme fundamento das coisas que não se veem”, quem precisa ver, pouco importa o que seja, não passa de um idólatra; aliás, a própria avareza é definida como idolatria. O mesmo Jó, adiante, privado de todos os bens, filhos e saúde deu uma demonstração cabal da sua essência: “Ainda que me mate, Nele esperarei”; disse. A esfera da fé despreza circunstâncias; mesmo a vida terrena por amor Àquele em quem confia.

Gostamos de conforto laboramos por prosperar, todos nos inclinamos a isso. Oramos por saúde, portas de trabalho, e nos alegramos quando essas se abrem. Mas, essas benesses nos fazem gratos ao Criador, não, crentes. Os verdadeiros já creem mesmo privados disso. Não veem as posses como o sentido da vida, ou, a possibilidade de se jogarem na esbórnia como o Pródigo. Antes, mesmo ouvido do pai, “tudo o que tenho é seu”, como ouviu o irmão dele, sabem que as coisas são bens a serem zelados, bem geridos, não, dilapidados.

Quem anela riquezas para “curtir a vida” mesmo se dizendo cristão, suas escolhas mostram nuances do medo da morte, predicados ímpios; os que estão em Cristo não têm um período curto a aproveitar, antes, um patrimônio eterno para zelar.

Muitos usam erroneamente um texto sobre semeadura e ceifa para fazer parecer que sua pregação é bíblica: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ele ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Enfatizam os pilantras que seria um escárnio semear e não colher. Escárnio seria plantar uma coisa e colher outra; ou seja, semear “na carne” segundo as cobiças naturais por riquezas terrenas e derivados prazeres, e ceifar no Espírito, bens eternos. Os que semeiam de olho nas coisas corruptíveis ceifarão corrupção. Os que se entregam ao Espírito, fiéis, com ou sem coisas, terão vida eterna, esse é o ensino. O que for além é perverso.

O Salvador enfatizou que O Pai sabe de nossas necessidades cotidianas, mas, que não devemos priorizá-las; antes, semear no Espírito: “Buscai em primeiro lugar O Reino de Deus e Sua Justiça, as demais coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Do outro lado temos os comunistas “cristãos” os da “Teologia da Libertação”, segundo os quais, o sentido pleno do Evangelho seria a promoção da “Justiça social”. Eis um termo ausente na Bíblia! Somos ensinados a repartir o pão sermos atenciosos com os pobres, mas, O Senhor trata com o indivíduo, não, com a massa. “Aquele que é de Deus ouve minhas Palavras”; “Cada um dará conta de si mesmo a Deus”.

Retribuir conforme as obras, não, furtar méritos de quem trabalha e dar a vagabundos porque reivindicam como suas as posses alheias. “O Reino de Deus e Sua Justiça”, não, os postulados ímpios dos comunas e suas noções invejosas de “justiça social”.

Sabem os que enxergam um palmo adiante que esses discursos bonitos não passam da ceva para atrair incautos à arapuca. Uma vez empoderados, como na Venezuela e Cuba, distribuem fome, opressão; facilidades só aos asseclas que os sustentam no poder. Como vimos no começo, o canhoto desconhece o amor que patrocinava a fé de Jó; também ignora a justiça, senão, teria permanecido no seu honroso lugar para o qual foi criado.

Circula por aí, o, “Deus não precisa dinheiro, dê uma cesta básica aos pobres, invés do dízimo”. Judas já fez esse discurso de “amor aos pobres” uma vez.

Deus não precisa, mas, para o Evangelho alcançar aqueles que Ele ama, certa estrutura que custa dinheiro é necessária. Há safados que manipulam por interesses vis, mas, isso não exclui os honestos.

O que faço do meu dinheiro é problema meu. Não careço conselhos ímpios. Uns amam o dinheiro nas igrejas; ou, são infiéis no dízimo, ou, plantam suas “sementes de fé” sonhando colher metais; outros amam fora, aconselhando fazer o que não fazem.

Perdem a salvação, pois, mantêm distância do Evangelho agarrados em moedas. Quem não conhece o amor acaba amando o alvo errado. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males...” I Tim 6;10

terça-feira, 11 de julho de 2017

As pobres riquezas

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria. Porventura fixarás os olhos naquilo que não é nada?...” Prov 23;4 e 5

É comum ouvirmos o “desprezo” à matéria em frases tipo: “Dinheiro não traz felicidade;” “Da vida nada se leva”; “Vão-se os anéis, ficam os dedos”; etc. De modo que parece que a humanidade sabe reconhecer os verdadeiros valores. Contudo, na prática a teoria é outra, com diria Joelmir Beting.

Certa ambição é sadia; a que nos instiga ao trabalho, empreendedorismo, visando melhorarmos nossas condições de vida. O texto bíblico diz: “Não te fatigues para enriqueceres...” Adiante avalia: “... fixarás teus olhos naquilo que não é nada”. Lógico que temos diante de nós um conflito de valores. Aquilo que, para uns parece riqueza, para outro, foi aquilatado como nada. Temos uma hipérbole, um exagero de linguagem cujo fito é enfatizar algo, não, ser entendida ao pé da letra.

Óbvio que bens materiais têm seu valor! Compram o pão, vestes, habitação; toda sorte de conforto que a boa vida demanda. Entretanto, ao escopo de uma avaliação espiritual, essas coisas não são fins, antes, meios de viver; não, as verdadeiras riquezas; aquelas que têm durabilidade após a peregrinação terrena. “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem, onde ladrões minam e roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem consomem; onde ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro aí estará também vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Salomão que escreveu a sentença primeira foi extremamente rico, falou do que conheceu; e, sua avaliação do que ficaria após sua morte foi ácida: “Vaidade de vaidades; tudo é vaidade.” Disse. Antes, avaliara a vastidão da cobiça; “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Depois cotejara o dinheiro com a sabedoria: “Tão boa é a sabedoria como a herança, dela tiram proveito os que vêem o sol. Porque serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;11 e 12

De passagem contou a história de um pobre rico: “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas.” Cap 9;14 a 16 Isso combina com o feito posterior do profeta Eliseu que livrou a cidade de Dotã cegando seus algozes pelo Poder de Deus e os levando presos a Samaria.

Estranha doença essa nossa de conhecermos em teoria os excelsos valores, e nos empenharmos, na prática, apenas pelos efêmeros, circunstanciais, menores. Aceitação humana, mais que, Divina, instiga insensatos a parecer o que não são; enquanto, seus passos apressados labutam na maratona do ter.

Paulo foi categórico, deixou por terra a “Teologia da Prosperidade: “...homens corruptos de entendimento, privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas, é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e, nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé; traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu ó homem de Deus foge destas coisas...” I Tim 6;5 a 11

Aí alguém me pergunta: Pode um cristão jogar loterias? É pecado? Não diria que é pecado, antes, que é doença, cegueira, amor deslocado dos alvos sadios, voltado para o dinheiro. E pensar que multidões freqüentam “igrejas” porque os pilantras que lá ministram lhes acenam com riquezas terrenas...

Não é errado desejar riquezas, pois; é estúpido confundir bijuterias com jóias preciosas. Ouçamos o discurso da Sabedoria: “Aceitai a minha correção, não a prata; o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido... Riqueza e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo. Para que faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha os seus tesouros.” Prov 8;10, e 18 a 21

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A fila da doença alheia



 “Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia.” Prov 23; 4 e 5
 

Dado que, os dias do Rei Salomão foram os de maior fartura em Israel temos falando sobre  riqueza, alguém que, fartamente,  dispunha; portanto, com conhecimento de causa.

Mas, não seria isso uma matreirice política para afastar pretendentes aos seus bens? Conselhos laborando em causa própria? Não. Ele mesmo desprezou as muitas coisas que amealhou durante a vida, ao constatar que seu benefício é circunstancial e enganoso.

“Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie.” “…e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.” Ecl 2; 8 e 11 

Por fim, em face à inutilidade das coisas achadas “debaixo do sol”, remeteu a busca para mais acima: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12; 13 e 14
  
Quando diz que é inútil o acúmulo de riqueza pois  “criará asas e voará ao céu como águia”, usa linguagem poética ; afinal, quem voará no fim será a alma humana despida de tudo o que ajuntou, para prestar contas ao Eterno com seus valores, tão somente.

Muitos falam alhures sobre os veros bens, mas, agem em busca dos falsos. Esse “filosofar” inconsequente tem mais a ver com a máscara hipócrita da aceitação social;  a “arte” de buscar um verniz de sabedoria para encobrir o ídolo enferrujado da cobiça. Entretanto, não são nossas palavras que mensuram valores, antes, nossos atos, escolhas.
  
Alguém que trabalha comigo solicitou que eu fizesse para si uma série de jogos da Mega Sena, algo que perfaz uns dez por cento do que recebe semanalmente. Ainda que discordando, fiz o que me pediu. Mesmo preferindo ganhar o pão com o “suor do rosto” entrei numa fila de gente que prefere apostar na sorte.

Chamaram-me atenção duas coisas: Primeira: O prêmio estimado, 62 milhões estava estampado bem grande sobre os guichês; Segunda: Que uns setenta por cento dos apostadores era de sexagenários, ou, quiçá, mais velhos. Assim, estudaram seis décadas ou mais na escola da vida e não descobriram os verdadeiros valores. Não fosse assim, não estariam fazendo uma “fézinha”.

Nenhuma pessoa em sadia mente diria que  riqueza é algo mau; tampouco, Deus o faz. O que é mau é o conceito distorcido do que ela seja. A ambição por melhorias em todos os aspectos não é errada em si; antes, está no “DNA” da alma humana. Como lidamos com isso pode nos incitar ao mau comportamento, ou, à distorção da identidade da tal, como já mencionei.

O próprio Salvador nos aconselhou que fôssemos ricos; mas, com bens tais, que sequer sofreriam ação do tempo. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mat  6; 19 a 21
 
Assim, mesmo filosofando que mais vale um pássaro na mão que cem voando, a humanidade segue matando as aves que pega, na utopia de possuir um bando incontável. Quando, enfim, as asas da alma romperem o casulo, tais incautos descobrirão que fizeram dos meios o fim; dado que cultuaram ao ego em lugar de Deus quando mais Dele precisarem, contarão apenas com o deus adotado. E a solidão eterna será um inferno. Que seria tal “fogo que nunca apaga” e incide sobre almas, senão, uma intensa sede de algo que não se pode suprir?

Então, os mais ricos dessa terra, alienados do Senhor são apenas miseráveis envernizados; coisa que, Paulo, o apóstolo desaconselhou aos que mencionam a Cristo como sua esperança. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15; 19
 
Essa sociedade materialista atrela o ser às circunstâncias; Deus, às escolhas morais e espirituais que fazemos. “Vi os servos a cavalo, e os príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10; 7 Pois, alguém disse: “Rico não é quem mais possui; antes, quem precisa menos”.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dinheiro, um amor besta



“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecles 5; 10 

Se, Salomão qualificou  amor ao dinheiro como motor de uma busca inglória, insaciável, como correr atrás da sombra; Paulo alistou os efeitos colaterais dessa corrida. “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, transpassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6 ; 9 e 10 A figura paulina é de um suicida; “transpassaram a si mesmos”.
   
Convém notar, porém, que as objeções não se referem ao dinheiro, estritamente, que é uma coisa boa. Mas, amor ao dinheiro, um sentimento malsão, deslocado. 

Na verdade, o dinheiro é só um símbolo, sem nenhum valor em si mesmo. Representa determinado valor que ostenta escrito, atentando a algumas variáveis. Outro dia fui ao mercado e entre as moedas que dei para facilitar o troco estava uma de pesos uruguaios e nem percebi. A moça da caixa educadamente devolveu, pois nada vale para ela. 

São signos que variam de país para país, ainda que, alguns tenham valor internacional. Mas, reitero, o valor é meramente fiduciário; digo, deriva da confiança num símbolo, seja moeda, seja papel. Há um sistema por trás que o garante; fiados nisso fazemos nossas trocas. 

Afinal, o dinheiro presta-se a uma tríplice função: Avalia, transforma e conserva  bens e serviços. Assim sendo, deveria ser tratado como meio, nunca, fim. 

Mas, ocorre-me agora a lembrança de um quadro no Programa Silvio Santos chamado, “Topa tudo por dinheiro”. Pessoas eram expostas a situações constrangedoras com a promessa de alguma recompensa monetária. A maioria topava. Aquele quadro reflete nossa sociedade, infelizmente. 

Qual o motor da corrupção, prostituição, tráfico, roubo, etc. senão, o amor ao dinheiro? Claro que há os miseráveis que fazem suas estripulias, acossados pela fome e outras privações. Mas, aqueles vícios alistados não são prerrogativas de miseráveis; na verdade, a maioria já possui o suficiente para bem viver e pratica tais coisas. 

Alhures se ouve: “Dinheiro não traz felicidade”; Contudo, alguns gaiatos redefiniram a sentença: “Dinheiro não traz felicidade, mas, manda buscar”. Na verdade, o bem em apreço deveria ser o conforto, não, felicidade. 

O Salvador denunciou mais de uma vez a inversão de valores. “...Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12; 15 Adiante contou a história de um fazendeiro que com grande depósito  pensava em curtir a vida. “Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma;  o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” VS 20 e 21

Inegável que viver bem, cercado do conforto necessário é legítimo anseio de cada um. O que Salomão definiu como vaidade é a expansão excessiva de bens que servirão apenas para contemplar sem usufruir. “Onde os bens se multiplicam, ali se multiplicam também os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os ver com os seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.” Ecl 5; 11 e 12 

Além de prestar-se ao desfrute de terceiros, a fortuna atrapalha o sono do primeiro, digo, do proprietário.  Não raro, deparamos com amantes do dinheiro em trincheiras opostas; seria até engraçado, se, não fosse triste. “Igrejas” cuja ênfase central recai sobre dízimos e ofertas, invés de salvação, santificação. E “céticos” em relação a “Deus” por causa desses maus exemplos como se Deus se fizesse representar pelos tais, e, neles, se encerrassem as possibilidades de salvação. “Metaleiros” em trincheiras adversas, apenas.

Igrejas sérias recebem dízimos e ofertas, mas, não condicionam frequência, ou, salvação a isso; Veros convertidos são fiéis  sem necessidade de maiores estímulos que a consciência e o que aprendem da Palavra.

Contudo, célere anda o mundo rumo à desmonetarização; não haverá mais moeda, o dinheiro será virtual.  Assim, acabam-se as possibilidades de roubo. 

Seria ótimo se não trouxesse a tiracolo a maldição de ser o selo de satanás sobre os seus. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal,...” Apoc 13; 16 e 17   

Paulo figurou o amor ao dinheiro como suicídio; aceitar tal “sinal” será suicidar-se, literalmente.