“Em todo o tempo sejam alvas tuas roupas e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8
Oportunismo é inerente aos pecadores; presumem que a esperteza pode suprir lacunas onde se demanda obediência, santidade.
Tivemos “cristãos” eventuais nas datas redondas; primeiro e segundo milênios; muitos que creram nas datas marcadas por Adventistas e Testemunhas de Jeová que pegaram carona no afã; malograda a expectativa volveram às suas vidas pecaminosas.
Nesse viés, outros investigam o que seria a “Marca da Besta”, pois, matada a charada, talvez, muitos espertos escapariam “nos acréscimos”; será?
Não sei. Mas, temo que os “espertos” que olham para o desenrolar da história invés de olharem para a cruz erram o foco se, de fato desejam a salvação.
Independente de qual será a marca e como será implantada, há uma receita segura na Palavra de como evadir-se a ela.
“Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5
Então, mais que investigações de conspiratas globais urge aprendermos obediência À Palavra.
Claro que é próprio do homem prudente estar atento a tudo que acontece.
A polêmica atual é se a coisa seria o chip intra-dérmico ou não. Muitos pastores de renome debocham, dizem ser apenas o curso da ciência e avisam que muitos já usam em países mais avançados; os Adventistas dizem que virá o “Decreto Dominical” que marcará seus praticantes; outros ainda, que a coisa não é literal; mas, mera anuência aos “valores” do mundo amoral e apóstata governado pelo Anticristo; por fim os que dizem que a coisa se deu no pretérito; que João escreveu para seus coevos apenas e que, o tal, foi Nero.
Os mestres de hermenêutica ensinam que a interpretação mais confiável deriva do bom encaixe das peças; a que não faz contorcionismos, nem sobram parafusos ao montar seu motor.
Então olhemos um pouco essas posições; as cartas de João às sete igrejas de então têm nome e endereço; nenhum texto autoriza a dizer que todo escrito era para elas, apenas; Daniel e Habacuque, por exemplo, escreveram coisas para não serem entendidas em seu tempo. E João, depois de falar às igrejas da época recebeu nova ordem: “... Importa que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis.” Apoc 10;11
Quanto a sábados ideia fixa de alguns A Palavra é categórica: “... ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados...” Col 2;16 “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5
Os que advogam que a marca é espiritual dizem que o inimigo é imitador, e como O “Selo de Deus” é O Espírito Santo nos Seus, igualmente, a marca da besta seria a submissão ao seu espírito. Parece lógico, só que não.
Havia duas árvores no Éden; da Vida e da Ciência. Aquela da comunhão com Deus era franca; essa, vetada num teste de submissão. Deus por Ser Onipresente basta viver em Seus servos; estarão “Selados”. O inimigo é mera criatura; precisará da muleta da ciência para poder controlar todos. A imitação que consegue é limitada como vimos nos truques dos magos de Faraó.
O texto bíblico ensina qual o objetivo da marca; controle total. Sem ela não se compra nem se vende, algo impossível sendo o domingo; impensável nos dias de Nero; impraticável sendo meramente espiritual, pois, como os centros comerciais identificariam espíritos? Entendimentos?
Peritos em grego dizem que o texto original ensina que a marca será “sobre” e não intra. Pois é; mas já está sendo desenvolvido um chip-tatuagem com uma película ultra-aderente que passaria a fazer parte da pessoa na qual fosse colocada. Isso resolveria o impasse e facilitaria para os que temem agulhas.
Argumentos de que muitos já estão usando e quase tudo é chipado atualmente; que é apenas o progresso da ciência não dizem absolutamente nada. Quando caçava de arapuca colocava muitos grãos de milho fora para atrair as presas à morte. Esses muitos chips que por aí estão inda não são “O Chip”. Apenas “grãos soltos” que pacificarão o caminho quando vier o mortal.
Impressiona-me, deveras, ver gente estudada, teólogos de formação num assunto tão sério como esse usando o deboche, a galhofa como argumento invés de porções bíblicas. Que vergonha alheia! Que decepção!
Se não conseguem tratar com a devida seriedade o epílogo do drama Divino-humano poderiam pelo menos, refugiarem-se numa dica do mais sábio dos homens: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” Mat 5; 17
A
diferença entre o caráter e ensino de Jesus e os religiosos era tal,
que havia o risco de ser acusado de subversão; de estar atuando contra a
Lei de Moisés. Por isso, apressou-se a eliminar tal suspeita.
Se
não veio anular, mas, cumprir, como disse, por que fez releitura de
quase todos os mandamentos? Bem, o legalismo é apenas a vitrine da
hipocrisia, não o reflexo exato da Lei.
Paulo ensina: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual;…” Rom 7; 14 disse mais: “E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.” V 16 Ele considerou um “não querer” refém da força do pecado na carne como uma aprovação íntima da Lei de Deus.
Se
a Lei é espiritual, tem um espírito; uma intenção subjacente à
superfície da letra. O fato que os judeus, Fariseus, sobretudo, faziam
uma leitura superficial e nela se justificavam foi que demandou a
releitura do Senhor.
Avisou seriamente aos ouvintes: “Porque vos
digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de
modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5; 20 Esse exceder não significava extrapolar, antes, aprofundar-se; entender a intenção da Lei, e observá-la.
Do “não matarás”, foi além; à raiz do assassinato, o ódio. “…porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo;…” v 22; quanto ao adultério, idem: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” V 28
Do sábado fez a mesma análise; seu fim era o bem estar humano, não um deleite Divino; “O sábado foi feito por causa do homem”.
Ensinou.
Por fim, facilitou a compreensão do espírito da Lei ensinando
que, cada um tem na morada de seus anseios, a candeia dos seus deveres. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7; 12
Claro que um desnudar profundo da pretensão religiosa da época fatalmente o faria “persona nom grata” ante suas “vítimas”.
Espantoso
é que, hoje, passados dois milênios de tão clara exposição ainda
tenhamos os neo-Fariseus, intérpretes de superfície atuantes e convictos
de suas idiossincrasias.
Dado que o sacerdócio levítico foi ineficaz, veio o Sumo Sacerdote de uma ordem superior e pôs ordem na casa. Porém, “…mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7; 12
Observando de modo prático, em quê consiste tal mudança? Ouçamos Paulo: “Portanto,
agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não
andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito
de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;
1 e 2
Essa Lei do Espírito de Vida deve atentar a quais mandamentos? “fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos
tenho mandado;” Mat 28; 19 e 20
Claro que as coisas que Ele
mandou abrangem todas as faces de nosso viver; entretanto, o Mestre
condensou-as em dois mandamentos apenas: “Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22; 37 a
40
Em
seus dias Paulo enviou dura diatribe aos Gálatas em face ao legalismo
que se infiltrara; aos Colossenses não foi diferente. Também lá advertiu: “Portanto,
ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de
festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col 2; 16 e 17
Claro
que os legalistas desse tempo sempre terão suas “bases bíblicas” para
defender; embora, os Adventistas usem até os sonhos de Ellen White;
contudo, a origem do problema não é bíblica, antes, reside no orgulho
carnal das seitas que se pretendem depositárias únicas da verdade.
“…estando
debalde inchados na sua carnal compreensão, e não ligados à cabeça, da
qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai
crescendo em aumento de Deus.” Col 2; 18 e 19
Mesmo a carne implorando por ser santificada, o Senhor insiste que seja crucificada. E depois da cruz, a Lei é outra.