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domingo, 28 de junho de 2020

O Domínio Desejável


“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” Gn 31;29

Interessante essa fala de Labão a Jacó. Havia poder em minhas mãos para te fazer mal, mas Deus proibiu que o fizesse. Se, havia poder para tanto e careceu uma intervenção Divina vetando, óbvio que ele vinha com más intenções.

Quando Jacó trabalhara catorze anos com o sogro, Deus permitiu que esse o explorasse mudando o salário ao seu bel prazer; agora que saíra fugido temendo que o sogro lhe tomasse esposas e filhos, O Eterno dera um basta na coisa.

Quanta arrogância cairia por terra se, o homem finalmente entendesse que, qualquer poder que desfrute, será sempre por permissão ou, Vontade Divina. Paulo advertiu aos que tinham servos: “Vós, senhores... deixai as ameaças, sabendo que o Senhor deles e vosso está no céu; que para com Ele não há acepção de pessoas.” Ef 6;9

Quando no “Julgamento” de Jesus, Pilatos jactou-se: “Não sabes que tenho poder para te crucificar ou, te libertar?” O Salvador objetou: “Nenhum poder terias contra mim, se, do alto não te fosse dado...”

Fomos desafiados desde Caim, a dominar sobre o pecado; exercer poder nessa área; “... o pecado jaz à porta, sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7

Entretanto, invés do domínio próprio que tolheria o pecado, o homem tende ao domínio do próximo, coisa que Salomão desaconselhou; “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Quem exerce autoridade, bem ou mal, querendo ou não, representa a Deus que a instituiu; “... porque não há potestade (autoridade) que não venha de Deus; as potestades que há foram ordenadas por Ele. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; os que resistem trarão sobre si mesmos, condenação. Porque os magistrados não são terror para boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela.” Rom 13;1 a 3

Quando diz que a autoridade procede de Deus, refere-se à hierarquia estabelecida, não necessariamente, ao caráter de quem a exerce. Há muitos tiranos indignos da função que ocupam.

Pois, se é certo que a posição de autoridade deriva de Deus, também o fim da mesma deve atinar ao Divino propósito; louvar às boas obras e punir às más.

Pois, quando uma autoridade terrena ordena coisas flagrantemente opostas aos Divinos mandados, aí certa dose de rebeldia é saudável como observou Pedro certa vez: “Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos, antes do que a Deus;” Atos 4;19

O fato de que algo consta em determinada Lei, não o faz necessariamente probo, justo, ou meritório.

Muitas leis mostram o estado de espírito, ou o casuísmo dos legisladores, mais que, apontam a vereda da justiça. Isaías denunciou: “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

A transgressão das leis aqui, não significa desobediência apenas; antes, alteração ao humano gosto, mudando os estatutos, (Divinos) e quebrando a Aliança Eterna.

Nesses casos, quando a lei é apenas camuflagem da hipocrisia, um pretexto para o mal, então, o mérito está na desobediência, não no cumprimento. “Porventura o trono de iniquidade te acompanha, o qual forja o mal a pretexto de uma lei? Sal 94;20

Por isso os que se convertem são instados a trocar seus pensamentos pelos Divinos, para que, quando artifícios da maldade tentarem nos desviar, tenhamos em nós um tribunal de apelação para o discernimento, A Palavra de Deus, para não sermos enganados.

Os homens espirituais, que têm a “Mente de Cristo” não cairão no conto do império da mentira. “O homem natural não compreende as coisas do Espirito de Deus... o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Sabendo que “Todas as coisas cooperam juntamente para o bem dos que amam a Deus...” Ele permite certos males; muitas enfermidades da alma, só com as dores das consequências identificamos. O doce fruto do pecado dá numa árvore de folhas amargas; quem come desse, necessariamente terá que beber um chá daquelas.

Triunfar sobre o pecado, que Caim, nem homem nenhum conseguiu, Cristo O Cordeiro de Deus o fez. Através Dele Deus fala para que o mal não nos toque; “Quem me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A Pedra Rejeitada

“Ainda não lestes esta Escritura: A pedra, que os edificadores rejeitaram foi posta por cabeça de esquina; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” Mc 12;10 e 11

Jesus altercando com “edificadores”, os religiosos, que O rejeitavam. Disse que Sua rejeição estava prevista nas escrituras já; ironicamente perguntou se eles jamais tinham lido.

Não só tinham, como, muitas vezes, cantado; pois, estava no seu hinário; Salmo 118;22. Nós outros também, quantas vezes lemos, ou, cantamos coisas apenas da boca pra fora, cujo conteúdo não nos toca?

“Edificadores”, não deve ser entendido literalmente; nem mesmo, Pedra. A edificação em apreço era O Reino de Deus; o trabalho, o devido cuidado com Suas ovelhas. E, nessa linguagem foi predito também: “Assim diz o Senhor Deus: Estou contra os pastores; das suas mãos demandarei minhas ovelhas; eles deixarão de apascentá-las; os pastores não apascentarão mais a si mesmos; livrarei minhas ovelhas da sua boca, não lhes servirão mais de pasto. Porque assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo procurarei pelas minhas ovelhas e as buscarei.” Ez 34;10 e 11

“Isto foi feito pelo Senhor...” Ele disse que começaria algo novo; “Pois, também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mat 16 18 Para a teologia católica essa passagem refere-se ao “Primado de Pedro” onde ele teria sido escolhido para chefe, ou, Papa.

Entretanto, como ensina a boa regra de hermenêutica, quando um texto parecer dúbio, polêmico e difícil de interpretar recorre-se a outros paralelos para chegar a uma solução segura; pois, a Bíblia interpreta a Bíblia, a Palavra não é de escopo individual; “...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas, homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Pois, mesmo Pedro, face a face com o Senhor ouviu: “O que faço agora não o sabes; entenderás depois” isto é, depois de iluminado pelo Espírito Santo.

A questão da Pedra, malgrado, a coincidência com seu nome, não pensava ser ele; nunca referiu-se a si mesmo como Papa, antes, Presbítero; e invés de pretender que seus escritos fossem o supra-sumo da fé, as “encíclicas eclesiásticas”, confessou sua dificuldade de entender escritos mais profundos, como os de Paulo, por exemplo; “Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também nosso amado irmão Paulo escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender...” II Ped 3;15 e 16

Sobre a “Pedra”, voltando, disse: “Chegando-vos para ele, (Cristo) pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas, para com Deus eleita e preciosa; vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; quem nela crer não será confundido. Assim para vós que credes é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram foi a principal da esquina...” I Ped 2;4 a 7


Noutra parte, quando O Senhor lhe disse que daria as chaves do Reino estava falava da honra de ser o precursor dos pregadores, o que abriria a Porta, que, como dissera O Senhor, “Eu Sou a porta...” Assim, as primeiras pregações da igreja foram dele; cinco mil almas se converteram ouvindo; desde então, a Porta foi aberta.

Todavia o fundamento sempre foi o Ensino de Cristo e a Autoridade maior, O Espírito Santo, não, um homem. “...disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” Atos 13;2 O mesmo Pedro foi curado pelo Espírito do excesso de judaísmo e enviado ao encontro do romano Cornélio, etc.

Noutra parte, quando o “Papa” falhou foi corrigido por Paulo; “chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando; se apartou deles temendo os que eram da circuncisão.” Gál 2;11 e 12

Enfim, quem se preocupa mais com aceitação humana que Divina corre o risco de cometer o mesmo erro dos que condenaram ao Senhor. Rejeitar ao que Deus aprova e aprovar ao que Ele despreza. Pois, como ensina Salomão; “O que justifica o ímpio e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Tendemos a concordar com o que d’antemão concordamos; somos refratários a refazer ideias; mas, precisamente isso, requer a conversão...