quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Que Falta de Educação!

“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.” Paulo Freire

Será por não temer o debate, o contraditório, que nossa educação veta livros de pensadores não socialistas e persegue nas universidades os que ousam se declarar conservadores?

Hipocrisia é a antítese da educação, pois, coloca o volitivo acima do intelectual; a vontade ideologizada nega a função dos próprios neurônios; produz eunucos mentais, mentecaptos, literalmente; uma vez que a palavra significa de mente capada, castrada.

“Não precisamos de nenhuma educação
Não precisamos de controle mental
Chega de humor negro na sala de aula
Professores deixem as crianças em paz
Ei! Professores! Deixem nós crianças em paz!
Tudo era apenas um tijolo no muro
Todos são somente tijolos na parede”


Trecho da música “Another brick in the wall” de Pink Floyd

Fácil perceber que se trata de ironia; Não uma diatribe à educação, mas, à idiotização massificante que, invés de formar indivíduos pensantes forma apenas “tijolos na parede”; uma alienação programada, buscada.

Aliás, nossa “educação” desceu tanto que um recurso literário eloquente, a ironia já não pode ser usado. Quantas vezes se posta algo com esse tempero e os “comentaristas” nos apedrejam com os seixos da sua ignorância por incapazes de entender.

Mário Quintana escreveu: “Verbete; Autodidata= Idiota por conta própria.” Usei isso uma ou duas vezes em textos que escrevi e a coisa foi levada ao pé-da-letra como se, ele pretendesse dizer que os autodidatas são idiotas; desisti.

O que fez foi uma crítica mordaz usando refinada ironia, ao sistema educacional. Nas entrelinhas a ideia é: Entre ser idiotizado pelo sistema e me virar com meus recursos mesmo, prefiro ser idiota por conta própria. Ora, o mero fugir do sistema idiotizante já o fazia de outro calibre em relação aos sistematizados, aos tijolinhos na parede de Roger Waters.

Eu não sei o que fez a “pedagogia do oprimido’ do ex patrono da educação esquerdista Paulo Freire ser tão destrutiva como foi nas últimas décadas em nosso país. A glamurização da ignorância que, via MEC tentou considerar “certos” os erros de concordância, talvez em homenagem a dois presidentes analfabetos funcionais que tivemos, fez parecer que “é bonito ser feio,” como diz o humorista Batoré.

A enxurrada de erros grotescos de português nas redes sociais, não raro, tem levado professores solidários a postarem listas de expressões com grafia e uso corretos; mas, suas tentativas resultam inglórias, pois, os ignorantes estão convictos demais para mudar. “Hey! Teachers! Leave us kids alone!”

Nossa ignorância engajada vai muito além das limitações gráficas; assoma também em questões geográficas; não poucos “defensores da Amazônia” se mostram preocupados com Elefantes, Girafas, leões, pandas, coalas... sendo os primeiros três mais comuns nas savanas africanas, embora haja também em outros locais, pandas na Ásia, e coalas na Austrália. Nenhuma espécie destas existe na Amazônia. Mas, a galera colocou a boca no trombone em solidariedade a “Le petit” Macron contra nosso próprio país.

Porém, hoje de manhã deparei com a cereja da torta, dos “defensores da natureza”; (ah nem falei da “poderosa” Anitta com seus “dólares voadores” e o fim do “Óquissigênio”) Mas, a gota d’água, escura, de hoje trazia uma foto do encontro dos rios Negro e Solimões, e o rio Negro faz jus ao nome, suas águas são mesmo pretas, e a legenda ecologicamente correta trazia: “Não basta incendiar às florestas; ainda derramam petróleo nos rios”. Cáspita!!

Olhem o que a “Pátria Educadora” fez com uma geração!! Aí nos escandalizamos ao ver uma ciranda de “Universitários” “plugando-se” nus enfiando um o dedo no “plug” do outro. Qual o problema se, são tijolos furados??

Ora, a educação tem que disponibilizar meios de despertar as possibilidades de cada um, formar seres pensantes, invés de fazer mais vivo o fogo da ignorância engajada até que o barro endureça de vez e crie uma casca que atrofie para sempre as asas do saber, nesse nefasto casulo.

Essa sanha assassina de neurônios que, por um lado canta loas à liberdade de expressão, por outro veta o livre curso dos que se expressam diferente da vontade dominante tem que acabar. Não existem livros humanos santos, nem proibidos. Que todos tenham o mesmo espaço. Seja, Roger Scruton, Foucault, Russeau, Edmund Burke, Adam Smith, etc. Até Paulo Freire, se alguém tiver estômago.

Ah, além de ortografia urge a recuperação da geografia e da biologia, senão seguiremos “estocando vento” onde deveríamos armazenar o saber. A Pátria de Machado de Assis não merece o que a foice tem feito.

“Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.” Derek Bok

Um comentário:

  1. Quem ama educa através da verdade. E quando a verdade alcança o educador, este possui o alicerce para sustentar o que está posto em toda sã consciência. A resistência a esse princípio produz maior vínculo à esperança do educador persistente. O saber, sem amor, incha! O amor... tudo espera.

    ResponderExcluir