sábado, 31 de agosto de 2019

Deus Tem Razão

“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o vosso culto racional.”

Há duas razões entre as quais convém fazer distinção; a razão como “Deusa” apregoada pelos iluministas franceses que deveria fazer oposição à fé, patrocinadora do ateísmo; e, razão como acessório ao intelecto.

Essa última, por certo é a que Paulo preceitua. Ela não atua como oposição à fé, antes como filtro que a purifica de elementos estranhos, fantasiosos.

Ela como vulgarmente se conhece é sinônimo de bom senso; e sensatez no domínio espiritual é comer da Árvore da Vida, não da ciência, da filosofia humana, como seria a “razão” aquela.

O mesmo Paulo pontua noutra parte o que considera sensatez: “... não sejais insensatos, mas entendei qual é a Vontade do Senhor.” Ef 5;17

Se, o culto racional demanda o “sacrifício vivo” das vontades naturais, então, somos espiritualmente racionais quando não temos razão. Isto é: Quando nos entregamos confiadamente às razões Divinas.

Paulo disse que sua entrada aos coríntios fora nas armas do Espírito, não na pretensão humana de “racionalidade”. “Minha palavra, e minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder;” I cor 2;4

A Sabedoria Divina desfilando perante gente que não a identificava. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte...” I Cor 1;21 e 25

Trata-se de refinada ironia, pois, como dissera Isaías, “Os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos que os vossos, e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 5;8 e 9

Se, meu culto racional me sacrifica em prol de uma Vontade Superior, minha compreensão deve ser alinhada a essa vontade também, para que o labor de quem me ensina faça sentido.

Quando um pregador brada que O Senhor dará vitória aos seus ouvintes, normalmente, cada um deriva das suas razões o conceito de vitória; o desempregado que Deus lhe dará um emprego; o enfermo, que receberá saúde; o solitário que enfim, terá um cônjuge; o de filho viciado que o verá livre...

Invés do “Sacrifício Vivo” em prol da Vontade Divina, a afirmação das humanas inclinações, numa compreensão rasteira do significado de vitória em âmbito espiritual. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Há uma gritante diferença entre “vencer o mundo” em submissão a Deus, e vencer “no” mundo como anseia a carne corrupta.

Paulo, um grande vencedor subiu ao cadafalso com quem sobe a um pódio; “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;6 e 7

O vencedor espiritual não faz as coisas acontecerem ao seu favor; mesmo que aconteçam de modo adverso guarda o que é mais precioso, a fé; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

O que muitos insensatos consideram vencer atualmente é apenas uma antiga doença cujos sintomas ainda são atuais; o materialismo envernizado. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;17 e 18

Que o mundo viva seu pragmatismo doentio; que derive suas diretrizes da pós-verdade das narrativas falaciosas feitoras de sensações sem raízes sadias; a nossa vitória sempre será o triunfo da verdade em nossas vidas, quer nos favoreça, quer não. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8

Um vencedor de Deus não triunfa em particular; antes, consome-se, dá sua vida se necessário para colocar em relevo o Triunfo de Cristo.

As humanas técnicas visando motivar ímpios, invés de exortar ao arrependimento encantam serpentes onde deveriam ser geradas ovelhas. É a deusa “Razão” buscando adoradores. Só quem se submete ao Senhor entenderá as razões de Deus.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O Mandado de Amar

“Será que, se diligentemente obedecerdes aos meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor...” Deut 11;13

Uma atitude vulgarmente mal compreendida é amar; aliás, sequer veem isso como uma atitude, antes, como mero sentimento. Todavia, se, amar é um sentimento que vem e se apossa de nós, como devaneiam, como poderia ser um mandamento?

Deus nos mandaria fazer algo que independe de nossa vontade, que nos toma fortuitamente, por iniciativa externa como a mítica flecha de Cupido? Não seria mais lógico ordenar ao dito arqueiro?

Há três palavras gregas para amar; cada uma atinente a um tipo de amor. “Phileo” seria o amor entre amigos; amizade verdadeira. “Eros” entre homem e mulher, amor com componente sexual, íntimo; por fim, “Ágape” o amor esperado por Deus, tanto do homem para consigo, quanto de um homem para com o outro. Esse amor que Paulo descreveu sem o qual, nenhum dom espiritual tem proveito.

Vejamos umas nuances: “O amor é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta...” I Cor 13;4 a 8

Pois bem, se o amor é sofredor, o objeto do meu amor não deixará de sê-lo caso eu sofra por isso. Como dissera Jó: “Ainda que me mate nele esperarei.” Confiar em Deus em meio a circunstâncias dolorosas nada tem a ver com sentimentos, mas com integridade que atribui igual valor ao amado; “Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Se, o amor é benigno, mesmo ignorando as razões pelas quais o amado lhe permite sofrer, acredita que, no fundo ele tem uma boa razão; Deus “não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” Lam 3;33

Se, o amor não é invejoso, as dádivas do Pai que recaem sobre outros não me incomodam; assim como me ama, o amado tem outros alvos do Seu amor; o bem que incide sobre eles não me entristece, nem eventual mal, me alegra.

Se a inveja, como a aludida flecha aquela se apoderar de mim sem que eu sequer perceba sua chegada, e quando me der conta for uma habitante já? Que tem uma consciência exercitada no Espírito discerne presto essa invasora; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

Muitas vezes a inveja é filha da ignorância, de se ver os privilégios aparentes sem ver os pesos, o custo; ou as consequências, como dissera Agur, ao ter inveja dos ímpios, antes de considerar o fim deles. Ver sal 73 

Quando O Senhor ordenou que orássemos pelos inimigos de certo modo mandou orar por nós mesmos. A oração remove aos poucos esse câncer que debilita seu hospedeiro, não seu alvo.

“O amor não trata com leviandade...” há coisas que nos são uma ninharia; mas, para outrem são importantes; quem ama, usa de empatia, invés de leviandade, afinal, “O coração conhece sua própria amargura; o estranho não participará no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

“... não se ensoberbece...” Ora a soberba é quando o amor erra o alvo, invés de amar a Deus e ao próximo, o amor próprio inflaciona e faz o cego, cheio de si declinar da saudável postura de amante, para a insana pretensão de amável. Quem nega a si mesmo como convém será alertado pelo Espírito Santo sempre que a ameaça rondar.

“... não se porta com indecência...” Os que “Consideram justas todas as formas de amor” afirmam seu “direito de amar” com atos em passeatas que extrapolam à indecência; vão à obscenidade; dissolução total de pudor. Só existe uma forma como diz certa canção: “Sinônimo de amor é amar.” Indecência agride alheias consciências. Como posso amar e agredir ao mesmo tempo?

“Não busca seus interesses...
” Como numa relação conjugal a excelência seria que um buscasse o interesse do outro, assim Deus deseja ter prazer em Seus filhos que ama. Denunciou os que agiram de modo egoísta; “... escolhem seus próprios caminhos, sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Amor não é um sentimento, antes uma escolha, uma decisão; o exercício nele enseja sentimentos de gratidão e alegria; quem acende uma luz é o primeiro a ser iluminado, quem ama, ainda que sofra, em tempo verá seu plantio frutificar a cem por um.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Por exemplo

“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23;26

Isso como Palavra de Deus é irretocável; dar a Ele o coração é apenas outro modo de dizer: “Ama ao teu Deus sobre todas as coisas.” Observar os Seus caminhos ou, os Seus Feitos e Ensinos é beber de uma fonte onde mana a perfeição.

Todavia, trazendo o preceito esse para o nível humano, Salomão escrevendo para seu filho, ou outro pai qualquer, a primeira parte, “dá-me o teu coração” parece pacífica; digo, qualquer pai anelaria ser amado pelo filho. Contudo, a segunda parte, “teus olhos observem os meus caminhos”, embora, dada a eloquência do exemplo seja inevitável essa observação, nem sempre é uma a coisa a se aconselhar para um filho; depende de como caminha o Pai.

Desgraçadamente, dada a inclinação da natureza caída em oposição à Lei de Deus, mais facilmente segue-se ao mau exemplo que ao bom. Os filhos de Samuel e Jó, por exemplo; tinham pais de testemunhos notáveis; os de Samuel não andavam nas pisadas do Pai; os de Jó procederam de um que até os Céus testificaram da integridade, mas eles davam-se aos banquetes e à vida festiva mais que à pureza como fazia seu pai.

Eventualmente acontece um feliz acidente; brota uma flor entre pedras, e o filho de um pai de mau caráter, mau testemunho, decide fazer caminho oposto; mas, essa ventura é extremamente rara.

O Velho Testamento termina vaticinando a vinda de “Elias” que em seu ofício, “... converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos seus pais...” Ml 4;6

Ocorre-me um provérbio asiático: “Não herdastes terras de vossos pais; antes, as tomastes emprestadas dos vossos filhos.” Assinalando assim, o cuidado que deveriam ter com seu legado para os filhos. Ter o bem dos filhos como alvo das vicissitudes da vida é uma forma de terem, os pais, o coração a eles convertido. “Honra teu Pai e tua mãe” mandamento Divino é a demanda pelo coração dos filhos voltado aos pais.

Então “Elias” na verdade, João Batista viria em dias que as relações afetivas entre pais e filhos estariam frias, distantes. A consequência de perseverarem duros os corações nesse relacionamento seria a maldição Divina como juízo; “... para que Eu não venha, e fira a terra com maldição.” Ml 4;6

O Salvador acusou certos fariseus de desonrarem aos pais e mães a pretexto de honrarem ao Senhor; “Porque Moisés disse: Honra ao teu pai e tua mãe; quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que ordenastes.” Mc 7;10 a 13

Como poderiam honrar a Deus desobedecendo-o?

Infelizmente nosso “amor” de filhos é muito mais amor próprio que o próprio amor que não “busca os seus interesses;” Mais ou menos como o do pródigo que não decidiu voltar por amor do Pai, mas, porque até os empregados dele viviam melhor que ele; assim o conforto da casa paterna foi o motor da sua decisão em voltar. Nosso “amor” por Deus tem muito desse utilitarismo que visa proveito próprio invés de buscar ao Pai pelo que Ele É. De qualquer forma, como o pai aquele, O Pai nos recebe se formos a Ele arrependidos malgrado, a imperfeição dos nossos sentires.

Lembro um pastor amigo que em determinada reunião de pais e mestres onde seus filhos estudavam deu sua contribuição. O tema: O que está acontecendo com nossos filhos, por que estão tão rebeldes? O que fazer para que melhorem?

Ele tomou a palavra e disse: "Não precisamos de melhores filhos, mas de melhores pais. Gente que dê exemplo. Aos meus digo:Tudo que me vires fazer podeis fazer igualmente; se me virem mentir, mintam; fumar, beber, imitem; furtar, igualmente. O que nossos filhos carecem, - reiterou - é de bons exemplos em casa."

Quem ousar agir assim também poderá dizer como Salomão: “Filho meu; dá-me teu coração e teus olhos observem os meus caminhos.”

Uma bela teoria desprovida de exemplo, tipo; faça o que digo, não o que faço; esbarrará em determinada objeção aos hipócritas que já se tornou clássica: "
O que és fala tão alto que nem consigo escutar o que dizes.”

Meros ensinos se grafam na areia; o vento do tempo pode apagar; mas, o exemplo vívido esculpe na rocha em alto relevo. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” Jo 13;15

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Bíblia; medite antes de usar

“... Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra de Deus.” Luc 4; 4

Muitas expressões derivadas da Bíblia são usadas livremente, viram provérbios populares, mesmo que desconheçam a origem.

Certas partes são “inofensivas” e todos lançam mão quando convém.

Por exemplo: Água mole em pedra dura... “As águas gastam as pedras...” Jó 14;19 ou, “... semearam vento segarão tormenta...” Os 8; 7 “Tal mãe, tal filha. “ Ez 16; 44 “Atire a primeira pedra”.

Citam ainda o bode expiatório sem se dar conta que esses textos são oriundos da Bíblia; quiçá, sabendo, e não se importando.
O texto favorito da maioria é: “... Deus É Amor. “ I Jo 4; 8

Por outro lado fazem muitas afirmações acerca do Eterno, que afrontam os ensinos da Palavra.

Muito pecador alheio à Sua Lei e justiça se ufana: “Também sou filho de Deus”; todavia, o ensino é: “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12; 8

Outros fazem afirmações atrevidas quando dizem: “Todos os caminhos levam a Deus” quando Jesus ensinou: “...Eu sou o caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14; 6

Ainda dizem: “A voz do povo é a voz de Deus”; embora a intenção seja: Se a maioria decidiu tá decidido, no fundo encerra uma blasfêmia. A voz do povo já “canonizou” Hitler, Mussolini, Idi Amim; gritou bem alto nos dias de Cristo; “Crucifica-o”.

A voz de Deus tem a pretensão de ser um pouco diferente. “... como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, um tumulto como o estrépito de um exército;...” Ez 1; 24 O profeta se esforçou para definir a voz de Deus que lhe fora impressionante.

Isso quanto ao som, mas no que se refere à eficácia, o salmista dissera mais: “A Voz do Senhor é poderosa... é cheia de majestade... quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do Senhor separa as labaredas do fogo.” Sal 29; 4-7

Sem contar que tudo foi criado pela Sua Palavra. Então, desconhecer que provérbios de domínio público são bíblicos não é problema; mas, fazer afirmações ignorantes sobre Deus tendo por perto Sua Palavra é temeridade.

O “Deus é amor” tem se prestado aos argumentos mais esdrúxulos; até, em defesa do homossexualismo, que, seria uma forma de amor. Se, é válido o uso desse texto como argumento, o que impede o uso de outros igualmente bíblicos, que se referem especificamente ao assunto?

Que Ele é amor é certo, mas como isso se expressa é muito amplo. A presença do amor em um mundo dual, de verdade e mentira, justiça e injustiça, luz e trevas, demanda por si só, a presença do ódio, como ensina a mesma fonte: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45; 7

A questão é: Ou usamos a Bíblia completa ou a rejeitamos totalmente. Se fôssemos escolher em quais partes “Deus está certo” e onde “errou”, seríamos deuses, e Ele pecador. Nesse caso, quem precisaria Dele?

A falta de noção de quem somos e Quem Ele É, que “patrocina” a loucura de nos fazermos idólatras, por colocarmos nossas opiniões e inclinações adiante da Vontade expressa de Deus.

Ninguém é forçado a nada, cada um pode ser e agir como quiser, embora, advertir das consequências nefastas futuras seja uma forma de amar.

O que não podemos, até em nome do bom senso é torcer para o Grêmio com camisa do Inter, ou vice-versa; uma questão de coerência apenas.

Houve um tempo em que Ele “tirou a corda” de uns que O não queriam servir, apenas com o fito de ser separado da imundície. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20; 39

Noutras palavras, se, a vos convém serdes homossexuais, sejais; mas ,não associem meu nome a isso, me incluam fora dessa.

Usemos, pois, a Palavra com verdade, ou, sequer a mencionemos, para não profaná-la. “... ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti.” Sal 50; 16 e 17

A adesão seletiva a meras conveniências da Palavra é o matiz mais vívido de nossa loucura; tão perto do ouro, e mais afeitos ao 
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domingo, 25 de agosto de 2019

"Cristianismo" de Talião

“Que mais se podia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas deu uvas bravas?” Is 5;4

O Agricultor decepcionado; malgrado os cuidados com Sua vinha dera frutos maus. “A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo e eis aqui opressão; justiça e eis aqui clamor.” V 7

Quando os escolhera deixara patente o Seu propósito: “... se diligentemente ouvirdes Minha Voz e guardardes Minha Aliança, então sereis minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a Terra é Minha. Vós me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Êx 19;5 e 6

(Deus não nos escolhe para sermos o que queremos, antes, para que sejamos como Ele quer.)

Seus cuidados com a vinha, além das diretrizes macro em dez mandamentos, traziam um desdobramento minucioso em mais de seiscentos preceitos, para que todas a decisões necessárias à vida civil e religiosa tivessem respaldo da Divina Vontade.

Todavia, mediante Oseias O Agricultor denunciou: “Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” Os 8;12

Cada rei sacerdote ou profeta que desafiava os errados de espírito a retornarem ao Caminho eram servos do Senhor da Vinha a requerer os devidos frutos em Seu Nome. O Salvador resumiu muitos anos em poucas palavras: “Chegado o tempo, mandou um servo aos lavradores para que recebesse dos lavradores o fruto da vinha. Mas estes, apoderando-se dele, o feriram e mandaram embora vazio. Tornou a enviar-lhes outro servo; eles, apedrejando-o, o feriram na cabeça e mandaram embora, tendo-o afrontado. Tornou a enviar-lhes outro, a este mataram; e outros muitos, dos quais a uns feriram e outros mataram. Tendo ele, pois, ainda um seu filho amado, enviou-o também a estes por derradeiro, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho. Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo e a herança será nossa.” Mc 12;2 a 7

A “herança será nossa.” A “revolta dos frutos” que decidem frutificar para si mesmos. “Israel é uma vide estéril que dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto multiplicou também altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas estátuas.” Os 10;1

Qualquer semelhança com os da “prosperidade” que usam a fé para usufruto próprio, imediato, material, é mais do mesmo; desde o Éden, quando ignoraram à Árvore da Vida e correram sôfregos à da morte. Quando O Mestre ensinou a conhecer os profetas pelos seus frutos tratou disso: O profeta obtém vantagens com sua profecia, ou atua em demanda dos frutos que agradam a Deus? Da resposta a essa questão deriva a aferição entre verdadeiro e falso.

Voltando; quando O Senhor amaldiçoou à figueira com a frase: “Nunca mais nasça fruto de ti”, figurava a rejeição do sistema sacrifical, rituais que estavam superados e demandavam aperfeiçoamento. “Que fará, pois, o Senhor da vinha? Virá destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros.” Mc 12;9

A videira de antes degenerou, tornou-se falsa pelos frutos produzidos; eis o Fato Novo de Deus! “Eu Sou a Videira Verdadeira; meu Pai é o Lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto tira; limpa toda aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2 Não significa rejeição dos judeus; mas, do judaísmo. Em Cristo também eles são salvos.

Os que confiam no Senhor, dissera o salmista e reiterara Jeremias, “são com árvores plantadas junto às águas; que mesmo em tempos de seca não deixam de dar frutos.
Ora, se os frutos em realce são juízo e justiça, “estio” para nós é quando essas coisas nos são negadas.

Então, esse “cristianismo de talião” tipo, “que Deus te dê em dobro tudo que me desejares”, “sou bom para quem é bom comigo” etc. não passa de egoísmo explícito com adornos de ignorância espiritual.

Ser injustiçado e seguir justo; caluniado e permanecer verdadeiro; incompreendido sem negar compreensão; “vencer o mal com o bem”, nuances de “árvores junto às águas” frutificando em dias de seca.

O alvo mirado pelo Divino Agricultor! “Vós sois a geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz... Tendo vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.” I Ped 2;9 e 12

O Eterno predisse: “... um remanescente da tribo de Judá sobreviverá, lançará raízes na terra e se encherão de frutos seus ramos.” II Rs 19;30

sábado, 24 de agosto de 2019

A Pretensão dos Mortos

“... Saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os Fariseus reconhecem uma e outra coisa.” Atos 23;8

Um país minúsculo, então, vassalo de Roma; com tradição religiosa peculiar, porque guardião das Escrituras do Velho Testamento; contudo, com uma divisão de credos extremamente antagônica. Por quê?

Dois erros são recorrentes desde sempre nessa saga; ora, se acrescenta fermento à massa; (opiniões humanas à Palavra de Deus) outra, se preserva a ortodoxia formal, apenas com os lábios. Aqueles se reduzem a hereges; esses a hipócritas. Ambos erram.

“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Os Saduceus aristocracia de então, eram muito “racionais” para certas crendices tipo a existência de anjos e espíritos. Além de acrescentarem suas próprias opiniões negavam ao que as Escrituras trazem expresso. Incredulidade e blasfêmia no mesmo pacote; faziam do Santo, mentiroso.

Fariseus, por sua vez, tinham uma teologia mais ortodoxa, coerente com os Textos Sagrados; porém, a coisa era da boca pra fora; “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem;” Mt 23;3

Não poucas vezes deparo com certa frase que circula: “Suas crenças não fazem de você uma pessoa melhor; suas atitudes sim.” Atribuída a Chico Xavier. Na verdade é de Paulo apenas foi parafraseada.

A questão aos meus olhos é a intenção subjacente a isso. Se, for uma exortação à coerência, a viver do mesmo modo que professamos crer é um bom conselho que as Escrituras trazem.

Agora, se o fito for justificar crenças heréticas e blasfemas, como o espiritismo de Chico Xavier, aí a coisa muda. Nas entrelinhas a pessoa está dizendo: Grande coisa seres cristão se cometes erros. Eu creio em algo diverso e faço melhores obras, sou mais certo que você.

A incredulidade atual é blasfema como era a dos Saduceus; pois, imputa a Deus, mentiras. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

O espiritismo apregoa salvação por boas obras; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Ef 2;8 e 9 A Bíblia prescreve boas obras como consequência, não como meio de salvação purgando imaginários “Karmas de vidas passadas”. Além disso, contrariam à Doutrina de Cristo que prevê ressurreição jamais, reencarnação; “Aos homens está ordenado morrerem uma vez; depois o juízo.” Heb 9;27

Arrostam ensinos que vêm desde Moisés que vetava a necromancia, consulta aos mortos, coisa que Isaías ampliou; “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8;19 e 20

Uma boa obra não é má porque seu agente não crê na Palavra de Deus; antes, é morta. Pode ser boa ao semelhante, mas na vertical não chega a Deus, pois, como disse o Príncipe da Vida, “... ninguém vem a Pai senão por mim.” Jo 14;6 Assim, malgrado o desprezo pela fé ortodoxa dos que se acham acima dos cristãos ela é a primeira obra que conta; “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.”

Minhas crenças apenas não me melhoram; mas, são elas que me ensinam e estimulam a abraçar a vida em Cristo que me regenera. Cheia está a Terra de pessoas que antes eram dadas a vícios, adultério, roubos, violência; depois de apresentadas ao Amor e à Justiça Divina, expressos na Palavra mudaram radicalmente.

A crença foi o ponto de partida para uma mudança de escravos do pecado para servos do Deus Vivo.

A conversão demanda o enfrentamento do nosso maior inimigo, o ego. O negue-se prescrito não é mera adesão religiosa; antes, um auto-esvaziamento, em favor de um encher-se da Palavra de Deus. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

O presunçoso que se acha melhor que outros pensa que, a salvação seja uma competição entre pecadores; ele na liderança.

Quem conhece o Caminho tenta vencer a si mesmo em Submissão ao Salvador. Não quer ser o primeiro; quer estar vivo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O Simples e o Sofisticado

“Fez Deus as feras da terra conforme sua espécie; o gado conforme sua espécie; todo o réptil da terra conforme sua espécie; e viu Deus que era bom. Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança...” Gn 1;25 e 26

Determinismo biológico limitando as criaturas; restritas a viver e atuar, “conforme suas espécies”. Salvos os hibridismos humanos e, tênues mutações derivadas de condições climáticas, não há nenhuma notícia duma espécie que, se tenha tornado outra. Os esforços dos evolucionistas esbarram sempre na frieza dos fatos que recusam a “evoluir” como eles desejam.

Peixes não sobem em árvores; carnívoros não pastam; répteis não voam; invertebrados não ganham ossos; etc. As espécies não evoluem; reproduzem-se mecanicamente conforme o DNA original.

Do homem, porém, a sina é distinta. Tendo sido criado “À Imagem e Semelhança” do Criador, isso o fez livre, arbitrário, com possibilidade de escolhas. Essas demandam a existência de opções.

Pergunta de certo “sábio” ateu que ouvi outro dia: “Porque Deus colocou no Jardim a Árvore proibida possibilitando ao homem pecar?” A resposta está expressa para quem sabe ler; Porque fomos criados à Imagem Divina, não de robôs. Máquinas derivam do engenho humano.

Que foi feita a má escolha desobedecendo ao Eterno todos nós sabemos. A sedutora voz de certo “profeta” que sussurrou a Eva propondo autonomia pareceu-lhe agradável, desejável; ela fez a má escolha; seu marido seguiu-a na loucura.

A presença do falso profeta também era uma “necessidade” do ponto-de-vista da firmeza de coração que O Eterno espera dos Seus filhos. Também somos tentados e Ele permite. O problema não foi a existência da serpente e a mortal tentação; mas, a resposta que livremente o primeiro casal deu àquilo.

Ainda hoje, da natureza se requer o mesmo; que siga reproduzindo “conforme sua espécie”; mas, o homem que degenerou apenas a regeneração possibilitada pelo “Novo Nascimento”, e a santificação paulatina assistida pelo Bendito Espírito Santo pode reconduzi-lo ao relacionamento de amizade com Deus que houve no início.

O nível de impurezas “progrediu” tanto desde a queda que O Eterno sequer reconhecia filhos nos homens que olhava. Tanto que, quando O Salvador encarnado veio para nos redimir, ao ser Batizado Ele testemunhou desde os Céus: “Este é o meu filho amado, no qual tenho prazer!” Os demais se tinham tornado fraudes, simulacros pobres que entristeciam ao Santo com seus descaminhos.

Se, a palavra sedutora de Satã ouvida ensejou a queda e a morte, Cristo veio trazer-nos a Palavra da vida, para nossa regeneração. Tudo o que dela destoar, por polido, inclusivo, libertário ou, civilizado que pareça, não passa da mesma morte remasterizada e envernizada ao gosto do freguês.

impurezas sofisticam-se para posarem de puras. Entretanto, se nossa ingenuidade tende a assimilar isso, a vida em Cristo desfila na simplicidade. “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

A purificação não demanda artifício nem engenho algum; antes, observância da Santa Palavra; “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Salm 119;9

Se, até os jovens se devem purificar nessa fonte, o que dizer dos mais velhos? Quando O Salvador desafiou aos sem pecado que apedrejassem à mulher adúltera, os mais velhos desistiram primeiro; quanto maior o curso na estrada do erro, maior a bagagem, por certo.

Desgraçadamente vivemos uma insanidade crassa entre os que se dizem cristãos; acham que possuindo uma carta têm todo o baralho. Digo, sabem pequenas porções da Palavra da Vida e usam-nas para decorar seus esquifes.

Cheias estão as redes sociais de “Cristãos” que “não levam desaforo pra casa;” que desejam vingança aos contra desafetos “Em Nome de Jesus”; mandingas pelos quais “Deus pagaria as contas dos inadimplentes” apenas digitando Amém, etc. Dá vontade de chorar. Sem falar dos “profetas online” que entregam 35 “recados de Deus” por minuto em troca de coraçõezinhos ou mãozinhas azuis.

O bom relacionamento com Deus é fonte no deserto; ilha nesse mar de lama; mas, não transforma areia nem lama ao bel prazer da carne, também arenosa e lamacenta.

Quem medita e pratica a Lei do Senhor, “Será como árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão; tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Tudo o que fizer prosperará, não porque foi ele, mas, porque fez segundo Deus, de Quem aprendeu a conhecer a Vontade e a ela se alinhar.

Assim, os que abraçam à mentira agradam seu pai e são filhos do Diabo segundo Jesus, quem escolhe e vive a verdade será outra vez regenerado à Imagem de Deus.

domingo, 18 de agosto de 2019

O Ministério da Dor

“Aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer no final do próprio sofrimento.” Sêneca

Machado de Assis versou mais ou menos o mesmo, porém de modo cômico; “Botas... as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de descalçá-las.” Disse.

A ideia comum é que, as dores necessárias, uma vez suportadas, além da têmpera gerada trazem certo alento ao seu paciente.

Da dor da separação Dele de modo traumático que estava prestes a acontecer O Salvador advertiu aos discípulos: “Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e lamentareis; o mundo se alegrará; vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas, outra vez vos verei, e vosso coração se alegrará, e vossa alegria ninguém tirará.” Jo 16;20 a 22

Sobre a tristeza dos eventuais errantes disciplinados pelo Senhor A Palavra acena com a mesma ideia: “Na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

O Salmista se mostrara agradecido pela disciplina, dados os frutos; “Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado Tua Palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;67 e 71

A disciplina da perspectiva correta é uma declaração de amor; “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7

Contudo, não nos convém um apreço superficial do preceito: “Bem aventurados os que choram, porque serão consolados.” Como se, tristeza e choro em si, trouxessem embutido, necessariamente, algum mérito ou crédito perante Deus. No contexto se aventa de fome e sede de justiça, bem como perseguições por causa do Nome de Jesus. Chorar nesse contexto é agradável a Deus.

Paulo depois de saber que certa exortação que escrevera à igreja em Corinto causara grande pranto de arrependimento entre eles, fez a necessária distinção entre dois tipos de tristeza antagônicos: “Porquanto, ainda que vos contristei com minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;8 a 10

A tristeza mundana geralmente é subproduto de paixões naturais contrariadas; contudo, tristezas segundo Deus, muitas derivam das boas escolhas que fazemos e causam estranheza em ambiente hostil ao Santo. “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; eles acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;3 e 4

Embora o mundo ímpio cante loas à diversidade e tolerância, não tolera que creiamos diverso dele; que derivemos nossas escolhas sociais à partir da Palavra de Deus, não dos costumes em voga. Essa diferença sempre nos fará confrontar em temas como aborto, homossexualismo, drogas, ecumenismo, etc.

Nosso porte em Cristo incomoda-os como se fosse uma denúncia contra eles. Por nossa ótica, a dor de conviver compromissados com justiça e verdade num mundo injusto e mentiroso nos deixa meio como Ló em Sodoma: “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Além das dores circunstantes, nossas próprias misérias pulsam na carne corrupta e devem ser diuturnamente mortificadas na cruz. Essas “boas apertadas” só descalçaremos ao passar para eternidade.

Nas bodas em Caná se disse que homens põem primeiro o vinho bom; o ordinário por último. Para convivas bêbados tanto faz.

Pois, O Eterno coloca primeiro a cruz, dores e aflições; para que, O Homem de Dores nos infunda Sua têmpera; resistidas, na Eternidade, o sumo da nossa regeneração será o doce vinho da correspondência ao Seu Amor. Então, “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

sábado, 17 de agosto de 2019

O Rei; o juízo; os príncipes

"Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa...” II Sam 19;28

Humilde reconhecimento de Mefibosete, o coxo descendente de Saul. Uma coisa extremamente rara em nossos dias encontramos nele. Autocrítica. “Toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor...” A exceção de Jônatas, os demais, perseguiram até à morte a Davi, quando, proscrito e errante; o pérfido Saul perseguira também.

Quem sai contra um inocente com o intento de matá-lo, digno de morte é; assim como julga há de ser julgado.

Mefibosete gozava de excelente saúde na alma; “Deveríamos olhar demoradamente para nós próprios antes de pensarmos em julgar aos outros.” Molière
“É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.” Saint-Exupérry

Antes do ato solene da Santa Ceia nós somos desafiados a esse juízo necessário; “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” I Cor 11;28 e 29

O corpo do Senhor não é o pão como ensinam os da transubstanciação; “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” Rom 12;5 O Corpo do Senhor é conjunto dos salvos em todas as denominações. O pão é mero símbolo memorial.

Todavia, julgar a si mesmo pode ser algo frívolo, absolutamente inócuo dependendo da seriedade desse julgamento. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Pov 30;12 Julgam-se de modo superficial, leniente. Estão imundos, mas sentem-se puros.

Há duas possibilidades de juízo; a mais fácil foi sugerida por Satanás: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Essa “divinização” da impiedade onde o homem pecador e corrupto atua como se fosse Deus enseja a gritante discrepância de ver pureza onde reside imundícia.

Sempre que A Palavra nos veta julgar o faz como autores do juízo; “não julgueis”. Por outro lado, desafia-nos: “Não julgueis segundo a aparência, mas segundo a reta justiça.” Jo 7;24 “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais, coisas pertencentes a esta vida?” I Cor 6;2 e 3

Assim, se nos é vetado o juízo autônomo, nos é prescrito julgar segundo Deus; segundo Sua Palavra. Ali está o “Tribunal Supremo” onde toda a demanda encontra respaldo ou, não; “Quem rejeitar a mim, não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48 Julgar segundo a reta justiça, nada mais é que arrazoar comportamentos à luz da Palavra.

Mefibosete aplicara regras áureas no seu juízo; “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir. Por que reparas no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” Mat 7;2 e 3

Aqui é a hipocrisia, falta de noção que é vetada, não o julgamento; pois, depois de tirar a trave de nossos olhos devemos ajudar com o “cisco” alheio. Não se vê a trave nem o cisco, sem certa medida de juízo.

Infelizmente a falta de noção essa assassina disfarçada de bobinha tem sido encorajada em prosa e verso em muitos púlpitos modernos. A Bendita Dádiva da salvação é tida como favas contadas; usamos ao bel prazer O Santo Nome de Jesus e somos “dos tais”; filhos de Rei, pequenos príncipes aos quais cabe o poder, honras e comodidades terrenas; assim, não mais suplicamos; “decretamos” as coisas no prisma espiritual.

Urge fazermos nossas, as humildes palavras de Mefibosete; éramos todos dignos de morte perante O Rei dos Reis, nosso Senhor; contudo, nos chamou à salvação para que comêssemos à Sua Mesa; que direito temos de reclamar algo mais?

O Rei não nos deve nada. De graça salvou; de graça ensina Seus Juízos; acresce graça sobre graça, sofrendo conosco e suprindo nossas faltas eventuais.

O contraponto que anseia é santidade, não arrogância; “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa, e piamente.” Tt 2;11 e 12

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Sementes Desperdiçadas

“Outros recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e ambições de outras coisas, entrando sufocam a palavra e fica infrutífera.” Mc 4;18 e 19

O que, para muitos é a essência das pregações; adequação da mensagem e linguagem ao ímpio paladar para agregar mais; bem como, a busca da prosperidade material, a ambição por riquezas, essas coisas foram figuradas na Parábola do Semeador como espinhos que vetam que a semente da Palavra frutifique.

Mas, diria o Simplício, se muitos que seguem aos tais pregadores testificam que após o ritual tal, a campanha qual, certa “unção” ou “oração forte”, suas sortes mudaram; muitas portas se abriram; não seriam essas coisas evidências de que a Palavra estaria frutificando entre eles?

Bem, precisamos saber a quais frutos o Agricultor busca, pois, no Velho Testamento já, denunciara a uma videira que degenerara dando frutos indesejáveis; “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?... Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercessem juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7

Os frutos anelados então, eram juízo e justiça. Se, é certo que o “Semeador” garante que haverá colheita do Seu plantio, também é que semeia com propósito definido; “... palavra, que sair da minha boca não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz; ‘prosperará naquilo para que a enviei’.” Is 55;11

O Divino propósito, desde o precursor que prepararia o “Caminho do Senhor” sempre foi mui claro; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” Luc 3;8

Em muitos ambientes “espirituais” palavras como, pecado e arrependimento podem chocar audiências, quiçá, muitos se afastem entristecidos ao ouvir mensagens tão sem “amor” como essas.

Vicejam animadores motivacionais com músicas de fundo, jogos de luzes, tudo estrategicamente montado para complemento de uma mensagem insossa, um “Evangelho” emasculado, que, por incapaz de gerar ovelhas contenta-se em domesticar lobos.

Paulo daria de novo um soco na mesa: “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá!” Ef 5;14

Semear entre espinhos não é uma faceta incidental como foi ao Semeador da parábola; antes, como na parábola de Jotão, a omissão da oliveira e da videira deram azo a que o espinheiro usurpasse o reino; nesse tempo, a omissão da cruz, indispensável à salvação, bem como a perversão da sã doutrina adequando-a ao ímpio paladar têm incrementado o cultivo de espinheiros invés de erradicá-los.

Invés do livre curso da mensagem eficaz para transformar pessoas, franco trânsito de ímpios, pelo amplo caminho de uma mensagem antropocêntrica, deturpada, que, droga incautos deixando-os, como diz em Apocalipse, com nomes de vivos estando mortos.

Jeremias já preceituara: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura; não semeeis entre espinhos. Circuncidai-vos ao Senhor; tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem apague, por causa da malícia das vossas obras.” Jr 4;3 e 4

Tirar os prepúcios do coração; uma eloquente figura que os desafiava a ir além das superficialidades rituais e buscar ao Senhor, deveras.

O Bendito Salvador não veio fazer uma “Palestra Motivacional” para levantar o astral de ególatras sem noção; antes, veio derramar Seu Sangue inocente para remir pecadores que jaziam mortos em delitos e pecados. Saber disso deveria nos envergonhar, compungir, instar ao arrependimento. Qualquer mensagem que omitir, relativizar, ou, sub-avaliar isso é profana, espúria, falsa!

Paulo anteviu a apostasia: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Assim como numa cirurgia, certo grau de dores é necessário para expurgo de dores maiores, quiçá, da morte, assim a renúncia da cruz, para nos “curar” da eterna perdição.

Muitas vozes aveludadas, bem como suas mensagens adocicadas com rico teor emocional sem o sal que é indispensável, não passam de camuflagens vistosas de assassinos, que não se incomodam em mandar pro inferno multidões, pelo prazer de dominá-las e explorá-las por um pouco.

Da sã doutrina um dia disseram: “É duro esse discurso”. Ao mesmo, porém, Pedro chamou de “Palavras de vida eterna.” A questão relevante não é uma oposição entre doçura ou dureza, mas entre vida ou morte “... escolhe, pois, a vida.”

domingo, 11 de agosto de 2019

Divino Cansaço

“Não sabes, não ouviste que o Eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, não se cansa nem se fatiga? É inescrutável Seu entendimento.” Is 40;28

Se, Deus não se cansa, como diz que Ele criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo? Essa foi uma das perguntas de certo ateu, nas quais, meditando eu me tornaria ateu também, segundo ele.

Deparou com uma “contradição” Bíblica; logo, a Palavra seria mentirosa. Na verdade encontrei muitas contradições nas falas dele, nem por isso assumiu-se como mentiroso, antes, arvorou-se em sábio.

Há métodos literários especiais nas Escrituras, que a boa hermenêutica ocupa-se de interpretar; parábolas, símiles, metáforas, alegorias; se, não forem entendidos corretamente farão de nós consortes da “teologia” de Nicodemos; ao falar-lhe O Salvador sobre a necessidade de nascer de novo cogitou voltar ao ventre materno. Levou a figura ao pé-da-letra.

O cansaço no texto de Isaías atina à limitação de forças mesmo; basta ver o contexto; “Dá força ao cansado, multiplica forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e fatigarão; os moços certamente cairão; mas os que esperam no Senhor renovarão as forças...” 29 a 31 Assim, O Eterno não apenas não se cansa, como ainda renova e levanta ao cansado.

Deus por Ser Espírito não sofre as limitações físicas; sofreu-as Jesus, quando se fez carne. Teve fome, sede, cansou. Mas, em Sua Essência Divina desconhece-as; elas são muito nossas.

O cansaço no prisma metafísico tem mais a ver com preocupações, incompletude de projetos cuja conclusão instiga o ser, ou, culpas cujos reflexos pesam à alma.

Dessas O Salvador ofertou descanso em Sua Bendita Pessoa: “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Se fosse descanso físico jamais traria um jugo consigo. O Jugo de Jesus, (submissão) é que dá descanso às almas, malgrado os pesos eventuais que o corpo tenha que sofrer.

Quando se diz que Deus descansou no sétimo dia, significa que viu completa Sua Obra, perfeita; não faltando mais nada para fazer deu-se a contemplar o que fizera e vira que era “muito bom”. Assim, Seu “descanso” não tinha a ver com recuperar forças; antes, com cessar algo, por vê-lo acabado.

Na maioria das vezes o “Trabalho de Deus” não assoma num lapso de coisas por fazer, antes, na sujeira excessiva de coisas feitas. “... me deste trabalho com os teus pecados; cansaste-me com tuas iniquidades.” Is 43;24

Uma vez mais algo que cansa a Deus, no sentido de irritar, aborrecer. Um vídeo como o que o sujeito gravou vomitando uma série de blasfêmias, mentiras, e tolices derivadas do inchaço carnal e cego dá trabalho ao Santo; exige o devido contraponto para que o vilipêndio à honra e a afronta à verdade não se estabeleçam como verazes.

Depois de ter trabalhado para criar tudo Perfeito, O Eterno trabalha para desfazer os ataques da oposição, que, por incapaz de fazer fogo com a própria lenha; digo, de criar algo, ocupa-se em deturpar e usurpar ao que O Altíssimo criou. “... Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” Jo 5;17

Cheia está a Palavra de “contradições pra cegos”, pois o “Temor do Senhor é o princípio do Saber” Prov 1;7 “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30

O sujeito pode encher sua boca de língua, escrever ou falar muitas coisas “lógicas”; contudo, se, seu fito for opor-se à Sabedoria, necessariamente será só um monte de feno seu tratado do qual se orgulha. “... Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados, presos; eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” jr 8;8 e 9

Por outro lado, aos que aceitam Sua instrução e observam a coisa muda; “...se aceitares minhas palavras... Então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.” Prov 2;1, 5 e 6

Enfim, não há contradição alguma na Palavra para quem conhece o dialeto dos Céus. Quem ainda não se converteu precisa passar das trevas para a Luz; depois, poderá entender paulatinamente o santo idioma.

“São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem; justas para os que acham o conhecimento. Aceitai a minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.” Prov 8;8 a 10

sábado, 10 de agosto de 2019

A Disciplina do Senhor

“Na verdade, quem a Deus disse: Suportei o castigo, não ofenderei mais.” Jó 34;31

O castigo, ou, disciplina de Deus tem uma finalidade didático-terapêutica; isto é; visa nos ensinar e curar das más inclinações, como reconheceu o salmista. “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;71

Se, à primeira vista a disciplina nos parece feitora de tristezas, há um “depois” que O Senhor mira; “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12; 11

O casamento da paz com a justiça sempre terá a bênção do Eterno; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10


Um pouco antes o escritor da epístola advertira: “... Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque o Senhor corrige ao que ama, açoita qualquer que recebe por filho.” Vs 5 e 6

Nem sempre a correção requer uma ação direta; às vezes, como no caso do filho pródigo, o mero deixar que as consequências dos nossos maus atos nos encontrem já traz uma disciplina suficiente para reavaliarmos os caminhos.

Como disse Spurgeon, O Senhor perdoa nossos pecados, mas permite que bebamos uma infusão feita com suas folhas amargas para que sejamos mais consequentes.

Diverso dos triunfalismos em voga, ao gosto do ímpio paladar, é grave e mui sóbria a Divina correção; tem uma finalidade menos festeira que as “vitórias” ao gosto do freguês cantadas em prosa e verso.

A vitória em foco é a preservação da vida mediante a fé e obediência, num habitat cuja inclinação majoritária é rumo à morte.“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Além do inimigo circunstante chamado de mundo, há o infiltrado em nossa própria natureza caída, a carne; “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Assim, a vitória real demanda a mortificação diária dessa inclinação perversa, a cruz. Contudo, muitas “vitórias” que têm sido ensinadas equivalem a desejar grandezas segundo a carne; escamotear textos bíblicos distorcidos para fingir que a busca é em espírito.

Sempre que nossa busca principal for por coisas, não por Deus e Seu Reino, estaremos agindo segundo a carne. “... De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais destas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;32 e 33


Essa geração de pregadores ufanistas gerou uma igreja drogada que prefere ser “avivada” no grito, com promessas irreais, que ser exortada para prudência que conserva a salvação segundo a Palavra da vida. Ora, vitória real nos domínios do Espírito não é conseguir coisas; antes, perseverar mesmo que elas nos faltem; sofrer sede de justiça até, sem manchar a alma bebendo águas espúrias.

Para um vitorioso real são as circunstâncias que fazem seu balanço pendular, não a fé, como disse Paulo: “... porque já aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

O “posso todas as coisas” não se deve interpretar como; posso cambiar todas as coisas ao meu gosto; antes, sofrê-las em Cristo sem que minha fé sofra abalos; essa é minha vitória!

Diverso do mundo que incensa seus vitoriosos pelas ruas das cidades, os vencedores de Cristo invés de aplausos, fogos e louvores recebem calúnias, vaias, perseguições.

“Essa é a Vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos insensatos; como livres, não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos... Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos, isso é agradável a Deus.” I Ped 2;15, 16, 19 e 20


A fé pode ser como uma flecha a buscar o alvo; mas, a disciplina é o arco que a impulsiona. Então, se Deus nos faz voltar atrás volvamos e aprendamos, porque Ele nos quer mais a frente.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Diversidade Limitada

“Mas um só, o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” I Cor 12;11

Tendemos a universalizar nosso umbigo; digo; querer as coisas do nosso jeito, mesmo as que podem ser de modo diverso. Um líder apto cobra mais resultados que métodos estritamente; ou, num linguajar bíblico, frutos.

O contexto do verso supra é a diversidade dos dons espirituais, sabedoria, ciência, fé, curas, línguas, interpretação... A escolha da partilha desses é do Próprio Espírito Santo; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” V 7

Logo, nossa inserção particular é isso apenas; a contribuição de uma partícula, não uma gestão macro sobre o todo; essa pasta é do Espírito.

Não só no quesito dos dons, como, no da sadia hermenêutica; “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Entretanto, a diversidade possível e sadia nem de longe arranha em questões vitais. De outra forma; se podemos ser peculiares nos métodos somos diversos nos dons, nas questões doutrinárias devemos submissão ao Espírito, o que, uma vez observada nos faz espiritualmente iguais, mesmo aos que são diferentes. É a Unidade do Espírito.

“Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas, a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;4 a 7

Há muitas querelas periféricas sobre usos, costumes, alimentação, guarda de dias, etc. que derivam mais de analfabetismo bíblico que de outra coisa de alguma relevância. A Palavra versa tão claro sobre isso que basta ler, não demanda um especializado em interpretação para ensinar; “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, ou por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados...” Col 2;16

Escrevendo aos romanos Paulo foi bem explícito sobre o convívio nas diferenças; “Porque um crê que de tudo se pode comer; outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz; o que não faz caso do dia para o Senhor não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; o que não come, para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si, nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.” Cap14;2 a 8
A maioria das imposições de rituais e coisas semelhantes deriva do desejo de domínio do homem, numa área que lhe não pertence. Os que excluíam certos cristãos entre os Gálatas foram apreciados assim; “Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles.” Gál 4;17

Spurgeon disse que uma coisa boa não é boa fora do seu lugar; disse bem. Assim, fica ruim um bom pregador que não sabe cantar meter-se com música; um grande cantor que ignora as Escrituras meter-se a pregar. “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, nem todos têm a mesma operação.” Rom 12;3 e 4

Para entendidos que andam em espírito essas coisas são ninharias; mas, muitos ainda pelejam gastando latim com isso invés de estar lutando contra o pecado. Zelo sem entendimento também é uma coisa boa fora do lugar.

Quando Deus conduzia Seu povo no Êxodo, Sua coluna de um lado iluminava, d’outro escurecia o caminho. Se, nossa percepção como povo de Deus ainda busca mais aceitação e aplauso do mundo que a Voz do Espírito, temo que estejamos do lado egípcio da coluna. Urge passarmos das trevas para a luz.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Idolatria "Evangélica"

"Dar-vos-ei pastores segundo Meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e inteligência. Sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: Arca da Aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, não a visitarão; nem se fará outra.” Jr 3;15 e 16

Em tempos de rebeldia, mediante Jeremias O Senhor acenou com um tempo porvir no qual, pastores íntegros guiariam ao rebanho; isso se daria à Luz de uma Nova Aliança; seria superada e esquecida a Arca da Aliança, e vetou que se fizesse outra.

A Epístola aos Hebreus escrita após o cumprimento disso explica a transição e mudança: “De tanto melhor Aliança Jesus foi feito fiador...” que “pode salvar perfeitamente os que por Ele chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Cap 7;22 e 25

Na antiga Aliança a Arca ficava atrás dum véu, no “Santo dos Santos;” O Cordeiro de Deus ao morrer dando Sua Vida para estabelecer o Novo Testamento, por ocasião de Sua morte o véu do templo se rasgou de alto a baixo.

O Sacerdócio de Cristo, não demanda mais sacrifícios de animais, tampouco restringe o acesso a alguns poucos escolhidos; antes, Nele qualquer um tem acesso ao Trono da Graça. “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é; sua carne.” Cap 10;19 e 20

Se Deus disse que não se faria outra Arca, porque algumas dezenas de igrejas pelo país exibem cada uma, uma cópia segundo a imaginação dum artífice qualquer? Os pastores que o Próprio Deus afirma que seriam segundo o Seu Coração trabalhariam com ciência e inteligência.

Nenhuma pessoa dotada desses atributos agiria como idólatra estando ciente de quanto O Eterno abomina à idolatria.

Desde quando que esses simulacros têm algum poder? Nem mesmo Aquela, a Única que O Senhor mandou fazer tinha poder. A Presença de Deus que fazia a diferença.

Quando os filhos de Eli, Hofni e Finéias após muitas baixas numa batalha resolveram levar a Arca ao front para que Deus pelejasse por eles, O Senhor permitiu total derrota e a morte dos profanos; e a Arca foi tomada pelos Filisteus.

Uma coisa que os pastores com ciência e inteligência hão de saber é que, vivendo de forma agradável a Deus, as pessoas não precisam de fetiches para ser abençoadas; nem “Sal de Jericó, Rosa Ungida, Azeite de Israel, porta disso, daquilo;” nem esse lamentável ídolo “gospel;” esse caixote que incautos pensam ter alguma virtude mas, não passa de um ídolo, tão detestável aos olhos Divinos como os demais que Ele odeia.

Ele disse pra não se fazer outra Arca; todos que fazem agem em rebelião. Samuel disse a Saul, da parte do Senhor, que rebelião é como pecado de feitiçaria.

Desgraçadamente vivemos com o nome de igreja, que deveria ser “coluna e baluarte da verdade;” mas, atuamos com mentalidade de empresas, onde o que conta mesmo é quantidade. Em busca disso se faz toda sorte de “macumba gospel”, se prega mensagens ufanistas onde deveria apenas verter a Água pura, ou, o “Leite racional, não falsificado;” com figurou Pedro.

Deus não é democrata. Não está buscando votos, tampouco se comove com números; de dinheiro ou pessoas.

Nos dias de uma apostasia coletiva, onde não tinha ninguém pelejando pela pureza e verdade, O Eterno disse que pouparia a todos se achasse um só, mas estava em falta; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso derramei sobre eles minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi...” Ez 22;30 e 31

Um que Deus aceite pode livrar a uma cidade por sua intercessão; porém, nem todos os fetiches do mundo bastam para fazer O Santo suster Seu Juízo quando Ele se ira. Na verdade essas coisas acentuam a Ira Daquele que disse que busca adoradores que O adorem em “Espírito e verdade” não com os amuletos da mentira.

Ele mesmo ensina: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo coração,” não com todos os badulaques. Ele quer ser conhecido e amado, não, usado, manipulado.

O Conhecimento do Santo é melhor que a força, as riquezas e sabedoria natural, pois, dá vida. “A vida eterna é esta: que te conheçam...” Jo 17;3

“... Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me entender e conhecer...” Jr 9;23 e 24

domingo, 4 de agosto de 2019

Como Deus Se Apresenta?

“Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! (a Deus) Então me chegaria ao Seu Tribunal. Exporia ante Ele minha causa; minha boca encheria de argumentos” Jó 23;3 e 4

O infeliz Jó no auge do sofrimento suspirando pelo direito de defesa. O Mesmo Senhor testificara que ele era reto, temente, que se desviava do mal. Entretanto, pela inveja de Satanás que propôs um desafio ao Santo, Deus permitiu que aquele pusesse à prova a fidelidade dele.

Os amigos que foram inicialmente solidarizar-se, em dado momento se tornaram um peso, pois, não entendendo a razão daquilo cogitavam que derivava de pecados, e mesmo no escuro, sem ter do que o acusar estritamente exortavam-no ao arrependimento.

Cansado da clara de ovo sem sal, como definiu as palavras dos seus molestos amigos, desejava expor suas razões ante Deus, onde “encheria a boca de argumentos”.

Pois bem, em dado momento, O Juiz dos Vivos e dos Mortos concedeu-lhe audiência.

Antes de lhe dar direito a defesa leu o “Processo”; “Onde estavas quando eu fundava a Terra? Deve saber, já tens idade. Quem colocou limites ao mar, onde deveriam quebrar suas ondas? Quem lhe deu nuvens por vestes, e entesoura o gelo como arma para ocasiões oportunas? Quer saber? Pega a terra pelos quatro cantos e sacode dela os ímpios, aí reconhecerei que tua mão pode te livrar. Fostes tu que destes velocidade e privastes de inteligência ao avestruz? Destes ousadia ao cavalo que galopa excitado contra a batalha? Podes lavrar com boi selvagem, pescar o crocodilo e fazer de brinquedo para tuas crianças? Ninguém há tão corajoso que se atreva a despertá-lo, quem se atreveria a levantar diante de mim? (paráfrase livre de fragmentos dos capítulos 38 a 41)

Há muito mais basta ler; mas, invés de encher a boca de argumentos como pensava encheu de dedos; “Eis que sou vil; que te responderia? Minha mão ponho à boca.” Cap 40;4 Com meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos.” 42;5 


Não há registro que Jó tenha visto Deus estritamente; apenas ouviu-O desde um redemoinho. Quando ele diz: Agora te veem meus olhos, significa: Agora entendo melhor.

“Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis... Escuta-me, pois, e falarei; te perguntarei, e tu me ensinarás.” 40;3 e 4

Eis algo que todo servo de Deus deveria saber! Invés de argumentar às escuras sobre o que não entende, deveria perguntar humildemente a Ele e Dele aprender. Traduzindo: Meditar na Sua Palavra.

Nem era estritamente contra Jó o embate; era um duelo milenar entre O Todo Poderoso e Satanás. Ele estava no meio o infeliz; Deus o permitiu, depois repôs em dobro o que ele perdera numa luta que entrou sem querer.

Muitos confundem, pregadores inclusive, que pelo fato de Deus poder nos livrar das dores Ele nos deve isso. Tomem para si as perguntas que Ele fez a Jó. Ele promete passar conosco pela água e pelo fogo, não, secar àquela ou apagar a esse, segundo nossos devaneios doentios.

Não estamos num lugar de felicidade; esse será no além quando Deus enxugará toda a lágrima; aqui é uma “competição” onde os “classificados” ganharão ingressos para lá. Quem devaneia com as soluções de Deus imediatas, aqui e agora como deseja a carne, e como ouvi de certo ateu, ainda precisa conhecer Deus.

Como nos apresentamos a alguém que nos não conhece? Sou fulano de tal, tenho tantos anos, nasci em... e sou especializado em... Mais ou menos isso. Nome, origem, idade, profissão. Como Deus se apresentou a Jó??

O Criador. As Suas Obras deveriam falar por Ele. Paulo desenvolve: “... suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu Eterno Poder, quanto a Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Enfim, precisamos de menos ufanismos, “vitórias” de plástico para agregar adulados por meros números, e apresentarmos a gravidade bíblica como ela é, por mais almas salvas.

Pregadores que se atrevam a dizer que as coisas não vão melhorar necessariamente porque queremos apenas; antes, que Deus estará conosco e nos fará conhecer os dois lados da moeda para nos temperar. “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14

Aos fiéis em Cristo, após aprovados Deus dará infinitamente mais que o dobro. Tínhamos setenta ou oitenta anos de vida; ganharemos vida eterna. O que passar disso é graça sobre graça; não um direito nosso; é gorjeta aos convidados pra festa.




sábado, 3 de agosto de 2019

O Desafio do Ateu

“... amei a Jacó, e odiei a Esaú...” Mal 1;2

Deparei com um vídeo de um ateu desafiando expectadores a fazer consigo 32 perguntas sobre Deus e Sua Palavra, e depois disso, convenceu-se, você se tronará ateu como eu, ou, nem fale mais em religião.

Pois bem, aceitei o desafio. Sofri sua mal educada e blasfema cantilena. Porém, depois da tortura à educação, à hermenêutica, à honestidade teológica e intelectual, não me fiz ateu nenhum milímetro; sigo escrevendo como antes.

A maioria das questões que propôs são ridículas, como uma ênfase exagerada na expressão: “Sou o Deus de Israel,” como se isso restringisse O Eterno àquela nação; cada uma poderia e deveria “criar” o seu Deus, já que é “tudo mentira” disse.

Esquece o luminoso sábio, dum texto de antes de formar a Nação de Israel que O apresenta preocupado com todo o planeta. “... em ti (Abraão) serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3
Noutra objeção ridícula diz que 95% dos políticos são corruptos, ladrões, contudo, estão ricos; portanto, Deus “gosta deles e os abençoa”; Bastaria ler o salmo 73; se fosse bem informado como pretende não traria essa tolice como argumento sólido.

Outra questão de alguma relevância: (a maioria qualquer iniciado tira de letra, pois, são ninharias de uma carnal compreensão do que é espiritual) Como seremos felizes no Céu sabendo que muitos dos nossos estão no inferno? Essa questão merece apreço. É uma boa pergunta.

Paulo ensina: “... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13

A ideia da família espiritual foi ensinada já pelo salvador, dizendo que estranhos eram seus familiares, enquanto os de seu Sangue, que, então, o queriam prender não eram.

“Quando os seus ouviram isto, saíram para prendê-lo; porque diziam: Está fora de si.” Mc 3;21” “Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar... olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.” VS 31 e 34

Os laços de sangue estão restritos à Terra, uma vez que “Carne e sangue não herdarão O Reino dos Céus”. Assim, se eu for salvo, todos os meus irmãos estarão lá; os que ficarem de fora, infelizmente, serão apenas inimigos do meu Pai. Não nos causará dor, mas, sentimento de justiça.

Mas, a questão que ele propõe com mais ênfase a ponto de blasfemar é a que inicia esse tratado: “Amei a Jacó e odiei a Esaú". “Que diabo de Deus é esse que odeia”? Atreve-se.

Ora, como se, depois do Calvário O Eterno inda tivesse que dar alguma prova do Seu Amor Imenso. Quanto a pessoas, não há distinção nenhuma, ou acepção; “Deus amou o mundo... pregai a toda criatura... Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens...” etc.

Quanto a comportamentos, o ódio é um sentimento necessário para quem ama à justiça. “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que aos teus companheiros.” Sal 45;7

Ora, Esaú considerou a bênção da primogenitura algo vil, que poderia ser trocado por um prato de lentilhas. Avaliou ao Eterno com sua ação, mais ou menos como nosso ilustre ateu em suas palavras.

Jacó por sua vez desejou tanto que além de comprar ao irmão o direito, inda trapaceou mancomunado com a mãe para que Isaque o abençoasse.

O Eterno puniu devidamente aos enganadores por seu feito, mas, ainda assim amou aquele que o quis, e odiou a quem o desprezou; qual o problema de Deus que ama desejar ser amado?

 “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?” Is 45;9 e 10

Contudo o bravo ignorante embriagado com tragos da própria estupidez se diz pronto aos debates. Acho que se sente uma espécie de resposta ao desafio de Paulo; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” I Cor 1;20

Se diz sábio sem pudor; aceita comentários discordantes desde que o respeitemos. Contudo, nos chamou de burros, idiotas, imbecis, ao Nosso Deus de mentiroso e, Diabo...

Sabe aquela foto do gatinho que olha no espelho e vê um leão? Não! É pior. Um asno adoecido olha-se e sonha com o reflexo de uma águia.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Amor em Cheque

“Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois, poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.” Rom 5;7

Paulo está cogitando a possibilidade de, um impensável gesto de altruísmo, onde alguém se sacrificaria por outrem, desde que merecesse; ou, fosse tido por justo. Assim o maluco gesto além da auto-negação seria patrocinado pelo mérito do seu alvo.

Todavia, “Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” V 8

Nosso mais ousado e hipotético sacrifício seria ridículo, pois, demandaria que seu objeto merecesse. A entrega real, histórica de Cristo por nós, ocorreu mesmo que todos nós sejamos maus; não merecemos.

O Calvário não tem a ver com o que somos no quesito mérito; aliás, por nossa falta de méritos se fez necessário; pelo que Deus É tornou-se possível; Deus É Amor.

Esse “amor” que atina a méritos ou a recompensas por “amar” é apenas o egoísmo com vestes alheias. Lembrei de Drummond: “Amor é estado de graça; com amor não se paga.” Aquilo que precisa ser pago é comércio.

Os homens-bomba que cometem atentados em nome de Alá, não o fazem por amor à causa; mas, pelas mirabolantes promessas num ilusório paraíso, aos incautos que se deixam manipular assim. O Deus da Bíblia manda amar e orar pelos inimigos; como Ele, amar a quem não merece; o tal de Alá ensina a matança de “infiéis”; portanto, essa história de “Deus como você o concebe, ou, todas as religiões são boas” está anos-luz da verdade.

Se o amor não for o motivo, o combustível dos nossos atos, mesmo os mais ousados, corajosos serão inúteis. “... ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Paulo considerou-se o campeão dos pecadores; o pior de todos, uma vez que perseguira à igreja embrionária; “Esta é uma palavra fiel, digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer Nele para a vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

Somos salvos a despeito dos nossos “méritos” pelo Amor Divino, se, tão somente o correspondermos, ninguém é tão mau que não possa ser salvo, nem tão bom que mereça.

Às vezes deparamos com tolices tipo: “Fulano matou, roubou, adulterou fez o diabo; agora foi para a igreja e está salvo. Só porque bebo umas e outras, vou a umas baladas estou perdido?” Querer a salvação por parâmetros humanos equivale a desejá-la por meios diabólicos; foi ele que disse que poderíamos agir alheios a Deus, por nossa conta.

Sem Cristo, para efeitos dos olhos espirituais estão todos mortos em delitos e pecados; não importa qual o “calibre” dos pecados cometidos. Recebê-lo equivale a passar da morte para a vida; no mais, nada muda, a morte segue seu baile. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo;” Jo 5;25 e 26

Essa balela recorrente de “sou bom para quem é bom comigo; trato bem a quem merece” está a léguas do amor ensinado pelo Salvador que disse: “Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons; a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? Se, saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito Vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48
A psicologia direciona o amor para outro lado, geralmente; invés de voltar-se aos outros, bons, ou maus, encoraja à auto-estima, auto-aceitação, auto-perdão, auto-valorização... Esse excesso de autos na garagem, o amor próprio desmedido impossibilita o perdão, muitas vezes; mágoa é como câncer; faz mal quem tem. A Bíblia adverte contra essa “raiz de amargura”.

"Por que Deus me ama? A Bíblia responde a essa profunda questão com uma palavra incomparável: graça. Deus ama em razão do que Ele É; não que eu tenha feito algo por merecer. Deus não pode deixar de amar. Pois o amor define sua natureza" Phillip Yancey

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Salvos de quê?

“Esperar dos céus O Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” I Tess 1;10

Lembro-me de um culto de ensino onde, depois de enfatizar que falava para salvos o pastor perguntou: “Jesus nos salvou de quê?” Um disse; da morte; outro, da perdição, um terceiro, do inferno. Eu que já conhecia ao pastor que costumava fugir do lugar comum fiquei só observando.

Não satisfeito com as respostas perguntou-me. Ocorreu-me esse verso, ou, outro similar: Jesus salvou-nos da ira de Deus. Ele sorriu satisfeito; era o que esperava ouvir.

Morte é consequência para quem tem o pecado como modo de vida; “O salário do pecado é a morte.” A perdição eterna a abrangência do juízo; o inferno o meio de execução da sentença; mas, o juízo procede da ira justa de Um Deus Santo que odeia ao pecado. “Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: prostituição, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência, e avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;” Col 3;5 e 6

Escrevendo aos romanos, Paulo disse que, os que vetam impiedades a terceiros e permitem a si estão armazenando ira; “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5 Afinal, além de ser Amor, “Deus é juiz justo, que se ira todos os dias.” Sal 7;11

Os falsos profetas combatidos nos dias de Jeremias eram anunciadores de facilidades ao povo que recusava emendar seus caminhos, segundo Deus. Jeremias só pra contrariar acenava com a Ira do Eterno; “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23;14 “Não se desviará a ira do Senhor, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente.” V 20

Quando João Batista veio “preparar o caminho do Senhor” começou desafiando pessoas a uma postura justa e misericordiosa. Acenava com os Divinos juízos ao populacho que o ouvia, até que, de repente chegaram com seus tefilins sagrados nos braços e testas, com seus “mantos de orações” os homens religiosos.

Certamente algum observador mais simplório pensou; agora o pregador terá que mudar seus discursos ácidos; achou com quem tratar, com gente santa; só que não. “Vendo Ele muitos Fariseus e Saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;7 a 9

Nem capa religiosa, nem direito hereditário à salvação; o esperado pelo Santo são “Frutos dignos de arrependimento.” Fugir da ira, não é uma movimentação geográfica; antes, espiritual. Justo por seu Amor, Deus enviou-nos O Salvador; “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;9

O primeiro traço de arrependimento em nós, é que passamos da mentira para a verdade; “Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça.” Rom 1;18 Note que o contraponto à verdade aqui não é a mentira, antes, a injustiça.

Permanecer nas Palavras de Cristo, além de conhecer à verdade nos redime das injustiças. Nele a vida, o novo nascimento; sem Ele, apenas ira. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem O rejeita não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” Jo 3;36

Quem se ocupa das coisas espirituais, se fizer as mesmas coisas ímpias que os de fora além da impiedade comete profanação; vilipêndio das coisas santas. Não sem razão, a Ira de Deus pesa mais contra os hipócritas que contra ímpios comuns.

Agora perdoa e desafia-os a perdoar setenta vezes sete; quando sua longanimidade esgotar Sua Ira será tremenda, assustadora. “Diziam aos montes e rochedos: Caí sobre nós; escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;” Apoc 6;16

O único lugar seguro é Nele. Senão, Sua Ira que se volta contra o pecado ceifará aos que se apegam a esse assassino. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” Sal 91;1 “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1