sábado, 8 de setembro de 2018

A nossa maldade alheia

“O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas... meu povo não entende.” Is 1;3

O homem tropeçando onde, nem mesmo os bichos tropeçam, entendimento.

O lapso de um Absoluto deixa o homem entregue a si mesmo; isso não parece algo saudável. “Disse no meu coração, quanto à condição dos filhos dos homens, que, Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18

Entretanto, se, o homem ímpio fosse apenas igual aos animais nem seria tão grave; supridas as necessidades básicas, comer, beber, procriar repousaria; não seria o predador da sua própria espécie, como faz refém da maldade.

No seu “grito de independência” sugerido por Satanás, embora, a promessa fosse de autonomia, na prática foi apenas uma troca de Senhor; de Deus para Satã.

A primeira coisa que o usurpador precisa tolher para preservar seu fajuto domínio é o entendimento; pois, se o homem discernir a quem serve, conseqüentemente, para onde vai, pode despertar, mudar de rumo; então, “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Assim, cegado no entendimento, o homem desconhece sua sina e caminha para própria destruição. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4;6

A maldição proferida contra os idólatras acaba sendo a sorte dos que confiam em si mesmos, também idólatras perante O Santo; “A eles (aos ídolos) se tornem semelhantes (cegos, mudos, inertes...) os que os fazem, assim como todos que neles confiam.” Sal 115;8

O que confia em si mesmo em lugar do Senhor, se, o bem o procura não o encontra, pois, cegado como está, desconhece. “Porque será como a tamareira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;6

Pior, ignora também a causa do seu mal, mercê das “graças” daquele que o cega; “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Daí fica compreensível a inversão de valores que grassa em nosso país, onde, pessoas se identificam com os proponentes do vício, mais, que, com os da virtude. Os bichos não agem assim, antes, identificam benfeitores de longe; pois, não são alvos da cegueira, como o homem que foi criado À Imagem e Semelhança de Deus.

O “ai” proferido por Isaías aos que invertem valores, não se refere só ao juízo, mas, antes dele, às consequências das escolhas ainda na Terra; “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo, doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos! Ai dos que são poderosos para beber vinho, homens de poder para misturar bebida forte; dos que justificam ao ímpio por suborno, aos justos negam justiça!” Is 5;20 a 23

Claro que a oposição ao Criador, no juízo, se revelará fatal; porém, desde já lança as pessoas, nações, nos domínios da maldição; “... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consume a terra...” Is 24;5 e 6

Porém, os cegos são treinados com outro diagnóstico que, não, consequência da maldição Divina; o mal que os assola é a crise; são as condições climáticas; o aquecimento global; o sistema; sempre diluição de culpa, um agente externo para que os “bichos” ignorem a maldade que se abriga no íntimo de cada um.

Contudo, num cenário de juízo, de terra arrasada, compondo suas Lamentações sobre as ruínas de Jerusalém, Jeremias não via nos caldeus, agentes da destruição, o motivo, ou, a culpa; Antes em ministros de facilidades, profetas de lisonjas, “Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro...” depois, a culpa pessoal de cada uma; “De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 2;14 e 3;39

Salvação, pois, demanda abdicar da insana pretensão de definir bem e mal segundo predileções; adotar como norma, os pensamentos do Altíssimo; “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são meus caminhos mais altos do que os vossos; e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;9

A Palavra de Deus cura a cegueira, salva, justifica. “A vereda dos justos é como luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

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